Navegando por Autor "Mendes, J. E. T."
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Item O dimorfismo dos ramos em Coffea arabica L.(Instituto Agronômico (IAC), 1950-06) Carvalho, A.; Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.O dimorfismo dos ramos tem sido observado em vários gêneros de plantas, tais como Gossypium, Theobroma, Hedera, Musa, Araucária, Castilla, bem como em Coffea. Tal fenômeno se carateriza por uma diferenciação somática, que, na maioria dos casos, é permanente, podendo-se propagar as diferentes formas pela reprodução vegetativa. Como acontece nos representantes de Coffea, tal dimorfismo se carateriza por diferenças no hábito de crescimento, isto é, na direção dos ramos. Assim, a extremidade de um ramo ponteiro (ortotrópico) reproduz, quando enxertada, uma planta normal, ao passo que a de um ramo lateral (plagiotrópico) somente dará origem a ramos laterais. Em se tratando de um fenômeno tanto de interesse teórico como de importância prática (para a propagação vegetativa), resolveu-se fazer uma série de investigações em tôrno dêsse assunto, cujos primeiros resultados os autores relatam no presente trabalho. Apresentaram-se, em primeiro lugar, as observações feitas com referência à natureza das gemas existentes nas axilas das fôlhas de plantas novas, tanto na haste principal, como nos ramos laterais. Verificou-se que: a) no eixo hipocotiledonar não há indícios da existência de gemas ; b) na axila das fôlhas cotiledonares há um grupo de gemas dormentes, que são despertadas, dando origem a ramos ortotrópicos, quando o eixo epicotiledonar é cortado abaixo do primeiro par de fôlhas primárias; c) o aparecimento de gemas, que dão ramos laterais (plagiotrópicos), só ocorre pela primeira vez, nas axilas do oitavo ao décimo primeiro par de folhas ; observou-se que certas estruturas genéticas impedem a formação de ramos plagiotrópicos mesmo até o trigésimo terceiro par de fôlhas ; d) nas axilas da haste principal, possuidoras de gemas que dão origem a ramos plagiotrópicos, ocorrem também duas e, mais raramente, três outras, que produzem ramos ortotrópicos, e que se desenvolvem quando se suprime o eixo principal da planta ; (às vêzes também aí ocorrem gemas de um terceiro tipo, que dão origem a inflorescências); e) as axilas das fôlhas dos ramos plagiotrópicos sòmente encerram gemas que dão nascimento a ramos plagiotrópicos ou a inflorescências, mas nunca a ramos ortotrópicos ; em algumas combinações genéticas, as gemas de inflorescências não se desenvolvem, sendo intensa a produção de ramos laterais secundários na época normal de florescimento do cafeeiro. Foram feitas várias combinações de enxertos, verificando-se que não há mudanças no hábito de crescimento dos ramos. A diferenciação dos ramos plagiotrópicos revelou ser permanente e imutável. O mesmo fenômeno se verifica em estacas enraizadas. Depois de se mencionar a variabilidade do ângulo que os ramos laterais formam com a haste principal, fêz-se referência especial à variedade erecta de Coffea arabica, que constitui uma mutação dominante em relação ao tipo normal, caraterizando-se por possuir ramos laterais verticais. As experiências de enxertia revelaram que, mesmo nesta variação, persiste o dimorfismo, pois as plantas obtidas pela enxertia de ramos laterais só formam arbustos baixos, apesar de os ramos crescerem em sentido vertical. Também aqui, para se obter uma planta enxertada erecta normal, é preciso enxertar a extremidade de um ramo ponteiro. Foram citadas algumas hipóteses que talvez expliquem êsse fenômeno. Chamou-se a atenção para o fato de a diferenciação já se processar nas gemas, apesar de os dois tipos de gemas vegetativas coexistirem, como acontece nas axilas das fôlhas, ao longo da haste principal.Item Melhoramento do cafeeiro. IV - Café Mundo Novo(Instituto Agronômico (IAC), 1952-04) Carvalho, A.; Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Antunes Filho, H.; Morais, Hélio de; Sobrinho, J. Aloisi; Morais, M. Vieira de; Rocha, T. Ribeiro daEm um