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    Inserção da agricultura familiar na reconceituação do território - a produção de cafés especiais na região cafeeira de Pérez Zeledón, Costa Rica
    (Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2023-11-21) Arias, Lilliam Quirós; Marafón, Gláucio José
    A história econômica, social e cultural da Costa Rica está relacionada com a dinâmica territorial do café. Produto agrícola, exposto a condições agroclimáticas adversas, pragas - doenças; e uma dinâmica territorial marcada por fortes pressões pelo avanço de outras atividades produtivas e usos alternativos do solo. Afetada pelas oscilações dos preços no mercado internacional, negociada principalmente como “commodity”. Nos últimos anos, houve um declínio acentuado no número de produtores de café; que para continuar na atividade devem competir pela qualidade de seu produto; passando da atividade agrícola tradicional -café- para a produção de cafés especiais voltados para um mercado alternativo, processo que mostra uma crescente incorporação de produtores familiares. O objetivo é analisar as estratégias de inserção da agricultura familiar na produção de cafés especiais na região cafeeira de Pérez Zeledón, Costa Rica, no período de 2000 a 2022, para compreender as transformações territoriais que permitem definir diretrizes para a revalorização do território. A metodologia utilizada contempla uma abordagem quantitativa de forma exploratória, para aprofundar técnicas de coleta de informações qualitativas, entrevistas com produtores familiares, informantes-chave, visitas de campo e geração de cartografia interpretativa do processo. A partir da Geografia Humanista, dimensiona-se o conhecimento e a importância que as famílias atribuem aos seus territórios, o que gera significados espaciais, o território como espaço de apropriação, reprodução e vida. Através da investigação, identificou-se a implementação de estratégias de inserção da agricultura familiar na produção-cultivo, o que implica a incorporação de práticas agronômicas guiadas por parâmetros de sustentabilidade, nas práticas de processo-benefício voltadas para melhorias tecnológicas para alcançar processos artesanais e a incorporação de práticas comerciais práticas orientadas para mercados alternativos. Conclui-se que essas estratégias são propostas como mecanismos de resistência contra padrões padronizados e que ressignificam o território e colocam a produção de cafés especiais como um projeto individual, coletivo, com projeção, multiescalar. Contribuir para gerar alternativas de desenvolvimento da agricultura familiar no contexto da nova ruralidade, como opções para melhorar a qualidade de vida e fortalecer o senso de identidade territorial.