SPCB (01. : 2000 : Poços de Caldas, MG) – Palestras
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Item Brevipalpus phoenicis, ácaro vetor da mancha-anular em cafeeiro: bioecologia, dano e controle(2002) Reis, Paulo Rebelles; Embrapa - CaféIntrodução ...... 257 Etiologia e sintomas da mancha-anular do cafeeiro ...... 258 Descrição e notas bionômicas ...... 261 Distribuição espacial do ácaro-plano em cafeeiro ...... 264 Dano ...... 266 Controle do ácaro da mancha-anular ...... 270 Controle biológico ...... 270 Manejo do ácaro da mancha-anular ...... 272 Considerações finais ...... 273 Referências bibliográficas ...... 274 INTRODUÇÃO O ácaro Brevipalpus phoenicis (Geijskes, 1939) (Acari: Tenuipalpidae) tem sido relatado vivendo em cafeeiros (Coffea sp.) no Brasil, pelo menos desde 1950 (A infestação..., 1951; Amaral, 1951) quando foi relatado no estado de São Paulo, como Tenuipalpus phoenicis, juntamente com surtos do ácaro-vermelho, Oligonychus ilicis (McGregor, 1917) (Acari: Tetranychidae) este relatado na época como Paratetranychus ununguis Jacob, 1905. Posteriormente o ácaro B. phoenicis foi correlacionado com a doença mancha-anular do cafeeiro (Chagas, 1973) causada por um vírus do grupo dos Rhabdovirus (Chagas, 1988), o Coffee Ringspot Virus - CoRSV. O primeiro autor a descrever essa doença do cafeeiro, no Brasil, foi Bitancourt (1938), também no estado de São Paulo, já suspeitando tratar-se de doença de etiologia viral, pela semelhança dos sintomas com aqueles causados por vírus em outras plantas, do tipo mancha-anular. No cafeeiro, segundo Chagas (1973), desde 1970 quando foi constatada a ferrugem-do-cafeeiro, Hemileia vastatrix Berk. e Br. no Brasil, a atenção dos cafeicultores foi despertada para diversos tipos de manchas que ocorriam nas folhas, muitas com sintomas da mancha-anular do cafeeiro. Segundo o autor, em folhas afetadas pela mancha-anular, foi observada, com certa freqüência, a presença de ácaros avermelhados, cujo aspecto e dimensões assemelhavam-se aos de B. phoenicis associado à leprose nos laranjais paulistas. Posteriormente foram identificados como sendo mesmo B. phoenicis. Até 1988 a doença, mancha-anular do cafeeiro, não tinha ainda representado problema econômico, embora em 1986 tenha sido associada a uma intensa desfolha devido a um inverno com baixa precipitação pluvial, condição muito favorável ao ácaro (Chagas, 1988). Desde 1990, com destaque para 1995, a infestação de B. phoenicis e da mancha-anular, têm sido relatadas em Minas Gerais causando intensa desfolha em cafeeiros, principalmente na região do Alto Paranaíba (Figueira et al., 1996), sendo também constatada a presença do ácaro nas demais regiões cafeeiras do Brasil, tanto em cafeeiro arábica (Coffea arabica, L.), quanto em canéfora (Coffea canephora, Pierre) (Matiello, 1987). O ácaro B. phoenicis é de distribuição cosmopolita, infestando diversas espécies vegetais. Reis (1974) cita 37 hospedeiros do ácaro, principalmente fruteiras, e Trindade e Chiavegato (1994) citam 33 hospedeiros, principalmente plantas invasoras e ornamentais. Brevipalpus phoenicis, ácaro-plano, ou da leprose como é conhecido na citricultura, é uma séria praga da cultura dos citros (Chiavegato et al., 1982; Chiavegato, 1991) atacando as folhas, ramos e principalmente os frutos (Chiavegato e Kharfan, 1993), causando prejuízos. Seu levantamento e controle em citros são indispensáveis, a cada ano.Item Café: mecanização da colheita(2002) Silva, Fábio Moreira da; Salvador, Nilson; Pádua, Tassiana de Souza; Embrapa - Café1. Introdução ...... 281 2. A mecanização e a colheita do café ...... 283 2.1. Operações da colheita do café ...... 285 2.2. Classificação dos sistemas de colheita ...... 286 3. Máquinas utilizadas na colheita do café ...... 287 3.1. Arruadores sopradores ...... 288 3.1.1. Operação de arruação mecanizada ...... 288 3.2. Derriçadoras portáteis ...... 291 3.2.1. Derriçadoras pneumáticas ...... 291 3.2.2. Derriçadoras motorizadas ...... 291 3.2.3. Operação de derriça com derriçadoras portáteis ...... 292 3.2.4. Desempenho operacional e econômico das derriçadoras portáteis ...... 296 3.3. Recolhedoras ...... 299 3.3.1. Recolhedora MAQ 6000 ...... 299 3.3.2. Recolhedora Selecta ...... 300 3.4. Abanadoras ...... 300 3.5. Derriçadoras e recolhedoras tratorizadas ...... 302 3.5.1. Derriçadora Koplex ...... 302 3.5.2. Derriçadora Kokinha ...... 303 3.5.3. Colhedora KTR ...... 303 3.5.4. Operação com derriçadoras tracionadas por trator ...... 304 3.6. Colhedoras automotrizes ...... 305 3.6.1. Colhedora K-3 ...... 305 3.6.2. Colhedora Korvan ...... 306 3.6.3. Colhedora Brastoft ...... 307 3.6.4. Características operacionais das colhedoras automotrizes ...... 307 3.6.5. Custo operacional das colhedoras automotrizes ...... 315 4. Gerenciamento da colheita mecanizada ...... 319 4.1. Parâmetros Comparativos das Operações Mecanizadas e Manuais...... 320 4.2. Colheita Mecanizada e a Qualidade da Bebida...... 321 5. Preparo e adequação da lavoura para a mecanização ...... 323 6. Vantagens e desvantagens da colheita mecanizada ...... 324 6.1. Vantagens ...... 324 6.2. Desvantagens ...... 325 6.3. Perfil da Colheita Mecanizada no sul de Minas Gerais ...... 325 7. Referências bibliográficas ...... 