conjunto de cafeeiros existentes em Mundo Novo, hoje Urupês, na região Araraquarense do Estado de São Paulo, foram feitas seleções de vários cafeeiros baseando-se no seu aspecto vegetativo, na produção existente na época da seleção e na provável produção do ano seguinte. Estudou-se a origem da plantação inicial desse café, tanto em Urupês como em Jaú, chegando-se à conclusão de que é provavelmente originário desta última localidade. Progênies do café "Mundo Novo", anteriormente conhecido por "Sumatra" e derivado de plantas selecionadas em Urupês e Jaú, acham-se em estudo em seis localidades do Estado : Campinas, Ribeirão Prêto, Pindorama, Mococa, Jaú e Monte Alegre do Sul. No presente trabalho são apenas aproveitados dados referentes à variabilidade morfológica e característicos da produção das progênies dos primeiros cafeeiros selecionados em Urupês e estudados em Campinas, Jaú, Pindorama e Mococa. Em tôdas as localidades, observou-se variação nos caracteres morfológicos das progênies, verificando-se a ocorrência de plantas quase improdutivas. A maioria das progênies, no entanto, se caracteriza por acentuado vigor vegetativo. Foram estudadas as produções totais das progénies e das plantas, no período 1946-1951, notando-se que algumas progénies se salientaram pela elevada produção em tôdas as localidades. Os tipos de sementes "moca", "concha" e "chato" foram determinados em amostras de tôdas as plantas, por um período de três anos, notando-se que a variação ocorrida é da mesma ordem que a encontrada em outros cafeeiros em seleção. Procurou-se eliminar, pela seleção, cafeeiros com elevada produção de frutos sem sementes em uma ou duas lojas, característico êsse que parece ser hereditário. Os resultados obtidos de cruzamento entre os melhores cafeeiros "Mundo Novo" de Campinas e plantas da variedade murta, indicaram que esses cafeeiros são do tipo bourbon. Provavelmente, êsses cafeeiros constituem recombinações de um cruzamento primitivo entre o café "Sumatra" e o bourbon. As progênies mais produtivas do café "Mundo Novo" e livres de vários dos defeitos mencionados, já se acham em multiplicação, a fim de, em breve, serem fornecidas sementes aos lavradores, que tanto interêsse têm demonstrado por êsse café.Item Melhoramento do cafeeiro. XIII - café Bourbon amarelo(Instituto Agronômico (IAC), 1957-12) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.; Mendes, J. E. T.; Lazzarini, W.; Reis, A. Junqueira; Aloisi Sobrinho, J.; Moraes, M. Vieira de; Nogueira, R. Kerr; Rocha, T. R.Um conjunto de 30 plantas matrizes de Bourbon Amarelo foi selecionado em 1945, em Jaú, na propriedade "Fazendinha". As progênies dêsses cafeeiros foram plantadas nas Estações Experimentais do Instituto Agronômico em Campinas, Ribeirão Preto, Pindorama, Mococa e Jaú, em linhas de 20 plantas. Diversas observações foram feitas relativas ao desenvolvimento dos cafeeiros, produção e tipos de sementes. De maneira geral o desenvolvimento foi considerado muito bom, com exceção de Mococa, onde as plantas apresentaram porte e produção menores devido ao terreno mais pobre onde foram plantadas. Embora tenha havido variações acentuadas no comportamento das progênies quanto à produção, verificou-se que as de n. J 30, J 3, J 8, J 10, J 11 e J 24 classificaram-se como as melhores nas cinco localidades, ao fim de oito anos seguidos de produção. As melhores plantas das boas progênies já foram incluídas em campos de aumento e suas sementes vêm sendo distribuídas aos lavradores. Notou-se acentuada variação de produção anual do conjunto de progênies, principalmente a partir do quarto ano de colheita. As produções bienais cresceram até o terceiro biênio, estacionando ou diminuindo no quarto. Notou-se que algumas progénies são tardias na produção, de modo que não será aconselhável a seleção precoce de progênies de Bourbon Amarelo eliminando-se as menos produtivas logo após o primeiro biênio de produção. Verificou-se, também, que as plantas de maior produção total pertencem, em grande parte, a progênies