UNB - Dissertações
URI permanente para esta coleçãohttps://thoth.dti.ufv.br/handle/123456789/11419
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Item Construção de mercados para a agricultura familiar: a experiência dos agricultores familiares produtores de café orgânico em Minas Gerais(Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - Universidade de Brasília, 2011-09-21) Laverde, Nathalia Andrea Jiménez; Balestro, Moisés VillamilEsta dissertação analisa o processo de construção de mercado com o objetivo de entendê-lo, conhecer quais são os atores que intervieram e as principais características da formação da formação. A inserção de agricultores familiares em mercados de qualidade, como o café orgânico, converteu-se em uma oportunidade de desenvolvimento econômico. A dissertação foi um estudo de caso dos produtores de café orgânico na região de Poço Fundo, localizada no Sul de Minas Gerais. Dado o pequeno tamanho das propriedades da região e dadas as características montanhosas do relevo, os produtores ficaram impossibilitados de concorrer no mercado de café convencional caracterizado devido ao predomínio de commodities, à mecanização nas lavouras e ao barateamento do produto. Para a fundamentação teórica foram estudados conceitos da sociologia econômica, identificando como fundamentais para o desenvolvimento do trabalho o entendimento do mercado como rede social e o desenvolvimento das relações de confiança. Encontrou-se na região um estreitamento das relações formadas principalmente pelos laços fortes criados na Igreja Católica, fundamentais para a construção do mercado na região, ao converter tais relações sociais em uma relação de mercado por meio da criação da associação de pequenos produtores e, depois, por meio da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (COOPFAM). A cooperativa converteu-se na possibilidade de exportação do café orgânico para os produtores familiares com pequenas propriedades da região devido às exigências do consumidor externo de certificação dos produtos, como também, aos altos custos que ela implica; e à não existência de um mercado interno significativo. Esta dissertação possibilita a identificação, ao contrário da visão neoclássica, de que os mercados são afetados pelas ações e relações sociais em que estão inseridos. Devido ao fato de os atores econômicos atuarem não somente com o interesse econômico, suas atuações são também determinadas pelas dinâmicas das estruturas sociais nas quais estão inseridos.Item O Savoir-Faire das cafeterias na extração de cafés especiais: rotinas e processo de valoração(Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - Universidade de Brasília, 2014-02-17) Viana, Luiz Fernando Câmara; Balestro, Moisés VillamilApesar da longa trajetória do mercado de cafés no Brasil, o mercado de cafés especiais é incipiente e, por conseguinte, carente de estudos, sobretudo em relação à extração da bebida. Partindo desse cenário, este estudo teve como objetivo analisar o papel do savoir-faire das cafeterias na extração de cafés especiais. Foi realizado um estudo de caso múltiplo com seis renomadas cafeterias nacionais, utilizando como técnicas de coleta de dados: (i) pesquisa bibliográfica; (ii) pesquisa documental; (iii) entrevistas em profundidade; e (iv) observação direta. Adotou-se a hipótese de que as rotinas e o processo de valoração dos cafés especiais dependem de meios de justificação que circundam o savoir-faire da preparação destes produtos, tal que a transação econômica não seja coordenada apenas pelo valor econômico – expresso por meio do preço –, mas por convenções, dispositivos de julgamento e valores estéticos, sociais e emocionais, os quais, em diferentes escalas, afetam as rotinas das cafeterias na oferta de cafés especiais. Entre os resultados, os meios de justificação adotados pelas cafeterias impactam a escolha do grão de café, a contratação de baristas, as rotinas a serem desempenhadas e, até mesmo, a tomada de decisão dos consumidores. A opção pelo grão a ser ofertado está atrelada principalmente à questão sensorial, à região de produção, à fazenda produtora e a certificações diversas e não aos certificados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) ou às indicações geográficas (IG). Como responsável pela extração nas cafeterias está o barista, cuja atividade foi analisada sob a ótica do artífice e cujas rotinas possibilitam a existência de diversos savoir-faire. Ademais, pelo diferente nível de apropriação do conhecimento entre as cafeterias pesquisadas e o perfil de consumidores relatado, no tocante a cafés especiais, destaca-se a influência dos primeiros no processo de valoração e nas rotinas de preparação e de consumo dos últimos.