SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

URI permanente desta comunidadehttps://thoth.dti.ufv.br/handle/123456789/517

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 6 de 6
  • Item
    Método de aplicação de calcário em lavoura cafeeira adensada e tradicional
    (2003) Chaves, Júlio César Dias; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A maioria das áreas de produção de café no Paraná está localizada em solos ácidos, com baixa saturação por bases e pobre em matéria orgânica, elevados teores de alumínio e manganês e baixos níveis de micronutrientes. Os cafeeiros cultivados nesses solos (ácidos), apresentam habitualmente deficiências nutricionais e toxidez. Em levantamento nutricional da cafeicultura paranaense realizado pelo IAPAR, através de análise foliar, ficou constatado que as lavouras apresentam carências de Ca e Mg em praticamente todas as áreas amostradas, sendo que na região do arenito, se acentuam. Por outro lado, em quase todas as áreas ocorrem níveis muito elevados de manganês nas folhas. Estes são aspectos reveladores da acidez da maioria dos solos cultivados com cafeeiros no Paraná. Qualquer programa de fertilização que não contemple a calagem está fadado ao insucesso. Os experimentos são realizados em lavoura cafeeira adensada sobre um Latossolo Vermelho Escuro distrófico (LEd) de textura arenosa e em lavoura cafeeira tradicional sobre um Latossolo Roxo distrófico (LRd) de textura argilosa. A dose total de calcário calculada para elevar a saturação por bases a 70 % é aplicada em dose única (1 ano) e fracionada em 1/4 (4 anos), 1/3 (3 anos) e 1/2 (2 anos) anualmente. A distribuição do calcário é feita superficialmente em área total e parcial (subparcelas). Como a dose de calcário é calculada em kg/m2, a subparcela com distribuição parcial (da projeção da "saia" para dentro da planta) recebe menor quantidade que a subparcela com distribuição total. O objetivo do trabalho é o de definir o método mais adequado para aplicação de calcário em lavoura cafeeira adensada e tradicional sob o ponto de vista de parcelamento da dose e localização. Os resultados obtidos no experimento com lavoura cafeeira adensada evidenciam efeito positivo da aplicação do calcário em área total em relação à parcial sobre as três primeiras colheitas; este resultado deve-se à maior uniformidade de distribuição do sistema radicular na área sob condi-ção de lavoura adensada, permitindo maior eficiência das raízes na absorção de elementos do solo. O fracionamento da calagem em 2, 3 e 4 aplicações anuais tem se mostrado superior a aplicação da dose total de uma única vez. A nutrição avaliada pela análise foliar, mostra efeito positivo sobre os teores de Ca e Mg para os fracionamentos do calcário; não foi verificado efeito sobre N; ocorreu pequeno efeito na nutrição de P e pequena redução no teor de K na presença do calcário. Em relação aos micronutrientes, o efeito mais importante ocorreu em relação ao Mn que apresentou grande diminuição no teor foliar na presença do calcário. A análise química do solo mostra efeito positivo dos fracionamentos do calcário em 2, 3 e 4 aplicações em ambos os tipos de distribuição sobre o pH, Ca, Mg, %Al e V%; neste tipo de solo (LEd) ocorreu também movimentação do calcário até 40 cm de profundidade, detectado pelo aumento do pH e dos teores de Ca e Mg no perfil do solo. Na lavoura tradicional, nesta primeira colheita ocorreu equilíbrio nas produções em ambos os tipos de distribuição do calcário (parcial/total). Os fracionamentos das doses não apresentaram efeitos impor-tantes, porém neste tipo de solo (LRd), mais argiloso, parece possível obter respostas positivas com menor número de fracionamentos do calcário, possívelmente 1 ou 2. A nutrição verificada pela análise foliar, tem mostrado pequeno efeito da calagem aplicada em 1 fracionamento sobre os teores de N, P, K, Ca e Mg. Quanto aos micronutrientes, ocorreu aumento de Cu e Zn e pequena redução de Mn em todos os tipos de aplicação e fracionamentos do calcário. A análise química do solo mostrou pequeno efeito da calagem sobre o pH; alteração importante nos teores de Ca e Mg, particularmente com 2 fracionamentos; pequena diminuição do K na aplicação da dose total em 1 fracionamento; redução da saturação por Al particularmente com 1 e 2 aplicações em ambos os tipos de distribuição; a saturação por bases aumentou com a calagem em 2 fracionamentos. De modo geral o efeito do calcário foi constatado em todo o perfil, pelas alterações químicas apresentadas, porém com mais vigor até 20 cm de profundidade neste tipo de solo.
