USP - Teses
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Item Análise da expansão da produção e dos determinantes das exportações brasileiras de produtos agropecuários e agroindustriais no período de 1961 a 2013(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2017) Carvalho, Leandro Vinicios; Bacha, Carlos José CaetanoO objetivo deste trabalho é analisar as causas do grande crescimento das produções agropecuária e agroindustrial do Brasil no período de 1961 a 2013, e como o crescimento dessas produções impactaram suas exportações. Atenção especial é dada aos anos de 1991 a 2013 devido ao crescimento diferenciado das exportações nesses anos. Para alcançar o objetivo supracitado, buscou-se quantificar o crescimento, a concentração, as mudanças estruturais e a diversificação da produção e da exportação de produtos agropecuários e agroindustriais no Brasil de 1961 a 2013. Além disso, foi feito um exame qualitativo dos seus determinantes e realizada uma análise econométrica dos determinantes da oferta e da demanda das exportações brasileiras de produtos agropecuários e agroindustriais de 1991 a 2013. Para tanto, foram calculados alguns indicadores de concentração, de mudança estrutural e de diversificação para a produção e para as exportações de produtos agropecuários e agroindustriais. Também foram estimadas equações de oferta e da demanda de exportações de produtos agropecuários e agroindustriais do Brasil, considerados em separado e conjuntamente, identificando os seus principais determinantes. Pela análise dos resultados foi possível observar um crescimento bastante acentuado da produção da agropecuária no Brasil (em toneladas), processo esse que se intensificou a partir dos anos 2000. Foi possível observar que houve mudança na pauta de produção e exportação, isto é, ocorreu diversificação, mas houve nova concentração nas mesmas. Por exemplo, diminuiu-se a exportação de café, mas aumentou a de soja, foi reduzida a proporção de açúcar exportado, mas surge o complexo exportador de carne. Ao mesmo tempo em que a produção e a exportação se diversificam, se concentram em novos produtos, o que pode ser denominado como uma “diversificação concentradora”. Outra característica da expansão das exportações brasileiras de gêneros agropecuários e agroindustriais foi o seu destino a novos mercados, destacando o significativo crescimento das exportações com destino à Ásia, ao Oriente Médio e à África o que mostra a consolidação dos mercados emergentes como importadores dos produtos de base agropecuária produzidos no Brasil. O modelo de equações simultâneas foi estimado com dados anuais de 1991 a 2013, no qual as variáveis explicativas para a oferta de exportações foram o total produzido , a taxa de câmbio e os preços de exportação; já para a demanda por exportações as variáveis explicativas foram o preço de exportação, a renda mundial e os preços de um país concorrente (preços da Argentina). Foram estatisticamente significativas para determinar as exportações agropecuárias e agroindustriais praticamente todas as variáveis supracitadas, exceto os preços do concorrente nas equações de demanda por exportações de produtos agroindustriais e para o total de produtos de base agrícola. A partir da análise interpretativa e dos resultados das regressões estimadas foi confirmada a hipótese formulada nessa tese de que desde 1961, em especial entre 1991 a 2013, ocorreu uma série de condicionantes externos e internos à economia brasileira que levou ao grande crescimento de nossas produções agropecuária e agroindustrial e os excedentes dessas produções levaram ao crescimento de nossas exportações desses produtos. A tese mostra que dentre os condicionantes externos a se examinar estão a dinâmica da oferta e da demanda mundial de produtos agropecuários e a dinâmica dos principais países exportadores e das grandes empresas multinacionais. Entre os condicionantes internos estão as disponibilidades de terra e tecnologia, o papel das políticas agrícolas e a presença de fazendeiros empreendedores.Item Avaliação do processo de convergência da produtividade da terra na agricultura brasileira no período de 1960 a 2001(Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2004-11) Lopes, Janete Leige; Bacha, Carlos José CaetanoEste trabalho analisou o comportamento da produtividade da terra na agricultura brasileira, avaliando se há ou não convergência na evolução dessa variável. A análise compreende o período de 1960 a 2001 e alguns sub-períodos desses 42 anos, mais precisamente, os sub-períodos de 1970 a 2001, 1975 a 2001 e 1980 a 2001. A convergência é um processo em que uma mesma variável (por exemplo, renda per capita, produtividade da terra) apresenta diferentes valores entre países, regiões ou estados, mas essa diferença se reduz ao longo do tempo, indicando que a desigualdade diminui. As razões para haver o processo de convergência são várias, destacando-se as mudanças estruturais no processo de produção, a difusão tecnológica, a retirada de obstáculos ao crescimento da produção, dentre outras. A ocorrência da convergência da produtividade torna mais homogênea, do ponto de vista da modernidade, a agricultura do país. Para atingir o objetivo proposto na tese, desenvolveu-se um modelo teórico sobre convergência da produtividade da terra, tomando como base o modelo de Barro e Sala-i-Martin (1990). Quatro indicadores de convergência foram testados, os quais são: convergência- β absoluta, convergência σ , grupos de convergência e convergência- β condicional. Os dados utilizados referem-se às produtividades das culturas de algodão herbáceo, arroz, batata-inglesa, café, cana-de-açúcar, feijão, fumo, laranja, mandioca, milho e soja, coletados no Anuário Estatístico do Brasil. Inicialmente, testou-se a presença de convergência- β absoluta para as onze culturas supracitadas. Apenas seis culturas apresentaram essa convergência (café, cana-de-açúcar, fumo, laranja, mandioca e soja). Para as mesmas onze culturas foi testada a presença de convergência- σ e apenas a cultura da soja a apresentou para todos os sub-períodos analisados e as culturas da laranja e mandioca para o período de 1960 a 2001. Isto não invalida o resultado da convergência- β absoluta, pois a literatura mostra que se houver convergência σ , necessariamente haverá convergência- β absoluta, mas não o inverso. Para as culturas de algodão-herbáceo, arroz, batata-inglesa, feijão e milho foi testada a presença de grupos de convergência, diagnosticando-os para as culturas do algodão-herbáceo, batata-inglesa e feijão a convergência- β absoluta para os estados com maior produtividade. Finalmente, para a cinco culturas que não apresentaram convergência- β absoluta, testou- se a presença de convergência- β condicional, usando como variáveis explicativas a produtividade inicial da cultura, a deficiência hídrica e o capital humano. Bons resultados econométricos foram obtidos para a convergência- β condicional da produtividade do algodão-herbáceo, da batata-inglesa e do feijão. No entanto, não se obteve resultados satisfatórios para as culturas do arroz e do milho. A partir desses resultados, o trabalho sugere algumas medidas de política econômica capazes de melhorar a convergência da produtividade da terra na agricultura brasileira, em especial para as culturas do arroz e do milho. Isto permitiria uma modernidade mais homogênea na agricultura nacional.