SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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    Estudo da qualidade de água em sistemas de irrigação localizada no município de Monte Carmelo - MG
    (2003) Nogueira, Márcio Augusto de Sousa; Fernandes, André Luís Teixeira; Drumond, Luís César Dias; Assis, Leonardo Campos de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Os diversos usos do solo alteram o regime de escoamento e a qualidade das águas, desencadeando um conjunto de fenômenos com sérios agravos às condições ambientais. O monitoramento de parâmetros de qualidade da água em bacias hidrográficas constitui-se em ferramenta básica para avaliação do sistema hídrico. Convém lembrar que cada bacia hidrográfica possui características próprias, o que torna difícil de fixar um único parâmetro como indicador de padrão. Neste contexto, é de suma importância o desenvolvimento de trabalhos de campo para elaboração de banco de dados com indicadores de qualidade de água. A região de estudo deste projeto enquadra-se em áreas de alto risco de perdas de safra. Portanto, a irrigação torna-se uma prática necessária para garantia do desenvolvimento do cafeeiro. A caracterização fisico-química da água utilizada em sistemas de irrigação no município de Monte Carmelo/MG permitirá uma análise e avaliação da influência da água na eficiência dos sistemas de irrigação localizada. A irrigação localizada por gotejamento pode ser uma alternativa vantajosa em relação aos outros métodos, por ser um sistema em que a água é aplicada diretamente na área de influência do sistema radicular da cultura. A qualidade da água pode comprometer a eficiência deste sistema, provocando entupimentos dos orifícios dos gotejadores. Para a região de estudo deste projeto, os resultados parciais ainda não permitem determinar com precisão os problemas de obstruções dos sistemas de irrigação localizada. É possível estabelecer uma primeira aproximação utilizando os intervalos de valores limites de acordo com as referências acima citadas. Os valores de pH, respectivamente dos Ribeirões São Félix e Marreco, enquadram-se nos valores normais em águas de irrigação (6.0 - 8.5). Em relação ao sistema de irrigação localizada, os valores de pH quanto ao grau de restrição de uso, para amostras coletadas no início e final da linha de gotejadores, possuem valores próximos de 7.0, o que caracteriza provável surgimento de obstrução no sistema. Para os teores de Ferro dessas mesmas amostras, o grau de restrição quanto ao uso da água é de ligeira a moderada (0.1 a 1.5 mg. L-1). Espera-se que com a continuidade dos trabalhos de campo, torne-se possível a realização de um diagnóstico dos problemas mais comuns na região de estudo, finalizando com a elaboração de um boletim técnico sobre a influência da qualidade da água em sistemas de irrigação.
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    Efeito da fertirrigação e da irrigação na produtividade e qualidade do café em condições de cerrado mineiro
    (2003) Drumond, Luís César Dias; Fernandes, André Luís Teixeira; Santinato, Roberto; Nogueira, Márcio Augusto de Sousa; Oliveira, Clênio Batista de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A região do Triângulo Mineiro possui uma área plantada com cafeeiros de aproximadamente 150 mil hectares, dos quais cerca de 40 mil acham-se em área marginal à cafeicultura, no que diz respeito ao fator hídrico, limitando sua produção e tornando essa atividade antieconômica. A cafeicultura tem-se desenvolvido de forma destacada nessas regiões, em razão da alta tecnificação e da qualidade da bebida do café produzido, com grande demanda de técnicas que possibilitam o aumento da produtividade. Neste cenário, o uso da irrigação tem se tornado cada vez mais freqüente, porém, nem sempre seguindo padrões corretos de dimensionamento e manejo. Torna-se necessário estudar o efeito da irrigação e fertirrigação para a cultura do café, com o intuito de se obterem subsídios que indiquem recomendações práticas ao cafeicultor, quer na recuperação dos plantios atuais, quer na ampliação da lavoura do Triângulo Mineiro. Dentro dessa perspectiva, nesse trabalho estamos realizando avaliações com relação a irrigação e a fertirrigação, utilizando um sistema de irrigação por gotejamento Ram 17 Netafim, contendo 4 blocos onde é avaliado o parcelamento e a forma de aplicação da adubação (B1- adubação convencional 4 parcelamentos de março a dezembro; B2 - adubação via água de irrigação com 4 parcelamentos de N e K de março a outubro; B3 - adubação via água de irrigação com 8 parcelamentos de N e K de março a outubro e B4 - adubação via água de irrigação com 12 parcelamentos de N e K de março a outubro) e divididos em 4 parcelas onde se avalia os efeitos da época de início da irrigação (PA - Sem irrigação nos meses junho, julho e agosto; PB - Sem irrigação nos meses julho e agosto; PC - Sem irrigação no mês de agosto; PD - Sem irrigação no mês de julho). A lâmina de irrigação aplicada, está sendo definida em função de dados coletados de uma estação meteorológica automatizada, instalada próximo ao local do experimento, acumulando a evapotranspiração no período entre irrigações. Não houve diferença significativa entre os resultados das produções obtidas nos anos de 2001 e 2002.
