UFPB - Dissertações

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    O agronegócio do café em Vitória da Conquista - BA: agricultura capitalista mundializada e reprodução fictícia de capital
    (Universidade Federal da Paraíba, 2018-02) Novais, Weldon Pereira Silva de; Mitidiero Júnior, Marco Antonio
    Esta dissertação teve como propósito compreender os mecanismos da reprodução capitalista no agronegócio do café em Vitória da Conquista-BA. Essa tarefa nos colocou diante do desafio de entender, em primeiro lugar, as bases que permitiram a consolidação desse setor aos moldes de uma agricultura capitalista mundializada. Para isso, debruçamo-nos na análise acerca da geografia histórica do capitalismo na formação do agronegócio do café em Conquista, com recorte temporal de 1960-1990, período marcado pelo avanço do capital no campo brasileiro e expansão espacial da cafeicultura no país sob o projeto de consolidação de um modelo agroexportador de commodities. Modelo este, resultado da expansão geográfica do capital dos países do centro para a periferia capitalista, diante da sua própria crise- acumulação. A partir dos anos de 1990, o agronegócio do café firma-se enquanto um modelo de agricultura capitalista mundializada e foi analisado como um processo intercambiado da extensão das práticas neoliberais e da mundialização do capital. Nesse contexto, o mercado mundial de café que antes era controlado pelo Estado de diferentes países, ficou nas mãos das tradings e das indústrias de torrefação e moagem que são grupos de multinacionais que promoveram a concentração e monopolização do setor em escala global. Não poderíamos deixar de assinalar que um dos principais pilares dessa agricultura capitalista mundializada é a produção de alimentos em forma de commodities, que tem seus preços regulados nas bolsas de valores e mercados futuros. Desse modo, urgiu a necessidade de entender a reprodução fictícia de capital nesse setor e, nesse aspecto, verificamos a determinação da lógica especulativa do capital fictício na produção capitalista do espaço no agronegócio do café, impondo o ritmo dessa produção a tempos futuros e, com isso, intensificando a concorrência capitalista. Essa dinâmica vem aprofundando a crise-acumulação, ampliando a superexploração do trabalho, promovendo o aumento substancial da produção e produtividade para suprir a lógica do capital fictício em se apropriar da mais-valia real produzida pelo capital produtivo. Esse atual cenário do agronegócio do café, em tempos neoliberais e sob o domínio das finanças, coloca em evidência, dentre outras coisas, a produção de alimentos em forma de commodities como uma prática dessa agricultura de negócio que está preocupada em atender as necessidades da acumulação fictícia e, portanto, não está à serviço da produção de comida para satisfazer as necessidades humanas.