Navegando por Autor "Antunes Filho, H."
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Item Efeito da exclusão dos insetos polinizadores na produção do café Bourbon(Instituto Agronômico (IAC), 1959-12) Nogueira - Neto, Paulo; Carvalho, A.; Antunes Filho, H.O presente ensaio, realizado com a var. bourbon de Coffea arabica, além de dar informações sôbre a produção dos cafeeiros protegidos dos insetos polinizadores, permitiu também averiguar o comportamento de várias espécies de abelhas e obter outras informações correlatas. Constatou-se, assim, que o néctar da flor é ainda abundante mesmo 24 horas após a antese e que o teor de açúcar do néctar é elevado, da ordem de 38%, em média. Apis mellifera foi a espécie mais freqüentemente encontrada coletando o néctar e o pólen. Em dias chuvosos, muitas das abelhas dessa espécie apenas coletam o pólen. Das abelhas indígenas, somente Plebéia sp. e Nannotrigona (Na.) testaceicomis e Melipona quadrifasciata foram encontradas colhendo o pólen. Com tempo bom, as abelhas visitam as flôres do café em grande número, tendo-se notado que A. mellifera ocorre com maior freqüência em horas próximas do meio dia, à temperatura de 30 a 32°C. As abelhas Plebeia sp. e N. (Na.) testaceicomis iniciam o vôo mais tarde que a A. mellifera. Em observações realizadas no decurso de 24 horas verificou-se que uma abelha européia trabalhou num território de 13m x 6m, enquanto outras abelhas marcadas não foram vistas novamente. As observações feitas indicaram também que as abelhas grandes, como A. mellifera e Melipona quadrifasciata, são mais eficientes do que as pequenas como polinizadoras do cafeeiro. Em flores mais velhas, com a base da corola já desprendida, encontraram-se as abelhas menores, lambendo diretamente os nectários. As espécies de meliponíneos Plebeia sp., Tetragona (Tetragonisca) jaty, N. (Na.) testaceicomis e Trigona (Trigona) ruficrus, foram vistas muitas vêzes alcançando os nectários através de cortes feitos na base das corolas por Trigona (Trigona) hyalinata. Observações adicionais mostraram que as abelhas M. quadrifasciata e Cephalotrigona capitata, bem como A. mellifera, dão preferência as flôres de exemplares oriundos de Coffea Dewevrei, que são maiores do que as do café Bourbon e têm perfume mais intenso. Apesar da ocorrência dos insetos colhendo néctar e pólen, os dados de produção de café cereja não mostraram diferenças significativas entre as plantas protegidas e sem proteção. Notou-se apenas uma tendência, em cinco dos seis anos analisados, de serem maiores as produções das plantas sem proteção e, portanto, visitadas por insetos. Os dados de frutificação obtidos indicaram, também, melhor pegamento dos frutos nas plantas sem proteção. Nestes cafeeiros as porcentagens de sementes moca mostraram-se significativamente maiores, enquanto as porcentagens de sementes concha, embora também maiores, não se mostraram significativas. A quantidade de frutos com lojas sem sementes e o tamanho das sementes não diferiram nos dois tratamentos. A influência das abelhas na polinização do cafeeiro deve, pois, ser pràticamente limitada às espécies autoestéreis de Coffea. Os dados aqui obtidos indicam que o papel desempenhado pelos insetos em promover maior polinização e aumento de produção dos cafeeiros da var. bourbon, é de importância secundária.Item Genética de Coffea. XIX - Mutação somática afetando a côr das fôlhas em café(Instituto Agronômico (IAC), 1954-05) Antunes Filho, H.; Carvalho, AlcidesSomatic mutations usually found in Coffea arabica L. result in most cases from doubling or reduction in chromosome number. Gene instability in somatic tissues was reported for the na na and xc xc alleles which control, respectively, habit of growth and leaf size, and the color of the ripened fruits. No case of somatic instability of genes responsible for the color of leaves has been reported previously. Young leaves of coffee plants are usually green or of a dark or light bronze color ; mature leaves are green. Leaves of plants of the variety purpurascens (Coffea arabica L. var. purpurascens Cramer), however, present dark purple young leaves and slightly purple mature leaves. Purpurascens behaves as recessive to green. Among the progeny of a backcross (green x purpurascens) x purpurascens, a seedling was found that possessed normal green leaves except for two opposite branches arising from the same node. One of the branches was entirely purpurascens ; normal green and purpurascens areas could be seen in the mature leaves of the other. Since this plant had originally a non purpurascens phenotype, it should be a heterozygous Pr pr or a homozygous pr pr possessing in a heterozygous condition a factor that suppresses the expression of pr. This factor is now under investigation. The appearence of purpurascens tissues in the plant mentioned above is considered as due to a mutation of the Pr allele or of the other factor already mentioned. It is also recognized that chromosome Isos or a deficiency at one of the two loci could have produced the same result.Item Genética de Coffea. XVII - Herança do característico angustifólia em Coffea arabica L.(Instituto Agronômico (IAC), 1955-01) Krug, C. A.; Carvalho, A.; Antunes Filho, H.Mutantes angustifólia são encontrados tanto em viveiro como em plantações das diversas variedades de Coffea arabica L. Êstes mutantes apresentam folhas afiladas em ambas as extremidades e poucas domácias, e diferem em outros característicos, não constituindo, portanto, um grupo morfologicamente homogêneo. Efetuou-se a análise genética de duas plantas angustifólia (n.