Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material

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    Ouro, porcos, escravos e café: as origens das fortunas oitocentistas em São Pedro de Cantagalo, Rio de Janeiro (últimas décadas do século XVIII e primeiras do XIX)
    (Museu Paulista, Universidade de São Paulo, 2018) Faria, Sheila de Castro
    O município de Cantagalo, no estado do Rio de Janeiro, tem sua história ligada à exploração de ouro, criação de porcos e produção de alimentos para o mercado interno, e à cafeicultura escravista e mercantil exportadora. Analiso a construção do cotidiano material da região das “Novas Minas dos Sertões de Macacu” ou de “Cantagalo”, como foi denominada no fim do século XVIII, e vila de São Pedro de Cantagalo em 1814, entre as últimas décadas do século XVIII e as primeiras do XIX. Utilizo como base documental inventários post-mortem, correspondência oficial trocada entre autoridades coloniais e metropolitanas, registros paroquiais de batizados, casamentos e óbitos e artigos de periódicos da imprensa do Rio de Janeiro.
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    Exílio escravista: Hercule Florence e as fronteiras do açúcar e do café no Oeste paulista (1830-1879)
    (Museu Paulista, Universidade de São Paulo, 2016) Marquese, Rafael de Bivar
    O artigo investiga a trajetória do artista e inventor Antonie Hercule Romuald Florence (1804-1879) na sociedade escravista brasileira do século XIX, procurando examinar os fundamentos do “sentimento de exílio” que marcou sua longa vivência no Oeste de São Paulo. Na primeira parte, trato Florence como um observador das paisagens escravistas do açúcar e do café. A série de desenhos e aquarelas que compôs sobre a fazenda Ibicaba e o engenho da Cachoeira nos permite observar como ele apreendeu os processos concretos de transformação agrária e ambiental da fronteira escravista de São Paulo. Na segunda parte, analiso a conversão de Florence em cafeicultor escravista, momento em ele assumiu por razões familiares a gestão de uma propriedade cafeeira com trinta escravos no município de Campinas.
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    Tigela, café e xícara: diversidade formal e dinâmicas de consumo na produção das louças brancas da cidade de São Paulo no começo do século XX
    (Museu Paulista, Universidade de São Paulo, 2012) Souza, Rafael de Abreu e
    Este artigo apresenta algumas reflexões em torno das formas e volumes das louças em faiança fina produzidas, e consumidas, na cidade de São Paulo, durante o período de 1913 e 1937, relacionando-as a alguns hábitos levados a cabo na Paulicéia, como o crescente costume do “cafezinho”. Para tal, parte-se das análises do acervo gerado pelo resgate do sítio arqueológico Petybon, localizado na zona metropolitana da cidade, no bairro da Lapa, região da Água Branca/Vila Romana. Aponta-se que a diversidade de formas das louças dialoga com os projetos de modernidade pensados para São Paulo e as demandas dos consumidores cujas diversas práticas culturais influenciaram na produção das faianças finas pela Fábrica de Louças Santa Catharina e Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo.
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    O Vale do Paraíba cafeeiro e o regime visual da segunda escravidão: o caso da fazenda Resgate
    (Museu Paulista, Universidade de São Paulo, 2010) Marquese, Rafael de Bivar
    Nos quadros da economia-mundo capitalista do século XIX, o ocidente de Cuba, o baixo vale do rio Mississippi e o vale do rio Paraíba do Sul destacaram-se pelo domínio respectivo que cada qual exerceu sobre a produção mundial do açúcar, do algodão e do café. Nessas regiões, surgiram novas unidades escravistas, cujas plantas produtivas romperam com os padrões anteriormente vigentes no mundo atlântico. O artigo discute como o conjunto de imagens coevas relativas a essas plantations escravistas configurou um regime visual específico. O artigo toma o Vale do Paraíba como unidade de observação, examinando cuidadosamente o caso da fazenda Resgate, localizada em Bananal, São Paulo.