  • Item
    Micorrização do cafeeiro em solo fertilizado com composto de lodo urbano e resíduos vegetais
    (2003) Colozzi, Arnaldo; Machineski, Oswaldo; Chaves, Júlio César Dias; Ferreira, Tiago Lima; Andrade, Diva de Souza; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A utilização do lodo de esgoto como fertilizante orgânico na agricultura depende da existência de condições restritivas neste, tais como a presença de patógenos, sais solúveis, metais pesados e compostos orgânicos persistentes, que podem alcançar níveis tóxicos no solo e atingir a cadeia trófica. Para reduzir este problema são feitas aplicações de calcáreo, ainda na estação de tratamento de esgoto. A campo, a mistura de resíduos orgânicos de origem vegetal ou animal ao lodo pode reduzir a solubilidade de metais pesados presentes neste reduzindo, conseqüentemente, sua disponibilidade. Entretanto, a grande carga orgânica deste material pode ter efeitos ainda pouco conhecidos sobre os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), simbiontes de ocorrência freqüente no cafeeiro e altamente eficientes em promover seu desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação ao solo de lodo urbano higienizado e/ou resíduos de origem vegetal ou animal, sobre a micorrização (colonização e esporulação no solo) do cafeeiro. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, em vasos com capacidade para 3,5 dm 3 . Utilizou-se um Latossolo Vermelho Escuro distrófico (Led) que foi incubado com lodo urbano, isoladamente ou em mistura com palha de café, casca de mandioca, leucena, palha de milho e esterco de curral. Os tratamentos compostos por uma mistura de lodo e resíduos orgânicos tiveram as concentrações destes variadas. Todos os tratamentos receberam calagem mais fertilização com P e K. Uma semana depois da incubação plantou-se uma muda de cafeeiro da variedade ‘Catuaí’ em cada vaso, que foram conduzidas por seis meses. Ao final deste período avaliou-se a colonização radicular do cafeeiro e a esporulação dos FMAs no solo. A adição de lodo urbano e/ou resíduos vegetais, na maioria das misturas e concentrações testadas, não teve efeito significativo sobre a colonização radicular do cafeeiro por fungos micorrízicos e sobre sua esporulação no solo. Entretanto, observou-se efeito estimulatório sobre a colonização radicular, quando o lodo urbano foi misturado com casca de café, na proporção de 8 partes de lodo para duas partes de casca de café. A mesma mistura, em maior concentração de lodo (9 partes de lodo para 1 parte de casca de café), reduziu a colonização. Observou-se uma correlação negativa entre colonização radicular e esporulação no solo.
  • Item
    Estado nutricional de cultivares de cafeeiros sob densidades diferentes de plantio em quatro níveis de fertilização
    (2003) Chaves, Júlio César Dias; Androcioli, Armando; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O estado nutricional do cafeeiro avaliado através da análise química das folhas no período de início de crescimento dos frutos "chumbinho", é uma importante informação que serve para saber se a lavoura, em função de sua produtividade e densidade, necessita de revisão para maior ou menor no programa de fertilização planejado, afim de manter a planta adequadamente nutrida, dentro de um determinado padrão de custo de produção, compatível com a atividade. O presente trabalho foi realizado na região do arenito no Paraná, sobre um Latossolo Vermelho Escuro distrófico (LEd) de baixa fertilidade, utilizando-se três cultivares de cafeeiro: IAPAR 59; Icatu de porte baixo e Catuaí vermelho IAC-81 em quatro densidades de plantio: 3509; 2778; 2299 e 1961 covas ha -1 (duas plantas por cova) e quatro níveis de adubação: A 1 = 0; A 2 = 75-22-75; A 3 = 150-44-150 e A 4 = 300-88-300 kg ha -1 de N-P 2 O 5 -K 2 O. Durante a fase de plantio e formação foi utilizada adubação idêntica para todas as parcelas. O delineamento experimental foi blocos ao acaso com parcelas subsubdivididas, ficando o espaçamento nas parcelas, os níveis de adubação nas subparcelas e as cultivares nas subsubparcelas. Os resultados apontam que a produção de café para todas as cultivares avaliadas foi mais alta nas maiores densidades de plantio; entre as cultivares, a IAPAR-59 foi a mais produtiva. Em função dos resultados de produção, os valores foliares de nitrogênio se apresentaram menores na cultivar IAPAR-59, mesmo nos níveis mais elevados de adubação, em todas