UFES - Dissertações
URI permanente para esta coleçãohttps://thoth.dti.ufv.br/handle/123456789/3334
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Item Impacto do uso da terra e da estratificação ambiental no assentamento rural Florestan Fernandes sobre a qualidade do solo(Universidade Federal do Espírito Santo, 2014-12-15) Marcatti, Bruna Aparecida; Mendonça, Eduardo de SáO objetivo desta pesquisa é descrever e identificar os impactos ambientais advindos dos processos de transformação do uso da terra desencadeados pela criação do assentamento de Reforma Agrária Florestan Fernandes-Guaçuí. Nos últimos anos, alguns estudos demostraram que a diversificação agrícola fundamentada em preceitos de transição agroecológica melhora as condições ambientais e dos solos; e que o conhecimento entnopedológico dos agricultores e assentados contribui para este processo. Assim, para esta pesquisa, utilizou-se como metodologia a análise documental e a estratificação participativa com o "Grupo da Terra" formado por nove famílias assentadas. Os solos estratificados foram submetidos às análises laboratoriais e por meio da estatística multivariada pode-se identificar quais os atributos químicos, físicos e geomorfológicos dos solos que melhor contribuem para a estratificação dos solos pelas famílias. A segunda etapa consistiu em avaliar a fertilidade e os atributos biológicos de cinco sistemas agrícolas (mais área de mata) presentes nos solos estratificados para avaliação da qualidade dos solos. Nesta etapa utilizou-se a estatística descritiva como ferramenta de análise. Esta dissertação é composta por três capítulos. No primeiro, buscou-se introduzir o leitor sobre a criação do assentamento e contrastar as transformações socioeconômicas das famílias e do ambiente advindas do processo de criação do assentamento. Constatou-se que houve melhoria nos níveis de escolaridade e acesso a programas sociais; aumento na produção agrícola, bem como consequente elevação da renda familiar e redução das áreas de pastagem. No segundo capítulo, focalizou-se a relação entre o conhecimento etnopoedológico e a relação com os atributos dos solos e do relevo. A estratificação participativa juntamente com as análises de solo contribuíram para a identificação das áreas próprias ao plantio e outras com potencial a erosão. Demonstrou-se que o material de origem contribui para os teores de K, Ca e Mg no solo e que o relevo pouco contribui para a separação dos grupos de solo. O terceiro capítulo refere-se aos sistemas agrícolas diversificados e monocultivos e às suas variações quanto ao manejo. Os atributos biológicos foram analisados para as áreas de cafeeiro de transição agroecológica e convencional, mata e pastagem. Os resultados demonstraram que os níveis de fósforo estão baixos para todos os sistemas, sendo melhor para o sistema diversificado com manejo agroecológico. O cálcio foi o único mineral que apresentou teores satisfatórios. A atividade microbiana foi superior no sistema café- transição agroecológica. As considerações finais apontam que a eficiência no manejo dos solos depende do conhecimento etnopedológico aliado ao conhecimento técnico e científico. Para a precisão na avaliação quanto à redução do passivo ambiental deve-se considerar as condições socioeconômicas que os assentados dispõem para o investimento agrícola e o acompanhamento técnico. Há necessidade de pesquisas de longo prazo nas áreas de Reforma Agrária.