° 446 e RP 104) que diferem ligeiramente na aparência, tendo-se tomado a variedade typica de C. arabica como padrão. Achou-se que os principais característicos de cada uma dessas duas plantas angustifólia são controlados independentemente por dois fatôres genéticos recessivos, ag1ag1 e ag2ag2, e que êstes fatôres genéticos reduzem a produção e o vigor das plantas quando na condição homozigota. Êstes gens têm efeitos complementares, verificando-se que as progênies das plantas heterozigotas, de fôlhas normais e de constituição Ag1ag1Ag2ag2, são constituídas de plantas normais e angustifólia na relação de 9:7. Os cruzamentos efetuados entre outras oito plantas angustifólia com os cafeeiros 446 e RP 104, indicaram que duas delas são também homozigotas para os alelos ag1ag1. Cruzamentos recíprocos, envolvendo outras plantas angustifólia, deram resultados diferentes, ocorrendo plantas angustifólia apenas quando estes cafeeiros foram usados como planta-mãe. As progênies dêstes cafeeiros deram plantas normais e angustifólia, nas relações que se aproximam de 2:1 e 9:7. A progênie de uma das plantas angustifólia apresentou-se constituída apenas de plantas normais. Ainda não se encontrou explicação razoável para estas segregações anormais.Item Genética de Coffea. XVIII - Variegação no cafeeiro(Instituto Agronômico (IAC), 1954-04) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.A variegação das fôlhas do cafeeiro tanto em plantas novas como em plantas adultas tem sido freqüentemente observada. Plantas variegadas podem ocorrer espontaneamente nas progénies das diversas variedades de Coffea arabica L., motivo porque não devem constituir variedade distinta dessa espécie, como foi proposto por Cramer. As plantas variegadas em estudo puderam ser agrupadas em duas categorias, isto é, aquelas em que a variegação não se acha associada com anomalias na forma e textura das folhas e aquelas nas quais a variegação é acompanhada dessas anomalias. No primeiro grupo o padrão de variegação não é uniforme para tôdas as fôlhas, enquanto no segundo grupo o padrão é semelhante para tôda a planta. Usualmente apenas alguns ramos das plantas do primeiro grupo são variegados. Observou-se algumas vezes que as duas fôlhas do mesmo verticilo têm padrões semelhantes de variegação. Encontraram-se também fôlhas variegadas nas quais a metade da lâmina é variegada ou mesmo albina, enquanto a outra metade apresenta a côr verde normal. Os dados genéticos obtidos, embora preliminares para a maioria das plantas variegadas em investigação, permitiram concluir que o padrão de variegação da planta 180, pertencente ao primeiro grupo, é herdado pelo citoplasma e não é transmitido pelo pólen. O padrão de variegação da planta 253-21, pertencente ao segundo grupo, no entanto, parece ser transmitido pelo polen.Item Genética de Coffea. XX. Resultados preliminares do tratamento de sementes de café com raios-X(Instituto Agronômico (IAC), 1954-08) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.; Nogueira, R. K.Seeds of Coffea arabica L. were treated with X-rays in the betatron of the Department of Physics, University of São Paulo, in 1951 and 1952. Selfed seeds of the following types were treated : a) from several plants of the bourbon variety (C. arábica L. var. bourbon (B. Rodr.) Choussy )belonging to progenies that had been selfed for 4 or 5 generations ; b) two normal, diploid bourbon plants derived from haploid sporophytes by chromosome doubling ; c) one purpurascens plant (C. arabica L. var. purp urascens Cramer). A fourth set of seeds came from hybridizations between purpurascens and bourbon plants. Seeds to be treated were kept in the parchment (endocarp) and dried in the shade. Prior to treatment the parchment was removed, and the seeds were placed in petri dishes and exposed do X-rays in dosages varying from 4,200 to 150,000 r (table 1). Germination of the treated seeds was carried out on moistened filter paper in petri dishes. Out of 1,350 treated seeds 480 germinated, but only 31 seedling3 were secured. The axis of the embryos of seeds that received high X-rays' dosages did not reach more than 5 mm in length. When this size was attained the axis exhibited an abnormal thickening, accompanied by a greenish color and followed by death of the embryo. No seedlings was obtained from seeds that received more tham 14,000 r. The initial growth of the 31 seedlings from treated seeds was slower than that of seedlings from untreated controls. A few seedlings presented abnormal leaves and subnormal growth, probably as a result from the X-ray treatment. These seedlings as well as their progenies will be studied in the next years.Item Genética de Coffea. XXI. Hereditariedade dos característicos de Coffea arabica L. var. laurina (Smeathman) DC(Instituto Agronômico (IAC), 1954-10) Krug, C. A.; Carvalho, A.; Antunes Filho, H.A variedade laurina, comparada à var. typica de Coffea arabica, se caracteriza por seu menor porte, forma cônica, ramificação mais densa, internódios mais curtos, fôlhas elíticas e menores, flôres de tamanho normal, frutos e sementes menores e afilados na base. Numerosas autofecundações e cruzamentos foram realizados e os resultados obtidos permitiram concluir que os característicos diferenciais da var. laurina são controlados por um par de fatôres genéticos recessivos, sendo as plantas laurina de constituição lrlr. As plantas híbridas (laurina x typica) são perfeitamente normais e no F2 e "backcrosses" com a var. laurina ocorrem plantas normais e laurina, nas proporções esperadas na base de segregação de um par de fatôres genéticos principais. Do cruzamento com a var. murta resultaram plantas murta e normais, indicando que os cafeeiros laurina estudados são portadores dos alelos tt. As hibridações feitas entre os cafeeiros laurina de várias procedências deram apenas plantas laurina, não se tendo, todavia, indicações se as mutações são ou não independentes. Uma única planta resultante do cruzamento com a espécie diplóide Coffea canephora apresenta fõlhas de tamanho intermediário, porém porte normal e brotos de côr bronze, característicos de C. canephora. Embora produza bebida de alta qualidade, o café laurina tem pouco valor comercial, em virtude de sua produção bem menor do que a das linhagens selecionadas da var. bourbon, ora em distribuição pelo Instituto Agronômico.Item Genética de Coffea. XXII - Novas observações sôbre a influência do alelo na, na produção dos cafeeiros(Instituto Agronômico (IAC), 1955-12) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.As progênies de cafeeiros murta são constituídas de plantas bourbon (ttNaNa), murta (ttNana) e anãs (ttnana), na proporção de 1:2:1. A fim de comparar as produções de cafeeiros bourbon e murta, progênies de 14 plantas matrizes murta foram estudadas em Campinas, cada progênie sendo inicialmente constituída de 10 plantas murta e 10 plantas bourbon. Em Pindorama estudaram-se apenas cinco progênies, constituída cada uma delas de cinco plantas murta e cinco bourbon. Tôdas foram plantadas a um pé por cova, para estudo das produções individuais. As plantas anãs não foram levadas para o campo por serem de desenvolvimento excessivamente