as densidades estudadas; verificou-se também na cultivar IAPAR 59 uma diminuição nos teores foliares de N com a redução da densidade de plantio (aumento do espaçamento), diferentemente do que ocorreu com o Icatu e Catuaí. Este resultado indica uma maior necessidade de adubação em condições de plantio largo, possivelmente devido ao menor desenvolvimento do sistema radicular desta cultivar, podendo ser interpretado como de menor adaptação às dendidades baixas de plantio. O teor de P, em todas as densidades avaliadas também foi menor na cultivar IAPAR-59. Os teores foliares mostram uma tendência de aumento com a diminuição da densidade de plantio para as cultivares Icatu e Catuaí. O K aumentou nas folhas linearmente com o aumento das doses de K para todas as cultivares, embora as concentrações tenham sido sempre menores na cultivar IAPAR-59, que apresentaram teores foliares mais baixos com o aumento do espaçamento, ou seja na menor densidade. Quanto ao Mn, de modo geral os valores se mantiveram dentro da faixa considerada como adequada no tratamento com ausência de adubação NPK. À medida que aumentaram as doses de adubo, também os valores foliares de Mn cresceram para todas as cultivares. Os teores foram mais elevados no Catuaí, possivelmente pela maior capacidade de acidificação da rizosfera em relação às demais cultivares, devido a absorção mais elevada de cátions básicos, transformando Mn-insolúvel em Mn 2+ solúvel. Ocorreu aumento também à medida que se avançou para as menores densidades de plantio. Este resultado com Mn indica maior necessidade de calagem no Catuaí em relação ao IAPAR-59 para neutralizar, também, o Mn 2+ presente nos solos ácidos.
  • Item
    Avaliação de extratores de cádmio, cobre, chumbo e zinco disponíveis em material de solo cultivado com mudas de cafeeiro
    (2003) Miyazawa, Mário; Chaves, Júlio César Dias; Pavan, Marcos Antonio; Bloch, Maria de Fátima M.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O acúmulo de metais pesados no solo é a conseqüência de contínuo uso de fertilizantes, fungicidas, corretivos, compostos de residuos urbanos e residuos industriais contaminados. Os principais metais são: Cd, Cr, Co, Cu, Hg, Ni e Pb. A alta concentração destes metais nos tecidos vegetais pode comprometer desenvolvimento normal de plantas. O objetivo deste trabalho foi correlacionar os valores de metais extraídos do solo com soluções de Mehlich e DTPA e os teores de metais nos tecidos de cafeeiro. O experimento foi realizado na casa de vegetação, adicionando-se separadamente metais em 3,5 kg de solos LRd e LEd. As doses foram: Cd 2+ 0,1 a 1,0; Cu 2+ e Zn 2+ 0,5 a 5,0 e Pb 2+ 1,0 a 10,0 mmol/kg. Após cinco meses de cultivo, coletaram-se amostras de solos, parte aérea e raiz de plantas, determinaram -se os teores de metais nos tecidos de plantas e metais disponíveis dos solos com soluções de Mehlich 1 e DTPA 5 mmol/L. Os teores de Cu e Zn da parte aérea e da raiz do cafeeiro cultivado no LRd, textura argilosa, foram menores que no LEd, arenosa, ao passo que, os teores de Pb e Cd dos tecidos de plantas do solo LRd foram maiores. A solução Mehlich extraiu quantidade maior de Cd, Cu, Pb e Zn do solo que o DTPA. Os teores de Cu na parte aérea da muda de cafeeiro variaram de 5,0 a 20,8 mg/kg e nas raízes foram de 15 a 725 mg/kg. A solução de Mehlich apresentou melhor correlação que DTPA, a equação foi: y = 0,288x 2 + 5,3505x - 32,77, R 2 = 0,8626. O acúmulo de Zn nos tecidos foi muito superior ao Cu, para dose de 5,0 mmol/kg, seus teores na parte aérea e na raiz foram 472 e 3.060 mg/kg, respectivamente. A solução de Mehlich apresentou melhor correlação com os teores da raiz, cuja equação foi: y = -0,0025x 2 + 1,7861x - 16,332, R 2 = 0,9857. O aumento da concentração de Pb nos tecidos de muda de cafeeiro foi proporcional às doses, para 10,0 mmol/kg, o teor na raiz foi de 18.600 mg/kg. A solução de DTPA apresentou melhor correlação com os teores da raiz, y = -1E-5x 2 + 0,2919x + 69,347; R 2 = 0,9429. O Cd também apresentou comportamento semelhante do Pb, mas seus valores nas raízes e parte aérea foram menores, para dose de 1,0 mmol/kg, 50,8 e 1530 mg/kg, respectivamente. A equação de correlação com os valores da solução Mehlich foi: y = -0,0031x 2 + 1,994x + 8,6526; R 2 = 0,8977. Os teores de Cd, Cu, Pb e Zn da raiz de cafeeiro foram superiores que parte aérea e apresentaram melhores correlações com os valores extraídos do solo com solução de Mehlich.