327 INTRODUÇÃO De acordo com a história do Brasil, a cultura do café teve grande influência na colonização e desenvolvimento do País, assumindo hoje um importante papel econômico e social. Atualmente, o Brasil ocupa a posição de maior produtor e exportador no mercado internacional, segundo dados do IAPAR (1999). Tem havido, entretanto, uma queda no nível das exportações. No ano de 1961, o País era responsável por 36,78% das exportações mundiais do produto, índice que caiu, em 1998, para 23%. Além disso, o Brasil é o segundo maior consumidor mundial de café. Segundo dados da FAEMG (1996), o Estado de Minas Gerais é líder na produção cafeeira do Brasil, com cerca de 50% da safra, e uma produção aproximada de 19 milhões de sacas beneficiadas na safra de 1998. Segundo Wizel (1981), para a sobrevivência da cafeicultura, o Brasil tem que seguir o caminho da qualidade. O café é dos poucos produtos agrícolas cujo preço é baseado em parâmetros qualitativos, variando significativamente o valor com a melhoria de sua qualidade. Assim sendo, o amplo conhecimento das técnicas de produção de um café de alta qualidade é indispensável para uma cafeicultura moderna. Com relação à lavoura cafeeira, as operações de cultivo são as que registram maior índice de mecanização, sendo o plantio e a colheita consideradas, ainda, operações pouco mecanizadas. Como as operações mecanizadas dependem de uma fonte de potência mecânica para a sua execução, é importante citar os tratores cafeeiros, considerados tratores estreitos e de baixa potência, que são oferecidos no mercado por diferentes fabricantes e em distintos modelos. Genericamente são tratores agrícolas com tração nas rodas traseiras, versão 4x2 ou tração auxiliar 4x4, com potência que varia de 18 a 60 c.v., tendo bitolas mínimas de 730 a 1200 mm e largura livre de 1000 a 1600 mm. Para a lavoura cafeeira, esses tratores são utilizados no transporte e em operações de cultivo com grade, roçadeira, enxada rotativa e pulverizadores. O plantio de café, por se tratar de cultura perene, não é uma operação tão problemática para os produtores. Uma vez plantada, a lavoura permanece por 10, 20, 30 anos ou mais. Já a colheita do café tem sido vista pelos produtores como um ponto de estrangulamento na exploração da cultura, mesmo considerando o atual uso de diferentes máquinas nas operações de colheita, como vem ocorrendo em algumas propriedades mais tecnificadas; a mecanização ainda é modesta, perante a área total cultivada e a disponibilidade de colhedoras no mercado desde 1980. A colheita do café é uma operação complexa, apresentando várias etapas, e que demanda 30% do custo de produção e 40% da mão-de-obra empregada, segundo afirmam Cruz Neto & Matiello (1981). Essa elevada demanda de mão-de-obra, que se concentra em um período de 100 dias, tem sido limitante para a exploração da cultura. Acredita-se, assim, que para um futuro próximo haverá uma grande expansão da mecanização das operações de colheita, tratando-se de um processo fundamental e irreversível, que visa, sobretudo, à valorização do homem e à maximização dos resultados das safras. Os métodos tradicionais de mecanização só são possíveis de serem aplicados em terrenos com declividade de até 20%. Isso. Associado a outras limitações de ordem operacional e econômica, mostra que a mecanização depende sempre da complementação do serviço braçal. Além disso, as máquinas necessitam de operadores, pessoal de manutenção, comercialização e assistência técnica, ou seja, mão-de-obra especializada. A colheita do café é comparativamente mais difícil de ser executada do que a de outros produtos, em razão da altura e arquitetura da planta, da desuniformidade de maturação e teor de umidade elevado. Com a introdução da mecanização na colheita do café, aumentou a capacidade produtiva da mão-de-obra, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da produção, obtenção de um produto de melhor qualidade e para minimizar os problemas de escassez de mão-de-obra no período da colheita. O sistema de colheita mecanizada não dispensa totalmente o uso de serviço manual, pois a máquina pode não conseguir colher todos os frutos da planta. Os frutos que permanecem após a derriça mecânica são, posteriormente, retirados por meio de uma operação manual denominada "repasse". Segundo Matiello & Pinto (1998), nas pequenas propriedades, em plantios adensados e, principalmente, em áreas montanhosas, onde a operação de colheita só pode ser feita manualmente, nos últimos anos vêm sendo introduzidos equipamentos derriçadores. Nas regiões sul e Zona da Mata de Minas Gerais, tem-se observado a falta de mão-de-obra para a colheita do café. Esse fato revela a necessidade da substituição do trabalho manual por mecanismos com fonte de potência superior à humana. O sistema mais adequado para essas regiões é o semimecanizado com derriçadora portátil, segundo Silva et al. (1997). Na colheita mecânica, os sistemas com maior sucesso são os que utilizam derriça por vibração e/ou impacto como princípio de funcionamento. Esses sistemas requerem o conhecimento da freqüência e o tempo de aplicação da vibração, para destacar os frutos dos ramos. Segundo Silva & Salvador (1998), muitas lavouras não foram plantadas e manejadas para o emprego da mecanização. Verificou-se que a freqüência e o tempo de aplicação dos vibradores são aumentados para a obtenção de uma derriça satisfatória. Por essa razão, apresentam problemas de desfolhamento e quebra excessiva de ramos.Item Qualidade dos cafés do Brasil(2002) Mori, Emília Emico Miya; Embrapa - Café1. Introdução ...... 99 2. Avaliação da qualidade ...... 100 PEM - Programa de Educação do Mercado ...... 101 1. Introdução ...... 101 2. Qualidade global ...... 102 2.1. Avaliação da qualidade global ...... 102 3. Composição e requisitos ...... 103 3.1. Composição ...... 103 4. Estudos da influência de defeitos pretos, verdes e ardidos na qualidade do café de bebida dura e rio e de blends de café arábica com Conillon, defeitos PVA e café do governo com cafés de origem e cafés de marcas comerciais ...... 104 4.1. Influência dos defeitos pretos, verdes e ardidos na qualidade do café de bebida dura ...... 104 4.2. Influência dos defeitos pretos, verdes e ardidos na qualidade do café de bebida rio ...... 