Navegando por Autor "Machado, Rosa Teresa Moreira"
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Item Ações públicas e privadas na implantação e desenvolvimento da indicação geográfica do café em Minas Gerais: evolução e perspectivas das iniciativas na visão de seus gestores(Universidade Federal de Lavras, 2009-02-16) Dutra, Daniel Marcos Resende; Machado, Rosa Teresa MoreiraA indicação geográfica (IG) de produtos agroalimentares é um tema recente na realidade do agronegócio brasileiro, ainda em desenvolvimento pelas instituições do país. A IG apresenta-se como uma alternativa de desenvolvimento social e econômico, importante para valorizar o agronegócio brasileiro. O desenvolvimento das IGs do café se assenta em bases semelhantes às dos vinhos, pois a qualidade da bebida se relaciona intrinsecamente com as condições de clima e solo da região onde são produzidos. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as divergências e as convergências entre as ações e as iniciativas dos setores público e privado na implantação e no desenvolvimento da indicação geográfica do café, em Minas Gerais, sob dois pontos de vista: da ação estatal, que delimita formalmente o território certificado e protege a propriedade intelectual do produto e do engajamento da comunidade local, que se une em torno de um ideal de valorização do território e de suas raízes culturais, sociais e condições edafoclimáticas. A fundamentação teórica trouxe elementos para uma análise multidimensional, abordando conceitos de vertente social, institucional, organizacional e econômica das Indicações Geográficas. Quanto aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa exploratório- descritiva de natureza qualitativa ,realizada por meio do estudo de dois casos, mais exatamente de duas regiões produtoras de café do estado de Minas Gerais formalmente demarcadas. As técnicas de coleta de dados foram a entrevista com o roteiro semiestruturado e a pesquisa documental. A técnica de análise de dados utilizada foi a análise de conteúdo. Os principais resultados encontrados foram que, desde 1996 até os dias atuais, o governo do estado de Minas Gerais tem implementado as seguintes políticas públicas de incentivo da cadeia produtiva do café: Certicafé, Agrominas e Certifica Minas. O foco do Certicafé foi a implantação da certificação de origem do café a partir de 1996 e a demarcação de quatro grandes áreas produtoras de café. A estrutura de implantação do programa teve uma série de equívocos que prejudicaram o cumprimento de seus objetivos e, a partir de 2000, o programa foi se “esvaziando” e entrou em declínio. Em 2004, veio o Agrominas, com propostas para a melhoria da infra-estrutura da cadeia produtiva do café, mas que não previa uma continuidade do programa anterior ou, mesmo, propunha uma diferente estratégia de certificação ou diferenciação do café de Minas Gerais. A partir de 2008, iniciou-se o programa Certifica Minas, propondo a implementação de um certificado baseado em “boas práticas agrícolas”. Nesse sentido, conclui-se que as políticas públicas não tiveram continuidade ou mesmo complementaridade de ações, prejudicando a implantação programas que visavam obter a diferenciação do café e que demandavam uma estratégia de implementação de longo prazo. Paralelamente às ações do governo de Minas Gerais, associações de cafeicultores empreendiam ações para obter o reconhecimento de IGs em regiões menores que as demarcadas no âmbito do Certicafé. Estas ações privadas foram essenciais no desenvolvimento das IGs do café em Minas Gerais e consolidaram-se, independentemente do apoio dos governos estadual e federal. Estas associações de cafeicultores desempenharam importantes papéis de mobilização dos cafeicultores da região, divulgação da marca da IG e coordenação com o restante da cadeia produtiva. A relação entre público e privado apresentou divergências e convergências de ações e/ou opiniões que influenciaram o desenvolvimento das IGs do café em Minas Gerais.Item FAIR TRADE : alternativa ao mercado convencional de café e processos de empoderamento de cafeicultores familiares(Universidade Federal de Lavras, 2011-07-08) Pedini, Sérgio; Machado, Rosa Teresa MoreiraNeste trabalho utilizam-se os conceitos da Nova Economia Institucional e da Sociologia Econômica para explicar o surgimento do Mercado Fair Trade (MFT), especificamente aquele vinculado à cadeia de comercialização de café da agricultura familiar. A dimensão teórica do empoderamento é apresentada