Detecção e quantificação de contaminantes em café torrado e moído
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Data
2003
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Resumo
além de ser o maior produtor de café do mundo, o Brasil ocupa, também, uma posição relevante entre os países que apresentam grande consumo de café. Embora o consumo seja apreciável, o café torrado e consumido no Brasil é considerado de baixa qualidade, em função das indústrias empregarem misturas na torra, nas quais utilizam grandes quantidades de grãos defeituosos, e, em muitos casos, até mesmo contaminantes, de valor inferior ao do café, tais como cevada, milho, cascas e paus e outros. A comercialização de cafés contendo impurezas é regulamentada por lei federal, e é monitorizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC). A ABIC instituiu, em 1989, o Programa de Controle do Café Torrado e Moído/Selo de Pureza ABIC, um programa de auto-regulamentação do setor, com os objetivos de devolver ao consumidor a credibilidade no produto, de proporcionar ao consumidor conhecimentos sobre o café, de retornar ao consumo per capita de
café no Brasil dos anos 60, e de solucionar o problema de fraudes. O Selo de Pureza ABIC apóia-se na legislação federal vigente, que estabelece um nível máximo de 1% de contaminação presente para que se considere o café torrado e moído como puro. Com o Selo de Pureza ABIC, embora o número de empresas que praticam fraudes tenha reduzido, em termos absolutos, o número de praticantes ainda é elevado, contribuindo para uma imagem negativa da qualidade geral dos cafés comercializados nos mercados interno e externo. A técnica convencional utilizada para detecção de impurezas em café consiste na análise visual de lâminas microscópicas, que são preparadas com reagentes químicos. A quantificação das impurezas é baseada na comparação do percentual do extrato aquoso de uma amostra contaminada com o do café puro. Esta técnica apresenta várias desvantagens, sendo as mais críticas a baixa precisão, o alto grau de subjetividade do método, e a impossibilidade de detectar e simultaneamente quantificar a presença de diferentes contaminantes em uma amostra. Devido a estes fatores, o emprego desta metodologia por parte dos órgãos fiscalizadores não é adequado, uma vez que a precisão e confiabilidade da técnica podem prejudicar uma empresa cujo produto apresenta grau de contaminação inferior, porém muito próximo ao permitido por lei para considerar o produto como puro. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma metodologia analítica que possa ser empregada para detecção, identificação e quantificação simultânea de um ou mais contaminantes presentes em uma mesma amostra de café. A técnica empregada foi a de cromatografia líquida de alta eficiência. Os resultados para contaminação com cevada demonstraram que o perfil de omposição
química de extratos de cevada torrada é similar aos de café torrado, tornando difícil a detecção e quantificação de cevada em café torrado e moído. Para o caso de contaminação do café com cascas, foi identificado um composto marcador que permite a detecção e quantificação da presença de cascas em café torrado e moído. Curvas de calibração relativas a este composto foram construídas e empregadas na verificação de incidência de fraudes em cafés comerciais que detinham ou não o Selo de Pureza ABIC.
Descrição
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
Palavras-chave
Café torrado e moído Fraude Cevada Cromatografia líquida de alta eficiência
Citação
Godinho, Aidene; Oliveira, Leandro S.; Ferraz, Vany P. Detecção e quantificação de contaminantes em café torrado e moído. In: Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil e Workshop Internacional de Café & Saúde, (3. : 2003 : Porto Seguro). Anais. Brasília, DF : Embrapa Café, 2003. (447p.), p. 263.