UNB - Dissertações
URI permanente para esta coleçãohttps://thoth.dti.ufv.br/handle/123456789/11419
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Item Efeitos do café sobre a concentração sérica de hormônios incretínicos e peptídeo C: ensaio clínico cruzado randomizado com isótopos estáveis(Faculdade de Ciências da Saúde - Universidade de Brasília, 2018) Paiva, Cicilia Luiza Rocha dos Santos; Amato, Angélica AmorimO café é uma das bebidas mais consumidas no mundo e há grande interesse sobre seus efeitos sobre a saúde. Dados de estudos epidemiológicos prospectivos e de metanálises indicam que o consumo regular de café, em longo prazo, está associado à redução de risco de diversas condições clínicas, entre elas o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Neste contexto, parece haver contribuição dos hormônios gastrointestinais incretínicos, como o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e o polipeptídeo inibitório gástrico ou polipeptídeo insulinotrópico dependente da glicose (GIP). Objetivo: O presente estudo investigou, em homens jovens e saudáveis, o efeito do consumo de café com e sem açúcar e do café descafeinado, em condições basais, pós sobrecarga oral de glicose e durante o teste de estimulação intravenosa com glicose marcada (Oral Dose Intravenous Label Experiment, ODILE), sobre a concentração sérica de GLP-1, GIP e peptídeo C. Métodos: Foi conduzido um ensaio clínico randomizado, cruzado, monocego (pesquisadores) em que 17 voluntários saudáveis e consumidores habituais de café participaram de cinco intervenções: ingestão de café cafeinado com açúcar (CS), café cafeinado sem açúcar (CC), café descafeinado (DC), e 2 controles - água com açúcar (WS) e água sem açúcar (W). A avaliação foi feita em dois cenários: em condição basal (após administração da bebida teste e antes da administração da sobrecarga oral de glicose) e pós sobrecarga oral de glicose. Além disso, foi utilizado um procedimento misto (PROC MIXED) para comparar os efeitos das bebidas teste sobre as variáveis estudadas, sendo adotado, neste modelo, o sujeito como efeito aleatório e o tempo como medida repetida. Resultados: Em condições basais, o CS aumentou, o CC e o DC não modificaram a concentração sérica de GLP-1 em relação aos seus respectivos controles. O CS, o CC e o DC não modificaram a concentração sérica de GLP-1 em resposta à sobrecarga oral de glicose. Em condições basais, o CS reduziu, o CC e o DC não modificaram a concentração sérica de GIP em relação aos seus respectivos controles. O CS aumentou, o CC e o DC não modificaram a concentração sérica de GIP em resposta à sobrecarga oral de glicose. Em condições basais, o CS reduziu, o CC e o DC não modificaram a concentração sérica de peptídeo C em relação aos seus respectivos controles. O CS aumentou, o CC e o DC não modificaram a concentração sérica de peptídeo C em resposta à sobrecarga oral de glicose, quando comparado com os respectivos controles. Entretanto, o DC promoveu menor concentração sérica de peptídeo C quando comparado ao CC. A análise dos dados com o procedimento de modelo misto com o sujeito como efeito aleatório e o tempo como medida repetida para comparar os efeitos das bebidas não mostrou modificações significativas na concentração sérica de GLP-1, GIP ou peptídeo C em resposta às bebidas testadas, quando comparadas aos seus controles. Conclusão: O efeito discreto do café sobre a secreção de GLP-1 e GIP sugere que os benefícios do consumo da bebida sobre a homeostase da glicose não tenham contribuição significativa de modificações da liberação de hormônios incretínicos. Além disso, o efeito do café descafeinado, embora discreto, de reduzir a concentração sérica de peptídeo C em resposta a sobrecarga oral de glicose, quando comparado ao café cafeinado, indica que essa preparação de café possa melhorar a sensibilidade à insulina, em consistência com dados de estudos prévios.