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    O efeito protetor do exercício físico e da suplementação com cafeína nas convulsões e dano oxidativo induzidos por pentilenotetrazol em ratos
    (Universidade Federal de Santa Maria, 2012-10-05) Souza, Mauren Assis de; Royes, Luiz Fernando Freire
    As crises convulsivas constituem a principal manifestação clínica da epilepsia. A epilepsia é uma condição neurológica crônica com incidência de 1 % na população em geral sendo que cerca de 20 a 30% dos pacientes apresentam-se refratários ao tratamento com as drogas antiepiléticas disponíveis. Existem evidências para a participação das espécies reativas de oxigênio (EROs) na fisiopatologia das epilepsias, entretanto determinar o seu papel é difícil, uma vez que, o estresse oxidativo pode ser causa ou consequência das crises epilépticas. Considerando o grande número de pacientes refratários ao tratamento disponível, e que o dano oxidativo parece ser um importante fator envolvido nas crises, terapias alternativas que aumentem as defesas antioxidantes e/ou diminuam o dano oxidativo podem se tornar importantes adjuvantes no tratamento das crises epilépticas, como o exercício físico e a administração de cafeína. Neste sentido o presente trabalho teve como objetivo investigar os efeitos da atividade física e da suplementação com cafeína nas convulsões comportamentais e eletroencefalográficas (EEG), bem como nas alterações dos parâmetros oxidativos induzidos por pentilenotetrazol (PTZ) em ratos. No estudo 1 demonstrou-se que o exercício físico (natação 6 semanas) atenuou a latência e a duração das convulsões generalizadas induzidas pela administração de PTZ (45 mg / kg i.p) e atenuou o aumento da amplitude das ondas eletroencefalográficas induzidas por PTZ (30, 45 e 60 mg/Kg i.p). Análise de correlação de Pearson revelou que a proteção do exercício físico contra as convulsões correlaciona-se com conteúdo de tióis não protéicos (TNP), atividade da enzima Na + ,K + -ATPase e manutenção da captação de glutamato. O exercício físico aumentou a atividade da superóxido dismutase (SOD) e o conteúdo de TNP per se atenuando a produção de EROs per se. Além disso, o exercício físico protegeu contra a neutoxicidade induzida por PTZ caracterizada aqui pela produção de EROs, peroxidação lipídica (LPO), carbolinação de proteínas, diminuição no conteúdo de TNP inibição da atividade da SOD e catalase (CAT), e a inibição da captação de glutamato. No estudo 2 verificou-se que a administração prolongada de cafeína (6 mg/Kg, 15 dias p.o), mas não a administração aguda diminuiu o tempo gasto nas convulsões tônico-clônico generalizadas e atenuou o aumento da amplitude EEG induzida por PTZ (60 mg/Kg i.p). Além disso, verificou-se que a administração prolongada de cafeína aumentou o conteúdo de glutationa reduzida (GSH) per se e protegeu do aumento da LPO, produção de EROs e inibição da atividade da enzima Na + ,K + -ATPase induzida por PTZ. A infusão de L-butionina sulfoximina (BSO, 3,2 micromol / site icv), um inibidor da síntese de GSH, dois dias antes da administração de PTZ reverteu o efeito anticonvulsivante da cafeína frente as convulsões e dano oxidativo induzidos por PTZ. Além disso, um estudo subsequente revelou que a administração prolongada de cafeína juntamente com exercício físico durante 4 semanas aumentou a latência para a primeira convulsão mioclônica e primeira generalizada, além de diminuir a duração das convulsões generalizadas induzidas pela administração de PTZ (60 mg / kg i.p). Considerando os dados apresentados no presente estudo, conclui-se que o exercício físico e a suplementação prolongada com cafeína atenuam as convulsões induzidas por PTZ, por modular positivamente o sistema antioxidante e manter a atividade da enzima Na + ,K + -ATPase em ratos.
