UFLA - Teses
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Item Hypothenemus hampei: (Coleoptera: Scolytidae): impacto sobre a qualidade dos grãos de café(Universidade Federal de Lavras, 2019-02-27) Silva, Sabrina Alves da; Pereira, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga; Batista, Luís Roberto; Souza, Sara Maria Chalfoun deA broca-do-café, Hypothenemus hampei, é a principal praga da cultura do café. Seus danos se iniciam quando a fêmea perfura os frutos ainda na planta. Os furos podem comprometer a qualidade microbiológica e os atributos físicos e químicos dos grãos, os quais têm relação com a qualidade sensorial da bebida e o valor de mercado da commodity. O objetivo, neste estudo, foi identificar fungos associados a grãos brocados, quantificar ocratoxina A e analisar física e quimicamente grãos com diferentes níveis de infestação da broca-do-café. Cafés de duas regiões (Cerrado Mineiro e Sul de Minas) foram coletados e os grãos brocados presentes nas amostras foram classificados quanto ao nível de infestação. Existe relação direta entre o nível de infestação e o aumento do percentual de contaminação por fungos. Foram identificadas 20 espécies de fungos, tendo os gêneros Fusarium e Aspergillus sido os encontrados em maior frequência. Quatro das 20 espécies isoladas apresentaram potencial para a produção de OTA e sua presença foi observada nos níveis de infestação “Sujo I e II” de apenas uma região. Para os parâmetros físico-químicos, o nível “Sujo II” apresentou menor densidade e menores concentrações de açúcares, compostos lipídicos e sólidos solúveis, e maiores valores de cinzas, acidez titulável total, condutividade elétrica, lixiviação de potássio, ácido succínico e acético. As cores dos níveis de infestação “Limpo” e “Sujo II” são diferentes entre si e diferentes dos demais níveis. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que existe uma associação entre a broca-do-café e o aumento do percentual de contaminação por fungos; que os danos físicos aos grãos são expressivos, especialmente do ponto de vista econômico e que as alterações na composição química dos grãos pode ser prejudicial à qualidade da bebida, quando os grãos são submetidos à torração.Item Validação de modelos de previsão da ferrugem do cafeeiro e monitoramento de esporos de Hemileia vastatrix e Cercospora coffeicola em Lavras, MG(Universidade Federal de Lavras, 2005-02-25) Oliveira, Frederico Alberto de; Castro, Hilário Antônio deO uso dos modelos de previsão é uma alternativa para otimizar e racionalizar o uso de fungicidas. No desenvolvimento desses modelos, além do hospedeiro, da doença e das variáveis ambientais envolvidas no processo, pode-se ainda considerar a presença de inóculo no ar. Para a ferrugem (Hemileia vastatrix) e a cercosporiose (Cercospora coffeicola) do cafeeiro, alguns aspectos necessitam ser elucidados antes de se implementar esses modelos. Conduziram-se estudos com a cultivar Catuaí Vermelho, na região de Lavras, MG, para avaliar a viabilidade de dois modelos de previsão no controle da ferrugem do cafeeiro: o desenvolvido por Santos Pinto et al. em 2002 e o modificado daquele desenvolvido por Kushalappa et al. em 1984. Os tratamentos consistiram da aplicação de fungicidas protetor (oxicloreto de cobre) e sistêmico (epoxiconazole), segundo o calendário fixo ou segundo cada modelo de previsão. Os tratamentos com o fungicida protetor com base nos modelos de previsão resultaram em menores valores de "área abaixo da curva de progresso da doença" (AACPD) e menor número de aplicações. Com fungicida sistêmico, obteve-se menor valor de AACPD nos tratamentos baseados nos dois modelos de previsão, com o mesmo ou menor número de pulverizações que nos baseados no calendário fixo. Para obter mais informações sobre a epidemiologia da ferrugem e da cercosporiose, monitorou-se a flutuação de esporos dos respectivos patógenos no ar, com o coletor "Rotorod modelo 20", posicionado a 1,5 e 3,0metros do solo, na área central da lavoura. Coletaram-se os esporos de setembro de 2003 a novembro de 2004, em intervalos de 15 dias, durante 8 horas diárias, com substituições a cada 2 horas. A