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    Características da água residuária da suinocultura utilizada na cafeicultura irrigada das regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba - MG
    (2003) Gonçalves, Roberta Alessandra Bruschi; Mantovani, Everardo Chartuni; Souza, Luis Otávio Carvalho de; Ramos, Márcio Mota; Oliveira, Rubens Alves de; Fernandes, André Luís Teixeira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Tradicionais na exploração da cultura do café, as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba vêm se destacando na cafeicultura irrigada desde a década de 90, possuindo elevada produtividade, com café de excelente qualidade. A região também destaca-se na produção da carne suína, onde, segundo a ASTAP (Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba), existem cadastrados 75 suinocultores, dos quais 25 a 30% também são cafeicultores. O crescimento da agricultura e da pecuária, pelo aumento da demanda, e, em particular, da exploração animal em grande escala, tem gerado uma série de danos ao meio ambiente, relacionados à disposição final dos dejetos produzidos. Dentre as atividades agroindustriais, a suinocultura destaca-se na sua forma de produção, e em conseqüência há uma grande produção de dejetos concentrados em pequenas áreas. Uma granja com 300 matrizes, em ciclo completo, produz diariamente um volume de 60 m 3 de águas residuárias, que contém uma tonelada de sólidos. A qualidade da água residuária é um parâmetro de suma importância quanto às suas características fertilizantes. No entanto, deve-se adequar essas características às necessidades da cultura do cafeeiro, com base em um tratamento preliminar destes dejetos e análises dos mesmos. Tendo em vista a ocorrência de problemas ambientais advindos do manejo inadequado de dejetos de suínos, aliados à escassez e baixa qualidade de água, tornou-se objetivo deste trabalho uma avaliação representativa da qualidade de águas residuárias da suinocultura que são aplicadas no cafeeiro irrigado em propriedades situadas nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Pode se concluir que, de uma maneira geral, existe manejo inadequado dos dejetos de suínos aplicados na cultura do cafeeiro e grande variabilidade em suas característica. Pelo baixo ou nenhum grau de tratamento destes dejetos, a qualidade da água no que diz respeito às suas características fertilizantes, pode ficar comprometida. As águas residuárias utilizadas no sistema de irrigação localizada por gotejamento foram as que apresentaram os menores teores dos elementos analisados, pois passam por todo um processo de tratamento até chegar ao sistema. Desta maneira, não causam problemas à cultura, ao solo e nem ao equipamento de irrigação.