como a balizadora do potencial de transformação que o MFT pode exercer numa organização certificada, dividido em três níveis: econômico, psicológico e cognitivo. O objetivo foi avaliar até que ponto o MFT tem a capacidade de alterar a estrutura habitual de comercialização de café commodity, impactando nos diferentes fatores dessa cadeia produtiva e, como consequência, empoderar cafeicultores familiares e suas organizações. Especificamente, estuda a experiência de uma cooperativa do Sul de Minas Gerais, certificada no MFT e atuante no mercado internacional. Para alcançar o objetivo proposto, o trabalho está baseado em pesquisa bibliográfica e em uma pesquisa de campo, dividida entre um survey junto aos cafeicultores da organização estudada e produtores vizinhos não filiados nas mesmas condições e um grupo focal, composto por fatores do ambiente organizacional da cooperativa. Os resultados do survey apontaram que apenas os aspectos cognitivos apresentaram diferenças significativas, evidenciando a noção da realidade em que o cafeicultor vive, de forma individual, e sua inserção nos debates do ambiente em que a cooperativa está inserida. Os resultados do trabalho em torno do grupo focal reforçam o papel do MFT no ambiente organizacional local, à luz de uma atuação em rede dos fatores envolvidos. Um aspecto analisado foi a entrada de grandes corporações produtoras e distribuidoras de café no MFT e o risco inerente de perda da identidade desse mercado, em vista do afastamento de seus princípios originais. Conclui-se que o MFT tende a amadurecer, processo que já teve seu início com a incorporação da certificação baseada em regras consolidadas como garantia de qualidade e rastreabilidade, mas muito mais agora, quando passa a incorporar grandes corporações econômicas na cadeia. Tanto certificadora quanto cafeicultores e suas organizações terão que aprimorar suas habilidades para acompanhar esse crescimento. O que fortalece o MFT como proposta alternativa são os critérios que o solidificam como um processo de certificação diferenciado, com características únicas de transformação do mercado convencional. O trabalho aponta para a necessidade de continuidade da investigação, incorporando estudos mais aprofundados da condição econômico- financeira dos participantes e uma investigação junto aos consumidores na ponta final da cadeia, quanto aos princípios norteadores do MFT.Item Os pilares da qualidade: o processo de implementação do programa de qualidade do café (PQC)(Universidade Federal de Lavras, 2010-04) Leme, Paulo Henrique Montagnana Vicente; Machado, Rosa Teresa MoreiraObjetivou-se, no presente trabalho, principalmente analisar o processo de implementação do Programa de Qualidade do Café (PQC) e suas implicações nas empresas de café torrado e moído do Brasil. Buscou-se descrever a filosofia e os objetivos que sustentam a concepção do PQC por meio da construção de um modelo teórico de análise: os “pilares da qualidade”. Foram analisadas as estratégias de mercado de treze torrefadoras. Os dados obtidos com a pesquisa foram agrupados no modelo dos “pilares da qualidade”: qualidade do produto, qualidade do processo e sinal de qualidade. Verificou-se que a implementação do PQC, ao introduzir um padrão de qualidade, faz com que as empresas adotem estratégias de coordenação vertical com seus fornecedores e distribuidores, sendo que manter o padrão de qualidade é uma dificuldade comum a todo universo pesquisado. A implementação da rastreabilidade em seu sistema produtivo foi outra limitação entre as empresas que ainda não adotaram o PQC. As empresas pesquisadas que focavam seu negócio na diferenciação por atributos de qualidade precisam do alicerce da certificação ou de marcas fortes para transmitir credibilidade aos seus consumidores. O principal fator que aumentou a coordenação vertical foi a qualidade, demonstrando a importância da adoção da certificação do PQC.Item Os pilares da qualidade: o processo de implementação do programa de qualidade do café (PQC) no mercado de café torrado e moído do Brasil(Universidade Federal de Lavras, 2007-02-12) Leme, Paulo Henrique Montagnana Vicente; Machado, Rosa Teresa MoreiraO presente trabalho teve como objetivo principal analisar o processo de implementação do Programa de Qualidade do Café (PQC) e suas implicações nas empresas de café torrado e moído do Brasil. Para isso, foram pesquisadas treze empresas associadas à Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), divididas em empresas