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Item Vozes femininas e processos de formação humana: entre as flores do café e os espinhos da vida(Universidade Federal de Pernambuco, 2013) Tenório, Rosa Maria Farias; Freitas, Alexandre SimãoA presente dissertação discute a experiência de mulheres que protagonizaram histórias de vida singulares durante a década de 1950, na zona rural do município de Brejão, no agreste pernambucano, em uma tessitura social marcada pelo coronelismo, patriarcalismo e machismo. As histórias das três mulheres abordadas em nossa pesquisa configuram-se como memórias vivas do cotidiano e do tratamento dado às mulheres naquele contexto. Inicialmente a ideia mais ampla consistia em compreender os processos de formação feminina no contexto cultural vigente no período em destaque. O objetivo amplo foi analisar indícios dos processos de subjetivação em narrativas produzidas por mulheres do município de Brejão - agreste de Pernambuco - com vistas a uma compreensão dos processos de formação humana vivenciados fora do ambiente escolar. Assim, traçamos como objetivos específicos: a) Delimitar o uso metodológico das narrativas de si como formas de ativação do princípio do cuidado de si, configurado no âmbito da estética da existência foucaultiana; b) Problematizar a relação entre narrativas de si, gênero e cuidado de si como eixos analíticos dos processos formativos vivenciados pelas mulheres do município de Brejão, durante os anos 1950, fora dos ambientes escolares formais. A pesquisa fundamenta-se na interpelação filosófica foucaultiana do cuidado de si, procurando compreender a percepção das mulheres em relação às suas trajetórias de vida. A investigação mobilizou a metodologia das narrativas de si, tratando da formação humana fora dos âmbitos escolares e na perspectiva de gênero, descrevendo analiticamente o que apreendemos terem sido aspectos relevantes nas histórias narradas. O olhar das mulheres sobre a sua própria história nos revelou uma tessitura que resulta de um contraste entre força e leveza, uma vez que elas contribuíram efetivamente para a formação das suas comunidades de pertencimento. Suas ações travadas nas duras atividades do campo conseguiram de algum modo ganhar asas, delineando com outras lentes uma história que ainda permanece mal contada por insistir justamente em colocar essas mulheres no âmbito da invisibilidade