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    Obtenção e caracterização de calos e plântulas a partir de embriões zigóticos imaturos de Coffea arabica L. e análise in silico do gene SERK
    (Universidade Federal de Lavras, 2008-12-12) Lacerda, Guilherme Araújo; Paiva, Luciano Vilela
    Pretendeu-se, com a realização deste trabalho, obterem-se alternativas, além do explante foliar e nodal, visando à micropropagação de cultivares de cafeeiros, relacionadas à qualidade da bebida, como o “Bourbon Amarelo’ e à produtividade, como o ‘Rubi’ para a região sul de Minas Gerais. Uma planta matriz de ‘Bourbon Amarelo’ foi utilizada para a obtenção dos frutos em estádio verde-cana de onde extraíram-se os embriões zigóticos imaturos. Observou-se que o maior percentual de crescimento pôde ser identificado aos 15 dias de cultivo dos embriões zigóticos imaturos em meio contendo o 99,91 μM de TDZ. O número médio de brotos na região da incisão no hipocótilo do embrião foi maior para o BAP (97,69 μM). Com o aumento da concentração de BAP, o número de folhas dos brotos aumenta proporcionalmente. Para a variável número de folhas isoladamente sob o efeito do BAP, em comparação a CIN e TDZ, observou-se efeito benéfico em decorrência do aumento de sua concentração. O efeito oxidativo do 2,4-D, causado pelas altas concentrações, chegou a 90% de probabilidade de oxidação e, possivelmente, estaria relacionado ao caráter herbicida do composto. O comportamento do TDZ e BAP, apesar de ambos apresentarem uma probabilidade menor para o crescimento do calo, revelou sua atuação no desenvolvimento do mesmo. Para o calo da cultivar Rubi, foi observado, ao MEV, que as células acumulam grande quantidade de grãos de amido, sugerindo que eles possam ser utilizados como marcadores iniciais do potencial embriogênico. A microscopia fotônica revelou que os calos provindos de embriões zigóticos apresentam-se como uma fonte de explante responsiva à embriogênese, mostrando indícios de formação de embriões somáticos em ‘Rubi’. Em relação à capacidade propagativa, não houve diferença significativa para a variável número de brotos entre o 6o e o 7o mês de cultivo, porém, houve um decréscimo no número de folhas e na matéria fresca e seca. Para os diâmetros polares e equatoriais, não houve diferenças significativas entre os cultivos in vitro e in vivo (de campo). Pôde ser observada diferença significativa (p<0,01) entre a relação diâmetro equatorial/polar, indicando maior simetria dos estômatos (células-guarda + ostíolo) na condição de cultivo in vitro. O número médio de estômatos por mm2 foi diferente, significativamente (p<0,01), entre os cultivos, sendo maior no material in vivo. O caule in vitro mostrou grande quantidade de tricomas, os quais, in vivo (de campo), não foram encontrados. O sistema radicular obtido in vitro apresenta estrutura pelífera. Devido à natureza juvenil e ao alto potencial regenerativo, verificado por meio das características da morfoanatomia foliar, embriões zigóticos de C. arabica L. cv. Rubi se apresentam como excelentes explantes para a propagação in vitro de cafeeiro. Na busca por prováveis genes dentro do banco de dados CAFEST em C. arábica, com base na similaridade com a seqüência de Coffea canephora para SERK, após o processo de busca e seleção de reads relacionados às seqüências, realizaram-se a montagem dos EST-contigs, o alinhamento entre seqüências e a análise filogenética. A análise de motifs de agrupamento pelo MEME/MAST revelou seqüências contendo domínios de aminoácidos relacionados a SERK. O perfil de expressão obtido pelo Northern Eletrônico revelou uma maior expressão das seqüências nas bibliotecas de calos e células em suspensão como se esperava, devido à competência celular esperada desses materiais. Tecidos que apresentam totipotência como fontes de explantes, como, por exemplo, hipocótilo, sementes, gemas florais, frutos e folhas, também foram visualizados contendo expressões desses genes candidatos. Dessa forma, foi possível identificar 12 seqüências prováveis (07 contigs e 05 singlets) relacionadas à SERK no banco de dados do CAFEST para Coffea arabica L., dos quais pelo menos C9 apresenta fortes indícios de similaridade com a proteína SERK de C. canephora.