104 4.3. Comparação da qualidade entre bebidas de marcas comerciais e café de bebida mole ...... 105 4.4 Comparação da qualidade global dos blends de café arábica com Conillon, defeitos PVA e café do governo com cafés de origem e cafés de marcas comerciais ...... 105 Blends preparados e cafés comerciais avaliados pelo GTA/PEM ...... 105 Conclusões ...... 106 Referências bibliográficas ...... 107 INTRODUÇÃO O conceito atual de qualidade para competição abrange não apenas as características intrínsecas do produto, como também as características de seu processo produtivo, que deve ocorrer dentro dos princípios de preservação ambiental e de promoção humana, gerando produtos que apresentem qualidade total certificada (Lei n. 10481 de 29/12/99 da SAA do Estado de São Paulo). Conhecido pela quantidade de café que produz, o Brasil começa lentamente a marcar sua presença no mundo dos cafés de qualidade. O café produzido no Sul de Minas, foi destaque no ranking da Coffee Review, depois de ter seu aroma, acidez, corpo, sabor e "aftertaste" avaliados, recebeu média nove, ficando abaixo de apenas dois outros, ambos oriundos do Havaí. Isso mostra que o Brasil pode produzir cafés de alta qualidade, e que tem condições de superar qualquer outra origem produtora como os tradicionais países da América Central e a Colômbia. A descrição feita pelos julgadores para o café de Alfenas é a de um café encorpado, de sabor achocolatado, doce, e de acidez leve (Informações do Agronegócio de 07/08/00-Carlos Melles). Segundo Nelson Carvalhaes (1999) a qualidade do café do Brasil hoje, atende os mais diversos consumidores, porque o principal fator na bebida do café brasileiro para expresso é o corpo, pois como sabem o Brasil é tradicional produtor pelo sistema "sundry", estando muito bem estruturado para preparar estes cafés. O processo de secagem em terreiros, proporciona o corpo e dependendo da região com ou sem acidez. Um bom exemplo são os cafés da alta Mogiana em São Paulo, com excelente corpo, achocolatado e praticamente sem acidez. Em relação à qualidade há perspectivas fantásticas para o Brasil, pois temos os mais diversos cultivares, como o Mundo Novo, Acaiá, Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, Bourbon, Icatu, Tupi e outras, formas diferentes de preparo, com cafés naturais, descascados e despolpados que não dependem de fatores climáticos, mas de mercado ou demanda, e temos todas as possibilidades de segmentação. Segundo o especialista Carlos Brando da P&A Marketing International, o Brasil é um País que produz diferentes tipos de cafés com qualidade, oferecendo cafés de latitudes, altitudes e climas diversos, bem como café das espécies arábica e robusta.Item Cafeicultura irrigada: bases tecnológicas para sustentabilidade(2002) Mantovani, Everardo Chartuni; Embrapa - Café1. Introdução ...... 45 2. O Núcleo de Cafeicultura Irrigada do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café ...... 46 3. Efeitos da irrigação no crescimento, produtividade do cafeeiro e na qualidade da bebida ...... 48 Café: plantio irrigado em outubro ...... 51 4. Sistemas de irrigação ...... 54 5. Etapas da implantação da irrigação no cafeeiro ...... 68 6. Manejo da irrigação no cafeeiro ...... 71 Planejamento e manejo da irrigação usando o SISDA ...... 74 8. Conclusões ...... 76 9. Referências bibliográficas ...... 77 INTRODUÇÃO A cafeicultura irrigada é uma realidade no cenário nacional, ocupando cerca de 8% da sua área plantada, permitindo situar o cafeeiro entre as principais culturas irrigadas do Brasil. Levantamentos preliminares avaliaram um total de quase 200.000 ha irrigados (EMBRAPA, 1999), concentrados principalmente no Norte do Espirito Santo, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba em Minas Gerais e Oeste da Bahia. Apesar da maior concentração das áreas irrigadas, em regiões onde existem restrições hídricas importantes em períodos extensos do ano, é grande também a implantação de projetos de irrigação em áreas tradicionais de cafeicultura, como as regiões do Sul e da Zona da Mata de Minas Gerais e diversas regiões do Estado de São Paulo. Um aspecto importante que possibilitou o avanço da cafeicultura irrigada é a disponibilidade dos sistemas de irrigação mais modernos a preços cada vez mais competitivos. Estes sistemas incorporam os grandes avanços técnicos da engenharia de irrigação, cabendo destacar a nova geração de aspersores, diferentes modelos de pivô central e a nova linha de emissores, gotejadores autocompensantes, novos sistemas de filtragem, programadores computadorizados para controle da irrigação, fertirrigação etc. Para dar suporte ao crescimento e desenvolvimento da cafeicultura irrigada, é necessário o desenvolvimento de um programa de pesquisa, que de forma objetiva e integrada possa trazer respostas efetivas aos diversos problemas enfrentados pelos cafeicultores nas mais distintas regiões produtoras.Item Micotoxinas em café - riscos e controle(2002) Chalfoun, Sára Maria; Corrêa, Tânia Barretto Simões; Embrapa - CaféMicotoxinas em café - riscos e controle ...... 237 Resultados de pesquisas e pesquisas em andamento ...... 241 Identificação dos fungos associados ao café e determinação de seu potencial toxigênico ...... 242 Efeito inibidor de componentes químicos do café sobre o crescimento micelial dos fungos e síntese de toxinas ...... 246 Vias de contaminação do café por microrganismos toxigênicos ...... 247 Contaminação dos frutos na planta ...... 247 Contaminação dos frutos no processamento ...... 248 Contaminação durante o processamento ...... 249 Métodos preventivos de controle da incidência de fungos e contaminação por micotoxinas ...... 250 Considerações finais ...... 251 Referências bibliográficas ...... 