quantidade de uredósporos coleta dos relacionou-se ao progresso da ferrugem. Coletou-se maior número de uredósporos em abril, maio e julho, de 8:00h às 12:00h e 14:00h às 16:00h em 8:00h ambas as alturas. A quantidade de uredósporos coletados não se correlacionou com as variáveis ambientais. Coletou-se maior quantidade de conídios de Cercospora coffeicola de fevereiro a maio, de 10:00h às 12:00h e 14:00h às 16:00h em ambas as alturas. A quantidade de conídios coletados correlacionou-se à umidade relativa do ar entre 10:00h às 12:00h A quantidade de conídios no ar correlacionou-se também positivamente, à intensidade da cercosporiose aos 15,30,45 e 60 dias anterior a cada data de coleta. Para ambos os patógenos, as quantidades de esporos coletados nas duas alturas foram alta e significativamente correlacionadas. Assim, verificou-se que os modelos de previsão para a ferrugem do cafeeiro poderão auxiliar na tomada de decisão para aplicação racional de fungicidas na lavoura cafeeira e os resultados obtidos com monitoramento de esporos poderão auxiliar futuros trabalhos nessa área, otimizando o intervalo e o período de coleta de esporos no ar.Item Fungos endófitos e espécies de Phoma associadas ao cafeeiro (Coffea arabica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2007-04-02) Almeida, Anderson Resende; Pfenning, Ludwig HeinrichCom o objetivo de contribuir para o conhecimento da diversidade de fungos associados ao cafeeiro no Brasil foram realizados estudos sobre fungos endófitos de cafeeiros em sistema orgânico e convencional de cultivo e sobre as espécies de Phoma associados a este hospedeiro. Para o estudo de fungos endófitos foram realizadas coletas de material vegetal em duas fazendas no município de Santo Antônio do Amparo, Sul de Minas Gerais, nos meses de janeiro e setembro de 2005 e abril de 2006. Após a desinfestação superficial, fragmentos de folhas e hastes foram transferidos para meio de cultura 1726 unidades formadoras de colônias (UFCs) foram obtidas a partir deste material. As espécies mais frequentes foram Colletotrichum gloeosporioides, C. crassipes, Staninwardia sp., Phomopsis spp. E Xylaria spp. O sistema orgânico apresentou taxa de colonização de 53,9%, 993 UFCs e 38 espécies enquanto o sistema convencional apresentou taxa de colonização de 44,6%, 733 UFCse 33 espécies. O número de isolados observados foi significativamente superior nas hastes em ambos os sistemas. Pseudohalonectria lutea e Staninwardia sp. São relatados pela primeira vez em café. Foi realizado ainda um levantamento de Phoma em 23 municípios do Estado de Minas Gerais e no sudoeste da Bahia como objetivo de caracterizar as espécies por meio de caracteres mofológicos, moleculares e patogenicidade. Dentre os aproximadamente 60 isolados avaliados foram identificados P.tarda, P. exigua var. exígua, P. jolyana var. jolyana, P. leveillei e P. herbarum. P. tarda apresentou-se ocorrência generalizada nas lavouras estudadas e como única espécie patogênica, considerada, portanto, o principal agente etiológico da mancha de phoma do cafeeiro. Na análise filogenética Ascochyta coffeae e Phoma tarda corresponderam à mesma espécie. Análises de sequências de β-tubulina e região dos espaçadores internos transcritos (ITS) do rDNA foram utilizados para avaliar as relações filogenéticas entre P. tarda e outras espécies. Na análise de máxima parcimônia, P. tarda é agrupado junto a P. exigua no mesmo clado. Este agrupamento evidencia a relação estreita entre P. tarda e P. exígua, que não puderam ser diferenciadas comas regiões analisadas. Assim, regiões mais variáveis devem ser utilizadas para a separação dessas espécies. Outra hipótese é de que P. tarda e P. exígua correspondam à mesma filogenética.Item Characterisation of the resistance derived from wild germplasm amphillo of Coffea arabica to Meloidogyne paranaensis and study of the enzymatic target of fluopyram in Meloidogyne spp(Universidade Federal de Lavras, 2020-03-02) Alves, Paula Soares; Souza, Jorge Teodoro deMeloidogyne paranaensis é uma das principais espécies de nematoide que parasitam o cafeeiro, sendo o controle genético utilizado como a principal forma de