Navegando por Autor "Reis, Caio Eduardo Gonçalves"
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Item Café e metabolismo da glicose: ensaio clínico cruzado randomizado com isótopos estáveis(Universidade de Brasília, 2015) Reis, Caio Eduardo Gonçalves; Costa, Teresa Helena Macedo daDados epidemiológicos mostram uma associação inversa do consumo de café com o risco de diabetes tipo 2. No entanto, os resultados dos estudos em longo prazo (semanas) mostram que o café cafeinado pode melhorar o metabolismo da glicose reduzindo a curva glicêmica e aumentando a resposta insulinêmica, ao passo que nos estudos em curto prazo (horas) o café cafeinado pode aumentar a área abaixo da curva da resposta glicêmica. Já os mecanismos por trás desses efeitos benéficos ainda não foram completamente elucidados. Desta forma, esta pesquisa tem por objetivo investigar o efeito agudo do consumo de café sobre a taxa de captação de glicose e sensibilidade à insulina utilizando uma metodologia com isótopo estável após um teste oral de tolerância à glicose. Métodos: Quinze homens saudáveis foram submetidos a um ensaio clinico randomizado cruzado duplo cego com cinco grupos experimentais: café descafeinado, café cafeínado (com e sem açúcar) e controles - água (com e sem açúcar); seguido 1 hora após pelo teste oral de tolerância à glicose (75 g de carboidrato disponível) com marcação isotópica intravenosa da glicose ([1]- 13 C- glicose) analisada pelo índice dos modelos mínimos (225 minutos). Foi aplicado one- way ANOVA com ajuste de Bonferroni para comparar os efeitos das bebidas testes nos parâmetros do metabolismo da glicose. Resultados: O café descafeinado resultou em maior sensibilidade à insulina em comparação com o café cafeinado e água. Já o café cafeinado apresentou uma maior taxa de captação de glicose em comparação com o café descafeinado e água. No entanto, na análise global (0-225 min) não houve diferenças significativas entre os grupos nos índices da taxa de captação de glicose e sensibilidade insulina. Conclusão: Os resultados do atual estudo mostram que o consumo de café cafeinado e descafeinado, com ou sem açúcar, não exerce efeitos agudos significativos sobre o metabolismo da glicose. Já os resultados dos estudos em longo prazo (semanas) indicam que a redução do risco de diabetes tipo 2 deve ocorrer devido ao consumo crônico de café como os estudos epidemiológicos veêm mostrando.Item Validação do questionário de expectativa à cafeína para a população brasileira e associação aos polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A(Universidade de Brasília, 2022-06-29) Mendes, Guilherme Falcão; Zandonadi, Renata Puppin; Reis, Caio Eduardo GonçalvesA expectativa de efeitos da cafeína pode ser registrada em questionários validados para observar padrões favoráveis, ou não, ao uso de fontes cafeína. Esta individualidade biológica está relacionada com os polimorfismos genéticos podem interferir no modo como os indivíduos metabolizam a cafeína, gene CYP1A2 (rs 762551), genótipo AA, fenótipo rápidos metabolizadores, e a sua ação nos receptores de adenosina ADORA2A (rs 5751876), genótipo TT, fenótipo maior sensibilidade. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade do CaffEQ-BR na diferenciação dos polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A, conforme as expectativas de efeito da cafeína medidas pelo instrumento. O estudo foi composto por três etapas: (i) processo de tradução com dois tradutores bilingues, validação semântica por meio de técnica de juízes (n = 20), análise de reprodutibilidade e consistência interna com amostra de conveniência (n = 50) e validação externa por meio da análise fatorial confirmatória com amostra composta por 4.202 participantes de todas as Unidades da Federação; (ii) desenvolvimento e validação da versão curta do instrumento (B-CaffEQ-BR); (iii) aplicação do CaffEQ-BR (versão completa e curta) a uma amostra (n = 71) de atletas brasileiros treinados em desenvolvimento, consumidores habituais de cafeína com determinação prévia para os polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A. O questionário se mostrou adequado quanto à confiabilidade, clareza e compreensão. A reprodutibilidade e a validação foram confirmadas pelo alfa de Cronbach (α) de 0,948, e foi observado um coeficiente de correlação intraclasse de 0,976. Os sete fatores apresentaram um bom ajuste para a raiz do erro quadrático médio de aproximação – RMSEA = 0,0332 (IC 95%: 0,0290–0,0375). Após a validação externa, o CaffEQ-BR passou por modelagem estatística com vistas a reduzir o número de itens, com três itens por fator, mantendo os sete fatores (CaffEQ-BR versão curta com 21 itens) com reprodutibilidade interobservador e a consistência interna tão satisfatória quanto o CaffEQ-BR (α de Cronbach ≥ 0,729) e reprodutibilidade global (ICC ≥ 0,915) para todo o questionário e seus sete fatores. As versões completa e curta foram aplicados em indivíduos (n = 71) com genotipagem prévia para os polimorfismos dos genes CYP1A2 e ADORA2A. A frequência observada dos genótipos AA para o gene CYP1A2 foi de 47,9% (n=34) e portadores do alelo C (AC e CC) foi de 52,1% (n=37). Para o gene ADORA2A foi observado 22,7% (n=15) como portadores do genótipo TT e 77,3% vii (n=51) portadores C (TC e CC). Com exceção ao fator “ansiedade/efeitos físicos negativos”, os demais escores do CaffEQ-BR (completo e curto), obtiveram ICC > 0,75. Indivíduos que pontuaram > 4 na escala Likert (“um pouco provável”) no fator ansiedade/efeitos negativos no B-CaffEQ-BR apresentaram capacidade discriminatória para o genótipo TT para ADORA2A (p = 0,01) de acordo com a curva ROC, mas com representatividade muito baixa (n = 2). Portanto, na presente amostra estudada, o CaffEQ-BR não foi capaz de diferenciar, por meio da expressão dos fenótipos de rápida metabolização hepática e maior sensibilidade na ação da cafeína nos receptores de adenosina, associado aos genótipos para os genes CYP1A2 e ADORA2A em amostra de conveniência de atletas brasileiros treinados em desenvolvimento. Sugere-se que pesquisas futuras utilizem amostras mais amplas, com grupo controle composto por indivíduos com consumo baixo ou irregular consumo de cafeína, calibrando o questionário com maior foco em aspectos da ansiedade e efeitos negativos na busca em diferenciar o genótipo TT para ADORA2A.