lento e apresentarem produção pràticamente nula. Algumas delas foram conservadas em viveiro a fim de se observar seu desenvolvimento e frutificação. Verificou-se maior número de falhas entre as plantas murta do que entre as bourbon, principalmente em Campinas, indicando que os cafeeiros murta são mais fracos do que os cafeeiros bourbon. Em Pindorama esta diferença foi menos acentuada. A produção total média no período 1939-1952 em Campinas e em Pindorama foi analisada, confirmando-se os resultados já anteriormente obtidos, em Campinas, de que a produção do conjunto de plantas bourbon é bem maior do que a das plantas murta. A parte bourbon produziu cêrca de 70% a mais em Campinas e 100% a mais em Pindorama, do que a parte murta. O alelo na, além de influir sobre alguns caracteres morfológicos, deve ser o principal responsável pela drástica redução da produtividade das plantas murta. Os efeitos do alelo na não se fazem sentir no tamanho e peso dos frutos e sementes. É mais provável que a ação dêste alelo se relacione com a redução do número total de flores nas plantas murta ou no pegamento destas flôres, resultando em um menor número de frutos, em relação às plantas bourbon.Item Genética de Coffea. XXIII - Interação dos fatôres "sépalas desenvolvidas" e "calycanthema", em Coffea arábica(Instituto Agronômico (IAC), 1957-10) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.The calyx of Coffea arabica flowers is usually reduced to five small scales. Exceptions are found in a few mutants, such as "calycanthema" and "goiaba". In the former the flower has a large and petaloid calyx while in the "goiaba" mutant the calyx has five developed and persistant sepals. Both mutants seem to derive from the typica variety (Coffea arabica, L. var. typica Cramer J by single independent mutations. The characteristics of the "calycanthema" are controlled by one main pair of genetic factoi's Cc. So far it has not been possible to secure homozygous CC plants, for when the corolla of "calycanthema" (Cc) dries after pollination, the whole flower, including the ovary, drops from the branch. The pollen is viable. "Goiaba" plants are homozygous for the main pair of factors sdsd, the heterozygous having sepals of intermediate size. The interaction between "calycanthema" and "developed sepals" has been determined. By crossing homozygous "goiaba" plants (sdsd) to heterozygous "calycanthema" plants (Cc), 50% "calycanthema" plants (SdsdCc) and 50% heterozygous "goiaba" plants (Sdsdcc) have been encountered. Crosses were also made between plants of Sdsdcc and SdsdCc constitutions. Five phenotypically "calycanthema" plants from F1 progeny were then crossed to normal individuals (SdSdcc) and two of them gave progenies with 50% "calycanthema" and 50% heterozygous for "developed sepals", indicating that these two plants had the genetic constitution sdsdCc, although their phenotype was that of "calycanthema". According to the definition proposed by Hollander, therefore, it may be said that "calycanthema" (C) is epistatic to "goiaba" (sd). Taking the typica variety as a standard it is evident, in this case, "the masking of the phenotype of one mutant or non standard allele (sd) by the phenotype of another mutant (C), also non standard and not allele".Item Melhoramento do cafeeiro III - Comparação entre progênies e híbridos da var. bourbon(Instituto Agronômico (IAC), 1950-11) Krug, C A.; Antunes Filho, H.Do plano geral de trabalhos sôbre o melhoramento do cafeeiro, elaborado pela Secção de Genética em 1933, faz parte o estudo de uma série de híbridos obtidos pelo cruzamento entre plantas da variedade bourbon. O estudo da produtividade e do desenvolvimento dêstes híbridos vem sendo feito paralelamente a estudos análogos nas progênies do mesmo lote, obtidas pela autopolinização das plantas utilizadas nos cruzamentos. O objetivo em vista é o de verificar se há manifestação de heterose nos híbridos e, ao mesmo tempo, efeito prejudicial da primeira autofecundação artificial, que seria revelada pelas progênies. As plantas originais, utilizadas neste estudo, tiveram uma origem comum, pois provieram de sementes colhidas em uma pequena plantação de café, perto de Campinas. Tanto as progênies como os híbridos foram plantados, em 1938, sem repetição, em linhas de 20 plantas, em um dos talhões de seleção de café na Estação Experimental Central de Campinas. Serviram de base para os estudos aqui relatados quatro progênies e onze híbridos, isto é, cinco grupos de híbridos recíprocos e um híbrido simples, cujo recíproco não pôde ser plantado por falta de número suficiente de plantas. O exame da produção foi feito em duas partes. A primeira abrangeu seis anos de colheitas sucessivas (1939 a 1944) das 20 plantas de cada lote (com exceção de um lote híbrido, que só tinha 18 plantas). A segunda cobriu um período total de 12 anos (1939 .a 1950) de observações, aproveitando-se para tanto apenas 15 plantas das progênies e 23 dos híbridos, que foram selecionados em 1944, em virtude da sua elevada produtividade média anual, e que por isso tiveram suas produções observadas nos anos seguintes. A análise estatística da produção e da sua variabilidade revelou, no primeiro caso, não existirem diferenças entre as progênies e os lotes híbridos, tanto tomados em seus conjuntos como quando analisados por grupos de duas progênies e seus híbridos recíprocos. Mesmo aos doze anos de produção, não se manifestou predominância de um grupo de plantas sôbre o outro, quanto à produção. A altura das plantas foi determinada em 1950. Pela análise realizada, concluiu-se que não há diferença estatística entre as médias das progénies e híbridos. Constatou-se, entretanto, diferença quanto à variabilidade deste caráter, que revelou ser maior nos lotes híbridos. Esta diferença na variabilidade se tornou particularmente patente em dois casos, em que se compararam, cada vez, duas progênies e os seus respectivos híbridos recíprocos. Concluiu-se, pois, que, no material estudado, não houve manifestação de heterose com relação à produtividade e à altura das plantas, nem um efeito prejudicial da autofecundação sôbre os caracteres em questão. Êste fato talvez se explique, considerando que o cafeeiro é planta predominantemente autógama e que os quatro indivíduos, cujas progénies e híbridos foram utilizados no presente estudo, têm origem comum, devendo assim possuir