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    Influência de diferentes sistemas de cultivo de café na diversidade de abelhas e vespas parasitoides no sudoeste da Bahia
    (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2017-08-31) Silva, Jennifer Guimarães; Pérez-Maluf, Raquel
    As abelhas e os parasitoides são importantes componentes para a manutenção dos ecossistemas, pois um atua na polinização e o outro realiza o balanço dos ecossistemas terrestres através da habilidade em regular as populações de insetos fitófagos. Para tanto, o presente trabalho visa avaliar a influência dos diferentes sistemas de cultivo de café sobre a diversidade de abelhas e a sua distribuição nas diferentes fases de desenvolvimento, bem como na diversidade de parasitoides associados ao controle biológico das pragas nesta cultura. Foram observados quatro cultivos de café da variedade Catuaí, em duas paisagens - arborizados associados a grevíleas (Grevillea robusta) e pleno sol, e a dois sistemas de manejo – sem uso de agrotóxicos (SAT) e convencional. Realizou-se um monitoramento quinzenal, com dez armadilhas do tipo Moericke (que permaneceram no campo por 48h) e rede entomológica. Na fase vegetativa, coletaram-se 193 espécimes de abelhas, distribuídas em 21 espécies, 18 gêneros, sete tribos e quatro famílias, sendo os gêneros mais abundantes: Apis (37,8%), Melitomella (16,1%), Exomalopsis (10,9%) e Oxaea (10,9%). Na fase reprodutiva, coletaram-se 351 espécimes de abelhas de nove espécies das famílias Apidae e Halictidae. Observou-se que os fatores que interferiram na composição da comunidade de abelhas podem estar relacionados ao uso de agrotóxicos e à ausência de plantas daninhas na entrelinha do café, na fase vegetativa, enquanto que na fase reprodutiva do café, a diversidade de abelhas diminuiu devido à presença intensa de abelhas sociais. Nesta mesma fase, Trigona spinipes e Schwarziana quadripunctata foram as mais frequente nas flores do cafeeiro em todos os agrossistemas estudados. Em relação aos parasitoides, foram coletados, nas quatro áreas amostradas, 8.457 indivíduos, distribuídos em oito superfamílias e 28 famílias, sendo 3.611espécimes na área arborizada convencional e 2.356 espécimes e 27 famílias na área SAT, enquanto que nas áreas a pleno sol convencional e SAT foram coletados 989 e 1501 indivíduos e 23 e 26 famílias, respectivamente. Estudando a abundância dos parasitoides, correlacionando à paisagem x manejo, observou-se que o tipo de paisagem interfere na abundância de indivíduos, enquanto a riqueza dos parasitoides responde significativamente ao tipo de manejo adotado, no qual o SAT apresentou os maiores valores para riqueza. As famílias Braconidae, Diapriidae, Figitidae, Encyrtidae apresentaram as maiores frequências em áreas arborizadas, sendo as mesmas encontradas em maior número na área com manejo convencional. No manejo SAT, as famílias que apresentaram as maiores frequências, além de Braconidae e Figitidae, foram Platygastridae e Mymaridae. Nos agrossistemas a pleno sol, Mymaridae, Encyrtidae,Platygastridae, Braconidae e Figitidae apresentaram as maiores frequências. Conclui-se que os agrossistemas arborizados contribuem para a abundância dos parasitoides e o manejo influencia na riqueza. Encyrtidae, Mymaridae e Platygastridae estiveram presentes em todos os agrossistemas e merecem atenção em estudos futuros para avaliar o potencial em programas de controle biológico associados às pragas do cafeeiro; e as famílias de importância para o controle biológico das pragas chaves e secundárias do café: Bethylidae, Figitidae, Ichneumonidae e Eulophidae, responderam melhor a ambientes arborizados.