SPCB - Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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    Avaliação comparativa da anatomia foliar e do dano causado por Leucoptera coffeella em cafeeiros resistentes e susceptíveis ao inseto)
    (2003) Ramiro, Daniel Alves; Guerreiro, Oliveiro; Queiroz-Voltan, Rachel Benetti; Matthiesen, Sílvia Chebabi; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O bicho-mineiro das folhas do cafeeiro, Leucoptera coffeella, vem se caracterizando nas últimas décadas como a principal praga da cultura no Brasil. Visando à obtenção de variedades de Coffea arabica resistentes ao bicho mineiro, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) realiza um programa de desenvolvimento genético de plantas resistentes, através de cruzamentos convencionais, utilizando como fonte de resistência a espécie diplóide Coffea racemosa. Este projeto propôs uma avaliação comparativa da anatomia foliar e do dano causado pelo inseto nas espécies parentais C. arabica e C. racemosa, e em indivíduos selecionados de progênies com diferentes níveis de resistência pertencentes às gerações RC 5 e F 2 RC 4, com o objetivo de fornecer ferramentas para uma futura identificação dos genes que codificam para resistência das plantas/inseto. Foram estudadas cinco plantas adultas de cada material genético em condição de campo. Os estudos anatômicos foram efetuados em folhas do terceiro e quarto pares, a contar do ápice caulinar, que foram cortadas transversalmente e fixadas em lâminas permanentes. A avaliação consistiu em trinta medições de cada indivíduo da espessura das cutículas adaxial e abaxial, epiderme superior e inferior, parênquimas paliçádico e lacunoso, espessura total da folha e porcentagem do mesófilo foliar representada pelo parênquima paliçádico. Para a avaliação das lesões, as folhas das plantas estudadas foram infestadas em gaiolas de criação do inseto. Posteriormente, foram mantidas em câmara úmida e em seguida fixadas em lâminas permanentes, um e quatro dias após a eclosão das lagartas. A avaliação consistiu em medições do diâmetro das lesões causadas pelo bicho mineiro no parênquima paliçádico das folhas. As comparações dos tecidos foliares revelaram que à exceção das espessuras do parênquima paliçádico e da cutícula inferior, as espécies C. arabica e C. racemosa têm as demais estruturas anatômicas bastante distintas uma da outra. É importante salientar que as lagartas de L. coffeella se alimentam exclusivamente das células do parênquima paliçádico e embora não tenham sido observadas diferenças estatísticas entre as espécies parentais, no que concerne a espessura deste tecido, observou-se que a porcentagem do mesófilo foliar representada pelo parênquima paliçádico é bastante superior na espécie C. racemosa. A cutícula superior e as epidermes superior e inferior são mais espessas em C. racemosa, enquanto o parênquima lacunoso é maior em folhas de C. arabica.As avaliações realizadas em plantas resistentes e suscetíveis selecionadas nas gerações F 2 RC 4 e RC 5 revelaram que nenhum dos tecidos avaliados difere entre estes dois grupos. No entanto, como observado nas espécies parentais, estes grupos de plantas são distintamente caracterizados pelo nível de resistência ao bicho mineiro, o que sugere que as características anatômicas avaliadas não devem estar relacionadas com o mecanismo de resistência a L. coffeella. Entre as espécies C. arabica e C. racemosa, assim como entre as populações resistentes e suscetíveis, o dano médio provocado pelas lagartas de L. coffeella foi significativamente diferente. O diâmetro médio das lesões foi cerca de duas vezes superior na espécie C. arabica e três vezes superior na população C. arabica x C. racemosa (Suscetível). De modo semelhante, em média, o dano mensurado quatro dias após eclosão das lagartas (1,033mm) foi estatisticamente superior ao observado um dia após a eclosão (0,358mm), evidenciando o desenvolvimento larval e a destruição gradual do tecido foliar. As lesões verificadas um dia após eclosão em C. racemosa e C. arabica x C. racemosa (Resistente) foi significativamente inferior ao verificado em C. arabica e C. arabica x C. racemosa (Suscetivel), no mesmo período. A julgar pelo dano causado pelas lagartas um e quatro dias após eclosão em populações com diferentes níveis de resistência, pode-se considerar que a resistência das plantas estaria relacionada à redução no inseto, da digestibilidade de substâncias presentes no parênquima paliçádico.