252 Diversos fungos encontram-se associados aos frutos e grãos de café durante todo o ciclo produtivo e podem, sob condições específicas, causarem perdas de qualidade, produzindo odores e sabores desagradáveis, e em alguns casos podem produzir metabólitos tóxicos (micotoxinas) comprometendo a característica de segurança do produto final.A toxina mais comumente presente no café, embora de maneira geral em pequena quantidade, é a ocratoxina A (OTA). A aflatoxina e a esterigmatocistina são menos freqüentemente mencionadas (Naidu, 1996). Nos últimos anos, setores ligados à cafeicultura (firmas importadoras, instituições de pesquisa) têm manifestado mais interesse quanto à qualidade micotoxicológica do café beneficiado para estimar o risco imposto aos consumidores pela ingestão de OTA, mas os dados disponíveis são insuficientes para estabelecer níveis regulamentares baseados em avaliações científicas quanto ao risco para a saúde. A Comissão Européia ainda não fixou os níveis máximos para OTA em café e somente tem uma recomendação (CE 22/12/1998, nº26), através da qual o nível de referência de 3ppb em café torrado e moído e 8 ppb para o café verde foi sugerido para os países membros da Comunidade Européia. Atualmente os únicos países da União Européia a aplicar limites legais para a OTA são a Itália (8ppb para café beneficiado e 4ppb para o produto final), Finlândia (10ppb) e Grécia (20 ppb),. República Checa - 20 µn/Kg,Romênia - 5 µg/Kg. No Brasil, a seleção tradicional dos cafés de boa qualidade inclui uma dimensão sensorial que elimina qualquer material com significativa presença de fungos, sendo que em tais casos a detecção de micotoxinas, mais especificamente a ocratoxina A, mesmo em traços é rara (Batista, 2000). Por outro lado, remessas altamente contaminadas de café são improváveis de serem concretizadas e aceitas porque odores e sabores indesejáveis fazem-nas sensorialmente inaceitáveis. Em outros cafés, sem o mesmo rigor na seleção do produto, ainda que muito raramente, níveis significantes de ocratoxina podem ser detectados (Viani, 1996). Levi, Hugh e Mohr (1974) realizaram o primeiro trabalho avaliando a presença de ocratoxina A em grãos de café beneficiado. Das 68 amostras avaliadas, três apresentaram contaminações que variaram de 20m/Kg a 80m/Kg, das 10 amostras enviadas diretamente do Brasil para análises, nenhuma apresentou contaminação acima do limite de detecção do método. Resultados de pesquisas subseqüentes realizadas em vários países, utilizando amostras de café beneficiado e processado de diversas procedências, encontram-se resumidos nas Tabelas 1 e 2 e confirmam o fato de que relativamente a outros produtos vegetais, a ocorrência de ocratoxina A em grãos de café e produto processado é rara, situando o café como fonte marginal de ocratoxina A na dieta.Item Nutrição mineral (e adubação) do cafeeiro - lavouras tradicionais, adensadas, irrigadas, arborizadas e orgânicas(2002) Malavolta, Euripedes; Lima, Oscar Fontão de; Embrapa - Café1. Introdução ...... 331 2. Lavouras tradicionais e adensadas ...... 334 3. Lavouras irrigadas ...... 342 4. Lavouras arborizadas (e sombreadas) ...... 344 5. Lavouras orgânicas ...... 346 6. Summary ...... 351 Referências bibliográficas ...... 352 1. INTRODUÇÃO A produtividade dos cafezais brasileiros tem aumentado no último quarto de século, embora lentamente, chegando hoje a pouco mais de 10 sacas café beneficiado por hectare (600 kg/ha). Há, entretanto, muita diferença entre um Estado e outro e dentro do mesmo Estado, como é o caso das quatro regiões cafeeiras de Minas Gerais de onde a faixa de variação começa em pouco mais de 10 e vai quase até 20 por sacas hectare. De um modo mais geral as variações encontradas são devidas à existência de produtores tecnificados que sustentam médias móveis de 4 anos de 40 sacas ou mais e, mais recentemente, à prática da irrigação em que o níve1 sobe para 60 sacas. Várias causas em conjunto ou isoladas explicam as baixas produtividades: (1) baixas densidades de plantio; (2) falta de práticas culturais adequadas e oportunas; (3) incidência de pragas e moléstias; (4) incertezas do clima (seca, geada); (5) falta de correção da acidez ou calagem mal feita; (6) adubação inadequada em um ou mais aspectos (doses, proporções entre os elementos, localização, época de aplicação). Estes aspectos negativos são discutidos por MALAVOLTA (1993, 2000 - a). É justo assinalar, de outro lado, um aspecto altamente positivo que começou a ocorrer nos últimos 10 anos aproximadamente - a preocupação crescente com a qualidade do café a qual, entretanto, ainda não está sendo acompanhada de um esforço comensurável de "marketing" interno e, principalmente externo, em parte porque o País continua amarrado a convênios e acordos que quase sempre beneficiam os competidores mais que ao Brasil. As lições de história mais recente do café, do inicio do século XX, já passado não foram assimiladas. Cuidados maiores na colheita e no beneficiamento têm contribuído para a melhoria da qualidade do café brasileiro o que já está preocupando concorrentes tradicionais. É oportuno mencionar que, no caso do café, diferentemente do que acontece com outras culturas exemplificadas pelos cítrus, quantidade e qualidade não são incompatíveis.Item Núcleo de Industrialização e Qualidade do Café: missão, prioridades, funcionamento e evolução da programação(2002) Sundfeld, Esdras; Embrapa - CaféMissão ...... 231 Demandas e prioridades ...... 231 Critérios de avaliação de propostas de pesquisa ...... 233 Comissão de avaliação: composição e operação ...... 234 Evolução da programação ...... 234 Comentários finais ...... 