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    Comportamento do cafeeiro arábica super-adensado, adensado e largo, sob irrigação por pivô central em plantio circular
    (2003) Fernandes, André Luís Teixeira; Santinato, Roberto; Drumond, Luís César Dias; Silva, Rouverson Pereira da; Oliveira, Clênio Batista de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A cafeicultura irrigada ocupa atualmente no Brasil cerca de 200 mil hectares. Com a ampliação da mesma para áreas de cerrado, com déficit hídrico marginal, abrem-se novas fronteiras com demanda estimada de 10 a 20 mil ha/ano. Dentre os cerrados aptos para a cafeicultura irrigada, destacam-se regiões como o Triângulo Mineiro, em que a irrigação é feita de forma suplementar e/ou complementar, e o Oeste baiano, em que a mesma é realizada de forma obrigatória, assim como em Goiás e Noroeste de Minas Gerais. Quando as temperaturas do ar são superiores a 18/19ºC, ocorrem aumentos de crescimento e produtividade inicial da ordem de 30 a 50% em relação às regiões em que as temperaturas médias situam-se entre 14/16ºC. Sob estes aspectos, plantios superadensados ou adensados, e até mesmo espaçamentos largos requerem manejo diferenciado quanto a podas e erradicação proporcional de linhas, e ainda, variáveis em função do porte e arquitetura de copa das variedades comerciais atualmente utilizadas na cafeicultura. São necessários, portanto, estudos detalhados do comportamento do cafeeiro irrigado em região exigente em irrigação suplementar e inverno frio, e em região exigente em irrigação obrigatória de inverno quente, quanto ao seu manejo em diferentes espaçamentos e com as principais variedades comerciais usuais na cafeicultura nacional. Dentro destas perspectivas, instalou-se um experimento com o objetivo estudar o cafeeiro irrigado nas condições extremas de inverno "frio e seco" na região do Triângulo Mineiro, objetivando reunir dados que subsidiem tecnologia suficiente para recomendações práticas na cafeicultura irrigada. Para isso, instalou-se experimento no Campo Experimental "Fazenda Escola", da Universidade de Uberaba, no município de Uberaba, MG, onde estão sendo testados os seguintes tratamentos: espaçamentos entre ruas de 1,2 e 4 metros, e entre plantas de 0,5; 0,75; 1,0 e 1,5, para duas variedades de café arábica: Catuaí Vermelho e Mundo Novo Acaiá em estudo. O desenho experimental é o de blocos ao acaso, com quatro repetições em parcelas úteis de 1,5 ha e sub parcelas para as variedades de 0,75 ha úteis. O sistema de irrigação é por pivô central equipado com emissores localizados "LEPA", com irrigação quantificada pelo balanço hídrico diário e local, a partir de informações meteorológicas coletadas em uma estação agrometeorológica automática marca METOS modelo Micrômetros Compact, instalada próxima ao experimento. Antes do início do experimento, foi realizada a avaliação do sistema, para verificação das suas condições de funcionamento. Após 2 safras (2000/2001 e 2001/2002), verifica-se que nos espaçamentos largos (4.0 m entre linhas), a variedade Mundo Novo apresentou maiores produções, comparada com o Catuaí, de 21 a 25% superiores para os espaçamentos 4.0 x 1.0 e 4.0 x 0.75 m, respectivamente, e produções semelhantes no espaçamento 4,0 x 0,5 m (média de 55 sc. ben/ha). Já para os espaçamentos superadensados (1.0 m entre linhas), a variedade Catuaí obteve melhores rendimentos, com acréscimos de 5 a 33% em relação ao Mundo Novo. Este comportamento pode ser explicado pelo maior desenvolvimento vegetativo do Mundo Novo quando comparado com o Catuaí, que pode ter provocado maiores problemas de desenvolvimento, devido à menor insolação e maior competição entre as plantas. Comparando-se os diferentes espaçamentos, verifica-se que nas duas primeiras safras, em ambas as variedades, os espaçamentos mais adensados foram os responsáveis pelas maiores produtividades por área, chegando a valores superiores a 80 sc.ben/ha. Com relação à análise sensorial do café colhido nas duas safras, observam-se melhores notas globais, e portanto, melhor qualidade final da bebida para os espaçamentos largos (4,0 m entre linhas), para as duas variedades em estudo, Mundo Novo e Catuaí Vermelho.
