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    Café da manhã: aspectos nutricionais e culturais entre frequentadores adultos de restaurantes populares do Brasil
    (Universidade de Brasília, 2016) Sousa, Janice Ramos de; Botelho, Raquel Braz Assunção
    Diante do estilo de vida inadequado adotado no mundo moderno, o café da manhã (CM) é a refeição mais negligenciada. O baixo consumo de alimentos regionais nas principais refeições, sobretudo no CM, pode indicar a não utilização de recursos alimentares locais de mais fácil acesso. Objetivo: Analisar a frequência de realização do café da manhã, sua composição nutricional e o hábito de consumo de alimentos regionais nessa refeição entre usuários adultos do Programa de Restaurantes Populares no Brasil. Materiais e Métodos: A primeira parte da pesquisa constitui-se de uma revisão bibliográfica do tipo integrativa, realizada no período de uma década nas bases de dados eletrônicas MEDLINE, LILACS e SciELO, com os seguintes descritores: “desjejum”, “desjejum regional”, “café da manhã” e “café da manhã regional”. A segunda parte da pesquisa constitui-se de dois estudos transversais exploratórios com amostra total constituída por 1.872 indivíduos frequentadores de 36 restaurantes vinculados ao Programa Restaurantes Populares. Os indivíduos informaram três dias de recordatórios de 24 horas, cujos dados de consumo alimentar foram analisados por indivíduo, por unidade de restaurante e por região geográfica. Na análise da composição nutricional foram considerados os dados de 1.547 entrevistados, cujos foram analisados por sexo, faixa etária, renda per capita, escolaridade e região de consumo. Os grupos dos lácteos, cereais, frutas, raízes/tubérculos e carnes/ovos foram analisados pela frequência de consumo, independentemente do tamanho da porção ingerida. O valor energético total, os macronutrientes, as fibras, os ácidos graxos monoinsaturados, saturados e trans foram analisados pelos valores de contribuição na recomendação de cada nutriente. O cálcio e o sódio foram avaliados em relação ao percentual de contribuição no dia de consumo. Para análise dos dados de consumo de alimentos regionais e classificação qualitativa do CM foi considerado o total da amostra de 1.872 usuários, cujos foram analisados por sexo, faixa etária, renda per capita, escolaridade, profissão, estado civil, participação em programas de governo e nacionalidade. Para a análise qualitativa do CM foi adotado um método que classifica a refeição de acordo com a presença/ausência dos alimentos: CM Padrão como a presença de alimentos fontes de cálcio e de energia; CM Completo como a presença de alimentos fontes de cálcio, energia, minerais, vitaminas e fibras; CM Incompleto como quaisquer outros alimentos que não contemplem as combinações do CM padrão ou CM completo; e CM Ausente ou supressão como a ausência total de consumo de alimento. Para análise dos marcadores de identidade alimentar do CM foram formados grupos de bebidas, cereais ou substitutos ricos em carboidratos complexos, complementos de cereais, frutas, açúcar, adoçante e alguns alimentos/preparações regionais. Resultados: na revisão integrativa, dos 242 artigos que atendiam aos critérios de inclusão, apenas 5 abordaram o tema regionalidade alimentar no CM. Tanto na análise da composição nutricional, como na análise qualitativa do CM houve predomínio de homens, de indivíduos na faixa etária entre 25 e 34 anos, com nível de escolaridade de ensino médio completo e faixa de renda per capita de 0,5 a um Salário Mínimo. Dos 4.641 CM previstos na análise da composição nutricional, 797 (17,2%) não foram realizados sendo analisados 3.844 CM. A análise de grupos de alimentos mostrou alto consumo de lácteos e cereais, e baixos consumo de frutas, raízes/tubérculos e carnes/ovos. Os percentuais nacionais de contribuição energética dos macronutrientes no valor energético total foram adequados a uma dieta equilibrada. Os percentuais nacionais de contribuição dos ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans se encontraram dentro da recomendação, sendo que a análise regional mostrou níveis de consumo elevados desses mesmos nutrientes na região Centro-oeste e de ácidos graxos saturados na região Nordeste. A média nacional da ingestão de fibras do CM foi baixa, concordando com o resultado encontrado de baixo consumo de frutas. O consumo nacional de cálcio cobriu 73,49% do esperado e o consumo de sódio foi adequado. Em relação à análise qualitativa e ao consumo de alimentos regionais, das 5.616 refeições previstas para os três dias de consumo, 17,3% não foram realizadas, sendo analisados 4.642 CM. O CM do tipo padrão foi predominante em todas as regiões, e o CM completo foi pouco consumido entre os participantes. Os indivíduos que realizaram CM nos Restaurantes Populares consumiram mais alimentos regionais. A região com maior consumo de alimentos regionais foi a Centro-oeste (46,6%) e a Sul (45,9%), sendo os alimentos regionais mais consumidos em todas as regiões o presunto, o cuscuz e a laranja. Os alimentos mais consumidos no CM foram o café com leite (ou leite com café), açúcar, pão, margarina, indicando que esses são os marcadores de identidade alimentar do CM na amostra estudada. Conclusão: A revisão intregrativa realizada mostrou que o tema é pouco estudado no Brasil e no mundo e o enfoque no consumo de alimentos regionais é pouco frequente. Os indivíduos pesquisados consumiram um CM equilibrado em relação à composição de nutrientes, exceto em relação ao alto consumo de ácidos graxos saturados e trans na região Centro-oeste e ácidos graxos saturados da região Nordeste. Embora o consumo de lácteos tenha se apresentado como um dos grupos mais consumidos, o consumo de cálcio foi baixo, indicando a necessidade de maior consumo de alimentos fontes desse nutriente. Considerando que o percentual de CM do tipo padrão foi predominante e que o consumo de embutidos foi acentuado, são necessárias ações de estímulo ao consumo de frutas e de alimentos in natura em todas as refeições, sobretudo na primeira refeição do dia.