constituição genética muito semelhante.Item Melhoramento do cafeeiro XV - Variabilidade observada em progênies de café(Instituto Agronômico (IAC), 1959-12) Carvalho, A.; Mônaco, L. C.; Antunes Filho, H.As análises das produções de cafeeiros constituintes de diversas progênies, principalmente de café Bourbon Vermelho, com produções controladas por 12 a 15 anos. mostraram acentuada variabilidade na produção, o mesmo ocorrendo entre cafeeiros F1 derivados de hibridações entre plantas selecionadas. A fim de avaliar as causas dessa variação foram escolhidas, em quatro progenies S1 e em três híbridos F1, cafeeiros com as mais altas e as mais baixas produções, bem como uma planta em cada progênie com produção correspondente à classe mediana, a fim de servirem de plantas matrizes para derivação de progênies correspondentes às gerações S2 e F2. Estas foram plantadas, em 1953, em um ensaio comparativo, onde também foram incluídas novas progenies S1 e F1 dos mesmos cafeeiros, bem como progênies selecionadas de outras variedades comerciais como Bourbon Amarelo e Mundo Novo. A análise dos resultados das quatro primeiras produções (1955 a 1958) bem como da altura e vigar dos cafeeiros indicou, em todos os conjuntos de progênies examinadas, que a grande variação observada entre as plantas de uma mesma progênie de Bourbon é principalmente devida a influências do ambiente, desde que não se notaram diferenças na produção das progênies S2 e F2 derivadas de plantas S1 e F1 com as mais altas e as mais baixas produções. A mesma condição se verificou em relação à altura das plantas. Os valores das variâncias da produção para as progênies S1 e S2 em cada grupo de progenies não indicaram nenhum efeito específico da autofecundação, reduzindo-os ou aumentando-os. Nas gerações F2 as variâncias se mostraram mais uniformes, porém as diferenças entre as variâncias das gerações F1 e F2 não foram significativas. Pode-se concluir dos dados dêste ensaio que a seleção do café Bourbon Vermelho deve ser baseada na produção média das progenies e que a seleção dentro da progênie não conduz a nenhum progresso. Os dados também explicam o motivo da baixa correlação freqüentemente verificada entre a produção das plantas matrizes e de suas respectivas progênies. O estudo comparativo de todos os tratamentos mostrou a existência de uma razoável correlação entre o bom aspecto vegetativo e a produtividade das progênies. Notou-se. também, que o Mundo Novo é realmente bastante produtivo, o que confirma os resultados já obtidos sobre o valor econômico dessa variedade comercial de café.Item Melhoramento do cafeeiro XVI - Efeito da autofecundação sucessiva no café Bourbon(Instituto Agronômico (IAC), 1959-11) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.A variedade bourbon de Coffea arabica, uma das variedades de maior interêsse econômico para São Paulo, desde 1933 vem sendo submetida a sucessivas autofecundações, com a finalidade de investigar o seu efeito sôbre a produção e o desenvolvimento geral das plantas. Neste trabalho são apresentados os dados relativos a um ensaio no qual foram incluídos, além de duas progênies So de Bourbon, progênies S1, S2, S3 e S4 derivadas dessas duas plantas matrizes e também híbridos F1 entre plantas das gerações S0, S2 e S4. Notou-se. de um modo geral, que as autofecundações sucessivas não tiveram efeito sôbre a produção total nos anos 1955 a 1958 e nem sôbre a altura, vigor vegetativo das plantas e os tipos de sementes produzidas. As variâncias correspondentes às produções, altura e vigor das plantas, não mostraram tendência de aumento ou redução como resultado das autofecundações. Comparando as variâncias dos híbridos F1 com as das progenies das plantas que lhes deram origem notou-se que, no geral, foi maior tanto para a produção como altura e vigor das plantas, embora em quase todos os casos as diferenças não se tenham mostrado significativas. Os dados indicam que no café Bourbon a autofecundação deve ser freqüente, tal como ocorre na var. cera de C. arabica. Indicam, também, que os cafeeiros Bourbon selecionados podem ser multiplicados por autofecundação sem perigo de redução do vigor e produtividade das plantas.Item Melhoramento do cafeeiro. IV - Café Mundo Novo(Instituto Agronômico (IAC), 1952-04) Carvalho, A.; Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Antunes Filho, H.; Morais, Hélio de; Sobrinho, J. Aloisi; Morais, M. Vieira de; Rocha, T. Ribeiro daEm um conjunto de cafeeiros existentes em Mundo Novo, hoje Urupês, na região Araraquarense do Estado de São Paulo, foram feitas seleções de vários cafeeiros baseando-se no seu aspecto vegetativo, na produção existente na época da seleção e na provável produção do ano seguinte. Estudou-se a origem da plantação inicial desse café, tanto em Urupês como em Jaú, chegando-se à conclusão de que é provavelmente originário desta última localidade. Progênies do café "Mundo Novo", anteriormente conhecido por "Sumatra" e derivado de plantas selecionadas em Urupês e Jaú, acham-se em estudo em seis localidades do Estado : Campinas, Ribeirão Prêto, Pindorama, Mococa, Jaú e Monte Alegre do Sul. No presente trabalho são apenas aproveitados dados referentes à variabilidade morfológica e característicos da produção das progênies dos primeiros cafeeiros selecionados em Urupês e estudados em Campinas, Jaú, Pindorama e Mococa. Em tôdas as localidades, observou-se variação nos caracteres morfológicos das progênies, verificando-se a ocorrência de plantas quase improdutivas. A maioria das progênies, no entanto, se caracteriza por acentuado vigor vegetativo. Foram estudadas as produções totais das progénies e das plantas, no período 1946-1951, notando-se que algumas progénies se salientaram pela elevada produção em tôdas as localidades. Os tipos de sementes "moca", "concha" e "chato" foram determinados em amostras de tôdas as plantas, por um período de três anos, notando-se que a variação ocorrida é da mesma ordem que a encontrada em outros cafeeiros em seleção. Procurou-se eliminar, pela seleção, cafeeiros com elevada produção de frutos sem sementes em uma ou duas lojas, característico êsse que parece ser hereditário. Os resultados obtidos de cruzamento entre os melhores cafeeiros "Mundo Novo" de Campinas e plantas da variedade murta, indicaram que esses cafeeiros são do tipo bourbon. Provavelmente, êsses cafeeiros constituem recombinações de um cruzamento primitivo entre o café "Sumatra" e o bourbon. As progênies mais produtivas do café "Mundo Novo" e livres de vários dos defeitos mencionados, já se acham em multiplicação, a fim de, em breve, serem fornecidas sementes aos lavradores, que tanto interêsse têm demonstrado por êsse café.Item Melhoramento do cafeeiro. VII - Ocorrência de lojas vazias em frutos de café "mundo novo"(Instituto Agronômico (IAC), 1954-07) Antunes Filho, H.; Carvalho, A.