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    Caracterização do processo de distribuição de águas residuárias da suinocultura em área de cafeicultura irrigada na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba MG
    (2003) Gonçalves, Roberta Alessandra Bruschi; Mantovani, Everardo Chartuni; Souza, Luis Otávio Carvalho de; Fernandes, André Luís Teixeira; Oliveira, Rubens Alves de; Soares, Antônio Alves; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A aplicação de dejetos suínos no solo é justificável em virtude dos efeitos proporcionados pela matéria orgânica. Esses efeitos se dividem em efeitos físicos, caracterizados pelas modificações na estrutura do solo, pela redução da plasticidade e da coesão, pelo aumento da capacidade de retenção de água e pela manutenção de temperaturas mais uniformes; efeitos químicos, caracterizados pelo aumento da capacidade de troca catiônica, pelo aumento do poder-tampão, pela formação de compostos orgânicos como quelatos e, evidentemente, como fontes de nutrientes; e efeito biológico, responsável pela intensificação das atividades microbianas e enzimática dos solos. Na aplicação de água residuária no solo devem ser considerados dois aspectos importantes, associados ao aumento da concentração de sólidos: o aumento dos riscos de salinização do solo e as alterações de suas características físico-hídricas. Considerando o grande número de produtores de suínos e café da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba - MG, associado à problemática ambiental advinda do manejo e disposição inadequado dos dejetos ao solo, tornou-se importante um diagnóstico mais detalhado junto aos produtores, através de um questionário pré- formulado, onde foram obtidas informações sobre a propriedade e o sistema de produção, incluindo: número de animais, plano de produção, utilização de dejetos, doses de dejetos aplicadas, freqüência e sistema de irrigação utilizado para aplicação, características do mesmo, tempo de utilização, problemas e dificuldades encontradas no manejo do sistema de aplicação, idade da cultura, condições climáticas, manejo adotado na suinocultura e produtividade da cultura. O trabalho foi realizado em 11 propriedades, abrangendo as cidades de Monte Carmelo, Carmo do Paranaíba, Patrocínio, Uberaba, Varjão de Minas e Patos de Minas. As propriedades foram selecionadas de acordo com o seguinte critério: todas deveriam aplicar suas águas residuárias em área de cafeicultura e cada uma deveria conter um sistema de irrigação diferente: gotejamento, "tripa", aspersão convencional, pivô central e aspersão em malha. Esta seleção foi feita através da ASTAP (Associação dos suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba), da AST (Associação dos suinocultores do Triângulo Mineiro) e de indicações entre os próprios suinocultores. Pode-se verificar que a maioria dos suinocultores que plantam café, utiliza a chorumeira como principal sistema para aplicação dos dejetos. Notou-se por grande parte dos proprietários, interesse em adotar outros sistemas de aplicação, via irrigação, como aspersão, tripa, pivô central e gotejamento. Alguns já tiveram experiências mal sucedidas com a "tripa" e canhão.