  • Item
    Avaliação de espaçamentos e adubação para três cultivares de café
    (2003) Androcioli, Armando; Chaves, Júlio César Dias; Sera, Tumoru; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    As oscilações de preço do café tem evidenciado a necessidade de tornar cada vez mais eficiente o sistema de produção de café para que o produtor possa superar as adversidades que ocorrem ao longo do período de vida útil do cafeeiro. Neste aspecto, o ajuste de espaçamentos e adubação para as cultivares e tipo de manejo da lavoura, são fundamentais para montar um sistema de produção eficiente. Com o objetivo de aperfeiçoar o modelo tecnológico de produção de café adotado no Paraná, implantou-se um experimento em junho de 1990 no município de Iguaraçú-PR., em solo latossolo vermelho escuro textura arenosa (Led), com 4 espaçamentos, 4 níveis de adubação e 3 cultivares de café de porte baixo. Os tratamentos foram distribuídos em parcelas subsubdivididas, com as densidades nas parcelas, os níveis de adubação nas subparcelas e as cultivares nas subsubparcelas, com quatro repetições. Os espaçamentos foram definidos procurando-se compor quatro sistemas de produção: a) lavoura preparada para condução manual e sem espaço livre entre as linhas de cafeeiros; b) lavoura para condução manual e com espaço livre de 30 cm entre as linhas de cafeeiros; c) lavoura preparada para condução com microtrator, com espaço livre de 80 cm e d) lavoura para condução com trator cafeeiro, com espaço livre de 130 cm. As distâncias entre linhas foram definidas assumindo um diâmetro de copa (D) de 2,10 e calculado os espaçamentos (E) pela equação E=D+L, onde L é igual ao espaço livre desejado para cada sistema. Os espaçamentos entre as linhas de cafeeiros foram de 1,90 m; 2,40 m; 2,90 m e 3,40 m, todos com distância na linha de 1,5 m, com 2 plantas por cova, resultando em populações de 3509; 2778; 2299 e 1961 covas/ha, respectivamente. Os níveis de adubação foram: 0 % (sem adubo); 25 % da dose máxima; 50 % da dose máxima e 100 % para a dose máxima. Utilizou-se as cultivares IAPAR 59, progênie PR89088 (‘Icatu’ x ‘Catuaí’) e Catuaí Vermelho IAC-81. Foram avaliadas anualmente as produtividades em café beneficiado no período de 1993 a 2000. Para a comparação das médias foi aplicado o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, nos casos em que o teste de F indicou diferenças significativas entre os tratamentos. Os dados foram ajustados para cada densidade em função dos níveis de adubação. A análise estatística dos dados indicou diferenças significativas na produtividade média de 8 colheitas, entre os espaçamentos, entre os níveis de adubação e entre as cultivares. A produtividade média de café beneficiado foi crescente com o aumento da densidade, com valores da menor para a maior densidade de 1085, 1303, 1563 e 1708 kg/ha. Os aumentos nas doses de fertilizantes proporcionaram aumento na produtividade média em todas as densidades estudadas. O impacto da adubação foi mais acentuado nas duas densidades menores com incremento linear da produtividade em função das doses de fertilizante. Nas duas maiores densidades, os incrementos de produtividade nos níveis mais altos de adubação foram menos acentuados, com tendência à estabilização. Em todas as cultivares, houve incremento da produtividade em função do aumento na densidade de plantio. A cultivar IAPAR 59 foi a mais produtiva em todas as densidades e níveis de adubação, com média de 1512 kg de café beneficiado por hectare, enquanto que a progênie PR89088 e a cultivar Catuaí Vermelho IAC-81 produziram em média 1372 e 1351 kg por hectare, respectivamente. A cultivar IAPAR 59 mostrou resposta linear da produtividade em função da densidade de plantio, indicando maior aptidão para os plantios adensados do que as demais, que apresentaram tendência de menor incremento em produtividade nas maiores densidades.