Êste trabalho descreve a estrutura do fruto e o método utilizado na determinação da freqüência de lojas vazias dos frutos do cafeeiro, nas quais não se encontram sementes. Êste método consiste em colher, de cada planta, uma amostra ao acaso de 100 frutos maduros, que são cortados transversalmente, anotando-se em folhas apropriadas o número de sementes dos tipos chato, moca e concha, as que ocorrem em número de três por fruto e o número de lojas vazias, desprovidas de sementes. Esta última anomalia parece resultar da paralização do desenvolvimento do endosperma, o que provavelmente se dá quando esse tecido deveria começar a preencher a cavidade já bem desenvolvida do fruto. Quando isto ocorre, a loja do fruto continúa a se desenvolver normalmente, porém sem formação de semente normal. Em geral, apenas um resto de tecido se encontra dentro das lojas vazias. Pequena porção de endosperma é às vêzes encontrada, contendo ou não um pequeno embrião. Desde 1950 vêm se examinando amostras de frutos maduros do café Mundo Novo (Coffea arabica L. var. bourbon (B. Rodr.) Choussy), colhidas em tôdas as plantas de progênies plantadas nas Estações Experimentais de Campinas, Pindorama, Mocóca e Jaú, a fim de se determinar a freqüência de lojas vazias para cada uma dessas plantas. Em algumas progénies examinadas, oriundas de sementes de polinização não controlada, quasi tôdas as plantas produzem apenas pequenas quantidades de frutos com lojas desprovidas de sementes em amostras de 100 frutos, independentemente da região onde se acham plantadas. Outras progênies apresentam plantas que produzem frutos com baixa quantidade de lojas sem sementes e plantas nas quais essa quantidade é maior. A relação entre êsses tipos de plantas é relativamente constante para as mesmas progênies em regiões diferentes. A quantidade de frutos com lojas desprovidas de sementes, em amostras de 100 frutos, para uma dada planta, permanece aproximadamente a mesma de ano para ano, e aparentemente não mostra correlação com a produção total de frutos maduros, vigor, ou tipo da planta. Entre 1096 cafeeiros estudados em 4 localidades, observou-se que 456 (43%) apresentavam alta quantidade de frutos com lojas vazias. Se essa amostra fôr considerada representativa das plantações comuns de café Mundo Novo, onde não houve seleção visando eliminar esse defeito, pode-se supor que 39 a 45% de tais plantas apresentam quantidade elevada de frutos com lojas desprovidas de sementes. Verificou-se que para fins de seleção do café Mundo Novo, pode-se contar o número de frutos que flutuam em água, em amostras de 100 frutos, a fim de se ter idéia a respeito da quantidade de frutos com lojas desprovidas de sementes que êsses cafeeiros apresentam. Êsses resultados são comparáveis aos obtidos quando se cortam transversalmente os frutos e se efetua a determinação direta das lojas sem sementes. As observações realizadas indicam que a tendência de produzir frutos com lojas vazias é um característico hereditário. Embora estejam em andamento as investigações para determinar o modo de herança dêsse, característico, recomenda-se que se leve em conta a baixa incidência dêsse defeito nas plantas matrizes a serem selecionadas.Item Melhoramento do cafeeiro. X - Seleção visando eliminar o defeito "lojas vazias do fruto" no café Mundo Novo(Instituto Agronômico (IAC), 1955-01) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.As progênies de café Mundo Novo em estudo na Seção de Genética, desde 1943, se têm revelado altamente produtivas e vigorosas, porém apresentam numerosas plantas com rendimento desfavorável devido à alta incidência de lojas do fruto desprovidas de sementes. Estudos detalhados sôbre a constituição dessas progênies, com relação a êsse defeito, foram iniciados em 1950 verificando-se, nessa ocasião, que algumas eram constituídas apenas de plantas normais, enquanto outras se apresentavam formadas de cafeeiros normais e plantas com o defeito de alta quantidade de lojas sem sementes. A seleção foi dirigida a fim de eliminar, da população Mundo Novo, êsse grave defeito. Resolveu-se multiplicar apenas os cafeeiros mais produtivos das melhores progênies e que não apresentassem o defeito de alta quantidade de lojas vazias, pois seria de esperar que suas progênies fossem constituídas de plantas normais, a julgar pelos dados então obtidos nos descendentes do cafeeiro bourbon n.° 44, que também apresentava o mesmo defeito. Os resultados da amostragem realizada na primeira plantação de café Mundo Novo formada com essas sementes selecionadas, e discutidos no presente trabalho, dão indicações de que a seleção foi bastante eficiente, reduzindo a incidência de plantas com o defeito, de 50% na população original para cêrca de 2 a 7% nesta nova plantação. Em vista dêstes resultados as sementes aí colhidas em 1953 foram aproveitadas para sdstribuição aos lavradores de São Paulo, pela Divisão de Fomento Agrícola, a fim de ie formarem 148 plantações modelo dessa nova variedade comercial. - As comparações feitas, entre as produções de café beneficiado, calculadas a partir do rendimento para os cafeeiros de mais alta produção de cereja, indicam que se deve primeiramente concentrar a seleção em plantas produtivas e sem elevada quantidade de lojas sem sementes, tal como já vem sendo feito desde 1950.Item Melhoramento do cafeeiro. XI - Análise da produção de progênies e híbridos de bourbon vermelho(Instituto Agronômico (IAC), 1957-11) Antunes Filho, H.; Carvalho, AlcidesUm conjunto de 24 progênies, derivadas de plantas matrizes selecionadas da variedade Bourbon Vermelho, e outro de 19 grupos de híbridos F1 entre essas plantas matrizes, cada um dêles com 20 plantas, tiveram a produção individual controlada durante os seis primeiros anos. Após esse período, cinco melhores progénies e cinco híbridos F1 num total de 200 plantas, continuaram a ser colhidos individualmente por mais de oito anos consecutivos. De outras progênies e híbridos F1, 139 indivíduos também tiveram a produção controlada por 14 anos. Com os dados obtidos realizou-se um estudo a fim de verificar se a eliminação precoce de progénies menos produtivas, logo após o 2.