manejo. O objetivo do trabalho foi caracterizar a resistência do genótipo 16-6-1, derivado do germoplasma silvestre Amphillo de Coffea arabica, à M. paranaensis. A penetração, estabelecimento do sítio de alimentação, desenvolvimento e reprodução de M. paranaensis no genótipo resistente foi comparado com a cultivar suscetível Catuaí Vermelho IAC 144. Houve penetração de juvenis de segundo estádio (J2) em ambas as raízes, porém nas raízes de 16-6-1 isso aconteceu de forma mais lenta e em menor número. A forte fluorescência azul observada no genótipo resistente, mas não no suscetível, sugere que as respostas de resistência ocorreram aos 2 dias após a inoculação (DAI). As respostas de defesa tardias envolveram a degradação da célula gigante aos 14 DAI no genótipo resistente, enquanto o desenvolvimento de nematoides e células gigantes progrediu normalmente na cultivar suscetível. Estes resultados sugerem que a resistência do genótipo 16-6-1 está relacionada a respostas de defesa iniciais e tardias. A caracterização metabólica do genótipo 16-6-1 também foi realizada através da técnica de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN de 1H). A principal diferença observada foi a maior concentração de sacarose aos 8 e 14 DAI no genótipo 16-6-1, o que sugere que a sacarose está envolvida na resistência desse genótipo a M. paranaensis. Dentre as estratégias de manejo disponíveis para fitonematóides, o controle químico destaca-se como ferramenta importante devido a sua boa eficiência. O fluopyram é um fungicida desenvolvido pela Bayer Crop Science e atua contra fungos fitopatogênicos inibindo a enzima succinato desidrogenase. Essa molécula também possui ação nematicida. Acredita-se que o mecanismo de ação desta substância contra nematoides fitoparasitas seja o mesmo, porém há poucas evidências que suportam esta informação. Neste estudo, o objetivo foi identificar in silico o alvo enzimático do fluopyram em Meloidogyne spp. As estruturas do fluopyram foram desenhadas utilizando o programa ChemSketch. Depois estas estruturas foram submetidas a buscas conformacionais com o software Open3Dalign, e as conformações mais estáveis foram otimizadas utilizando o Mopac. As conformações de menores energias foram submetidas a buscas farmacofóricas com o software Lisica, utilizando o banco de dados do Ligand Expo, para selecionar ligantes de proteínas depositadas no RCSB Protein Data Bank. A enzima 4L93 (proteína do choque térmico 90 – HSP90) foi selecionada como possível alvo do fluopyram em Meloidogyne spp. Em seguida, utilizando o programa Autodock Vina, foi realizado um estudo da interação entre o fluopyram e as estruturas tridimensionais selecionadas da enzima HSP90: 2JJC, 2QG0, 2VCI, 4FCP, 4L93. Foi observado que as afinidades do fluopyram pelas enzimas eram similares às afinidades dos inibidores desta enzima. Logo, os resultados indicam que o alvo enzimático do fluopyram em Meloidogyne spp. é a enzima HSP90.Item Fungos endofíticos de cafeeiro produtores de compostos orgânicos voláteis e enzimas extracelulares(Universidade Federal de Lavras, 2016-09-23) Monteiro, Mônica Cristina Pereira; Cardoso, Patrícia GomesMicro-organismos endofíticos habitam o interior das plantas, tanto na parte aérea, como caules e folhas, quanto em raízes, sem ocasionar prejuízo aos seus hospedeiros. As interações dos endófitos com suas plantas hospedeiras são benéficas e podem estar relacionadas à sanidade das plantas, controlando nematoides, insetos e outros organismos. Este trabalho foi realizado com os objetivos de identificar fungos endofíticos isolados de Coffea arabica produtores de compostos orgânicos voláteis (COVs); avaliar o efeito dos COVs produzidos por fungos endofíticos sobre o crescimento de Rhizoctonia solani, Fusarium oxysporum, Phoma sp., Botrytis cinerea, Fusarium solani, Fusarium verticillioides, Cercospora coffeicola, Aspergillus ochraceus e Pestalotia longisetula; selecionar fungos endofíticos com potencial para o controle biológico de A. ochraceus inoculados em grãos de café e F. verticillioides inoculados em sementes de milho; identificar COVs produzidos pelo fungo endofítico Acremonium sp. (C19) utilizando cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS) e avaliar a produção de enzimas extracelulares. Doze fungos endofíticos foram identificados como Muscodor spp. (9), Simplicillium sp. (2) e Acremonium sp. (1). Os compostos voláteis produzidos por estes fungos inibiram o crescimento de diferentes fungos fitopatogênicos com diferentes eficácias. Muscodor coffeanum (COAD 1842) apresentou efeito fungicida contra A. ochraceus em grãos de café. O crescimento de F. verticillioides foi inibido por seis fungos endofíticos, Muscodor coffeanum (1842,1899,1900), M. vitigenus (C20) e Simplicillium sp. (C18). Em relação aos COVs produzidos por Acremonium sp., verificou-se redução significativa no crescimento de fungos fitopatogênicos, entretanto, os fungos A. ochraceus e F.oxysporum foram menos susceptíveis aos COVs. O perfil de COVs de Acremonium foi investigado utilizando-se a técnica headspace SPME/GC-MS e os compostos encontrados pertencem a diferentes classes químicas. Em relação à produção de enzimas, todos os fungos foram produtores das enzimas celulases e pectinases, 11 produziram lipase, 9 produziram fitase e protease, e 4 produziram amilase. A atividade específica de endo β-1,4 glucanase e exo β-1,4 glucanase foi detectada para 12 e 10 fungos endofíticos, respectivamente. Este estudo demonstra que os fungos endofíticos isolados de Coffea arabica são fontes promissoras de metabólitos bioativos.Item Persistência de herbicidas em solo com cafeeiros (Coffea arábica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2001-07-30) Bottino Netto, Luiz; Souza, Itamar Ferreira deO presente trabalho teve como objetivo estudar a movimentação de herbicídas, oxyfluorfen, simazine+ametryn e diuron, através de bioensaios e análises cromatográflcas no perfil do solo plantado com café (Coffea arábica L.). O experimento foi instalado em 03 de fevereiro de 1999, na Fazenda da Baunilha, Lavras, MG. A área experimental consistiu de uma lavoura de café Catuaí Vermelho, com três anos de idade, espaçada de 3,5m entre linhas e 0,7m entre plantas, em Latossolo Vermelho-Amarelo, de topografia ligeiramente declivosa. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial (8 tratamentos herbicídas x 4 profundidades x 3 épocas de amostragens) com quatro repetições, utilizando os seguintes produtos e doses: oxyfluorfen 480g/ha e 1.440g/ha; simazine+ametryn 1.250g/ha+1.250g/ha e 1.750g/ha +1.750g/ha; ametryn 1.250g/ha e 1.750g/ha; diuron 3.200g/ha. Para os testes de persistência biológica, foram utilizadas sementes de aveia branca (Avena sativa) e pepino (Cucumis sativus), e para o teste de persistência química, foi utilizada detecção por HPLC. Aveia branca mostrou-se boa indicadora para persistência biológica de simazine, ametryn e diuron, porém o pepino não foi bom indicador para oxyfluorfen. Tratamentos com maiores concentrações de ametryn e de simazine + ametryn apresentaram as maiores persistências biológicas. O diuron foi o herbicida de maior persistência química. A análise química mostrou a presença de todos os herbicídas aos 145 d.a.a.. O ametryn manteve-se apenas na camada de 0 a 5 cm, diuron e simazine atingiram até a camada de 5 a 15 cm e oxyfluorfen atingiu até a camada de 15 a 40 cm de profundidade. A persistência biológica dos herbicídas terminou antes dos 95 d.a.a. A presença de resíduos dos herbicídas, medida por HPLC aos 145 d.a.a., indica que eles possuem potencial de contaminar o solo e as águas.Item Controle de nematóides de galhas (Meloidogyne spp) com silicatos, em feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), tomateiro (Licopersicon esculentum Mill) e cafeeiro (Coffea arabica L.)