Sistema APPCC em café: fluxogramas de produção de café e identificação de prováveis pontos críticos de controle
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Data
2003
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Resumo
Dentre princípios do sistema APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (do inglês, HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Points), a definição dos pontos críticos de controle-PCC) é um dos primeiros a ser estabelecido. Os pontos críticos de controle são as etapas da produção que se não controladas, pode originar riscos potenciais à segurança alimentar. Um dos riscos mais significativos à segu-rança alimentar na cadeia produtiva do café é a ocorrência de micotoxinas, metabólitos secundários, produzi-dos por fungos filamentosos, como, por exemplo, a ocratoxina A. Partindo de uma analise inicial, os PCCs da cadeia produtiva do café, na etapa primária, seriam os locais ou condições no campo ou na fase de processamento pós-colheita onde os fungos potencialmente toxígenos encontrariam condições para produzir as micotoxinas. Este trabalho teve como objetivo avaliar os fluxogramas de processamento do café e os tipos de cafés obtidos, relacionando possíveis PCCs. A ferramenta para o levantamento de informações sobre o sistema de produção foi um questionário estruturado aplicado em 36 propriedades nas Regiões Sul e Zona da Mata do Estado de Minas Gerais e Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo. Através da análise dos questionários aplica-dos foi possível descrever as duas principais vias de processamento seca e úmida e os tipos de café obtidos por cada uma delas. Na via seca os tipos mais comuns foram café natural, constituído da mistura de frutos do tipo verde, cereja e bóia, sendo que em algumas destas misturas o bóia é separado no lavador separador. Na via úmida os principais foram os tipos Cereja descascado, que é o fruto do tipo cereja que tem sua casca removida ainda neste estado, e o tipo Desmucilado constituído pelo Cereja Descascado que passou pela remoção da mucilagem. Os tipos bóia, verde e varrição são comuns aos dois sistemas, porém com destinos diferentes, dependendo do manejo da propriedade. Um tipo de café de ocorrência significativa em 2002 foi o seco no pé, que deu origens a cafés do tipo natural ou bóia. As amostras de café de varrição apresentaram maior conta-minação por fungos filamentosos, incluindo os potencialmente toxigênicos, de acordo com as análises microbiológicas realizadas. A média de grãos infectados por Aspergillus ochraceus nas amostras analisadas chegou a 5 % e o total de grãos infectados a 14% . As amostras coletadas de café "secos no pé" apresenta-ram uma percentagem de grãos infectados por Aspergillus ochraceus menor que 2%. Entretanto, os frutos secos no pé foram observados em condições climáticas e períodos de permanência no campo variáveis. Se as condições climáticas ideais para que o fungo produza a toxina forem mantidas por um intervalo de tempo longo, podem ocorrer altas contaminações pela toxina. Considerando as observações a respeito dos cafés de varrição e seco no pé, sugere-se um aprofundamento nesses estudos para que no futuro estabelecimento dos princípios do sistema APPCC na cadeia do café, os pontos levantados possam ser incluídos como pontos críticos de controle.
Descrição
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
Palavras-chave
Café Qualidade Segurança alimentar Pontos críticos de controle APPCC
Citação
Pereira, Ricardo Tadeu Galvão; Almeida, Anderson Resende; Salgado, Mirian; Pfenning, Ludwig H. Sistema APPCC em café: fluxogramas de produção de café e identificação de prováveis pontos críticos de controle. In: Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil e Workshop Internacional de Café & Saúde, (3. : 2003 : Porto Seguro). Anais. Brasília, DF : Embrapa Café, 2003. (447p.), p. 268.