° ano de produção, redundaria em eliminação de progênies que, após seis anos de produção, passassem a pertencer ao grupo mais produtivo. Como resultado verificou-se que hão haveria desvantagem em se realizar essa seleção precoce, pois as progênies que aos dois anos de produção total se mostraram menos produtivas assim se conservaram até aos seis anos, com raras exceções. A seleção das progênies mais produtivas, feita com base em apenas duas primeiras produções, é menos eficiente. A análise, dos dois e dos seis anos de produção total individual dos 856 cafeeiros tomados como uma população única, mostra que há uma acentuada tendência de os indivíduos mais produtivos aos seis anos pertencerem a progênies e híbridos melhor classificados logo após os dois primeiros anos de produção. Também quanto a êste particular não haveria inconveniência em se eliminarem as piores progênies precocemente. Os dados relativos às 339 plantas, selecionadas após seis anos e com produção controlada por 14 anos, foram analisados quanto aos efeitos que teria a eliminação precoce das piores progênies logo depois do primeiro biênio. Verificou-se que tal efeito seria mínimo, pois na verdade, se uma tal seleção precoce tivesse sido realizada, o número de boas plantas perdidas seria bem reduzido. Dentre êstes cafeeiros 200 pertencem a cinco progênies e a cinco híbridos. As médias de suas produções acumuladas por biênios mostram que entre eles se nota tendência de os melhores conjuntos também se revelarem cedo, pois a sua classificação aos dois anos se altera pouco quando comparada com a classificação após 14 anos consecutivos de produção. A comparação entre as produções totais individuais de 14 anos dessas 200 plantas e as comparações com as médias de seis anos apresentadas por êsses conjuntos, mostram também que maior número de melhores plantas aos 14 anos pertence a progénies melhor classificadas aos seis anos. Ainda neste conjunto de plantas comparou-se a distribuição das produções totais individuais aos seis e aos 14 anos, verificando-se que as plantas que aos 14 anos se situam acima da média correspondem a cafeeiros que, em sua maioria, já se encontravam bem classificados aos seis anos. Esta análise indica que é boa a probabilidade de se efetuar seleção individual das melhores plantas após os seis primeiros anos de produções consecutivas. Como medida de segurança aconselha-se, todavia, que a seleção das progênies seja efetuada com base em seis anos de produção, e que a seleção dos cafeeiros individuais seja feita com base em 12 anos de produção, quando o cafeeiro atinge completo desenvolvimento.Item Melhoramento do cafeeiro. XII - Variabilidade em linhas puras de café(Instituto Agronômico (IAC), 1957-11) Antunes Filho, H.; Carvalho, A.Três progênies isogênicas de café Bourbon Vermelho, duas oriundas de cafeeiros haplóides (357-21 e RP 13) que tiveram os cromossomos duplicados e outra correspondente ao F1 (H 1934) do cruzamento entre esses dois cafeeiros, foram estudadas com relação a vários característicos, em um ensaio tipo látice balanceado, onde entraram 13 outras progênies de origens diversas. Dentre estas destacam-se as progênies Bourbon Vermelho 959 correspondente a S0, 43-18-11 correspondente a S3 do cafeeiro 43 e 43-7-7-15 e 43-7-19-13 correspondente a S4 dessa mesma planta, as quais também foram analisadas com detalhes. Com relação à altura das plantas no campo não se notou heterose no híbrido Fr que apresenta altura média intermediária. Também as autofecundações sucessivas parecem não influir na redução do vigor vegetativo. Os dados obtidos foram aproveitados para análise da variabilidade desse característico, calculando-se a variância para os canteiros e a variância total, bem como sua homogeneidade. Notou-se que Fx apresenta variância igual à de uma das linhas puras e muito próxima da outra. Das duas linhas puras, a de número 357-21Dp mostrou-se pouco mais variável, cinco anos após a transplantação para o local definitivo. Embora o híbrido F1 tenha produzido mais café cereja no conjunto de três anos do que as linhas puras, a diferença não foi significativa. O híbrido se mostrou menos variável quanto a este característico, embora as variâncias não sejam também significativamente diferentes. Nas outras progénies estudadas os valores da variância foram bem maiores, com tendência de aumento com as sucessivas autofecundações. As linhas isogênicas analisadas ano por ano deram indicações de que a variância do híbrido permaneceu menor, com exceção de um ano apenas. Variação bem acentuada foi encontrada entre as progénies constantes do ensaio no tocante às porcentagens de sementes do tipo moca. O híbrido H 1934 apresentou menor quantidade de sementes moca do que as linhas puras e significativamente menos que a progênie 357-21 Dp. Quanto à variabilidade, a do híbrido se mostrou intermediária, aproximando-se da linha pura com variância maior. As variâncias das outras progênies estudadas são bem mais elevadas, notando-se tendência de aumento com as autofecundações sucessivas. Com relação às sementes concha, a porcentagem média para o híbrido não difere das linhas puras e o valor da variância é intermediário. Para as demais progênies analisadas os valores das variâncias são maiores e mostram tendência de redução com as autofecundações. O valor da peneira média correspondente ao tamanho das sementes não difere para as três linhas isogênicas, a variabilidade sendo, porém, menor para o híbrido. Para as outras progênies não se notou redução do tamanho como efeito da autofecundação e as suas variâncias não mostram tendência de aumento ou redução nas gerações estudadas. Dos itens analisados, destacam-se como mais promissores do ponto de vista da produção e altura das plantas (a qual pode representar o vigor vegetativo) a progénie de Bourbon Vermelho 959 e a de Bourbon Amarelo J 24ex. Dependendo do característico analisado, notou-se que a variância entre plantas nos canteiros do híbrido F1 pode ser igual, intermediária ou menor do que a das linhas puras. Em nenhum caso, porém, a variância do híbrido se mostrou maior que a das linhas puras.Item Melhoramento do cafeeiro. XIII - café Bourbon