(Universidade Federal de Lavras, 2004-10-28) Dutra, Marcos Roberto; Camnos, Vicente PauloO efeito do silício foi estudado em feijoeiro, tomateiro e cafeeiro, tanto em casa de vegetação como no campo, sobre diversas espécies de Meloidogyne. Em feijoeiro, o número de juvenis do segundo estádio (J,) de M. javanica ou M. incognita que penetraram em raizes em substrato misturado com silicato de cálcio (CaSiOs) foi semelhante ao da testemunha. Entretanto, o CaSiO; reduziu (P<0,05) o número de galhas e de ovos de M. javanica e M. incognita. A melhor dosagem no controle do nematóide foi de aproximadamente, 2,9 g/L de substrato. Em tomateiro, diversas doses de silicato de potássio (K>S1O3) e CaSiO; reduziram (P<0,05) a reprodutividade de M. javanica com as dosagens de 12,8 mL de K>SiO3, reduzindo o número de ovos ao nível daquele em plantas tratadas com aldicarb. A dose de CaSiO; que mais reduziu a reprodutividade e O número de galhas de M. javanica em tomateiro foi de 2,8 g/L de substrato. Em mudas de cafeeiros crescidos em vasos contendo mistura de diversas doses de CaSiO», ocorreu redução do número de galhas de M. exigua comparado com a testemunha. Contudo, menor número de ovos (P<0,05) de M. exigua ocorreu quando se aplicou 2 ou 4 gramas de CaSiO; por vaso. No campo aplicações simultâneas ou não do nematicida terbufos, CaSiO; ou torta de mamona reduziram o número de J, e o número de ovos de M. exigua comparados com a testemunha. Contudo, a aplicação conjunta do CaSiO; com terbufos foi mais eficaz (P<0,05) na redução do número de ovos de M. exigua que a aplicação separada demonstrando efeito aditivo do nematicida e do CaSiOItem Fungi and bacteria of Meloidogyne paranaensis egg masses from coffee crops are toxic to Meloidogyne incognita(Universidade Federal de Lavras, 2017-07-19) López, Liliana Estupiñan; Campos, Vicente PauloEspécies de Meloidogyne produzem massas de ovos que contêm nutrientes que podem servir de substrato para alimentação de microrganismos da rizosfera. Neste trabalho foram isolados fungos e bactérias que colonizam massas de ovos de M. paranaensis presentes em raiz de cafeeiro e avaliados os efeitos tóxicos de suas emissões voláteis em juvenis de segundo estágio (J2) de M. incognita. Entre os fungos encontrados, 67% corresponderam ao gênero Fusarium, sendo que 52% corresponderam à espécie F. oxysporum. Entre as bactérias foram encontrados 7 gêneros diferentes, predominando o gênero Pseudomonas. Todos os isolados de F. oxysporum e F. solani causaram até 100% da imobilidade em testes in vitro e reduziram significativamente a infectividade e reprodução de M. incognita in vivo. Alguns isolados bacterianos causaram imobilidade e mortalidade dos J 2 de M. incognita e reduziram em até 99% a sua infectividade e reprodução em tomateiros quando os J 2 foram expostos aos vapores. A água que foi exposta aos vapores emitidos pelos isolados fúngicos e bacterianos causou toxicidade aos J 2 e reduziu a infectividade e reprodução de M. incognita, quando inoculados em tomateiro. Os compostos voláteis emitidos pelos isolados fúngicos e bacterianos foram identificados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS) e agrupados em 8 classes principais, como ésteres, álcoois, fenóis, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, compostos sulfurados e sesquiterpenos. Na água que foi exposta vapores dos isolados fúngicos e bacterianos foram identificadas, pela primeira vez, moléculas de diversos grupos químicos. O número de moléculas encontradas na água tóxica foi menor do que nos vapores emitidos pelos fungos e as bactérias. Dentre os compostos identificados encontraram-se compostos já relatados com alta atividade nematicida. Portanto, os fungos e bactérias encontrados nas massas de ovos de M. paranaensis causam antagonismo a M. incognita pelos voláteis emitidos.Item Identificação bioquímica, molecular e patogenicidade de isolados de Pseudomonas spp. provenientes de cafeeiros em Minas Gerais(Universidade Federal de Lavras, 2017-07-21) Raimundi, Melina Korres; Souza, Ricardo Magela deAs doenças de etiologia bacteriana estão entre os principais fatores que afetam a produtividade da cultura do cafeeiro, dentre elas, a mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae – Psg), tem se destacado nos últimos anos. Além desta bacteriose ocorrem no cafeeiro a mancha bacteriana (P. syringae pv. tabaci – Psta), o crestamento bacteriano (P. cichorii – Pc) e a mancha escura (Burkholderia andropogonis – Ba). Entretanto, os relatos recentes tem sido quase exclusivamente atribuídos a P. syringae pv. garcae. A diagnose dessas doenças tem sido baseada nos sintomas e testes bioquímicos os quais