235 O Núcleo de Industrialização e Qualidade do Café é um dos núcleos de referência do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café - PNP&D/Café. Neste trabalho buscamos apresentar, de maneira sucinta, suas bases de funcionamento.Item Resíduo de café: um substrato promissor para a produção industrial de bioprodutos com alto valor agregado(2002) Soccol, Carlos Ricardo; Embrapa - CaféIntrodução ...... 83 A transformação industrial do café ...... 84 A via úmida ...... 84 A via seca ...... 85 Composição físico-química da casca e da polpa de café ...... 86 Produtos e aplicações ...... 87 Detoxificação biológica da casca e da polpa de café ...... 88 Produção de aromas microbianos ...... 88 Produção de enzimas, ácido cítrico e ácido giberélico ...... 89 Compostagem e produção de biogás ...... 91 Produção de cogumelos ...... 92 Pleurotus ...... 92 Lentinus edodes ...... 92 Flamulina velutipes ...... 92 Hidrólise da casca de café ...... 93 Conclusão ...... 93 Referências bibliográficas ...... 95 INTRODUÇÃO O mercado do café é um dos mais importantes no mundo: centenas de milhões de consumidores, mais de 1,5 bilhões de xícaras de café bebidas todos os dias, 20 milhões de usos, anualmente 100 milhões de sacas de 60 Kg produzidas em mais de 70 países tropicais. Atrás do petróleo, o café é o segundo produto em valor no mercado mundial. É aproximadamente um dos primeiros mercados mundiais de produtos agrícolas junto com a cana-de-açúcar, trigo, carne bovina e algodão. Com 4% do mercado mundial de produtos alimentícios, representa no mercado internacional aproximadamente 10 bilhões de dólares por ano. Sendo a primeira bebida não alcoólica de países desenvolvidos, a importação de café é direcionada para países mais industrializados. Os primeiros importadores de café no mundo são os Estados Unidos (18 milhões de sacas de 60 Kg) seguidos pela Alemanha, França e Japão. O preço do café é estabelecido no mercado em termos que flutuam de acordo com elementos climáticos, eventos políticos e flutuações monetárias. O café solúvel representa consumo de 85% na Inglaterra, 50% Japão, 35% Canadá, 26% Espanha, 13 % França e 10% Alemanha. Para café descafeinado, representa 10 % do mercado mundial (4% do café torrado consumido na França). Os maiores consumidores são alemães e suíços [1]. Os cinco países maiores produtores de café são: Brasil, Colômbia, Indonésia, México e Costa do Marfim. Estes países são responsáveis por 60% da produção mundial de café. Os resíduos mais importantes do tratamento das cerejas de café são a polpa na via úmida e a casca na via seca. Como 80 % do café produzido no Brasil é proveniente do método de via seca, estima-se que nosso país produza todos os anos aproximadamente 30 milhões de sacas de casca, muito próximo da produção do grão de café. Este subproduto atualmente não possui utilização, devido sua importante concentração de componentes tóxicos (cafeína, polifenóis e taninos). Embora os produtos tóxicos, esta matéria-prima é muito rica em diferentes biomoléculas (carboidratos, proteínas, gordura e pectinas) para utilização como substrato em diferentes bioprocessos [5-39].Item O café pode ser bom para a saúde(2002) Lima, Darcy Roberto Andrade; Embrapa - Café1. Introdução ...... 195 2. O café pode ser bom para a saúde ...... 197 Café Não é só Cafeína ...... 197 O alimento café ...... 198 Cafeína não possui riscos em doses moderadas ...... 199 Efeitos da cafeína ...... 199 Efeitos cardiovasculares ...... 201 Efeitos respiratórios ...... 202 Efeitos metabólicos ...... 203 Efeitos gastrointestinais ...... 204 Efeitos renais ...... 205 Efeitos no sistema nervoso central ...... 205 Usos terapêuticos ...... 207 Efeitos tóxicos da cafeína ...... 207 Infarto do Miocárdio ...... 207 Carcinogenicidade ...... 208 Doença Fibrocística Da Mama ...... 208 Toxicidade Gastrointestinal ...... 208 Osteoporose ...... 209 Teratogenicidade ...... 209 Dose Excessiva ...... 210 Conclusões ...... 211 Cafeína, Uma Vitamina? ...... 211 Os ácidos clorogênicos antagonistas opióides do café...... 212 Café, depressão e suicídio ...... 213 Café e crianças ...... 214 Café e alcoolismo ...... 215 Café e drogas ...... 217 Drogas e aids ...... 219 Café e dependência ...... 221 Tudo em excesso faz mal ...... 223 Referências bibliográficas ...... 226 INTRODUÇÃO As mentes comuns estão sempre preocupadas e fascinadas pelas coisas extraordinárias. Apenas as mentes extraordinárias se preocupam e ficam fascinadas com as coisas comuns. Todas as pessoas querem ser extraordinárias. Poucas se contentam em serem comuns. Ser comum e ser feliz é o primeiro passo para vir a ser alguém extraordinário. A maioria das pessoas se preocupa bastante com as doenças mas poucas se preocupam com a boa saúde, algo comum. E com diversas coisas comuns da vida. Como dormir, acordar, tomar café, pensar.... Na época dos descobrimentos, o médico escocês JAMES LIND descobriu a maneira de combater o escorbuto ao observar uma coisa comum, que o uso diário de suco de frutas prevenia a doença. EDWARD JENNER desenvolveu a vacina a partir da observação de algo comum em ordenhadoras de vacas, a proteção natural contra a varíola. SIGMUND FREUD desenvolveu a psicanálise a partir de coisas comuns, como o sono, os sonhos e o desejo sexual. ALEXANDER FLEMING descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina, a partir da observação de algo comum, a contaminação por fungos de seu material de pesquisa. JESUS CRISTO, um homem extraordinário, teve uma origem simples e pregava coisas comuns: o amor entre os homens e a fé em Deus. Enquanto a ciência traz ao homem conhecimento, a religião traz paz - duas coisas comuns mas de um valor extraordinário. Poucas são as pessoas que sabem qual seu verdadeiro Q.I. (Quociente de Inteligência) e seu potencial intelectual, porque acham que pensar é algo extremamente comum. Muitas pessoas usam de forma incompleta e mesmo sonolenta seus cérebros. A ansiedade, a depressão, o tabagismo e