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    Efeitos da cafeína e do diclofenaco sobre o estresse oxidativo e a inflamação em ratos submetidos ao exercício físico
    (Universidade Federal de Santa Maria, 2015-07-01) Barcelos, Rômulo Pillon; Barbosa, Nilda de Vargas
    O exercício físico pode representar um tipo de estresse por alterar a homeostase corporal. O elevado consumo de oxigênio pelo músculo esquelético durante o exercício físico aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e proteínas inflamatórias, desencadeando estresse oxidativo e inflamação sistêmica. Atualmente, a cafeína, um composto presente em diversas bebidas e medicamentos, e os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), incluindo o diclofenaco, têm sido amplamente usados em competições esportivas. Considerando que os atletas treinam com o objetivo de melhorar o seu desempenho esportivo, principalmente em provas de alta intensidade e curta duração e que essas podem levar à sensação de dor e processo inflamatório, um grande número desses atletas usa tanto cafeína e AINEs como recursos ergogênicos ou até mesmo para evitar perdas de performance em suas provas. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos da associação entre treinamento físico e o uso concomitante de cafeína/diclofenaco nos tecidos. Levando em consideração a especificidade esporte, a maioria dos estudos são referentes a associação exercício físico e músculo esquelético. Entretanto, as respostas adaptativas ao exercício físico não são restritas ao tecido muscular. Considerando o importante papel do fígado durante a atividade física, um objetivo desta tese foi analisar os efeitos da cafeína e, em um segundo momento, do diclofenaco, sobre marcadores hepáticos de estresse oxidativo, dano tecidual e inflamação em ratos treinados. Nos artigos destacamos o papel da cafeína em modular as respostas de dano, estresse oxidativo, inflamação e adaptação causadas pelo treinamento físico em fígado, músculo e plasma. O protocolo experimental foi realizado com 4 grupos distintos: sedentário-salina, sedentário- cafeína, exercício-salina e exercício-cafeína. Os grupos exercício foram submetidos a 4 semanas de treinamento aeróbio de natação e os grupos tratados foram suplementados com cafeína (6 mg/kg), durante o treinamento. Identificamos mudanças significativas na atividade das enzimas citrato sintase (CS), superóxido desmutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx) e acetilcolinesterase (AChE), e nos níveis da aspartato aminotransferase (AST) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) após treinamento. Todas essas alterações foram revertidas pelo tratamento com cafeína. No manuscrito destacamos o papel modulador do diclofenaco sobre a inflamação gerada por exercício agudo. O protocolo consistiu em uma sessão de 90 mim de exercício excêntrico agudo em esteira em ratos tratados previamente com salina ou diclofenaco (10mg/kg) (grupos: controle-salina, exercício-salina, controle- diclofenaco, exercício-diclofenaco). Após o exercício, foi identificado um aumento na expressão gênica e níveis da proteínas TLR4, MyD88, TRIF, NFκB p65, IL-6, TNF-α e iNOS. Essas respostas geradas pelo exercício excêntrico foram bloqueadas pelo tratamento com diclofenaco. Os dados obtidos nos permitem concluir que o diclofenaco e a cafeína interferem nas respostas adaptativas de cunho oxidativo/inflamatório geradas pelo exercício físico, podendo assim alterar os mecanismos de hormesis dos tecidos ao exercício físico.
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    The effects of caffeic acid and caffeic acid phenethyl ester on the activities of acetylcholinesterase and ecto-nucleotidases in rats
    (Universidade Federal de Santa Maria, 2013-01-21) Anwar, Javed; Schetinger, Maria Rosa Chitolina
    Os compostos fenólicos e seus derivados constituem uma importante família de compostos naturais. O ácido cafeico (AC) e o éster fenetil do ácido cafeico (CAPE) são membros importantes dessa família e compartilham algumas aplicações biológicas, tais como: antioxidante, neuroprotetor, antiinflamatório, antiproliferativo, antibacteriano, antiviral, antiaterosclerótico e anticancerígeno. Entretanto, a literatura relata algumas atividades pró-oxidantes, dependendo do ambiente celular. Devido a estas propriedades patofisiológicas, aumentou o interesse com o objetivo de avaliar o efeito de CA e CAPE sob as atividades das enzimas purinérgicas e da acetilcolinesterase (AChE), tanto no Sistema Nervoso Periférico (SNP) como no Sistema Nervoso Central (SNC). Previamente, nosso grupo de pesquisa relatou que o composto