Navegando por Autor "Caldas, Linda S."
Agora exibindo 1 - 1 de 1
- Resultados por Página
- Opções de Ordenação
Item Conservação de sementes de Coffea spp. em coleções de germoplasma ex situ(2000) Eira, Mírian T. S.; Walters, Christina; Caldas, Linda S.; Reis, Raimunda B.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do CaféO café é considerado um dos mais importantes produtos agrícolas no mercado internacional e muitos países estão envolvidos na sua produção, consumo e comercialização. O Brasil é o principal produtor de café a nível mundial desde os anos 1800 (Medina Filho et al., 1984; Fazuoli, 1986). Tradicionalmente, as espécies de café vem sendo conservadas ex situ como plantas vivas mantidas em coleções de germoplasma a campo, já que as sementes de Coffea não sobrevivem por longos períodos sob as condições convencionais recomendadas para Bancos de Germoplasma (grau de umidade de 5±2% e –18°C) (Ellis et al., 1990, 1991; Hong & Ellis, 1992, 1995; Dussert et al., 1997, 1998; Eira et al., 1999). Tais coleções apresentam problemas como erosão genética das espécies e variedades devido a pouca adaptação às condições ambientais desses locais, pragas e doenças, além de envolverem um grande custo financeiro e de mão de obra. Assim, o desenvolvimento de técnicas alternativas de conservação a longo prazo dos recursos genéticos de Coffea spp. vem a ser uma importante prioridade. Estudos recentes mostraram que as sementes de diversas espécies de Coffea apresentam diferenças de tolerância à desidratação e a baixa temperatura (Dussert et al., 1998; Eira et al., 1999) e devem ser estudadas separadamente para o estabelecimento do protocolo de conservação. Fatores como a procedência das espécies, grau de maturidade e fatores genéticos podem ainda estar relacionados com tal comportamento e devem ser melhor estudados. O efeito do grau de umidade e da temperatura na sobrevivência de sementes de Coffea spp. foi estudado visando caracterizar o comportamento das sementes no armazenamento. Não foram observadas diferenças de tolerância à desidratação e à baixa temperatura entre as cultivares de C. arabica. No entanto, o grau de tolerância à desidratação variou muito entre as espécies de Coffea. C. racemosa foi a espécie mais tolerante, contrastando com C. liberica, a mais sensível. As diferenças dentro do gênero Coffea podem ser atribuídas tanto a relações filogenéticas quanto ao habitat de origem da espécie e/ou duração do período de maturação. Observou-se, por exemplo, que espécies agrupadas em uma mesma subseção dentro do gênero Coffea apresentavam grau semelhante de tolerância à desidratação, embora a classificação das espécies não tenha sido baseada em características fisiológicas das sementes. Espécies provenientes de regiões mais secas, como C. racemosa, C. arabica, C. canephora e C. congensis apresentaram grau de tolerância à desidratação mais elevado que sementes de C. liberica ou C. dewevrei, naturais de regiões mais úmidas. Quanto ao período de maturação das sementes, em C. racemosa, a espécie mais tolerante à desidratação, é de apenas 90 dias, enquanto em C. liberica, a espécie menos tolerante, a maturidade só é atingida depois de 360 dias.