UFPR - Teses
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Item Avaliação da degradabilidade ruminal de silagens e de cascas de café submetidas à fermentação no estado sólido em búfalos (Bubalus bubalis L.) fistulados(Universidade Federal do Paraná, 2005) Silva, Marcos Elias Traad da; Waszczynskyj, NinaA integração da produção animal e da agricultura com agroindústrias tem sido estudada sob diferentes aspectos, buscando-se o aproveitamento de resíduos na alimentação animal com a redução de impactos ambientais. A biotecnologia desponta como de suma importância para a geração de processos de biotransformação, com elevados resultados econômicos, sociais e ambientais. No entanto, ainda é incipiente o uso de fermentações de resíduos agroindustriais para o seu enriquecimento nutricional e utilização na alimentação animal. O objetivo básico deste trabalho foi avaliar a degradabilidade de cascas de café submetidas à fermentação no estado sólido (FES) por Aspergillus sp, e de silagens diversas, incubados no rúmen de búfalos fistulados. Estudaram-se as frações: solúvel (A), potencialmente degradável (B), não degradável (C); a taxa de degradação da fração B (c) e a degradabilidade efetiva (DE) e potencial (DP). As dietas basais dos animais estabulados continham silagem de milho, milho grão e concentrado com 14% de proteína bruta. Na primeira etapa, avaliaram-se: cascas de café in natura; cascas de café submetidas a processo prévio de FES, silagem de cascas de café puras, silagem de cascas de café com melaço, silagem de cascas de café com cana-de- açúcar. Na segunda etapa, avaliaram-se: silagens de milho sem espigas, adicionadas de cana-de-açúcar, bagaço seco de mandioca (BSM resíduo da indústria de polvilho azedo) e cascas de café em diferentes proporções. As silagens de cascas de café foram todas confeccionadas com inoculante (Lactobacillus plantarum - LPB-BL-R01 e Lactobacillus paracasei ssp paracasei - LPB-BL-L07) e, as de milho sem espigas, com e sem o inoculante. As diferenças entre médias, foram comparadas através do uso do GLM Procedure do SAS (1996) - 5 % de probabilidade. Entre os resultados obtidos ressalta-se que a submissão das cascas de café à FES antes da incubação no rúmen, não trouxe benefícios. A fração B da matéria seca (MS) da casca in natura (B= 37,5%) foi maior (p < 0,05) do que na casca submetida à FES (B= 31,4%). Para a fração C da MS, verificou-se que a casca de café fermentada apresentou o maior (p < 0,05) valor (C= 51,5%), além dos menores valores (p < 0,05) para a DE (em todas as taxas de passagem), e para a DP. A fração C da FDN da casca submetida à FES (C= 68,8%) foi maior (p < 0,05) do que a da casca in natura (C= 60,5%) e silagem de milho (C= 43,5%). Constataram-se semelhanças (p > 0,05) entre as DE da FDN da silagem de cascas puras (DE 2%/h= 32,9%; DE 4%/h= 31,6%) com a silagem de milho (DE 2%/h= 37,0%; DE 4%/h= 29,6%), além do mesmo comportamento para a degradabilidade potencial (silagem de cascas puras: DP= 48,5%; silagem de milho: DP= 49,0%). Isso indica que o fermentado não apresentou maior potencial de aproveitamento no rúmen dos animais experimentais. A adição de bagaço seco de mandioca (BSM) às silagens de milho sem espigas (25% e 35% - base da MS), possibilitou o incremento da fração B da MS. A DE a 2%/h da MS da silagem de milho com espigas, sem (DE= 56,8%) e com (DE= 54,8%) inoculante foi semelhante (p > 0,05) à silagem de milho sem espigas + 20 % de bagaço de mandioca sem inoculante (DE= 50,3%) e à silagem de milho sem espigas + 35% de bagaço de mandioca sem inoculante (DE= 52,4%). Verificou-se a viabilidade do uso de até 35% de BSM às silagens de milho, no lugar das espigas verdes. A simulação da venda do milho verde indicou aumento de receitas nos sistemas de produção de ruminantes, com conseqüente redução de impactos ambientais.