adotantes e não-adotantes do PQC. Primeiramente, buscou-se descrever a filosofia e os objetivos que sustentam a concepção do PQC, por meio da construção de um modelo teórico de análise, os “Pilares da Qualidade”, com o suporte da Economia dos Custos de Transação (ECT) e da qualidade. Para investigar como os objetivos do PQC estão sendo interpretados pelas indústrias torrefadoras, foram analisadas as ações efetivas e as dificuldades de implementação do programa pelas empresas adotantes da certificação. Desse modo, foram identificados os pontos críticos do programa, o que possibilitou a realização de uma análise das empresas não-adotantes, identificando se elas estariam preparadas para aderir ao PQC. Também foram analisadas as estratégias de suprimento de matéria-prima das torrefadoras e suas estratégias de mercado. Os dados obtidos com a pesquisa foram analisados dentro do modelo dos “Pilares da Qualidade”. Como principais resultados, pode- se concluir que o principal fator que aumentou a coordenação vertical entre as empresas pesquisadas foi a qualidade. Em conseqüência disso, a implementação do PQC faz com que as empresas adotem estratégias de coordenação vertical com seus fornecedores e distribuidores. A chave para o aumento da coordenação é a imposição de um padrão de qualidade às torrefadoras. Por outro lado, todas as empresas adotantes afirmaram que tiveram dificuldade em implementar ou documentar a rastreabilidade de sua produção. Identificou-se que as empresas pesquisadas que focavam seu negócio na diferenciação por atributos de qualidade precisam do alicerce da certificação ou de marcas fortes para transmitir credibilidade aos seus consumidores. Esse fato comprova a importância de utilizar uma maneira eficiente de transmitir informações, buscando reduzir a assimetria informacional entre fornecedor e cliente. Num desenho geral, é clara a percepção de que a ABIC, utilizando o PQC, almeja se tornar o principal agente coordenador do agronegócio café no Brasil.Item O suporte das associações de interesse privado em canais de distribuição de produtos diferenciados: um estudo de caso no mercado de cafés especiais(Universidade Federal de Lavras, 2016-02-22) Barra, Geraldo Magela Jardim; Machado, Rosa Teresa MoreiraA desregulamentação do mercado cafeeiro propiciou a criação de uma nova conjuntura institucional. Nesse cenário, houve uma busca por investimentos em estratégias de diferenciação e a criação de associações de interesse privado orientadas para implementá-las. Com as mudanças no ambiente institucional e competitivo, as associações de interesse privado estão reformulando as suas estratégias e estão passando a tratar seus membros como clientes. Para tanto, elas têm buscado proporcionar-lhes um suporte institucional adequado para a geração de novos negócios, aumento dos seus ganhos e a manutenção dos negócios existentes. É pertinente discutir a expansão do papel das associações de cafeicultores brasileiros, enfocando o suporte que tais organizações oferecem para que seus membros possam atuar em canais de distribuição de produtos diferenciados. Com esta pesquisa, tem-se a intenção de discutir o papel de uma associação de cafeicultores brasileiros no suporte aos seus associados e a sua influência sobre os produtores brasileiros de café especial. Acredita-se que este tema seja relevante para o setor cafeeiro, principalmente neste momento em que o mercado de café tem criado oportunidades para diferenciação. Trata-se de um estudo de caso sobre o papel de uma associação de interesse privado sob o prisma da Nova Economia Institucional, com uso de dados qualitativos e quantitativos, enfatizando a percepção dos seus membros. Em função da percepção positiva dos associados com relação ao papel da associação como um agente facilitador desses novos tipos de negócio, os resultados da pesquisa ratificam a teoria, segundo a qual, tal tipo de organização contribui para o aumento da confiança entre os parceiros, reduz assimetrias de informação e diminui os custos de transação. A discussão apresentada nesta pesquisa, demonstra que para se entender o papel desempenhado por associações de interesse privado no suporte a produtores de cafés especiais, é preciso contextualizá-las no ambiente institucional. Em mercados desregulamentados, o caso estudado revela que iniciativas de associações de interesse privado são fundamentais para desenvolver oportunidades em canais de distribuição compostos por clientes que pagam um prêmio maior pelo produto.