SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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Resultados da Pesquisa

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    Avaliação da influência do tipo de colheita na qualidade do café do Paraná - Safra 2002
    (2003) Carneiro, Francisco; Androcioli, Armando; Lima, Francisco Barbosa; Franzini, Paulo Sérgio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O café maduro na planta é a matéria prima adequada para se obter cafés de qualidade, que alcançam melhores preços. No Brasil a maior parte da colheita é feita por derriça total, onde se colhe junto os cafés verdes, maduros e secos. Isso piora a qualidade do produto. Para se corrigir parte deste prejuízo na qualidade, lança-se mão no processamento dos frutos, de equipamentos para separar estas três fases, como: os lavadores/ separadores e os despolpadores de cerejas. No rebenefício isso também é parcialmente obtido através de peneiras, sururucas e eletrônicas. A Campanha Café Qualidade Paraná, realizada nos últimos anos, estimula os produtores no uso da colheita no pano, colheita parcelada, cereja descascado, entre outras práticas. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a influência dos diversos tipos de colheitas, como: a colheita no chão, no pano, parcelada e para cereja descascada, na qualidade do café da safra 2002 no Paraná. Aproveitou-se um total de 152 amostras de café colhidas pelo DERAL/SEAB em diversos municípios do Estado, as quais foram classificadas para tipo e bebida, sem a retirada dos defeitos. O café processado para cerejas descascadas só tem frutos cerejas, já na colheita no chão, existe uma mistura de frutos verdes, cerejas e secos. Os resultados obtidos, mostram que: a colheita com derriça do café no chão (35% do total colhido), foi de 80% de bebida dura, 20% de bebida riada/rio, com até 360 defeitos ou tipo 8 pela classificação oficial. A colheita no pano (45,6% do total colhido) apresentou 92,4% de cafés de bebida dura e 7,6% de cafés de bebida riada/ rio, e tipo médio 6/7 com 123 defeitos. A colheita no pano/parcelada (7,6% do total colhido), apresentou 8% de café com bebida apenas mole, 84% de bebida dura e 8% de bebida riada/rio e tipo médio 6/7. A colheita no chão, pano e parcelada, realizadas para obtenção do café cereja descascado (11,8% do total colhido), foi de 16% de café com bebida apenas mole, 72% com bebida dura e 11% com bebida dura/riada, com tipo de 3 à 6 e até 86 defeitos. Os principais defeitos encontrados na colheita no chão-grãos foram: preto verdes, verdes, ardidos, brocados, mal granados, conchas e miolo de concha. Na colheita para cerejas descascado os principais defeitos foram: verdes, mal granados, concha, miolo de concha e quebrados. Conclui-se que houve marcante influência do tipo de colheita na melhoria da qualidade do café, em ordem crescente da colheita no chão até a colheita para cereja descascado. Observa-se em cada tipo de colheita, diferentes porcentagens de qualidade de bebida, com as melhores na colheita mais esmerada, que é a realizada para cereja descascado. Neste tipo de colheita/processamento esperava-se a predominância de cafés com bebida apenas mole ou superior, porém, o que se observou foi uma alta porcentagem de cafés bebida dura (72%). Isto, provavelmente, ocorreu em função de amostras provenientes de regiões menos favoráveis, com ocorrência de veranicos que aumentaram a quantidade dos defeitos de grãos mal granados e também pela maior rapidez no amadurecimento dos frutos. Outros fatores foram: amostras avaliadas sem a retirada dos defeitos e o processamento na secagem do café na propriedade, que pode ter agravado a perda de qualidade do café com novas fermentações. É recomendável o incentivo do uso de equipamentos para o processamento da colheita, como lavadoures/separadores de fases, descascadores de cerejas para a obtenção de cafés de qualidade, principalmente quando o Estado está substituindo as lavouras tradicionais, por plantios adensados, que induzem a colheitas mais cuidadosas. Seria recomendável também a colheita parcelada que deu um resultado bem superior aos demais.
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    Avaliação comparativa da qualidade do café produzido no Paraná - 1999 - 2002
    (2003) Franzini, Paulo Sérgio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    No início dos anos 90 foi implantado o Plano Estadual de Revitalização da Cafeicultura do Paraná, caracterizado pela ação conjunta das entidades públicas e privadas do setor cafeeiro do Estado, coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB e vinculadas, com o propósito de implantação de uma nova cafeicultura dentro de um novo modelo tecnológico (IAPAR, 1991) mais adaptado às condições agroecológicas do Paraná. O objetivo geral deste plano conjunto tem como base aumentar a rentabilidade e estabilidade econômica dos cafeicultores via eficiência produtiva através do aumento da produtividade, da redução dos custos de produção e a melhoria da qualidade. Num primeiro momento as ações estiveram voltadas para aumentar a produtividade média das lavouras e por conseqüência a redução do custo unitário de produção, resultados que foram alcançados com sucesso com o novo e atual perfil da cafeicultura estadual. A partir de 1997 as ações passaram a incorporar campanhas para melhoria da qualidade do café. Este trabalho visa mostrar a evolução dos resultados obtidos na aferição da qualidade da bebida obtida na safra de 1999 e de 2002. Para avaliar a qualidade da produção estadual, vem se utilizando coleta de amostras em propriedades cafeeiras que compõem a amostra estratificada do DERAL, utilizada para levantamentos de diversos indicadores, entre eles a previsão de safras, ou seja, as amostras coletadas não são intencionais ou direcionadas, mas selecionadas por rigoroso método estatístico. Foram utilizadas 468 amostras de café na tulha nas 10 regiões cafeeiras do Estado, a maioria em coco e oriundas de diferentes métodos de colheita e preparo, coletadas pelos técnicos do DERAL, e posteriormente preparadas, degustadas e classificadas em parceria com o IAPAR, DECAF, Centro do Comércio do Café do Norte do Paraná e Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina. Os resultados obtidos foram os seguintes quanto à bebida: Em 1999 a classificação Mole atingiu apenas 0,3%, enquanto em 2002 passou para 3,0%. A classificação Dura atingiu 77,2% em 1999, e em 2002 chegou a 85% da produção. Quanto a Riada que em 1999 chegou a 16,9%, caiu para 4,0% em 2002. A bebida Rio em 1999 atingiu 5,6%, e em 2002 subiu para 8,0% da produção total. Os resultados apontam para uma melhora significativa da qualidade do café produzido no Paraná, onde o grupo de bebida superior cresceu 13,5%, enquanto o grupo de bebida inferior reduziu em 46,7%. Isto está sendo possível pela utilização de métodos de colheita e preparo da produção adotada pelos cafeicultores, repassados através dos inúmeros treinamentos e encontros técnicos realizados nestes últimos anos. Entre as práticas adotadas que vem contribuindo para esta melhoria da qualidade estão as colheitas no pano, colheita parcelada e cereja descascadas. Quanto ao tipo, em média 33% da produção obteve classificação de 6 para melhor. Os tipos 6/7 e 7 atingiram 32%, enquanto os 7/8 e 8 totalizaram 25% do volume produzido. Neste item da qualidade, ainda se faz necessário à adoção mais firme de práticas que venham a melhorar a tipificação da produção.