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    Análise econômica do cafeeiro irrigado por aspersão e irrigação localizada no cerrado mineiro
    (2003) Drumond, Luís César Dias; Fernandes, André Luís Teixeira; Nogueira, Márcio Augusto de Sousa; Oliveira, Clênio Batista de; Silva, Rouverson Pereira da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Na cafeicultura irrigada, diferentes sistemas estão sendo utilizados pelos cafeicultores, notadamente na região do Triângulo Mineiro, em função de suas condições locais no que diz respeito à disponibilidade e qualidade da água, tamanho da lavoura e, evidentemente, dos recursos disponíveis. De acordo com Santinato et al. (1996), dentre os sistemas mais utilizados para a irrigação do café, destacam-se os seguintes: irrigação por aspersão (aspersão em malha e pivô central) e irrigação localizada (gotejamento e tripa). O sistema de aspersão em malha constitui uma modificação do sistema de aspersão convencional. As linhas laterais são interligadas formando anéis e são enterradas juntamente com as linhas principal e de derivação. Neste sistema ocorre somente mudança do aspersor, diminuindo o custo com a mão de obra e possibilitando trabalhar com tubos de pequeno diâmetro. No entanto, não existem disponíveis na literatura científica dados conclusivos que definam o melhor sistema a ser utilizado. Dentro dessa perspectiva, esse trabalho se propõe a avaliar cada sistema citado, objetivando reunir subsídios técnicos e econômicos para recomendações práticas dentro da cafeicultura irrigada. Para isso, instalou-se um experimento no Campo Experimental da Universidade de Uberaba - MG, onde estão sendo testados quatro sistemas de irrigação, sendo dois por aspersão (aspersão em malha e pivô central) e dois por irrigação localizada (gotejamento e tripa), além da testemunha, sem irrigação. Os sistemas constituíram as parcelas. O cultivar a estudado foi o Catuaí vermelho H2077-2-5/144 no espaçamento de 4,0m entre ruas por 0,5m entre plantas. O plantio foi feito em janeiro de 1999 e a primeira safra foi em 2001. Os sistemas de irrigação em estudo são: a) Área de 6 ha de um Pivô Central Valley, equipado com emissores LEPA, com espaçamento 4,0 x 0,5 m; b) Aspersão em malha, 2 ha, com espaçamento 4,0 x 0,5 m; c) Gotejamento autocompensado com 2 ha, Netafim, com espaçamento 4,0 x 0,5 m; d) Tape Santeno II com 2 ha, com espaçamento 4,0 x 0,5 m; e) Testemunha (0,5 ha) - área não irrigada. Os resultados obtidos nas safras 2001 e 2002 evidenciam a superioridade, de forma significativa, dos tratamentos irrigados, quando comparado com a testemunha. A análise estatística se baseou na aplicação do teste F a 5% e para comparação das médias dos tratamentos, foi aplicado o Teste de Tukey a 5%.
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    Avaliação da fertirrigação com diferentes fontes de fertilizantes químicos e organominerais na nutrição do cafeeiro cultivado em condições de cerrado
    (2003) Fernandes, André Luís Teixeira; Santinato, Roberto; Drumond, Luís César Dias; Oliveira, Clênio Batista de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Com a ampliação da cafeicultura para regiões consideradas marginais climaticamente, a irrigação passou a ser uma tecnologia necessária para a garantia da qualidade e produtividade do cafeeiro. Muitos são os sistemas utilizados para irrigação de café, porém têm-se destacado aqueles que permitem a economia de água, energia e mão-de-obra, como o gotejamento. Porém, uma das principais vantagens desse sistema que não está sendo corretamente utilizada pelos cafeicultores irrigantes é a fertirrigação, que se constitui na técnica da aplicação simultâneas de água e fertilizantes, através do sistema de irrigação. Dentro dessa perspectiva, foi instalado um experimento na Fazenda Escola da Universidade de Uberaba (Uberaba - MG), em Latossolo Vermelho amarelo textura arenosa, a 850 metros de altitude, em lavoura de café Catuaí 144, plantado em dezembro de 1998 no espaçamento de 4,0 x 0,5 m, e irrigada por gotejamento Antes do início do experimento, procedeu-se a avaliação do sistema de irrigação, para determinação de sua uniformidade de aplicação. Esse procedimento se repetiu após a colheita da primeira safra, sendo obtidos coeficientes de uniformidade superiores a 90% para todos os tratamentos, o que permite concluir que o sistema opera de forma