o alcoolismo são problemas comuns e ao mesmo tempo de extraordinária repercussão social. Poucas pessoas sabem porque tomam café logo ao despertar ou junto com um cigarro, diariamente, durante quase toda vida e nem procuram entender porque o café é a bebida mais consumida no mundo. Porque o café é uma bebida bastante comum. Mas resultados de mais de dez anos de pesquisas em mais de 15.000 pessoas voluntárias normais e pacientes sobre o Q.I., memória, atenção, concentração, performance escolar e profissional, sono, humor, ansiedade, depressão e índice de suicídio e sua relação com hábitos diários comuns como as horas de sono, as horas de estudo e de trabalho, horas de lazer e o consumo de café, álcool e tabaco trazem luzes a estas coisas comuns, mas importantes. Os achados do PROJETO CÉREBRO, CAFÉ & DROGAS desenvolvido por um grupo de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a partir de 1986, liderados pelos Professores Darcy Roberto Lima, Ph.D. em Medicina pela Universidade de Londres, Inglaterra, evidenciam que o consumo diário e moderado de café - 4 xícaras diárias - é benéfico ao cérebro , tanto em sua atividade intelectual como no estado do humor. O café, através da cafeína, estimula o sistema normal de vigília, aumentando a atenção, concentração e memória, melhorando a atividade intelectual normal. Mas o café, além da cafeína, possui substâncias - ácidos clorogênicos - que formam vários compostos durante a sua torra, sendo que pelo menos um deles - o ácido feruloilquínico (FQA) - atua nas células nervosas com uma ação antagonista opióide e seu consumo pode até bloquear o desejo de auto-gratificação que leva o indivíduo a consumir drogas. Os resultados inéditos explicam porque a humanidade escolheu esta planta como bebida matinal para consumo logo ao acordar e para se manter desperta e ativa durante o dia. Mas em excesso tudo pode fazer mal... até o amor. Estes estudos levaram a criação do Institute for Coffee Studies na Universidade de Vanderbilt, Nashville, TN, a melhor e mais importante universidade na atualidade na área de pesquisas sobre dependência química e farmacologia clinica.Item A cultura do café robusta(2002) Fonseca, Aymbiré Francisco Almeida da; Ferrão, Maria Amélia Gava; Ferrão, Romário Gava; Embrapa - CaféIntrodução ...... 119 Aspectos botânicos, origem e histórico ...... 121 Café robusta no Brasil ...... 123 O café robusta no Vietnã ...... 138 Referências bibliográficas ...... 140 INTRODUÇÃO A história econômica do Brasil possui uma estreita interface com o desenvolvimento da cafeicultura, tamanha a importância desta atividade, que chegou a representar 80% das exportações brasileiras (CAIXETA, 1999). Entretanto, a partir dos anos 50, a participação percentual do país no mercado mundial de café vem sendo reduzida substancialmente, continuando a merecer, contudo, atenção especial, por se constituir na atividade agrícola que, de acordo com TRISTÃO (1995), mais gera empregos no Brasil, sendo um relevante fator de distribuição de renda. Segundo este autor, o agronegócio café, em toda a cadeia de atividade: produção, transporte, armazenamento, comunicação, rede bancária, serviços financeiros, corretagem, bolsas, portos, embalagens, publicidade, processamento, industrialização e comercialização, emprega cerca de três milhões de pessoas no País, aproximadamente 6% da população economicamente ativa. A produção mundial média de café nos últimos anos tem se situado em torno de 106 a 109 milhões de sacas anuais, 34% das quais da espécie Coffea canephora (ROSÁRIO, 2000), que se constitui na segunda espécie do gênero Coffea mais cultivada no mundo (LEROY et al., 1993; OROZSCO-CASTILLO et al., 1994), sendo seus maiores produtores, na safra 1999/2000, o Vietnã, a Indonésia, o Brasil, a Costa do Marfim e Uganda, com produção de 9,4; 6,8; 4,5; 4,2 e 2,9 milhões de sacas, respectivamente (Quadro 1). O cultivo de C. canephora no Brasil vem se expandindo rapidamente, com forte tendência de aumento, a despeito dos menores preços alcançados pelo produto, que tendem a oscilar entre 10 e 15% abaixo do preço dos arábicas locais (MATIELLO, 1998). Este fato decorre do menor custo de produção do café Conilon, proporcionado por sua menor exigência em tratos fitossanitários e de seu maior potencial produtivo.Item Micropropagação do cafeeiro(2002) Vieira, Luiz Gonzaga Esteves; Kobayashi, Adilson Kenji; Embrapa - CaféIntrodução ...... 147 Métodos tradicionais de propagação ...... 148 Métodos de propagação in vitro ...... 150 Microestacas ...... 151 Embriogênese somática ...... 153 Embriogênese direta ...... 154 Embriogênese indireta ...... 156 Multiplicação em larga escala ...... 159 Prioridades de pesquisa e aplicações ...... 161 Referências bibliográficas ...... 162 INTRODUÇÃO O gênero Coffea L. possui cerca de 100 espécies (Cramer, 1957), sendo que somente duas espécies de café apresentam importância comercial e são plantadas de maneira extensiva, Coffea arabica L. (arábica) e Coffea canephora P. ex Fr. (robusta). Coffea arabica é nativa do nordeste da África, em uma área que compreende o sudoeste da Etiópia, sudeste do Sudão e norte do Quênia, sendo atualmente cultivado em regiões tropicais com altitudes acima de 500 metros, representando 70% mercado mundial de café. Esta espécie é a única tetraplóide (2n = 44) e autógama do gênero. A ausência de efeitos deletérios causados por autofecundações sucessivas e a baixa porcentagem de fecundação natural (Carvalho e Mônaco, 1962), fazem com que a forma predominante de propagação do café arábica seja feita por sementes. Coffea canephora, como as outras espécies conhecidas do gênero Coffea, é diplóide (2n=22), apresentando auto-incompatibilidade do tipo gametofítica. Normalmente é plantado na África e na Ásia, em regiões de