Navegando por Autor "Rezende, Maíra Queiroz"
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Item Artrópodes predadores da broca-do-café associados ao ingá(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-31) Pantoja, Gabriel Martins; Venzon, Madelaine; Rezende, Maíra QueirozPlantas associadas podem incrementar a comunidade de inimigos naturais no ecossistema através da disponibilidade do néctar extrafloral. Neste trabalho estudou-se a influência do ingá na comunidade de artrópodes predadores de Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytinae) em cultivo de café e a capacidade predatória do tripes Trybomia sp. (Karny) (Thysanoptera: Phlaeotrhipidae em controlar a broca-do-café (Ferrari) (Hypothenemus hampei). O trabalho foi dividido em dois capítulos. No capítulo 1, foram avaliadas a diversidade e abundância de assembleias de formigas e do tripes Phlaeothripidae em cultivos de café com e sem o ingá. No capítulo 2, avaliou-se a capacidade do tripes Trybomia sp. de acessar e predar a broca-do-café no interior dos frutos. Não houve diferença na abundância e na diversidade das assembleias de formigas e tripes entre café em monocultivo e consorciado. No entanto, nas áreas com consórcio, encontramos maior abundância do total de insetos predadores. Tripes predadores do gênero Trybomia não foram eficientes em acessar e predar a broca-do-café. Através de equipamento de raio-x, foi possível identificar um comportamento de defesa da broca que pode ter impedido a entrada desses tripes. O tripes Trybomia sp. não se mostrou um predador eficiente de H. hampei no interior dos frutos. Nós concluímos que a presença do ingá pode aumentar a incidência de artrópodes predadores em cultivos de café. No entanto, são necessários estudos futuros para avaliara abundância e diversidade dos artrópodes em diferentes distâncias do ingá para certificar a adequada associação dessa planta com os cultivos.Item Etnoecologia e controle biológico conservativo em cafeeiros sob sistemas agroflorestais(2010-07-27) Rezende, Maíra Queiroz; Venzon, Madelaine; Universidade Federal de ViçosaEsse estudo visou conciliar o conhecimento científico e popular para avaliar a possibilidade da utilização do ingá na composição de agroecossistemas cafeeiros, como uma estratégia de controle biológico conservativo. Os objetivos do primeiro capítulo foram: registrar como um grupo de agricultores familiares do município de Araponga, Zona da Mata Mineira, percebe o termo “inseto” e as interações desses insetos com os agroecossistemas; descrever os diferentes conhecimentos de usos dos insetos por esses agricultores; listar quais plantas são utilizadas por esses agricultores na diversificação dos SAFs visando o controle biológico das pragas do cafeeiro. Foram entrevistados cinco agricultores através de entrevistas semi-estruturadas e listas livres. O domínio semântico “inseto” é utilizado pelos agricultores como uma categoria etnotaxonômica ampla, que reúne organismos de diversos taxa como anelídeos, moluscos e fungos. Eles reconhecem interações positivas e negativas entre os insetos e a cafeicultura, mas não consideram esses insetos pragas. Foram listados 12 etnocategorias de “insetos” que prejudicam a lavoura de café, sendo o “bicho-mineiro” o mais frequentemente citado. Os agricultores reconheceram 11 “insetos” utilizáveis na alimentação, na adubação, no controle de pragas, como medicamento e como indicador de qualidade ambiental. Foram reconhecidas18 plantas que podem beneficiar o café por auxiliar no controle das suas pragas. Esse controle foi associado ao fato dessas plantas atraírem ou repelirem os insetos, evitando a herbivoria no café ou melhorarem a qualidade do solo, aumentando a resistência do café contra as pragas. Diversos outros usos foram reconhecidos nessas plantas, o que favorece a permanência das mesmas nas propriedades. O ingá foi a árvore citada com maior frequência e com maior número de usos. O ingá possui nectários extraflorais (NEFs) que podem atrair inimigos naturais, por fornecer alimento alternativo, e protegê-lo contra a herbivoria. Pouco se sabe sobre o efeito dos NEFs na proteção de plantas adjacentes. Dessa forma, os objetivos do segundo capítulo desse trabalho foram: avaliar o possível efeito dos NEFs na diminuição da herbivoria no café pelas pragas-chave bicho-mineiro do café, Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville), e broca-do-café, Hypothenemus hampei (Ferrari), bem como identificar os principais grupos de insetos envolvidos nesse processo; e avaliar o possível efeito desses NEFs na eficiência do parasitismo sobre o bicho-mineiro do café. Esse estudo foi realizado em cinco SAFs no município de Araponga, MG. Em cada SAF foram amostradas cinco árvores de ingá. As coletas foram realizadas em 30 folhas em cada árvore de seis às 18 horas, a cada