que apresentam produção média geral elevada, as quais, por sua vez, possuem variabilidade menor de produção. A curva de distribuição da produção total das plantas individuais mostrou-se variável.nas diferentes localidades; em tôdas verificou-se a ocorrência de plantas muito pouco produtivas, com produções médias inferiores à média geral subtraída de 2,57 vezes o desvio padrão geral do lote. A ocorrência desse tipo de plantas é de 1,7% no Bourbon Amarelo, inferior à que se encontra no café Mundo Novo. Os dados referentes às porcentagens de sementes dos tipos moca e concha indicaram que não há excesso de sementes anormais. As sementes moca mostraram-se mais freqüentes em Ribeirão Prêto, e menos em Pindorama e Campinas. As sementes concha são mais freqüentes em Campinas e Pindorama, e menos em Ribeirão Prêto. Quanto à distribuição das porcentagens de sementes concha, notou-se maior variação em Campinas e Pindorama. Com relação à ocorrência da anomalia constituída por frutos com lojas desenvolvidas e sem sementes, verificou-se que é pouco freqüente no café Bourbon Amarelo e da mesma intensidade que a verificada em outras variedades comerciais, como Bourbon Vermelho e Caturra. A ocorrência de plantas com frutos alaranjados, heterozigotas para os alelos Xcxc, indicou que devem ser freqüentes os cruzamentos naturais no cafezal onde as plantas matrizes foram selecionadas, pois embora o número de plantas de frutos vermelhos (XcXc) no local fôsse de freqüência reduzida em relação às plantas de frutos amarelos (xcxc), a ocorrência média de plantas heterozigotas entre os descendentes foi de 2,46%. Devido às características apresentadas por êsse grupo de progênies analisadas, tais como vigor vegetativo, alta produção e bom rendimento, confirma-se ser o Bourbon Amarelo uma variedade de café de bastante importância econômica, devendo suas seleções ser cultivadas em larga escala.Item Melhoramento do cafeeiro: XXI- Comportamento regional de variedades linhagens e progênies de café ao sol e à sombra(Instituto Agronômico (IAC), 1961-11) Carvalho, A.; Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Antunes Filho, H.; Junqueira, A. R.; Sobrinho, J. Aloisio; Rocha, T. R.; Moraes, M. V.Plantaram-se em fins de 1945, nas estações experimentais do Instituto Agronômico localizadas em Campinas, Ribeirão Prêto e Pindorama e, em princípios de 1947 em Mococa e Jaú, ensaios compreendendo progênies, linhagens e variedades de cafeeiros selecionados a fim de estudar a sua reação em ambiente ensolarado e à sombra de ingàzeiros. Numerosas anotações foram realizadas referentes às re-plantas, desenvolvimento dos cafeeiros, produtividade, rendimento e características dos frutos e das sementes. Durante os primeiros anos de desenvolvimento, as replantas feitas mostraram-se mais freqüentes em Ribeirão Prêto e Pindorama e, ao dar por encerrada a primeira fase dêste ensaio, em 1956, o maior número de falhas foi observado em Jaú e, o menor, em Campinas. Nas repetições sombreadas dêstes ensaios, as falhas mostraram-se mais freqüentes. As progênies ou linhagens de Sumatra, Laurina e Caturra e as derivadas do Bourbon Vermelho C 44 foram as que deram os mais elevados números de falhas. Apenas em Ribeirão Prêto os cafeeiros mostraram sensível diminuição na altura, tomada como índice do desenvolvimento vegetativo, no ambiente sombreado, sendo pequenas as diferenças nas demais localidades. No que se refere à produção total de café cereja de todos os intens nos anos considerados, os dados obtidos indicaram sempre maior produção no lote ao sol, em comparação corn a do sombreado. Em Campinas, a produção tias repetições ao sol foi de 82% maior; em Pindorama, 349% em Ribeirão Prêto, 1271%; em Mococa. 