amarelo(Instituto Agronômico (IAC), 1957-12) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.; Mendes, J. E. T.; Lazzarini, W.; Reis, A. Junqueira; Aloisi Sobrinho, J.; Moraes, M. Vieira de; Nogueira, R. Kerr; Rocha, T. R.Um conjunto de 30 plantas matrizes de Bourbon Amarelo foi selecionado em 1945, em Jaú, na propriedade "Fazendinha". As progênies dêsses cafeeiros foram plantadas nas Estações Experimentais do Instituto Agronômico em Campinas, Ribeirão Preto, Pindorama, Mococa e Jaú, em linhas de 20 plantas. Diversas observações foram feitas relativas ao desenvolvimento dos cafeeiros, produção e tipos de sementes. De maneira geral o desenvolvimento foi considerado muito bom, com exceção de Mococa, onde as plantas apresentaram porte e produção menores devido ao terreno mais pobre onde foram plantadas. Embora tenha havido variações acentuadas no comportamento das progênies quanto à produção, verificou-se que as de n. J 30, J 3, J 8, J 10, J 11 e J 24 classificaram-se como as melhores nas cinco localidades, ao fim de oito anos seguidos de produção. As melhores plantas das boas progênies já foram incluídas em campos de aumento e suas sementes vêm sendo distribuídas aos lavradores. Notou-se acentuada variação de produção anual do conjunto de progênies, principalmente a partir do quarto ano de colheita. As produções bienais cresceram até o terceiro biênio, estacionando ou diminuindo no quarto. Notou-se que algumas progénies são tardias na produção, de modo que não será aconselhável a seleção precoce de progênies de Bourbon Amarelo eliminando-se as menos produtivas logo após o primeiro biênio de produção. Verificou-se, também, que as plantas de maior produção total pertencem, em grande parte, a progênies que apresentam produção média geral elevada, as quais, por sua vez, possuem variabilidade menor de produção. A curva de distribuição da produção total das plantas individuais mostrou-se variável.nas diferentes localidades; em tôdas verificou-se a ocorrência de plantas muito pouco produtivas, com produções médias inferiores à média geral subtraída de 2,57 vezes o desvio padrão geral do lote. A ocorrência desse tipo de plantas é de 1,7% no Bourbon Amarelo, inferior à que se encontra no café Mundo Novo. Os dados referentes às porcentagens de sementes dos tipos moca e concha indicaram que não há excesso de sementes anormais. As sementes moca mostraram-se mais freqüentes em Ribeirão Prêto, e menos em Pindorama e Campinas. As sementes concha são mais freqüentes em Campinas e Pindorama, e menos em Ribeirão Prêto. Quanto à distribuição das porcentagens de sementes concha, notou-se maior variação em Campinas e Pindorama. Com relação à ocorrência da anomalia constituída por frutos com lojas desenvolvidas e sem sementes, verificou-se que é pouco freqüente no café Bourbon Amarelo e da mesma intensidade que a verificada em outras variedades comerciais, como Bourbon Vermelho e Caturra. A ocorrência de plantas com frutos alaranjados, heterozigotas para os alelos Xcxc, indicou que devem ser freqüentes os cruzamentos naturais no cafezal onde as plantas matrizes foram selecionadas, pois embora o número de plantas de frutos vermelhos (XcXc) no local fôsse de freqüência reduzida em relação às plantas de frutos amarelos (xcxc), a ocorrência média de plantas heterozigotas entre os descendentes foi de 2,46%. Devido às características apresentadas por êsse grupo de progênies analisadas, tais como vigor vegetativo, alta produção e bom rendimento, confirma-se ser o Bourbon Amarelo uma variedade de café de bastante importância econômica, devendo suas seleções ser cultivadas em larga escala.Item Melhoramento do cafeeiro: XIV - competição de variedades comerciais em Monte Alegre do Sul(Instituto Agronômico (IAC), 1960-02) Antunes Filho, H.; Alves, S.Em fins de 1949 foi plantado na Estação Experimental de Monte Alegre do Sul um ensaio de variedades comerciais de café, cujos resultados, abrangendo seis anos de produção, são analisados e discutidos neste trabalho. A Estação Experimental de Monte Alegre do Sul situa-se em solo do tipo massapê-salmourão e apresenta a topogrofía acidentado que caracteriza extensa região cafeeira dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. A finalidade do ensaio é a de verificar o comportamento de diversas variedades, em comparação ao café Nacional, que ainda hoje é a variedade predominante nas fazendas que conservaram parte dos seus antigos cafèzais. As seguintes variedades acham-se representadas no experimento: Nacional, Amarelo de Botucatu, Bourbon Vermelho, Bourbon Amarelo, Mundo Novo, Caturra Vermelho, Caturra Amarelo, Laurina, Moragogipe A. D. e Semperflorens. Com exclusão do café Nacional, representado pela descendência de plantas típicos encontrados na própria Estação Experimental, as demais voriedades são formadas pela mistura de progênies de cafeeiros selecionados pela Seção de Genética do Instituto Agronômico, em Campinas. Como delineamento experimental adotou-se o de blocos incompletos com seis repetições. Ao fim de seis anos de colheitas a análise estatística revelou que a variedade Mundo Novo produziu significativamente mais do que as nove restantes. Em segundo plano classificou-se o Bourbon Amarelo, cuja produção, porém, não difere de modo significativo das que se verificaram para o Bourbon Vermelho, Caturra Amarelo e Caturra Vermelho. As quatro variedades com as maiores produções totais, em kg de frutos maduros (Mundo Novo, Bourbon Amarelo, Bourbon Vermelho e Caturra Amarelo), produziram significativamente mais do que as variedades antigas, como o Nacional e Amarelo de Botucatu, e mais tambem do que os variedades de menor interêsse comercial, como Maragagipe A. D., Laurina e Semperflorens. Os resultados são semelhantes quando se analisam os produções transformadas em café beneficiado.Item Melhoramento do cafeeiro: XXI- Comportamento regional de variedades linhagens e progênies de café ao sol e à sombra(Instituto Agronômico (IAC), 1961-11) Carvalho, A.; Krug, C. A.; Mendes, J. E. T.; Antunes Filho, H.; Junqueira, A. R.; Sobrinho, J. Aloisio; Rocha, T. R.; Moraes, M. V.Plantaram-se em fins de 1945, nas estações experimentais do Instituto Agronômico localizadas em Campinas, Ribeirão Prêto e Pindorama e, em princípios de 1947 em Mococa e Jaú, ensaios compreendendo progênies, linhagens e variedades de cafeeiros selecionados a fim de estudar a sua reação