UFV - Teses
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Item Qualidade do solo em áreas em recuperação com forrageiras e cafeeiro pós-mineração de bauxita(Universidade Federal de Viçosa, 2013-02-28) Borges, Silvano Rodrigues; Silva, Ivo Ribeiro daA mineração pode ser considerada uma das atividades mais impactantes ao solo, pois exige a retirada da vegetação e das camadas superficiais de solo, demandando a posterior recuperação da área com o mesmo tipo de uso pré-existente. Na Zona da Mata de Minas Gerais muitas das jazidas de bauxita encontram-se sob cultivos agrícolas e pastagens e, assim, surge o desafio de recuperar e monitorar a qualidade do solo (QS) e garantir o desenvolvimento sustentável de culturas agrícolas sobre essas áreas após a mineração. Neste sentido, o objetivo principal com este estudo foi avaliar as alterações na qualidade do solo em área de mineração de bauxita e o crescimento de forrageiras e do cafeeiro manejados com diferentes adubações e tipos de plantas de cobertura do solo. Os solos de áreas cobertas com mata nativa, cafeeiro (10 anos de idade) e pastagem foram usados com referências pré-mineração. Após a mineração e reconfiguração da área, amostras de solo foram coletadas e usadas como referência pós-reconfiguração, e, nessa área, foram implantados dois experimentos: Experimento I: implantação de forrageiras com quatro tipos de adubações (P - padrão da Empresa; C – adubação complementar com cama de aviário; Q – adubação química complementar; C+Q – adubação orgânica e química combinadas) e quatro tipos de cobertura do solo (SP – sem planta; B – braquiária (Brachiária brizantha cv. Piatã); E – estilosantes cv. Campo Grande; B+E – consórcio). Os tratamentos B e SP, adubados com C e Q foram selecionados para instalação de parcelas coletoras de perdas de água, solo e nutrientes por escoamento superficial. Em avaliações feitas durante 15,5 meses registraram-se melhor produção de matéria seca (MS) da B nas adubações complementares C (41,5 t/ha) e C+Q (40,3 t/ha) em relação a Q (24,0 t/ha) e P (18,9 t/ha), mas não houve diferença significativa para o E, e este não se desenvolveu no consórcio B+E. A braquiária com adubação C reduziu as perdas de água (-70,1 %) e solo (-61,9 %) em relação à adubada com Q. Observou-se grande impacto da mineração sobre os atributos orgânicos dos agregados (carbono orgânico total e lábil e nitrogênio total), mas não sobre a estabilidade dos agregados (DMP). A adubação C e as forrageiras B e E contribuíram para aumentar os atributos orgânicos em agregados avaliados após 16 meses de recuperação, principalmente o E. Experimento II: implantação de Coffea arabica com quatro tipos de adubação (T – sem adubação; C – cama de aviário no plantio (1/2 no sulco de plantio e 1/2 na entrelinha); Q – adubação química no plantio e em cobertura; C+Q – orgânica e química combinadas) e quatro tipos de plantas de cobertura do solo na entrelinha do cafeeiro (as mesmas usadas no Experimento I). Parcelas coletoras de água e solo foram instaladas na área com cafeeiro do mesmo modo que nas subparcelas com forrageiras no Experimento I. Atributos orgânicos, químicos, físicos e microbiológicos foram quantificados e selecionados antes da mineração, seis meses após a reconfiguração da área minerada e após 19 meses em recuperação para a construção de um índice de qualidade do solo (IQS), utilizando análises estatísticas uni e multivariadas. As adubações C e C+Q melhoraram a produção de MS das plantas de cobertura durante o primeiro ano de crescimento. O crescimento do cafeeiro, avaliado aos 21 meses, não diferiu entre as adubações C, Q e C+Q e foi reduzido acentuadamente pela B, mas em menor intensidade pelo E e B+E. Porém, a B reduziu as perdas de água e solo, principalmente quando adubada com C. As análises uni e multivariadas permitiram selecionar o carbono orgânico lábil, a soma de bases, a densidade do solo e a atividade da enzima fosfomoesterase ácida como um grupo mínimo de indicadores orgânicos, químicos, físicos e microbiológicos da qualidade do solo. A mineração reduziu em cerca de 65 % o IQS em relação ao cafeeiro não minerado. A adubação com cama de aviário, isolada ou combinada com a mineral, recuperou a QS, em média, em 23 % e as plantas intercalares de cobertura do solo contribuíram para recuperar a QS somente quando adubadas. Conclui-se que o crescimento de forrageiras sobre áreas mineradas de bauxita pode ser melhorado com adubação complementar com cama de aviário e o consórcio gramínea e leguminosa precisa ser melhor estudado. A adubação com cama de aviário e o uso de plantas intercalares de cobertura do solo contribuem para recuperar a QS e podem contribuir para a sustentabilidade da produção do cafeeiro sobre áreas mineradas de bauxita.