baixa altitude (geralmente abaixo de 850 m) e clima quente. No Brasil, o café robusta é produzido principalmente nos estados do Espírito Santo e Rondônia. Considerado como produtor de bebida caracterizada como neutra, é utilizado na manufatura de café solúvel e na elaboração de misturas. Como esta espécie é autoincompatível, cada semente resulta em uma planta híbrida. Se por um lado esta característica possibilita uma ampla base genética para a seleção de indivíduos superiores, constituí-se em um problema para a produção de genótipos superiores em larga escala. No melhoramento do cafeeiro, ganhos genéticos para produtividade e outras características de interesse agronômico são incorporadas através de cruzamentos. Entretanto, durante o processo de obtenção de cultivares de cafeeiro utilizando as metodologias de melhoramento convencional, um ciclo de seleção pode levar até quatro anos, considerando da obtenção de sementes até o florescimento das plantas e, novamente, a obtenção de sementes. Além disso, para obter dados consistentes, a avaliação de características relacionadas à produtividade é normalmente realizada em plantas com 6-8 anos de idade. Assim, se considerarmos que, a partir do cruzamento inicial, vários ciclos de seleção são necessários para encontrar genótipos de cafeeiro com características desejáveis do ponto de vista agronômico, um programa convencional de melhoramento pode demorar até 30 anos para obter novos cultivares. Dessa forma, o desenvolvimento de técnicas para propagação acelerada de plantas de cafeeiro é fundamental para aumentar a taxa de multiplicação e possibilitar a rápida difusão de novos cultivares.Item Política estratégica para a cafeicultura brasileira(2002) Teixeira, Teotônio Dias; Embrapa - CaféIntrodução ...... 169 A Mobilidade de Capital e o Fator Trabalho ...... 169 A Agricultura Brasileira e Sua Competitividade ...... 170 A Cafeicultura Brasileira ...... 172 Objetivos do Estudo ...... 176 Organização do Estudo ...... 176 Os mercados e os problemas distributivos na cadeia agroindustrial de café no Brasil ...... 177 Ajustamentos requeridos pela cafeicultura brasileira ...... 181 Elementos Fora da Agricultura ...... 181 Mudanças na Importância Relativa de Produtos de Cafés ( Ajustamento da Demanda) ...... 181 Ajustamentos do lado da Oferta ...... 183 Elementos Dentro da Agricultura ...... 184 Política Econômica do Governo ...... 184 Estratégia para a sustentabilidade do setor cafeeiro nacional ...... 185 Organização Espacial e Mudança da Composição de Produção ...... 185 Imperfeição de Mercado ...... 188 Comitê de Cafeicultores ("Coffee Board") ...... 189 Referências bibliográficas ...... 192 INTRODUÇÃO O processo de desenvolvimento adotado pelo Governo Federal até então, principalmente após o estabelecimento do Plano Real, tem sido voltado não só para garantir a estabilização da moeda - o real - mas também para atender aos compromissos internacionais quanto à sua estabilização e ao pagamento de juros aos credores internacionais, tendo tal política na agricultura a sua principal âncora de estabilização da economia. Como reflexo dessa prioridade, a política econômica brasileira não tem sido neutra em relação à agricultura. Na verdade ela penaliza todo o setor agrícola. Como conseqüência dessa política, a agricultura brasileira tem sofrido acentuada queda de renda líquida, o que vem acarretando profundos ajustamentos em seus processos produtivos - em especial ajustamentos dentro da unidade de produção, colaborando com o crescimento ocorrido na taxa de desemprego na economia como um todo. Mais recentemente, contudo, pressões sociais têm ocorrido junto aos formuladores da política econômica para adoção de mecanismos que, pelo menos, amenizem a situação do elevado nível de desemprego existente na economia, colocando a geração de emprego como uma das prioridades principais. O objetivo desse estudo é analisar e caracterizar os mercados de insumos e de cafés existentes e os seus efeitos junto aos produtores de cafés, analisar e identificar os ajustamentos requeridos e possíveis do lado da oferta e da demanda na cafeicultura brasileira e, finalmente, estabelecer as diretrizes e proposições consideradas fundamentais para uma política estratégica sustentável para a cafeicultura brasileira.Item Avanços da tecnologia da irrigação na cultura do café(2002) Santinato, Roberto; Fernandes, André Luís Teixeira; Embrapa - CaféIntrodução ...... 355 O universo cafeeiro com necessidade de Irrigação ...... 355 A evolução tecnológica da irrigação ...... 360 A pesquisa ...... 360 Resumo fase a – ibc ...... 365 Resumo fase b – ibc ...... 366 A prática ...... 367 Vantagens do sistema LEPA ...... 369 Desvantagens ...... 369 Sugestões ...... 371 INTRODUÇÃO A técnica da irrigação aplicada à cultura do cafeeiro assumiu enorme importância com a viabilização técnica e econômica da instalação da cultura em regiões consideradas marginais quanto ao déficit hídrico, tanto para C. arabica quanto para C. canephora. Essa prática permitiu ainda a abertura de novas fronteiras como o Nordeste de Minas Gerais, o Leste de Goiás, o Leste de Mato Grosso e o Oeste Baiano, regiões estas em que a associação da tecnologia da irrigação aliada a temperaturas mais elevadas que as existentes em regiões tradicionais condicionaram verdadeiro “efeito estufa”, proporcionando ganhos vegetativos e produtivos. A maioria dos trabalhos experimentais sobre a irrigação do cafeeiro demonstra aumentos da ordem de 20 a 30 sacas beneficiadas por hectare, independentemente dos sistemas utilizados, e dependentes da região em estudo.Item Marketing dos cafés do Brasil(2002) Brando, Carlos Henrique Jorge; Embrapa - CaféNosso tema é o Programa de Marketing Cafés do Brasil. Ao falarmos sobre este tema sempre há