em ambiente ensolarado e à sombra de ingàzeiros. Numerosas anotações foram realizadas referentes às re-plantas, desenvolvimento dos cafeeiros, produtividade, rendimento e características dos frutos e das sementes. Durante os primeiros anos de desenvolvimento, as replantas feitas mostraram-se mais freqüentes em Ribeirão Prêto e Pindorama e, ao dar por encerrada a primeira fase dêste ensaio, em 1956, o maior número de falhas foi observado em Jaú e, o menor, em Campinas. Nas repetições sombreadas dêstes ensaios, as falhas mostraram-se mais freqüentes. As progênies ou linhagens de Sumatra, Laurina e Caturra e as derivadas do Bourbon Vermelho C 44 foram as que deram os mais elevados números de falhas. Apenas em Ribeirão Prêto os cafeeiros mostraram sensível diminuição na altura, tomada como índice do desenvolvimento vegetativo, no ambiente sombreado, sendo pequenas as diferenças nas demais localidades. No que se refere à produção total de café cereja de todos os intens nos anos considerados, os dados obtidos indicaram sempre maior produção no lote ao sol, em comparação corn a do sombreado. Em Campinas, a produção tias repetições ao sol foi de 82% maior; em Pindorama, 349% em Ribeirão Prêto, 1271%; em Mococa. 69% e, em Jaú, 305% mais elevadas, tornando desaconselhável a prática do sombreamento nas localidades estudadas. Diferenças no número de talhas, na luminosidade e na água disponível no solo, devem ser os principais responsáveis pelas produções mais elevadas ao sol. No que se refere ao comportamento dos cafeeiros nos dois ambientes, notou-se que os mais produtivos ao sol, também alcançam as primeiras colocações no lote sombreado, indicando (pie a seleção feita ao sol deve ser eficiente também para o plantio à sombra do ingàzeiro. Em comparação com a testemunha HourUon Vermelho LC 370, dez dos itens do ensaio de Campinas, dois de Pindorama, seis de Ribeirão Prêto, três de Mococa e dois de Jaú, deram produções significativamente maiores no lote ao sol. No lote à sombra os itens melhores do que o testemunha foram em número de dois em Campinas, cinco em Pindorama, sete em Ribeirão Prêto, dois em Mococa e um em Jaú. Revelaram-se de particular interesse, pela elevada produção, as progenies de Bourbon Amarelo incluídas em ensaios de Mococa e Jaú, confirmando resultados obtidos em outros ensaios sobre a produtividade do Bourbon Amarelo. Se não tivessem surgido as linhagens de Mundo Novo e outras de liourboii Amarelo, Oses ensaios teriam fornecido informações sobre as melhores linhagens a serem plantadas em cada região agrícola. Quanto à variação anual de produção cm Campinas e Mo;oca, não se observaram diferenças significativas nos lotes ao sol e sombreado, enquanto em Pindorama e Jaú, as variâncias de produção nas repetições ao sol mostraram-se pouco maiores, o que talvez esteja relacionado com a produção, bem maior ao sol, nessas localidades. Em Ribeirão Prêto a discrepância de produção foi muito elevada, não permitindo esta comparação. As observações feitas sobre as produções nos períodos de 2, 4, 6 e K anos, mostraram que os itens mais produtivos, tanto ao sol como nas repetições a sombra, revelaram-se logo depois das quatro primeiras produções. Notou-se que alguns cafeeiros são precoces quanto à produção, como o Caturra o a linhagem de líourbon Vermelho LC 43, e outros mais tardios, como os de líourbon Amarelo em Mococa e Jaú, as linhagens LC 408 em Campinas, e as de líourbon Vermelho C 376-1, C 662 e LC 493 cm várias localidades. Embora tenham sido verificadas setisívei-, diferenças no rendimento das progenies, linhagens e variedades, observou-se que estes são um pouco melhores à sombra. As porcentagens de frutil icação foram mais elevadas nas repetições à sombra em Campinas, Mococa e Jaú e, menores, em Ribeirão Prêto e Pindorama, embora a produção tenha se revelado menor. É de se salientar que o Laurina, com a mais elevada porcentagem de frutificação, apresentou também uma das mais reduzidas produções. O pêso médio de cereja foi pouco influenciado pelo plantio à sombra, cm relação ao sol, enquanto o peso médio das sementes se mostrou pouco maior no lote sombreado, indicando menor pêso do pericarpo, o que confirma os dados sôbre os valores do rendimento. Quanto às proporções dos tipos de sementes moca, concha e chato, pouca variação foi notada no lote ao sol e à sombra, o mesmo ocorrendo com a quantidade de sementes chochas e tamanho da semente, revelado pela peneira média, e sua densidade. Os dados obtidos sobre a incidência de broca, em Campinas, mostraram que, à sombra, a infestação é maior. Observações realizadas sobre a maturação dos frutos, levaram à conclusão de que a partir de flôres abertas na mesma época, não ocorrem diferenças na maturação nas progenies plantadas ao sol e à sombra. Tomando-se ao acaso, amostras de frutos resultantes de flôres abertas nas várias épocas, verifica-se um pequeno atraso de maturação nas repetições ê sombra, indicando possíveis diferenças na intensidade do florescimento nos dois ambientes. Quanto à qualidade da bebida, os dados são de molde a sugerir maior acidez nas amostras colhidas à sombra, não ocorrendo discrepâncias acentuadas quanto aos demais característicos examinados. Os dados gerais dêstes ensaios permitem concluir que, a não ser pela drástica redução na produtividade dos cafèzais, os demais fatores estudados não se mostraram particularmente afetados pelas diferenças do ambiente ao sol e à sombra. Também permitem afirmar, de um modo geral, que as progenies e linhagens reagiram, de maneira semelhante ao sol e à sombra, no sentido de que as mais promissoras ao sol também tendem a dar boa produção à sombra.Item Novas observações sôbre o dimorfismo dos ramos em Coffea arabica L.(Instituto Agronômico (IAC), 1952-01) Carvalho, A.; Antunes Filho, H.Numerosos exemplos de enxertia e estaquia têm mostrado que as gemas dos ramos laterais (plagiotrópicos) do café são diferenciadas de modo que, ao se desenvolverem, não possuem a capacidade de dar ramos ponteiros (ortotrópicos). São descritos dois casos independentes em que se formaram ramos ortotrópicos a partir de ramos plagiotrópicos, indicando que a perda de capacidade do ramo plagiotrópico, de produzir gemas de ramos ortotrópicos, não é total. Um outro exemplo é descrito de ramos ortotrópicos que, pelas observações até agora realizadas, parecem ter se transformado em plagiotrópicos.