  • Item
    Estimativa do teor de cafeína nas sementes de café baseado na sua concentração nas folhas de mudas e plantas adultas
    (2003) Chaves, Júlio César Dias; Miyazawa, Mário; Bloch, Maria de Fátima M.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A cafeína é um alcalóide encontrado nas sementes de café, pertencente ao grupo das metilxantinas. Segundo a farmacopéia brasileira, a cafeína está incluída entre os excitantes psicomotores que têm, principalmente, a propriedade de estimular a atividade mental. No homem normal, em doses terapêuticas (100-200 mg) produz leve excitação psiquica, favorecendo o trabalho intelectual e afastando a sonolência e a sensação de fadiga. No entanto, a ingestão de grandes quantidades, pode provocar problemas à saúde. A desinformação e contradições existentes a respeito do assunto, provocam nos consumidores o desejo de buscar alternativas por bebidas isentas de cafeína ou com teores reduzidos, embora outros compostos presentes no grão de café também possam ser responsáveis por parte desses efeitos. O teor de cafeína varia muito entre as espécies de café cultivadas no mundo; assim a espécie C. canephora apresenta maior quantidade na semente em relação à espécie C. arabica que é a mais cultivada no Brasil. Dentro da mesma espécie pode ocorrer diferenças no teor de cafeína das sementes. Os trabalhos de melhoramento na busca por cafés com menor teor de cafeína têm demorado algum tempo em virtude da necessidade de se obter, do cafeeiro, sementes para análise. A eliminação desta etapa pode contribuir para acelerar a obtenção dos resultados. Sendo o principal produto agrícola em termos de comercialização mundial e a base da economia de vários países, o café ainda pode ganhar alguns mercados onde o consumo é baixo, particularmente no continente asiático; para isso é necessário continuar desenvolvendo pesquisas que visem, principalmente, dar resposta ao consumidor sobre as verdades e mitos da bebida café. O trabalho foi conduzido no Centro Experimental do IAPAR em Londrina - PR. sendo realizadas amostragens de folhas e sementes em plantas de Coffea arabica cvs. Mundo Novo, Catuaí, Iapar - 59, Icatu e Sarchimor e Coffea canephora cv. Robusta, com o objetivo de economizar tempo na seleção de plantas com diferentes teores de cafeína na semente, mediante o conhecimento prévio das concentrações do alcalóide nas folhas, sem necessidade de se esperar pela produção de frutos. A amostragem das folhas no campo, foi feita conforme a idade: 1 o , 3 o e 6 o pares; nos estádios de chumbinho dos frutos, enchimento dos grãos, granação e maturação. Os frutos foram coletados no estádio de cereja. Parte dos frutos foram semeados para obtenção de mudas das quais retiraram-se o 1 o e 3 o pares de folhas. Os materiais coletados foram secos, moídos e submetidos à determinação de cafeína, sendo a extração feita pelo método da água quente e a determinação por espectrofotometria a 273 nm. Os resultados mostraram para as duas espécies utilizadas, que a cafeína nas folhas do primeiro e terceiro pares de mudas aumentou linearmente com o teor de cafeína nas sementes, podendo indicar com eficiência os teores nas sementes das plantas adultas. Em condições de planta em produção no campo, o primeiro par de folhas mostrou sempre valores superiores de cafeína em relação às folhas mais velhas, particularmente no caso da espécie C. canephora. No período de maturação dos frutos foi encontrado o menor teor de cafeína nas folhas, provavelmente devido a intensa redistribuição. O primeiro par de folhas amostrado no estádio "chumbinho" dos frutos mostrou ser o melhor material e a época mais indicada, devido a alta correlação com o teor de cafeína das sementes. O teor do alcalóide é menor na casca comparativamente às sementes; este fato pode indicar também mobilidade da cafeína da casca para a semente.