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    Efeito da Xylella em cafeeiro na região de Garça-SP
    (2003) Queiroz-Voltan, Rachel Benetti; Cabral, Luciane Perosin; Paradela, Osvaldo; Carelli, Maria Luiza Carvalho; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A bactéria Xylella fastidiosa vem causando problemas para a agricultura, uma vez que sua presença, associada a diversos fatores de estresse, provoca um decréscimo na produção devido à diminuição no número e tamanho dos frutos e à morte dos ramos. Este trabalho objetivou avaliar, comparativamente, a estrutura de plantas com e sem sintomas visuais de infecção por Xylella em tecidos de cultivares de Coffea visando quantificar a porcentagem de obstrução de vasos do xilema nas diferentes partes da planta: folha (nervura principal e pecíolo), caule e raiz de modo a estabelecer a região da planta onde ocorre maior concentração desta bactéria. Também foi avaliada a distribuição das classes de infecção nas diferentes partes da planta nos materiais genéticos de cafeeiro. Os estudos foram efetuados em um experimento de enxertia instalado em Garça (SP), em 1986, com delineamento de blocos ao acaso, com dez tratamentos e cinco repetições, sendo o espaçamento de 3,5 x 2,0 m e, as parcelas, de quatro covas, cada uma com duas plantas. Como porta-enxerto, utilizaram-se duas progênies de C. canephora - Apoatã IAC 2258 e IAC 2286 - e uma de C. congensis - IAC Bangelan coleção 5. Como enxerto, empregaram-se dois cultivares de C. arabica: Catuaí Vermelho IAC H 2077-2-5-81 e Mundo Novo IAC 515-20. Também se efetuaram auto enxertias no Catuaí e no Mundo Novo, considerando-se, como testemunha, as plantas não enxertadas desses cultivares. Para o estudo anatômico, foram obtidas amostras aleatórias, em abril de 2000 (período de estresse hídrico), de cinco plantas de cada tratamento, sendo uma planta representativa de cada parcela. De cada planta, foram retirados ramos aparentemente sadios e ramos com sintomas de infecção. De cada um dos ramos foram utilizados cinco segmentos de 0,5 cm de comprimento de caule, raiz e do pecíolo e de 0,25 cm 2 do limbo de folhas adultas de cada planta amostrada. Estes tecidos foram fixados em solução alcoólica etílica (50%) de formaldeído-ácido acético, incluídos em parafina e cortados em micrótomo rotativo manual e em criostato na espessura de 12 mm e corados com safranina-alcian blue. A obstrução dos vasos do xilema foi estimada nos diferentes tecidos, totalizando 150 observações por amostra. A fim de se estabelecerem cinco classes de infecção, foram obtidos os quartis a partir da amostra de um experimento idêntico instalado em Mococa, em adição ao de Garça, após a retirada das estimativas iguais à zero da amostra. As classes de infecção estimadas foram: 1- sem infecção; 2- pouco infectado; 3- regularmente infectado; 4- muito infectado e 5- extremamente infectado. A primeira classe correspondeu às amostras com ausência de vasos obstruídos e as classes de 2 a 5, corresponderam, respectivamente, do primeiro ao quarto quartis. Uma vez estabelecidos os quartis, todas as observações foram arranjadas nas classes de modo a visualizar-se a distribuição de freqüência da obstrução dos vasos do xilema relacionada às classes de infecção nos diferentes tecidos e materiais genéticos. Os resultados das médias da proporção de obstrução mostraram que o pecíolo e o caule foram os tecidos mais representativos do efeito da bactéria no cafeeiro na região de Garça. Através da distribuição de frequência das obstruções dos vasos observou-se que havia na composição da amostra de cada cultivar, tanto vasos desobstruídos como vasos pouco ou muito obstruídos, isto é, numa dada porção da planta foi observada obstrução zero e logo acima obstrução classe 5. No caule, na maioria dos ramos dos dez materiais genéticos com sintoma, houve predominância das classes 4 e 5; no pecíolo, variou muito entre as classes 1 e 4; no limbo houve predominância das classes 1 a 3. Tanto na raiz como nos ramos sem sintoma da bactéria houve predominância da classe 1.