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    Padrão de consumo de café e monitoramento de riscos associados ao diabetes tipo 2, obesidade e dislipidemias na população adulta do Distrito Federal e entorno
    (Universidade de Brasília, 2010-12-08) Machado, Liliane Maria Messias; Costa, Teresa Helena Macedo da
    Objetivo: o café é um alimento funcional que tem sido associado a reduções do risco de várias doenças e agravos não transmissívies, incluindo o diabetes. Já que diferenças de hábitos alimentares são reconhecidos fatores modificadores na epidemiologia do diabetes, este estudo visou descrever o padrão de consumo do café e sua associação com ocorrência de diabetes tipo 2, controlando-se a ocorrência de obesidade e dislipidemias na população adulta do Distrito Federal e entorno, assim como buscou verificar o padrão de resposta ao teste oral de tolerância à refeição, com 75 g de carboidrato, associado ao padrão de consumo de café. Métodos: Estudo 1 - estudo transversal realizado por entrevista telefônica (N = 1440). A amostra é random para os números de telefones fixos e celulares. Análise multivariada foi realizada, controlando-se variáveis sócio- comportamentais, obesidade e antecedentes familiares de doenças crônicas não transmissíveis. Um modelo de regressão hierárquica e uma regressão de Poisson foram utilizados para verificar a proteção contra o diabetes tipo-2 e consumo de café. As variáveis independentes que se mantiveram no modelo final, por níveis de inclusão hierárquica, foram: primeiro nível - idade e estado civil; segundo nível – antecedentes de diabetes e dislipidemias; terceiro nível - tabagismo, consumo de suplemento, índice de massa corporal; e quarto nível - ingestão de café (≤ 100 mL/d, 101 a 400 mL/d, e > 400 mL/d). Estudo 2 – estudo transversal com 67 voluntários com e sem antecedentes de diabetes tipo 2, que realizaram o teste oral de tolerância à refeição. Os dados foram submetidos à análise multivariada com medidas repetidas por meio de um modelo de efeitos mistos. Resultados: Estudo 1 - Após o ajuste hierárquico para as variáveis de confusão, os consumidores de 101 a 400mL de café por dia tinham uma prevalência 2,7% (p=0,04) de não ter diabetes do que aqueles que beberam ≤ 100 ml de café/dia. Em comparação com a ingestão de café de ≤ 100 mL/dia, os consumidores de > 400 mL de café por dia não apresentaram diferença estatisticamente significativa na prevalência do diabetes. Estudo 2 - não houve diferença entre os níveis médios de insulina e glicose ao longo do tempo, entre os dois grupos de consumidores de café (≤ 400 mL e consumidores de > 400 mL de café por dia),quando se controlou antecedentes familiares, idade e IMC. Isoladamente, os picos de insulinemia e glicemia foram maiores no grupo de indivíduos com antecedentes de diabetes, independentemente da quantidade de café consumida, e associados as variáveis idade e excesso de peso.Conclusões: Assim, o consumo moderado de café parece proteger contra a ocorrência de diabetes tipo 2 na população estudada. Este é o primeiro estudo a mostrar uma relação entre o consumo de café e diabetes na população brasileira.
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    Café e metabolismo da glicose: ensaio clínico cruzado randomizado com isótopos estáveis
    (Universidade de Brasília, 2015) Reis, Caio Eduardo Gonçalves; Costa, Teresa Helena Macedo da
    Dados epidemiológicos mostram uma associação inversa do consumo de café com o risco de diabetes tipo 2. No entanto, os resultados dos estudos em longo prazo (semanas) mostram que o café cafeinado pode melhorar o metabolismo da glicose reduzindo a curva glicêmica e aumentando a resposta insulinêmica, ao passo que nos estudos em curto prazo (horas) o café cafeinado pode aumentar a área abaixo da curva da resposta glicêmica. Já os mecanismos por trás desses efeitos benéficos ainda não foram completamente elucidados. Desta forma, esta pesquisa tem por objetivo investigar o efeito agudo do consumo de café sobre a taxa de captação de glicose e sensibilidade à insulina utilizando uma metodologia com isótopo estável após um teste oral de tolerância à glicose. Métodos: Quinze homens saudáveis foram submetidos a um ensaio clinico randomizado cruzado duplo cego com cinco grupos experimentais: café descafeinado, café cafeínado (com e sem açúcar) e controles - água (com e sem açúcar); seguido 1 hora após pelo teste oral de tolerância à glicose (75 g de carboidrato disponível) com marcação isotópica intravenosa da glicose ([1]- 13 C- glicose) analisada pelo índice dos modelos mínimos (225 minutos). Foi aplicado one- way ANOVA com ajuste de Bonferroni para comparar os efeitos das bebidas testes nos parâmetros do metabolismo da glicose. Resultados: O café descafeinado resultou em maior sensibilidade à insulina em comparação com o café cafeinado e água. Já o café cafeinado apresentou uma maior taxa de captação de glicose em comparação com o café descafeinado e água. No entanto, na análise global (0-225 min) não houve diferenças significativas entre os grupos nos índices da taxa de captação de glicose e sensibilidade insulina. Conclusão: Os resultados do atual estudo mostram que o consumo de café cafeinado e descafeinado, com ou sem açúcar, não exerce efeitos agudos significativos sobre o metabolismo da glicose. Já os resultados dos estudos em longo prazo (semanas) indicam que a redução do risco de diabetes tipo 2 deve ocorrer devido ao consumo crônico de café como os estudos epidemiológicos veêm mostrando.