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    Integração e assimetrias na transmissão de preços de café arábica no Brasil
    (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São Paulo, 2015) Baptista, Diana de Medeiros; Barros, Geraldo Sant’ana de Camargo
    O café foi de extrema importância para o desenvolvimento e a dinamização da economia brasileira desde meados do século XIX, quando já ocupava a posição de principal produto da pauta exportadora brasileira, aí se mantendo por quase um século. Nos dias atuais, apesar de ter passado por diversos momentos de instabilidade, o Brasil ainda é maior produtor e exportador mundial de café. Atualmente, com a desregulação pelo Estado , há uma mais organização estratégica e maior cooperação entre os agentes. Como o café é um produto típico de exportação, seu preço nas diferentes regiões do país está ligado aos preços internacionais. Teoricamente, os mercados estando interligados, devem ser observadas tendências temporais muito próximas entre as séries no longo prazo. Posto isso, o objetivo do presente trabalho é avaliar a integração e a transmissão de preços do café arábica negociado na bolsa ICE Futures US, em Nova York, para as regiões produtoras de café arábica dentro dos estados de São Paulo (Mogiana e Paulista), Paraná (Noroeste) e Minas Gerais (Cerrado e Sul). Para analisar a relação de assimetria entre os preços de café das bolsas e do mercado físico utiliza-se o modelo descrito por Cânedo-Pinheiro (2012) para o mercado de óleo diesel no Brasil e por Cunha e Wander (2014) para o mercado de feijão no Estado de São Paulo. Como resultados, observou-se a presença de integração entre as séries de preços nas regiões estudadas com os preços da bolsa ICE Futures US, tanto no curto como no longo prazo. Todas as séries apresentaram elasticidade de transmissão de preços maior do que a unidade. A assimetria de transmissão de preços foi verificada em todas as regiões estudadas, ou seja, reduções de preço no mercado internacional são repassadas com maior intensidade para o produtor do que aumentos, exceto no caso do Sul de Minas Gerais, onde os ajustes foram simétricos. Apesar da existência de assimetria no curto prazo, o estudo verificou que no longo prazo, para todas as regiões, a assimetria tende a se inverter e mesmo desaparecer, dependendo do período. No curto prazo, os ajustes de queda são repassados mais rapidamente que os aumentos, enquanto que no longo prazo a velocidade de ajustamento para os aumentos de preços é maior do que para reduções, com exceção da região Mogiana.