Avaliação de ambientes cafeeiros de Minas Gerais. Parte III: São Sebastião do Paraíso
Nenhuma Miniatura Disponível
Data
2003
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O planejamento racional de qualquer atividade agropecuária requer, primeiramente, o conhecimento do meio ambiente em que esta atividade está inserida. O conhecimento de ambientes complexos como os agroecossistemas, requer a subdivisão do mesmo em partes ou estratos mais homogêneos, que depois de caracterizados são novamente integrados ao todo. Os sistemas computadorizados e os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) têm modificado as técnicas utilizadas nos levantamentos de recursos naturais. Combinando os avanços da cartografia automatizada, dos sistemas de manipulação de banco de dados e do sensoriamento remoto, com o desenvolvimento da análise geográfica, os SIGs produzem um conjunto distinto de procedimentos
analíticos, que auxiliam no gerenciamento e na atualização constante das informações disponíveis. Este trabalho teve por objetivo a caracterização de agroecossistemas cafeeiros representativos de regiões produtoras de café de Minas Gerais, usando o geoprocessamento e produtos de sensoriamento remoto orbital para avaliar quantitativamente as relações entre os sistemas de produção e condicionantes do meio físico, com ênfase nos fatores solos e relevo. Dentre as principais regiões produtoras de Minas Gerais, o município de São Sebastião do Paraíso foi uma das áreas selecionadas como representativa da região Sul de Minas. Foram gerados dados sobre os solos, relevo, recursos hídricos e uso atual das terras, com ênfase na cultura do café, por meio de informações secundárias, levantamentos de campo e interpretação de imagens de satélite TM/Landsat 5 e 7 e fotografias aéreas. Estas informações foram incorporadas por meio do sistema de informação geográfica
SPRING para gerar um banco de dados em formato digital para uma área-piloto de 520 km 2 . A partir deste banco de dados foram gerados mapas temáticos de caracterização ambiental, entre os quais destacam-se os mapas de uso atual, de classes de declividade e de solos (legenda preliminar). O mapa de solo foi elaborado por modelagem com base nas relações, observadas no campo, entre a geologia, o relevo e a distribuição das diferentes classes de solo na paisagem regional. Selecionou-se a microbacia do Ribeirão Fundo para os trabalhos de caracterização das unidades de mapeamento de solos e checagem da legenda preliminar. Os mapas gerados foram cruzados por meio de tabulações cruzadas no programa LEGAL/SPRING. Os
Planos de Informação(Pis) de Uso Atual x Classes de Solo e Uso Atual x Classes de declividade foram cruzados e as relações quantitativas avaliadas. A classe café formado apresentou 25,96% de ocupação na área-piloto, sendo 23,07% em áreas de relevo plano a ondulado. Os solos selecionados para a cultura cafeeira referem-se às unidades de mapeamento LVf (Latossolo Vermelho Férrico), e NVf (Nitossolo Vermelho Férrico), totalizando 13,33%, seguidos de LVAp (Latossolo Vermelho Amarelo Psamítico) e PVAa (Argissolo Vermelho-Amarelo Arênico) que juntos representam 7,69%. As demais unidades de mapeamento de solos apresentam ocupação pela cafeicultura abaixo de 2,5%. Justifica-se a predominância da cultura cafeeira nestes solos, visto que os dois primeiros são derivados de rocha basáltica da Formação Serra Geral (KJsg), apresentando fertilidade natural mais elevada. Já o LVAp e PVAa, produtos de intemperização dos domínios geológicos de composição arenítica. (Kb -Formação Bauru, KJb - Formação Botucatu e PCI - Grupo Itararé), são solos de boas características físicas, onde o manejo adequado da fertilidade os torna aptos para a cafeicultura. O estudo permitiu a individualização geomórficopedológica da região de São Sebastião do Paraíso em dois grandes ambientes: i)- Ambiente W, com predomínio de Latossolos Vermelhos Férricos e Latossolos Vermelhos textura média e Nitossolos Vermelhos Férricos nas porções de declividades maiores que 12%; e ii)
Ambiente E, com domínio de Latossolos Vermelho-Amarelos textura média a psamíticos e Argissolos Vermelho-Amarelos,
textura média a arênicos, em classes de declividade maiores que 12%. A cafeicultura na região é instalada predominantemente no ambiente geomórfico-geo-pedológico W, particularmente na porção localizada entre os núcleos urbanos de São Sebastião do Paraíso e São Tomás do Aquino, onde os solos, predominantemente os Latossolos Vermelho férricos, são mais aptos ao cultivo do cafeeiro.
Descrição
Trabalho apresentado no Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil (3. : 2003 : Porto Seguro, BA). Resumos. Brasília, D.F. : Embrapa Café, 2003.
Palavras-chave
Agroecossistemas cafeeiros Caracterização ambiental Geoprocessamento
Citação
Alves, Helena M. R.; Vieira, Tatiana G. C.; Bertoldo, Mathilde A. Avaliação de ambientes cafeeiros de Minas Gerais. Parte III: São Sebastião do Paraíso. In: Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil e Workshop Internacional de Café & Saúde, (3. : 2003 : Porto Seguro). Anais. Brasília, DF : Embrapa Café, 2003. (447p.), p. 57-58.