extremamente satisfatória, especialmente para a prática da fertirrigação. Os tratamentos se referiram às variações na forma e parcelamento da adubação recomendada de cobertura, da seguinte forma: a) Adubação de cobertura convencional química em 04 aplicações; b) Adubação de cobertura com adubos convencionais, via fertirrigação em 16 aplicações, via água de irrigação; c) Adubação de cobertura com adubos próprios para fertirrigação em 16 aplicações, via água de irrigação; d) Adubação de cobertura com fertilizantes organominerais sólidos, em 4 aplicações; e) Adubação de cobertura com fertilizantes organominerais líquidos em 16 aplicações, via fertirrigação. Para efeito de comparação, foram mantidas para os diferentes tratamentos as mesmas dosagens de N, K 2 O e P 2 O 5 . O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, com 5 tratamentos e 3 repetições, totalizando 15 parcelas experimentais de 100 m. O controle da irrigação foi realizado a partir de uma estação agrometeorológica automática, que possibilitou a estimativa da evapotranspiração da cultura pelo Método de Penman Monteith, segundo recomendações da FAO. Analisando-se os dados, obtidos após as duas primeiras safras, observa-se que não foram verificadas grandes diferenças estatísticas entre os tratamentos, com produtividades de 53,2 até 67,7 sacas beneficiadas por hectare. O tratamento que se baseou na aplicação de fontes químicas de nutrientes aplicados diretamente no solo foi superior aos demais. Após a análise sensorial, o melhor tratamento em relação à qualidade de bebida foi a fertilização com produtos organominerais via água de irrigação, que resultou em bebida apenas mole. O restante dos tratamentos forneceu café com bebida dura, notando-se no geral grande quantidade de frutos verdes em todas a amostras (valores superiores a 40%), característica de áreas irrigadas de café. Em relação à peneira, verificou-se uma porcentagem mínima de 65% de peneira 16 ou acima, sendo o melhor tratamento neste quesito o referente à aplicação de produtos químicos via adubação convencional, com a porcentagem de 85% de peneira 16 ou acima. Em linhas gerais, após duas safras, pode-se concluir preliminarmente que: a) a fonte de fertilizante não afeta significativamente a produção do cafeeiro, desde que o mesmo seja bem suprido de água e nutrientes; b) a irrigação promove desuniformidade de colheita, o que afeta a qualidade final da bebida, apesar de garantir a produtividade da lavoura mesmo em anos subseqüentes; c) em geral, a fonte de fertilizante e o número de parcelamentos não afetou a qualidade final do café colhido.
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    Variação dos preços recebidos pelos produtores de café e preços pagos pelos consumidores no mercado do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba - 1999/2002
    (2003) Rabelo, Paulo Veloso; Fernandes, André Luís Teixeira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Nos últimos anos, a cafeicultura brasileira atravessou uma grave crise em função do excesso de oferta de café nos mercados externos e internos. Como resultado disso, observou-se no mercado interno uma forte queda nos preços recebidos pelos produtores e, curiosamente, não ocorreu um aumento do consumo de café pelos consumidores nacionais, como era esperado que acontecesse, conforme previsões da ABIC. Procurando detectar o porquê dessa contradição, foi feita uma pesquisa no mercado regional do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, uma das principais áreas cafeeiras do Brasil e cuja população possui um poder aquisitivo relativamente bom em comparação a outras áreas do país. A pesquisa foi baseada nos preços recebidos a nível de atacado pelos cafeicultores associados da GARCAFÉ de Patrocínio-M.G., no período de outubro de 1999 a setembro de 2002, preços esses fornecidos em dólares e convertidos em reais, usando-se a cotação oficial do dólar. No estudo da variação dos preços do café a nível de consumidor (varejo), foram utilizados os preços médios coletados mensalmente, no mesmo período, nas cidades de Uberaba e Uberlândia, respectivamente pelo CEPES da Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro de Uberaba e Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia. Após tratamento dos dados, observou-se que entre outubro de 1999 e setembro de 2002, os preços recebidos pelos cafeicultores alcançaram