duas horas. Os artrópodes foram coletados por sucção, identificados e discriminados por grupos funcionais: predadores, formigas, parasitoides e herbívoros. Para a avaliação dos danos foram calculadas as frequências de folhas minadas e de frutos brocados. Para a coleta de inimigos naturais e a estimativa de parasitismo nas folhas minadas foram coletadas folhas com minas, que foram individualizadas até que emergissem os adultos de L. coffeella ou os parasitoides. Todas as coletas foram realizadas em transectos de 10 metros partindo de cada árvore de ingá amostrada, a fim de se avaliar o efeito da distância do ingá nessas variáveis. Nos SAFs amostrados foram coletados 747 visitantes nos NEFs dos ingás, distribuídos em 165 morfoespécies. Dentre esses foram identificados inimigos naturais das pragas do cafeeiro. A abundância dos diferentes grupos de insetos variou ao longo das horas do dia, sendo formigas e outros predadores mais abundantes ao meio dia e os parasitoides no fim da tarde. A abundância de parasitoides nos NEFs foi positivamente influenciada pela abundancia de formigas. A frequência de frutos brocados diminuiu somente com a riqueza de parasitoides e abundância de predadores nos ingás. A riqueza e abundância dos inimigos naturais visistantes nos NEFs dos ingás não influenciaram a frequência de folhas minadas. Foram identificadas sete espécies de parasitoides de L. coffeella nas folhas de café minadas amostradas nos SAFs. A frequência de parasitismo nas folhas minadas aumentou com a abundância de predadores e formigas nos ingás e não respondeu as demais riquezas e abundâncias. A distância entre as árvores de ingá e as plantas de café não influenciou nos danos causados pelas pragas ou no parasitismo do bicho-mineiro. Os resultados obtidos indicam que interações multitróficas são influenciadas pelos NEFs dos ingás e influenciam na herbivoria do café. O ingá atrai e oferece alimento alternativo para potenciais inimigos naturais das pragas do café, diminuindo o dano causado pela broca-do-café e aumentando o parasitismo no bicho-mineiro do café. Assim, a utilização do ingá em agroecossistemas cafeeiros pode constituir uma estratégia para o controle biológico conservativo.Item Extrafloral nectary-bearing trees enhance pest control and increase fruit weight in associated coffee plants(Universidade Federal de Viçosa, 2014-08-29) Rezende, Maíra Queiroz; Venzon, MadelaineFoi avaliado o efeito da presença de uma árvore que possui nectários extraflorais (Inga sp., Fabaceae) no controle do bicho-mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella) e broca- do-café (Hypothenemus hampei) em cafeeiros sob sistemas agroflorestais. A disponibilidade de néctar em árvores de Ingá aumentou o parasitismo do bicho-mineiro e diminuiu os danos em plantas de café. Para elucidar os mecanismos envolvidos no controle das pragas do café em sistemas agroflorestais foi avaliado o efeito do néctar, como uma fonte de alimento, no fitness de inimigos naturais das pragas do café. Em laboratório, foi avaliado o efeito de um alimento rico em açúcar, semelhante ao néctar, na biologia de um tripes predador que foi encontrado dentro de frutos brocados de café e se alimentando nos nectários dos Ingás nos sistemas agroflorestais. Além disso, foi avaliado o efeito da predação do tripes na população de brocas no interior de frutos brocados. A sobrevivência do tripes aumentou com a fonte de alimento rica em açúcar. No entanto, o tempo de desenvolvimento das larvas aumentou e eles não atingiram a idade adulta, a não ser quando foram alimentados com a broca-do-café. A predação do tripes não foi suficiente para diminuir a população de brocas-do-café no interior dos frutos. O efeito do néctar extrafloral do Ingá na sobrevivência de inimigos naturais do bicho-mineiro também foi avaliado. A sobrevivência de quatro espécies de parasitoides e de uma espécie de crisopídio aumentou quando se alimentaram de néctar extrafloral. Por fim, foi realizado um experimento em campo para comparar a produção do café, os danos no cafeeiro e o parasitismo e a predação das pragas entre café em monocultivo e café consorciado com árvores de Ingá. Para avaliar o efeito da proximidade das árvores na proteção do café, a produção e o controle de pragas foram avaliados ao longo de transectos de 50 m se estendendo a partir das árvores Ingá. O peso dos frutos do café aumentou quando o café foi consorciado com árvores Ingá. Os danos causados pelo bicho-mineiro e pela broca-do-café também foram menores no café consorciado e aumentou com a distância das árvores. O parasitismo e predação das pragas do café não respondeu significativamente à presença das árvores, mas mostrou a tendência esperada. Portanto, árvores de Ingá com nectários extraflorais aumentam o controle natural de pragas e a produção em cultivos cafeeiros.