69% e, em Jaú, 305% mais elevadas, tornando desaconselhável a prática do sombreamento nas localidades estudadas. Diferenças no número de talhas, na luminosidade e na água disponível no solo, devem ser os principais responsáveis pelas produções mais elevadas ao sol. No que se refere ao comportamento dos cafeeiros nos dois ambientes, notou-se que os mais produtivos ao sol, também alcançam as primeiras colocações no lote sombreado, indicando (pie a seleção feita ao sol deve ser eficiente também para o plantio à sombra do ingàzeiro. Em comparação com a testemunha HourUon Vermelho LC 370, dez dos itens do ensaio de Campinas, dois de Pindorama, seis de Ribeirão Prêto, três de Mococa e dois de Jaú, deram produções significativamente maiores no lote ao sol. No lote à sombra os itens melhores do que o testemunha foram em número de dois em Campinas, cinco em Pindorama, sete em Ribeirão Prêto, dois em Mococa e um em Jaú. Revelaram-se de particular interesse, pela elevada produção, as progenies de Bourbon Amarelo incluídas em ensaios de Mococa e Jaú, confirmando resultados obtidos em outros ensaios sobre a produtividade do Bourbon Amarelo. Se não tivessem surgido as linhagens de Mundo Novo e outras de liourboii Amarelo, Oses ensaios teriam fornecido informações sobre as melhores linhagens a serem plantadas em cada região agrícola. Quanto à variação anual de produção cm Campinas e Mo;oca, não se observaram diferenças significativas nos lotes ao sol e sombreado, enquanto em Pindorama e Jaú, as variâncias de produção nas repetições ao sol mostraram-se pouco maiores, o que talvez esteja relacionado com a produção, bem maior ao sol, nessas localidades. Em Ribeirão Prêto a discrepância de produção foi muito elevada, não permitindo esta comparação. As observações feitas sobre as produções nos períodos de 2, 4, 6 e K anos, mostraram que os itens mais produtivos, tanto ao sol como nas repetições a sombra, revelaram-se logo depois das quatro primeiras produções. Notou-se que alguns cafeeiros são precoces quanto à produção, como o Caturra o a linhagem de líourbon Vermelho LC 43, e outros mais tardios, como os de líourbon Amarelo em Mococa e Jaú, as linhagens LC 408 em Campinas, e as de líourbon Vermelho C 376-1, C 662 e LC 493 cm várias localidades. Embora tenham sido verificadas setisívei-, diferenças no rendimento das progenies, linhagens e variedades, observou-se que estes são um pouco melhores à sombra. As porcentagens de frutil icação foram mais elevadas nas repetições à sombra em Campinas, Mococa e Jaú e, menores, em Ribeirão Prêto e Pindorama, embora a produção tenha se revelado menor. É de se salientar que o Laurina, com a mais elevada porcentagem de frutificação, apresentou também uma das mais reduzidas produções. O pêso médio de cereja foi pouco influenciado pelo plantio à sombra, cm relação ao sol, enquanto o peso médio das sementes se mostrou pouco maior no lote sombreado, indicando menor pêso do pericarpo, o que confirma os dados sôbre os valores do rendimento. Quanto às proporções dos tipos de sementes moca, concha e chato, pouca variação foi notada no lote ao sol e à sombra, o mesmo ocorrendo com a quantidade de sementes chochas e tamanho da semente, revelado pela peneira média, e sua densidade. Os dados obtidos sobre a incidência de broca, em Campinas, mostraram que, à sombra, a infestação é maior. Observações realizadas sobre a maturação dos frutos, levaram à conclusão de que a partir de flôres abertas na mesma época, não ocorrem diferenças na maturação nas progenies plantadas ao sol e à sombra. Tomando-se ao acaso, amostras de frutos resultantes de flôres abertas nas várias épocas, verifica-se um pequeno atraso de maturação nas repetições ê sombra, indicando possíveis diferenças na intensidade do florescimento nos dois ambientes. Quanto à qualidade da bebida, os dados são de molde a sugerir maior acidez nas amostras colhidas à sombra, não ocorrendo discrepâncias acentuadas quanto aos demais característicos examinados. Os dados gerais dêstes ensaios permitem concluir que, a não ser pela drástica redução na produtividade dos cafèzais, os demais fatores estudados não se mostraram particularmente afetados pelas diferenças do ambiente ao sol e à sombra. Também permitem afirmar, de um modo geral, que as progenies e linhagens reagiram, de maneira semelhante