a tentação de dizer que só agora o Brasil fará marketing. Todavia dizer isto é uma grande injustiça. Uma grande injustiça com os nossos exportadores, com os nossos industriais de solúvel, com os nossos torradores e também com os nossos produtores. É injusto com os nossos exportadores, que tem uma participação tão expressiva no mercado mundial graças ao trabalho de marketing contínuo que fazem no dia a dia de suas operações, recebendo visitas, viajando para visitar clientes, participando de feiras e exposições, promovendo eventos. É injusto com nossos industriais de solúvel, que a exemplo dos exportadores de café verde controlam expressiva fatia do mercado mundial, também graças a um trabalho silencioso e contínuo de marketing. É injusto com os nossos torradores que habilmente e graças a um brilhante esforço de marketing conseguiram fazer com que o consumo doméstico de café passasse de 8 para 13 milhões de sacos em menos de 10 anos, transformando o Brasil no 2º maior consumidor do mundo. Finalmente é injusto com os nossos produtores que também promovem os seus cafés, participam em feiras e recebem visitas das mais variadas origens e que recentemente foram mesmo até a China promover os Cafés do Brasil. Este próprio evento em que aqui estamos pode ser entendido como uma atividade de marketing dos Cafés do Brasil. Na realidade o Brasil sempre fez e faz um marketing silencioso de seus cafés. O Programa de Marketing Cafés do Brasil visa a coordenar as atividades de marketing dos diversos setores e empresas e complementar as atividades da iniciativa privada e das entidades de classe. Portanto o que estamos agora iniciando é um período em que se praticará um marketing de maior visibilidade. Não estamos começando, pretendemos continuar, apoiar, complementar, coordenar, direcionar as atividades de marketing dos Cafés do Brasil. Sim, há algo novo no horizonte, que vem, porém se somar ao que já se faz. Em café o Brasil é um país com muitos sabores. O agronegócio Cafés do Brasil envolve muitos setores e é um negócio complexo mas muito bem estruturado. O Programa de Marketing Cafés do Brasil vem responder aos anseios e necessidades de marketing de todos os setores, principalmente dos 4 setores principais: a produção, a indústria de torrado e moído e solúvel e o comércio ou exportação. Atende ainda ao governo que é um participante importante no agronegócio café. Indiretamente atende aos fornecedores de insumos e serviços. Nosso plano de marketing tem várias linhas estratégicas. Por exemplo, ocupar maiores espaços no café verde em áreas estratégicas, usar o café solúvel como ponta de lança em mercados novos e consolidar os antigos, utilizar os cafés especiais para criar uma imagem de qualidade dos Cafés do Brasil, continuar a expansão do mercado interno, etc. Nesta ocasião eu quero falar de oportunidades, quero falar do reposicionamento dos Cafés do Brasil, que oferecem um leque de oportunidades para nós e para nossos clientes e parceiros. É evidente que o país aumenta sua produção e esperamos que aumentem também as oportunidades. Nosso país é único entre os fornecedores por sua diversidade de climas, diferentes variedades de café plantadas e nossa tecnologia, que permite processar o café de diferentes maneiras. O resultado desta diversidade é a nossa multiplicidade de sabores.Item Relações hídricas no cafeeiro(2002) DaMatta, Fábio Murilo; Rena, Alemar Braga; Embrapa - CaféIntrodução ...... 9 Movimento estomático e Transpiração ...... 10 Assimilação do carbono ...... 13 Tolerância à seca ...... 15 Arborização e adensamento ...... 19 Crescimento vegetativo ...... 23 1. Parte aérea ...... 23 2. Sistema radicular ...... 25 Crescimento reprodutivo ...... 27 1. Floração ...... 27 2. Frutificação ...... 30 Conclusões ...... 31 Referências bibliográficas ...... 33 INTRODUÇÃO: O estudo das relações hídricas no cafeeiro é de particular interesse, uma vez que pequenas reduções na disponibilidade da água podem diminuir substancialmente o crescimento, ainda que não se observem murcha nas folhas ou quaisquer outros sinais visíveis do déficit hídrico. A redução no crescimento significa menor produção de nós disponíveis para a formação de flores, acarretando, por conseqüência, queda na produção de frutos. Desse modo, a compreensão das relações entre a água e o cafeeiro e suasimplicações ecofisiológicas pode fornecer subsídios, ao técnico e ao pesquisador, para a tomada de decisões mais fundamentadas sobre o manejo global da lavoura e desse caro e escasso componente da produção. Desconhece-se o número exato de espécies do gênero Coffea, mas, provavelmente, existem cerca de 90 espécies (Willson, 1999). Dessas, apenas C. arabica L. (café Arábica) e C. canephora Pierre (café Canéfora) têm importância econômica no mercado mundial. Provavelmente, em função de o café Arábica ser cultivado em maior extensão que o Canéfora, estudos têm sido centrados mais amiúde em Arábica. Implicitamente, a maior parte das informações abordadas neste capítulo diz respeito ao café Arábica, sem, contudo, excluir as informações concernentes ao café Canéfora (exceto quando explicitado, dados sobre Canéfora dizem respeito à sua variedade cultivada no Brasil, Kouillou, popularmente conhecida como Conilon). Ao longo dos últimos 25 anos, foram publicadas várias revisões abordando, com diferentes profundidade e escopo, as relações entre a água e o cafeeiro (Nunes, 1976; Maestri e Barros 1977; Barros et al., 1978; Kumar, 1979; Alvim, 1985; Cannell, 1985; Rena e Maestri, 1985, 1986, 1987; Rena et al., 1994; Barros et al. 1995, 1999; Maestri et al., 2001). No presente capítulo, faz-se um resumo das informações aí contidas e daquelas que se julgam relevantes, mas não abordadas nas revisões citadas ou, então, publicadas posteriormente.