SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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    Efeito da arborização com guandu na primeira produção de café no norte do Paraná
    (2003) Cruz, Roberto Fernando Rosa; Hugo, Renzo Gorreta; Caramori, Paulo Henrique; Morais, Heverly; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O excesso de radiação solar e temperatura, associados a deficiência hídrica provocam o depauperamento do cafeeiro, a redução da produtividade e acentuam a bianualidade de produção. Diversos estudos de arborização conduzidos no Paraná têm mostrado as vantagens do uso de um sombreamento controlado para a cultura do café. Dentre estes, destaca-se o uso de guandu na fase de formação da lavoura, que é uma prática que vem apresentando resultados positivos e já é adotada por muitos produtores. O presente trabalho visa definir a densidade ideal de sombreamento que favoreça o estabelecimento dos cafeeiros e a primeira produção, a qual está relacionada com o nível de insolação nas gemas no período que antecede o inverno. O experimento foi instalado em uma área de produtor, no município de Abatiá-PR, a partir de julho de 2001. Os cafeeiros são da variedade IAC-33 - TUPI, com idade de 3 anos plantados com espaçamento de 2,5 m entre linhas e 0,5 m entre covas. Estão sendo avaliados três tratamentos com 4 repetições, montados em blocos casualizados: uma linha de guandu comum a cada linha de café sem nenhum tipo de manejo; uma linha de guandu comum a cada linha de café com podas laterais de rebaixamento do guandu, segundo manejo do produtor e tratamento testemunha conduzido a pleno sol. Cada parcela foi constituída de três ruas de café com 20 metros de comprimento. A avaliação da produção foi feita em julho de 2002, colhendo-se o café maduro, numa única operação de derriça no pano, separadamente em cada parcela, obtendo-se o peso médio do café colhido em cada tratamento. A seguir retirou-se três amostras de 4,0 kg do café colhido para secagem no terreiro até atingir média de 11% de umidade, obtendo-se o valor equivalente de café em coco. Finalmente cada amostra de café em coco foi beneficiada individualmente e obtida renda do benefício de cada tratamento. Durante o período experimental, de fevereiro a maio de 2002 ocorreu déficit hídrico contínuo, com temperaturas médias do ar em torno de 2 o C acima do esperado para a região, o que acentuou a condição de estresse nas lavouras a pleno sol. A produção de café em coco obtida nos três tratamentos analisados foi semelhante. No entanto, a renda do benefício e a produção final de café beneficiado foi superior nas parcelas arborizadas, resultando em 679,2 kg/ha no tratamento de guandu sem manejo e 678,8 kg/ha no tratamento de guandu com manejo, contra 543,2 kg/ha a pleno sol. Estes dados mostram que no ambiente arborizado, devido à atenuação da radiação incidente e conseqüente redução na temperatura e demanda evaporativa, houve melhores condições para desenvolvimento dos grãos e maturação, resultando em frutos de maior tamanho e peso que proporcionaram maior volume beneficiado. Portanto, em ambientes com temperatura elevada e deficiência hídrica, a arborização é uma prática que contribui para melhorar as condições de produção.
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    Descrição técnico-econômica de sistemas familiares de produção de café orgânico no norte pioneiro do Paraná
    (2003) Hugo, Renzo Gorreta; Soares, Dimas; Passini, João José; Miranda, Márcio; Llanillo, Rafael Fuentes; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Apesar de responder atualmente por cerca de 0,5% da produção mundial, a agricultura orgânica vem concretizando-se como alternativa tecnológica e econômica concreta para um número crescente de agricultores em todo o Brasil. Não obstante o crescimento atualmente verificado, diferentes estudos apontam tendências crescentes para o consumo de produtos orgânicos no decorrer dos próximos anos. No Paraná, o cultivo do café orgânico encontra-se entre aqueles que mais avançam entre os agricultores que adotam este modelo de produção, envolvendo na safra 2001/2002 cerca de 120 agricultores com 741ha de área cultivada. Atento a esta situação, o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) implantou com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) as Redes de Referências para a Agricultura Familiar Orgânica, nas quais com a utilização de metodologia específica, busca-se a partir do acompanhamento, análise e intervenção em propriedades representativas, conhecer e aprimorar alguns dos principais sistemas familiares de produção orgânica em uso no Estado. O presente trabalho apresenta alguns dos indicadores técnico-econômicos referentes ao sistema de produção de café orgânico praticado na região do Norte Pioneiro paranaense a partir das informações da Rede de Referências composta por sete unidades de produção agrícola situadas naquela região. Utilizando-se para coleta de dados técnicas de Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) foi possível descrever o sistema estudado bem como apontar suas restrições tecnológicas e seus possíveis encaminhamentos. O cultivo do café orgânico no Norte Pioneiro remonta ao ano de 1993, quando foram feitas as primeiras visitas a produtores de Minas Gerais já iniciados nesta atividade. O sistema de produção predominante combina a produção cafeeira com milho e pecuária, sendo composto em sua maioria por Produtores Simples de Mercadorias, com no máximo 10ha de Superfície Agrícola Útil, 4,20ha de lavoura cafeeira e 1,42 Eqüivalente-homem de mão-de-obra familiar disponível. Tal mão-de-obra mostra-se suficiente para atender as operações de setembro a maio, visto que o manejo com adubação verde ou roçadas, não exige maiores dispêndios laboriais. No caso da colheita alguma contratação é feita, porém pouco onerando os produtores. As benfeitorias e as lavouras cafeeiras correspondem a 78% do capital total disponível, sendo que existe falta de equipamentos necessários para maior eficiência no manejo da cultura como rolos-faca e roçadeiras. Os produtores com melhores níveis de produtividade baseiam-se no sistema adensado e possuem apresentam manejo do solo adequado, seja com adubação verde ou com manejo do mato. Todos os produtores analisados apresentaram margens brutas positivas na produção de café, com níveis entre R$ 0,88 a 1,83/kg e rendas líquidas positivas variando de R$ 0,49/kg (R$29,40/sc 60 kg) até R$ 1,64/kg (R$98,40/sc 60 kg). Há de se considerar que pelo fato de serem produtores produzindo de forma orgânica, porém, em fase de conversão quanto à certificação, os preços de vendas alcançados foram similares aos do mercado convencional que geralmente são inferiores em 25 a 40% aqueles praticados para o produto orgânico. Ao analisar-se a performance econômica global das diferentes propriedades, observa-se que quatro destas não apresentaram na safra 2001/2002 sistemas de produção economicamente sustentáveis, encontrando-se com níveis de renda líquida por equivalente-homem abaixo daqueles aceitos como indicadores de reprodução simples, indicando fragilidades que exigem um re-ordenamento dos fatores produtivos. Isto fica evidenciado ao verificar que as três propriedades com níveis de renda líquida acima da reprodução simples são justamente aquelas que se apóiam em outras culturas como leite e apicultura. Na continuidade do projeto serão estudadas possibilidades de diminuição das despesas operacionais globais (DOT) e de aumento das receitas, seja nas atividades atuais, seja na perspectiva, bem analisada, de diversificação.