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    Modernidade, modernização e identidade nas tradicionais organizações produtoras de café do sul de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 1997-11-19) Aguiar, Mirian Monteiro de; Gomes, Marcos Affonso Ortíz
    Este trabalho analisa os significados atribuídos às mudanças em curso na atividade cafeeira pelas tradicionais organizações produtoras, da região do Sul-de-Minas. Procura-se compreender como, a partir destes significados estas organizações participam da construção de suas novas identidades e de seus ambientes. Parte-se de dois referenciais teóricos complementares: a abordagem das organizações como construções sociais e o paradigma da complexidade para compreensão da mudança e identidade organizacional, no contexto da modernidade. Foram realizados estudos multicasos de três tradicionais organizações produtoras de café do Sul-de-Minas. Tradição e modernidade são conjugadas por estas organizações num momento de expressivas mudanças a nível local e global. A crise da cafeicultura nos últimos dez anos (1986-1996), os altos custos de produção e a concorrência com áreas emergentes mecanizáveis, com custos menores e maiores níveis de produtividade, põem em questão a viabilidade da cafeicultura de montanha na região do Sul de Minas, principal região produtora do país. Por outro lado, o fim da regulamentação da atividade pelo Governo, o fim dos Acordos Internacionais do Café e os novos paradigmas de produção e consumo representam novo contexto de interação político, econômico e social. Procura-se mostrar como as organizações, representantes do setor produtivo da cadeia café, estão inseridas numa rede de causalidade mútua a partir da qual, as mudanças se desenvolvem segundo padrões circulares de interação. A participação ativa destas organizações na criação de novos arranjos institucionais e na construção de seus ambientes é demonstrada a partir das suas interdependências e relações com outros elementos da sociedade como associações, sindicatos e entidades políticas representativas do setor. Observou-se durante o processo de pesquisa que cada organização desenvolveu-se seguindo contingências próprias. As diferenças nas trajetórias das três organizações pesquisadas demonstram como a interpretação do ambiente é produto da própria identidade organizacional e como as dimensões constitutivas da identidade operam positivamente na construção destas trajetórias. As mudanças mais expressivas foram naquelas organizações que se envolveram em extensas redes de causalidade mútua combinando transformações dos contextos externo e interno, tornando novos elementos partes integrantes da organização de seus ambientes. Neste processo novos valores são agregados, valores e pressupostos antigos são mantidos ou reconsiderados. Novos enunciados relativos aos sistemas de produção emergem como possibilidades da época moderna. No que diz respeito as mudanças na gestão da força de trabalho predomina a lógica de transformação destas relações segundo moldes institucionais urbanos.