os valores médios de R$ 175,95 no 1º ano, R$ 124,41 no 2º ano e R$ 104,39/saca de 60Kg no 3º ano. Nesse período, verificou-se que a queda nos preços médios do 1º ano para o 3º ano estudado foi de 40,67%, reduzindo drasticamente a renda dos cafeicultores mineiros. Ao analisarmos os preços pagos pelos consumidores no mesmo período, observamos que em Uberaba o preço médio do kg do café variou de R$ 7,17 no 1º ano para R$ 6,77 no 2º ano, caindo para R$ 5,93 com uma redução total de 17,20%. Já em Uberlândia, os consumidores locais pagaram pelo kg do café R$ 6,46 no 1º ano, R$ 5,95 no 2º ano e R$ 5,33 no 3º ano, observando-se nessa praça uma redução de 17,49% no preço do café nesse período de outubro de 1999 a setembro de 2002. A pesquisa apurou também, que nestes três anos, os preços médios praticados em Uberaba foram 10% mais caros do que aqueles observados em Uberlândia. Observamos também nesse período, que enquanto os preços no atacado, recebidos pelos produtores recuaram 40,67%, os preços no varejo recuaram 17,20%, gerando uma diferença de 23,47% que foi abocanhada pelo setor torrefador. Mesmo descontando-se os custos de industrialização e os impostos pagos para o exercício da atividade industrial, foi possível observar que os torrefadores foram os maiores beneficiários dessa queda de preços ocorrida no café nos últimos três anos analisados. Para que a cadeia do agronegócio do café torne-se forte, faz-se necessário que os torrefadores mudem de atitude nas relações com o mercado interno, ou seja, remunerando melhor os cafeicultores e melhorando a qualidade do produto industrializado. Caso contrário, fica difícil manter ou aumentar o consumo do café no país como deseja a ABIC e os produtores.
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    Estudo da uniformidade de distribuição de água residuária da suinocultura em cafeeiros irrigados por aspersão e gotejamento nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba-MG
    (2003) Gonçalves, Roberta Alessandra Bruschi; Mantovani, Everardo Chartuni; Souza, Luis Otávio Carvalho de; Ramos, Márcio Mota; Oliveira, Rubens Alves de; Fernandes, André Luís Teixeira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O rápido crescimento da população mundial, aliado ao aumento da renda, demandam a expansão da agricultura, que pode ser atendida com a ocupação agrícola de áreas não cultivadas e pelo aumento da produtividade, com a adoção de novas tecnologias, como a irrigação. A irrigação tem por finalidade fornecer a água necessária para o pleno desenvolvimento das plantas, porém a ela podem ser associadas outras finalidades, como a aplicação de produtos químicos, biológicos e águas residuárias, além do controle da salinidade do solo, em associação com a drenagem agrícola. Em várias regiões é comum a utilização da água residuária da suinocultura, aproveitando a matéria orgânica e os nutrientes para adubação do cafeeiro. Dessa maneira, reduzem-se os custos de adubação da cultura e evita-se a contaminação dos cursos d’água pelo lançamento das águas residuárias. A uniformidade de aplicação de água influencia diretamente a produtividade da cultura, sendo que, essa produtividade tende a aumentar com a uniformidade de irrigação. Existem vários coeficientes para se determinar a uniformidade de distribuição de água de um sistema de irrigação, destacando-se o Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC) e o Coeficiente de Uniformidade de Distribuição (CUD). Tendo em vista a problemática ambiental associada ao manejo inadequado das águas residuárias da suinocultura (ARS) e do seu processo de distribuição, o objetivo deste trabalho foi determinar a uniformidade de aplicação das ARS na cafeicultura irrigada. Foram determinados os coeficientes de uniformidade de distribuição de água residuária da suinocultura em 6 propriedades cafeeiras, que aplicam ARS via sistema de irrigação, localizadas em 5 diferentes municípios da região de cerrado de Minas Gerais. Do total de sistemas avaliados, 50% apresentaram coeficientes de uniformidade de distribuição de água residuária (CUC/CUD) abaixo do recomendado. Os melhores resultados estão associados ao sistema de irrigação localizada por gotejamento, mostrando a viabilidade da utilização da irrigação localizada com água residuária da suinocultura, desde que haja um manejo adequado ao longo do processo de tratamento de tais águas.