Navegando por Autor "Badocha, Tiago Esteves"
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Item Casca de café: um importante insumo para agricultura orgânica(2003) Badocha, Tiago Esteves; Costa, Rogério Sebastião Corrêa da; Leônidas, Francisco das Chagas; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféA agricultura convencional já demonstra em determinadas situações ou regiões, sinais de exaustão de seu modelo produtivo, por isso, atualmente a agricultura orgânica tem ganhado espaço, por parte de produtores e consumidores, por ser um modelo mais sustentável e equilibrado originando produtos livres de resíduos de agrotóxicos. O cultivo do cafeeiro em determinadas situações, por longo período de tempo em uma mesma área causa diminuição nos teores de nutrientes e matéria orgânica. Diversos autores observaram uma redução nos teores de matéria orgânica do solo, de aproximadamente 50% do original, após quinze anos de cultivo com o cafeeiro. Nestas condições é necessária a adição de material orgânico para a recuperação da capacidade produtiva desses solos intensamente cultivados. Nesse contexto, a casca de café pode ser amplamente utilizada por ser considerado um adubo orgânico de excelente qualidade e de ter grande disponibilidade nas regiões produtoras. As características da casca de café são as seguintes: N - 1,78 dag.Kg -1 , P 2 0 5 - 0,14 dag.Kg -1 , K 2 0 - 3,75 dag.Kg -1 , Ca - 0,41 dag.Kg -1 , Mg - 0,13 dag.Kg -1 , S - 0,15 dag.Kg -1 , B - 34 mg.Kg -1 , Cu - 18 mg.Kg -1 , Fe - 150 mg.Kg -1 , Mn - 29 mg.Kg -1 , Mo - 0,07 mg.Kg -1 , Zn - 70 mg.Kg -1 e MS - 90%. A relação entre a obtenção do grão beneficiado e a casca de café durante o beneficiamento é de 1:1, originando então uma grande quantidade de casca de café que pode ser utilizada como cobertura morta para recuperação desses solos. As principais vantagens para o solo e as plantas são: fornecimento de nutrientes para as plantas, os quais são liberados no processo de mineralização; melhoria da capacidade de retenção de umidade pelo solo; melhoria do sistema radicular; menor amplitude térmica nas camadas superficiais do solo; melhoria do arejamento do solo; controle da erosão e redução do crescimento de invasoras que proporcionam um melhor equilíbrio nutricional da planta, tendo como conseqüência um incre-mento na produtividade da cultura gerando maior lucro ao produtor rural. Entretanto, apesar das vantagens, uma parcela da casca de café vem sendo desprezada por alguns agricultores que ainda não perceberam estar se tratando de uma excelente fornecedora de matéria orgânica, sendo uma das maiores fontes orgânicas de K e N. Experimento realizado pela Embrapa Rondônia comprovou que a utilização de aproximadamente 70 t/ha de casca de café como cobertura morta na recuperação de lavouras de café conilon (Coffea canephora) recepadas aumentou a produtividade em até 80% quando comparada à testemunha. Outro experimento rea-lizado pela Embrapa Rondônia, demonstrou que a casca de café aliada ao herbicida ou capina manual na linha do cafezal, controlou eficientemente as plantas daninhas e um terceiro experimento efetuado pelo mesmo Órgão concluiu que a cobertura morta com casca de café influenciou positivamente os teores de N, P, K e Mg nas folhas do cafeeiro. Em outro trabalho realizado por pesquisadores da Universidade de Lavras concluiu-se que a cobertura morta com casca de café e arroz nas entrelinhas, de cafeeiros, propiciou a inibição da germinação ou estímulo ao crescimento do caruru de mancha (Amaranthus viridis L.) que é uma planta dani-nha que concorre com as culturas.