ao sol e à sombra, no sentido de que as mais promissoras ao sol também tendem a dar boa produção à sombra.Item Multiplicação do cafeeiro por estacas com uma fôlha(Instituto Agronômico (IAC), 1950-07) Mendes, J. E. T.A new method of propagation of the coffee plant by stem-cuttings has been developed. Single-node stem pieces with two opposite leaves were split longitudinally in two halves. These were treated by a hormone and rooted in a hot frame in washed sand. Stem pieces from orthotropic branches gave origin to normal plants, whereas cuttings from plagiotropic branches gave plants with only lateral branches. The one-leaf, stem-cuttings may be used advantageously in studies of bud mutation induced by colchicine or other methods. They are also of value in laboratory studies on the biology of insects which attack coffee leaves.Item Uma nova forma de coffea(Instituto Agronômico (IAC), 1950-01) Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Carvalho, A.; Mendes, A. J. T.Nos extensos trabalhos de melhoramento do cafeeiro, há 18 anos em realização na Subdivisão de Genética do Instituto Agronômico, tem-se dedicado especial atenção à espécie C. arabica L., pelo fato de todos os nossos cafèzais pertencerem a esta espécie que, sem dúvida, fornece o produto de melhor qualidade. Nas regiões de terras extremamente cansadas, um dos principais fatôres levados em consideração no melhoramento é a rusticidade, caráter êsse, entretanto, encontrado de preferência em outras espécies, tais como o C. canephora e C. Dewevrei, cujos cafés são de má qualidade. A hibridação interespecífica, que poderia reunir em uma só planta caraterísticos de rusticidade e boa qualidade de bebida, tem o inconveniente de dar origem a plantas triplóides, que são estéreis. Daí se deduz que a obtenção artificial de formas que combinassem êsses caraterísticos constitui problema, cuja solução é extremamente demorada. No presente trabalho, apresentam-se os caracteres de uma nova forma de Coffea, encontrada em cafèzal da Fazenda Itaporã, em Terra Roxa, município de Viradouro, que, com algumas ressalvas, oferece a desejada combinação de caracteres. Trata-se, provàvelmente, de um híbrido espontâneo entre C. arabica e C. Dewevrei, com 2n = 44 cromosômios, extremamente rústico e produtivo, cujas sementes fornecem uma bebida que pode ser classificada como boa. Apenas apresenta, como principal defeito, uma auto-esterilidade quase completa. Os seus caraterísticos botânicos são descritos em detalhe. Devido ao seu porte elevado, ramos abundantes e folhas grandes e coriáceas, esse cafeeiro se assemelha ao C. Dewevrei. Os frutos são oval-elípticos, de um vermelho bem escuro quando maduros, e as sementes oblongas, constatan-do-se elevada percentagem do tipo "moca" e "chocha". Quanto à constituição citológica, as pesquisas conduziram à hipótese de este cafeeiro possuir 22 cromosômios de C. arabica e 22 (número diplóide) de C. Dewevrei, o que parece confirmado pelos resultados obtidos nas hibridações com C. arabica. Apresentam-se também algumas informações preliminares sôbre a sua constituição genética, derivadas de um extenso projeto de cruzamentos com espécies e também genótipos diferentes de C. arabica (nana; prpr; FsFs; lrlr; momo; MgMg; ErEr; C-; CtCt; cece; etc). Concluiu-se que a nova forma é extremamente heterozigota, com relação aos fatôres determinantes dos seus principais caracteres morfológicos, e que possui vários alelos dos fatôres conhecidos de C. arabica, apresentando os indivíduos F1, e os "backcrosses" com esta espécie, acentuada predominância dos caracteres da nova forma. A auto-esterilidade predomina nas gerações de "backcrosses" seguidos, já se tendo encontrado, entretanto, plantas razoavelmente auto-férteis. Além de constituir material básico de grande importância para as tentativas de síntese de novos tipos de cafeeiros, a forma em questão também está sendo ensaiada em plantações mistas, intercalando-se o seu clone (cafeeiros enxertados) com fileiras de cafeeiros arábica (bourbon, etc.), que