fenólico tem a capacidade de alterar as atividades dessas enzimas. A AChE rapidamente hidrolisa a acetilcolina (ACh) em tecidos neuronais e não neuronais, mediando algumas doenças neurodegenerativas. Ao lado da ACh, o ATP (como co- neurotransmissor) e adenosina são importantes moléculas sinalizadoras, comunicando as células em ambos os SNP e do SNC. Nas vias de sinalização extracelulares, os nucleotídeos de adenina e seus derivados podem ser acoplados a receptores específicos e desse modo ter um papel crucial no sistema nervoso, sistema vascular e imune. Uma vez liberadas, estas moléculas são hidrolisadas por uma cascata de enzimas incluindo a ectonucleosídeo trifosfato difosfoidrolase (NTPDase; EC 3.6.1.5, CD39), 5'- nucleotidase (EC 3.1.3.5, CD73), ectonucleotideo pirofosfatase/fosfodiesterase (E-NPP), modulando definitivamente as vias de sinalização do funcionamento normal do sistema nervoso, sistema vascular e imune. Além disso, a adenosinadeaminase (ADA) e a xantina oxidase (XO) degradam a adenosina e a xantina, respectivamente, as quais controlam o funcionamento de mecanismos em eventos celulares. As enzimas encontradas em tecidos neuronais e não neuronais como a AChE, a NTPDase, a 5'-nucleotidase, a E-NPP e a ADA regulam eventos celulares incluindo a neurotransmissão, inflamação e processos trombogênicos. Com essas informações, nós introduzimos a hipótese de avaliar primeiramente os efeitos in vitro de CA na atividade da AChE periférica e no sistema central colinérgico de ratos. Os resultados demonstraram que o CA modula significativamente o sistema colinérgico no estudo in vitro. Essa modulação demonstra aparentemente que o CA (estrutura fenólica) possui propriedades de ação que altera a neurotransmissão. Portanto, a hipótese de se avaliar os efeitos in vivo de CA na atividade da AChE, NTPDase, E-NPP, 5'-nucleotidase, ADA e da agregação de plaquetas em diferentes tecidos de ratos tornou-se evidente. Para esse estudo, os animais foram tratados durante 30 dias e sacrificados após o teste comportamental. Os resultados do experimento demonstraram que o CA aumentou significativamente a atividade da AChE em hipocampo, hipotálamo, ponte e nos linfócitos, enquanto que no córtex cerebral, cerebelo e estriado a AChE foi inibida. No teste comportamental o CA teve evolução de melhora na latência de passos da esquiva inibitória. A investigação dos efeitos in vivo do CA no sistema purinérgico demonstrou aumento na hidrólise de ATP e AMP em sinaptossomas. Entretanto, não foram observadas alterações significativas na atividade da ADA em sinaptossomas dos grupos avaliados neste estudo. Em plaquetas, o CA aumentou significativamente a hidrólise de ATP e AMP, enquanto que a hidrólise de ADP foi diminuída nesse tecido. No presente estudo o CA reduziu significativamente a agregação de plaquetas induzida pelo agonista ADP. Além disso, o tratamento com CA aumentou significativamente as atividades da NTPDase e da ADA em linfócitos de ratos. Considerando a dupla função de CA, in vitro e in vivo, o presente estudo foi estendido para CAPE seguindo o modelo de tratamento agudo pela via intraperitoneal (ip) com o objetivo de elucidar o efeito de uma segunda estrutura fenólica sobre os mesmos parâmetros. Nesta linha de pesquisa, os animais foram tratados ip com CAPE e eutanasiados após 40 minutos. Em plaquetas, os resultados demonstraram que o CAPE aumentou significativamente a atividade da NTPDase, E-NPP e 5'-nucleotidase, enquanto que a atividade da ADA não foi alterada significativamente. Em sinaptossomas, o CAPE inibiu significativamente a atividade da NTPDase e da 5'-nucleotidase. O CAPE não induziu alterações significativas na atividade da ADA em sinaptossomas, mas reduziu significativamente a atividade da XO em todo o cérebro. Finalmente, nós investigamos a atividade da AChE no córtex cerebral, cerebelo, estriado, hipocampo, hipotálamo, ponte, linfócitos e músculos de ratos tratados com CAPE. Os resultados demonstraram que CAPE diminuiu significativamente a atividade da AChE em córtex cerebral, cerebelo e estriado. O CAPE aumentou significativamente a atividade da AChE em hipotálamo, hipocampo, ponte, músculo e linfócitos. No sistema colinérgico, nossos resultados demonstram claramente que ambos os compostos possuem dupla função. Estes resultados demonstram que as atividades da AChE e da cascata das ecto-enzimas foram alteradas em diferentes tecidos após o tratamento com CA ou CAPE em ratos, sugerindo que estes compostos devem ser considerados agentes com potencial terapêutico em doenças imunes, vasculares e neurológicas relacionadas com o sistema colinérgico e purinérgico.