UFLA - Teses

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    Relação agência e estrutura em redes colaborativas: uma análise do consórcio brasileiro de pesquisa e desenvolvimento do café
    (Universidade Federal de Lavras, 2008-11-14) Araújo, Uajará Pessoa; Antonialli, Luiz Marcelo
    Esta investigação foi realizada com o objetivo de expor a relação entre a agência e a estrutura dentro de uma rede colaborativa de pesquisa, específica e relevante, o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, há dez anos produzindo ciência no país. Para tanto, foi utilizado um modelo teórico- metodológico, desenvolvido a propósito. O modelo confere preponderância à percepção dos sujeitos, à medida que eleva a percepção dos agentes em relação à sua posição/localização estrutural, aos recursos disponíveis na rede e à dinâmica de apropriação de recursos da rede, fator condicionante da mobilização desses recursos e, conseqüentemente, da realização do Capital Social e de novos investimentos. Essa percepção seria, por sua vez, também parcialmente, condicionada pela estrutura, o que configuraria o caráter dual da relação estrutura-agente. Ainda que outros pesquisadores já tenham identificado essa dualidade, acredita-se que o modelo constitui um avanço ao atribuir a devida relevância a uma variável até então negligenciada: a percepção do agente. Para testar o modelo, recorreu-se: (1) à observação participante em três encontros – simpósio, congresso e fórum – do Consórcio; (2) à análise de conteúdo de 39 entrevistas com pesquisadores centrais de entidades centrais da rede, (3) à análise sociométrica de co-autoria de uma amostra 1.857 artigos técnicos, retratando a pesquisa do café no Brasil ao longo de 20 anos; (4) a análise sociométrica da escolha preferencial entre pesquisadores do café; (5) a análise documental de atas, publicações e material de divulgação; (6) a análise multivariada de um banco de dados que incluiu dados referentes a 889 subprojetos executados pelo Consórcio e as respostas de 236 questionários submetidos aos responsáveis pelos subprojetos. Avalia-se, com o apoio do conjunto de evidências, que o modelo sobreviveu ao teste de campo: foram encontradas indicações no sentido de que uma preocupação proposital com a percepção do agente teria faculdade de ensejar maior poder explicativo aos trabalhos de rede, e em especial, a aqueles de natureza mais quantitativa, em que a agência tem menor chance de se fazer presente. Além disso, a investigação revelou os padrões e regularidades incidentes sobre os pesquisadores objeto do estudo, bem como as lógicas de suas parcerias – o que pode vir a se constituir em uma contribuição para o entendimento da cooperação entre cientistas no Brasil.
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    Capital social e accountability em organizações cafeeiras no sul do estado de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 2009-03-31) Romaniello, Marcelo Márcio; Amâncio, Robson
    Os termos capital social e accountability são considerados variáveis potencializadoras da equação do desenvolvimento social e da prosperidade econômica regional. Isso porque facilitam ações coordenadas, promovendo e aumentando a eficiência da sociedade por meio de características, tais como a confiança, a cooperação e a participação, podendo se tornar facilitadoras do desenvolvimento econômico e social. Os objetivos deste estudo foram analisar a existência de capital social e do accountability em duas regiões cafeeiras distintas compreendidas pelos municípios de Três Pontas, que produz café convencional e pelo município de Poço Fundo, que produz café orgânico na região do Sul do estado de Minas Gerais. Especificamente procurou-se identificar, por meio dos indicadores de capital social e do accountability, a existência e a intensidade dessas variáveis, considerando-se uma abordagem metodológica orientada por diferentes métodos de pesquisa capazes de analisar a realidade social implícita nos dois municípios estudados. Como o estudo evidenciou-se que os cafeicultores da região de Três Pontas estavam associados às cooperativas da região para obterem benefícios de ordem pessoal, principalmente no que se refere a serviços de comercialização do seu produto. Nessa região foram identificadas redes de cafeicultores mais abertas e características de capital social institucional, que se referem à confiança dos cafeicultores nas organizações cooperativas, as quais facilitaram ações colaborativas para o desenvolvimento econômico e social da cafeicultura. No município de Poço Fundo foram encontradas formas de capital social como um recurso coletivo e redes mais densas e fechadas, nas quais a confiança por meio de condutas de cooperação e solidariedade permitiu aos cafeicultores orgânicos dessa região construírem uma associação e, posteriormente, uma cooperativa com princípios de gestão participativa dentro da filosofia do fair trade. Essa rede criada entre os cafeicultores garantiu-lhes empowerment (empoderamento) para atuarem num mercado extremamente competitivo. Quanto à existência do accountability, percebeu-se, no município de Poço Fundo, uma comunicação e uma participação dos cooperados por meios formais e informais as quais lhes garantiram a criação de mecanismos de accountability que permitiram maior cobrança e maior transparência da gestão da cooperativa. Na região de Três Pontas, ficou evidente que há necessidade de estimular a comunicação por meio de canais de comunicação entre os próprios cafeicultores e de motivá-los a participarem mais efetivamente da cooperativa. Por fim, infere-se que tanto o capital social como o accountability potencializaram o desenvolvimento social e a prosperidade econômica nas duas regiões estudadas, pois facilitaram ações coordenadas entre os cafeicultores para o desenvolvimento da cafeicultura regional.