servirão de agentes polinizadores. Conclui-se que a descoberta dêsse cafeeiro, em Terra Roxa, facilitará a solução do problema da formação de novos cafezais em terras extremamente esgotadas.Item Taxonomia de Coffea arabica L. II - Coffea Arabica L. Var. Caturra e sua forma Xanthocarpa(Instituto Agronômico (IAC), 1949-09) Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Carvalho, A.Uma nova variedade de Coffea arabica L., provavelmente originária de Manhumirim, Estado de Minas Gerais, e cultivada em pequena escala no Estado do Espírito Santo, foi recebida, pelo Instituto Agronômico de Campinas, em 1937. Trata-se da variedade caturra. Carateriza-se por apresentar porte menor do que o da variedade bourbon, da qual provàvelmente se originou. Os internódios são bem curtos, tanto no caule como nos ramos, sendo intensa a ramificação secundária e de ordem inferior. As fôlhas são de um verde bem escuro, maiores e proporcionalmente mais largas do que as do Bourbon. As flores são pouco menores e os frutos e sementes um pouco maiores do que as dessa variedade. No presente trabalho apresentam-se os resultados das pesquisas taxonômicas relativas a essa nova variedade de C. arabica e alguns dados preliminares referentes à sua constituição cromosômica e genética. Verificou-se ser de 2n = 44 o número de cromosômios somáticos e, dos cruzamentos com as variedades typica e bourbon, conclui-se que os seus principais caracteres são devidos à ação de um só par de fatôres genéticos dominantes principais (Ct Ct). As observações preliminares relativas à produtividade indicam que se trata de uma variedade de elevada capacidade produtiva, merecendo, por conseguinte, a atenção que se vem dando aos trabalhos ora em realização nas principais zonas cafeeiras. A forma xanthocarpa parece diferir do Caturra Vermelho apenas na coloração amarela dos frutos, que é devida ao mesmo fator (xc xc) que carateriza a forma xanthocarpa da variedade typica (2).Item Taxonomia de Coffea arabica L. III - Coffea arabica L. var. anormalis(Instituto Agronômico (IAC), 1950-11) Krug, C. A.; Carvalho, A.; Mendes, J. E. T.A espécie Coffea arabica L. é polimorfa ; vinte e cinco variedades e quatro formas já se acham descritas. As formas homozigotas para fatores genéticos novos estão sendo descritas como variedades, não se considerando como tais as numerosas recombinações, obtidas no decurso dos trabalhos relativos à genética dessa espécie. Em 1938, observou-se, na Estação Experimental Central de Campinas, uma nova variação de café, caraterizada por fôlhas e ramificação anormais. Essa variação foi encontrada na progênie correspondente à segunda geração de um cafeeiro normal, o que faz supor que se tenha originado por mutação. A progênie obtida pela autofecundação artificial das flores dessa variação revelou ser esta heterozigota para um par de fatôres genéticos que ainda não havia sido descrito na espécie C. arabica. A forma homozigota para êsse fator genético constitui a nova variedade anormalis, descrita no presente trabalho. Seus caracteres são comparados com os da variedade typica. A ramificação do anormalis é bastante anormal, havendo excesso de ramos ortotrópicos. Também é anormal a ramificação lateral. As fôlhas são extremamente variáveis quanto à forma e tamanho, mostrando-se ora com dois ou mais ápices, ora recortadas a diferentes profundidades ou até mesmo na base do pecíolo. O número de fôlhas por verticilo varia de 1 a 4 ; as estipulas interpeciolares são grandes, irregulares e em número de duas. As flores mostram anomalias em tôdas as suas partes. Os frutos são de tamanho normal e com disco pouco mais desenvolvido do que na var. typica ; as sementes do tipo "concha" ocorrem com frequência elevada. Outra variação semelhante ao anormalis foi encontrada no município de Avaré, onde também provavelmente apareceu por mutação. As provas genéticas até agora realizadas parecem indicar que se trata da mutação do mesmo fator genético que determina os caracteres do anormalis encontrado em Campinas.