Caracterização física dos grãos, granulometria, grau de torra e avaliação sensorial da qualidade das bebidas, provenientes de diferentes regiões cafeeiras do estado de São Paulo em 2 safras

Resumo

O objetivo desse trabalho foi estudar os efeitos da precipitação hídrica e da temperatura durante 2 safras em cafés de 4 regiões do Estado de São Paulo, com diferenças de altitude, na qualidade da bebida do café. Os grãos foram obtidos de cafeeiros de Coffea arabica L. cerejas das regiões de: Campinas: cv. Catuaí vermelha (entre cereja e passa) – CAMP; Mococa: cv. Catuaí amarela - MCC e cv. Tupi – MCTUP; de DIVINOLÂNDIA: cv. Catuaí amarela – DVNLD e Franca: cv. Mundo Novo, de área arborizada – FMNA e ensolarada – FMNS. As amostras das safras de 2016/2017 e de 2017/2018 foram beneficiadas e, posteriormente avaliadas no LAFISE/CCQA/ITAL. Foram classificadas por tipo e tamanho. Na 1a. Safra, as amostras MCC, MCTUP e DVNLD receberam as denominações Tipo: 6-30; 7-05; 7-10, respectivamente. Novo beneficiamento se fez necessário nas amostras CAMP, FMNA e FMNS. Já na safra 2018, somente a MCC foi classificada como fora de tipo (FT), devido, principalmente, à grande quantidade de grãos quebrados, e não foi realizado rebeneficiamento dessa amostra. As classificações das demais amostras foram: CAMP: 6-10; MCTUP: 7; DVNLD: 7-30; FMNA: 6-30 e FMNS: 6-10. Observou-se melhora na classificação por tipo dos grãos da safra mais nova, principalmente as amostras anteriormente classificadas como fora de tipo, que foram cuidadas durante o desenvolvimento do grão e apresentaram baixa contagem de grãos pretos, ardidos e brocados. Porém a amostra MCC apresentou maior contagem de grãos brocados, além dos grãos quebrados, e foram classificados como chato miúdo. Os grãos CAMP 1a. Safra apresentaram tamanho chato médio/miúdo. Na 2a. safra MCTUP apresentou tamanho chato graúdo, sendo os demais, em ambas as safras, classificados como chato médio. Os resultados de densidade aparente refletiram as classificações por tipo e por tamanho e MCTUP apresentou maior densidade aparente (0,69 e 0,68). Os resultados obtidos mostram que, após processamentos de torra (entre clara e média) e moagem (fina), os cafés das regiões estudadas deram origem a bebidas avaliadas sensorialmente com qualidade classificada entre superior e gourmet, pela equipe treinada, inclusive as que apresentaram muitos defeitos. No entanto, os resultados médios da aceitabilidade das bebidas de ambas as safras, com 112 e 117 consumidores, revelaram que os consumidores não identificaram a qualidade do café, através do gostar, avaliando as amostras com conceito entre “gostei pouco” e “nem gostei nem desgostei”. O grau de torra claro foi um dos maiores fatores para essa avaliação. Foi possível observar que a precipitação hídrica e as temperaturas foram significativamente diferentes entre as safras, afetando o tamanho do grão verde das amostras estudadas: MCTUP apresentou maior porcentagem de retenção em peneira maior ou igual a 16 que a amostra CAMP, enquanto que as demais amostras apresentaram porcentagens intermediárias, refletindo os defeitos classificados por tipo, bem como a maior robustez do grão de cultivar Tupi, nas condições agrícolas desse estudo. Não foi observada diferença entre as amostras quanto às características estudadas, a não ser pela granulometria das amostras, evidenciando que o beneficiamento e o grau de torra são fatores preponderantes para a qualidade global da bebida do café.

Descrição

Trabalho apresentado no X Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

Palavras-chave

Café cultivar catuaí vermelho, Café cultivar catuaí amarelo, Café cultivar mundo novo, Café cereja, Consumidores, Qualidade da bebida, Condição climática, Classificação do grão de café, Torra do café

Citação

CIPOLLI, K. M. A. B. et al. Caracterização física dos grãos, granulometria, grau de torra e avaliação sensorial da qualidade das bebidas, provenientes de diferentes regiões cafeeiras do estado de São Paulo em 2 safras. In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL, 10., 2019, Vitória. Anais... Brasília, DF: Embrapa Café, 2019, 6 p.

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