não têm sido suficientes para a identificação dos patógenos aos níveis de espécie e patovar. Portanto, métodos mais precisos na diagnose dessas doenças são necessários. Assim, os objetivos com este trabalho foram os de identificar e diferenciar os isolados bacterianos provenientes de cafeeiros das principais regiões produtoras de Minas Gerais, utilizando técnicas moleculares, análises filogenéticas, caracterização bioquímica e de patogenicidade. Tais objetivos poderão contribuir para o esclarecimento do recente surto no campo da mancha aureolada do cafeeiro depois de mais de 50 anos de sua detecção. A caracterização bioquímica dos isolados, associada às técnicas de PCR, rep-PCR (REP, ERIC e BOX-PCR) e identificação filogenética utilizando o locus rpoD, permitiu diferenciar e identificar 73 isolados obtidos de cafeeiro como Psg, cinco como Psta e seis como Pc, bem como analisar a diversidade genética entre eles. As técnicas moleculares e testes bioquímicos relatados neste estudo poderão ser utilizadas em análises de rotina na diagnose destas bacterioses em cafeeiros, pois discriminam as espécies e patovares de Pseudomonas sp que ocorrem na cultura. Este é o primeiro relato da ocorrência de mancha foliar bacteriana (Psta) em lavoura no Estado de Minas Gerais e do crestamento bacteriano (Pc) em viveiro e lavouras do Estado, após a descrição da doença no Brasil. Nos testes de virulência, foi verificada alta diversidade patogênica entre os isolados de Psg testados. O isolado referência e oito isolados de Psg considerados os mais virulentos causaram doença nos hospedeiros de Psta Cucumis sativus, Carica papaya, Desmodium canum, Aster sp, Celosia plumosa e Phaseolus vulgaris. Todos os isolados referência de Psta, independentemente do hospedeiro de origem causaram doença em mudas de cafeeiro.Item Epidemiologia e controle da mancha aureolada do cafeeiro(Universidade Federal de Lavras, 2017-04-24) Freitas, Marcelo Loran de Oliveira; Souza, Paulo Estevão deNos últimos anos a mancha aureolada Pseudomonas syringae pv. garcae (Psg) tem causado danos às lavouras de café situadas em várias regiões. Desde a sua epidemiologia até seu controle, ainda são necessários estudos. Com isso os objetivos foram avaliar a eficiência de diferentes moléculas do grupo químico dos cúpricos no manejo da mancha aureolada e seu potencial fitotóxico em mudas de cafeeiro; avaliar a multiplicação in vitro da bactéria em diferentes temperaturas e a interação da temperatura com a duração do molhamento foliar na severidade da mancha aureolada em mudas de cafeeiro inoculadas com e sem ferimento e estudar a distribuição espaço temporal da mancha aureolada do cafeeiro, dos atributos e fertilidade do solo, da altitude, da produção, do enfolhamento e da nutrição do cafeeiro utilizando a geoestatistica, além de analisar correlação da doença com as variáveis climáticas. De acordo com os resultados, as moléculas de óxido cuproso e sulfato de cobre (calda bordalesa) a 2500 mg.kg -1 foram as mais eficientes no controle da mancha aureolada do cafeeiro, causando menor toxidez e proporcionando maior cobertura do tecido foliar das mudas de cafeeiro. No ensaio in vitro o maior crescimento populacional de Psg ocorreu no intervalo entre 23 e 31°C, com pico em 28,1°C. No ensaio in vivo a inoculação por ferimento proporcionou maior AACPS da mancha aureolada em relação à inoculação sem ferimento. Nas plantas inoculadas por ferimento a variação da duração do molhamento foliar influenciou pouco na AACPS. Sendo a máxima AACPS propiciada nas temperaturas de 20,9 e 19,3°C e nas durações de molhamento foliar de 48 e 35,5 horas quando inoculadas com e sem ferimento respectivamente. A mancha aureolada apresentou distribuição espacial e apareceu em um único grande foco na área localizado na face sul do terreno nos dois anos reduzindo a produção das plantas afetadas. Os maiores níveis da doença foram nos locais com maiores teores de fósforo no tecido foliar do café e maior altitude, sendo nas maiores altitudes, a maior velocidade do vento, e a menor temperatura média do ar. Enquanto os menores níveis da doença nos locais com os maiores de Cu presente na folha.