Navegando por Autor "Reis, Nilmar Diogo dos"
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Item Adoção de práticas sustentáveis por cafeicultores do sul de Minas Gerais para atender exigências de cadeias de suprimentos(Universidade Federal de Lavras, 2022-03-16) Reis, Nilmar Diogo dos; Castro Junior, Luiz Gonzaga deNos últimos anos, o interesse sobre a temática das cadeias de suprimentos tem aumentado significativamente, e questões de práticas sustentáveis têm acompanhado essa expressiva atenção, seja na área acadêmica, seja no setor privado. Dessa maneira, as cadeias de suprimentos sustentáveis (Sustainable Supply Chain Management – SSCM) tornaram-se indispensáveis para as tomadas de decisões das organizações e também de ações governamentais. Às preocupações no que tange às práticas sustentáveis têm, originalmente, destacado, sobremaneira, nas organizações ao redor do mundo, porém, a corresponsabilidade entre os agentes da cadeia de suprimentos passou ser mais evidente e necessária, obrigando que as ações sustentáveis passassem a ser introduzidas e realizadas de forma otimizada. Uma vez que, se um agente da cadeia age de forma dissonante às práticas sustentáveis ante os demais, todo o processo produtivo, ao longo da cadeia, poderá ser comprometido. Embora estudos, no que concerne às cadeias de suprimentos, assim como os sobre SSCM’s tenham adquirido notoriedade nos últimos anos, pouco se tem sobre as percepções das práticas sustentáveis dos cafeicultores. Pretende-se, então, com este trabalho, preencher essa lacuna e captar as perspectivas dos cafeicultores da região do Sul de Minas Gerais, a fim de entender como os cafeicultores praticam práticas sustentáveis requisitadas pela SSCM. Por meio da abordagem da Economia dos Custos de Transação (ECT), as análises foram realizadas para se obter um panorama das práticas sustentáveis realizadas pelos cafeicultores. Neste trabalho, pautou-se analisar, em sua primeira parte, o aspecto dos estudos voltadas para a cadeia de suprimentos sustentáveis, por meio de análise documental e bibliométrico. Na segunda parte, foram realizadas entrevistas com quatro cafeicultores da região do Sul de Minas Gerais a fim de compreender como e por que, eles, cafeicultores, buscam agir de forma sustentável dentro da cadeia cafeeira. Os resultados encontrados foram que há uma considerável lacuna entre os estudos que buscam entender os cafeicultores dentro da cadeia de suprimentos e os que estudam as organizações e que, quando se trata de práticas sustentáveis, há mais estudos que focam nas organizações e stakeholders do que nos próprios cafeicultores. Quando entrevistados, percebeuse que há entre os cafeicultores uma assimetria informal considerável no que tange os conceitos do que são as cadeias de suprimentos, as práticas sustentáveis e oportunidades de novos negócios, embora tenham ciência e pratiquem o manejo de formas sustentáveis em suas propriedades. Por fim, notou-se que, embora não haja um consenso/ entendimento de onde advêm as motivações em agir de forma sustentável, foi possível concluir que, entre todos os entrevistados, é uníssono que as certificações tenham um papel vital, para que os cafeicultores passem a conhecer e a adotar boas práticas de manejo, produção e até comercialização de seus cafés, de forma sustentável, garantindo assim, um café mais competitivo no mercado nacional e, sobretudo, no mercado internacional.Item O Direct Trade no agronegócio café: uma perspectiva de seus agentes(Universidade Federal de Lavras, 2018-02-28) Reis, Nilmar Diogo dos; Castro Junior, Luiz Gonzaga deO agronegócio café apresenta inúmeros agentes que permeiam a cadeia produtiva. Nesta perspectiva, surgiu, recentemente, o Direct Trade como um modelo de negociação entre cafeicultor e torrefador/cafeterias, voltado mais especificamente à comercialização de cafés especiais, suprimindo os agentes intermediários em sua negociação. Pautado nos conceitos de “Ondas do Cafés”, o Direct Trade é amplamente usado, para aquisição de cafés com qualidade superior e visa proporcionar uma relação mútua entre os agentes da cadeia. Trabalhos voltados para esta temática têm apresentado um crescimento considerável dentro da academia, porém voltados mais para a qualidade e consumo dos grãos. Ao voltar-se, especificamente, para as ações de negociação dos cafés especiais entre esses agentes, incipientes estudos aparecem no rol acadêmico que busca vislumbrar as interações entre os cafeicultores e torrefadores. Desse modo, surgem indagações que nortearão a proposta deste trabalho e têm como objetivo analisar, por meio da teoria da Economia do Custos de Transação (ECT), quais premissas levam os cafeicultores, assim como os torrefadores e cafeterias, a atuarem via Direct Trade; analisar as características desses agentes, o modo que realizam suas transações, bem como o ambiente institucional em que ocorre a comercialização dos cafés especiais e, por fim, averiguar como as ações dos agentes impactam nos custos de transações e propor medidas de redução desses custos. Isto posto, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: na primeira, fez-se uma pesquisa bibliográfica, em textos acadêmicos (e não acadêmicos também) e revisão de literatura sobre a teoria utilizada, a fim de consolidar os conceitos. Então, aprofundou-se, na segunda parte, que se constitui de entrevistas semiestruturadas com agentes da cadeia do agronegócio café que se utilizam do Direct Trade, para fazer suas transações – cafeicultores brasileiros; torrefadores e/ou cafeterias, tanto no Brasil como no exterior. Por entrevistas, a ETC corroborou no entendimento de que o Direct Trade é um modelo de negócio que visa minimizar os intermediários do café, mas apresenta perspectivas bem distintas entre os cafeicultores brasileiros quanto ao aspecto das torrefadoras e/ou cafeterias tanto no Brasil como no exterior. Embora o Direct Trade não seja uma certificação como o FairTrade, Rainforest Alliance, entre outras, observou-se também que, mesmo que as aquisições via Direct Trade não exijam, ou ocorram pelas certificadoras (Certificações), os cafeicultores, que melhoraram a qualidade de seus cafés, possuíam algum tipo de certificação, mas nem todo cafeicultor certificado atua no mercado de cafés especiais, ou sequer conhecem a qualidade do seus cafés, o que cria um ambiente institucional sem mudanças significativas, permeado com ações oportunistas de seus agentes pela racionalidade limitada arraigada aos moldes tradicionais de comercialização de cafés. A pesquisa identificou, também, que, mesmo sem os nexus de contratos firmados entre cafeicultores e torrefadoras e/ou cafeterias, foi possível obter altos valores pagos à saca de cafés especiais aos produtores, os quais têm robustecido a expansão da produção e venda de cafés especiais via Direct Trade tanto no mercado interno como no exterior.