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    Avaliação de genótipos de cafeeiros em diferentes níveis de acidez e alumínio
    (2003) Mistro, Júlio César; Fazuoli, Luiz Carlos; Gallo, Paulo Boller; Bataglia, Ondino Cleante; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Grande parte das áreas agrícolas no Estado de São Paulo é caracterizada por solos ácidos, baixa saturação de bases, elevados teores de alumínio trocável, além de baixos teores de macro e micronutrientes. O plantio nestas áreas prejudica o crescimento do sistema radicular e da parte aérea, exigindo o uso constante de calcário e fertilizante para se atingir altas produções, elevando, assim, o custo da lavoura. A aplicação de calcário ameniza o efeito do alumínio apenas nas camadas superficiais, concentrando as raízes somente nesta área. A correção em camadas mais profundas é uma operação mais difícil, tornando as plantas mais sensíveis em épocas de seca, devido à menor exploração de solo. O conhecimento do comportamento das cultivares e/ ou linhagens de café em tal situação é de grande importância para a cafeicultura brasileira pois a sua expansão dá-se em áreas de cerrado, onde predomina solos ácidos e pobres em nutrientes. O objetivo deste trabalho é conhecer o comportamento dos cafeeiros em diferentes níveis de calagem e acidez de solo. O experimento, instalado em 2000 no Pólo Regional de Desenvolvimento de Tecnologia dos Agronegócios do Nordeste Paulista - Mococa (SP), seguiu o delineamento de blocos ao acaso no esquema de parcela subdividida, com três repe-tições. A parcela foi constituída por três doses de calcário C 0 (V = 7%), C 1 (V = 15%) e C 2 (V= 30%) na profundindade de 0-20 cm e a subparcela por quatro cultivares de porte baixo (Ouro Verde IAC 5010-5, Obatã IAC 1669-20, Catuaí Vermelho IAC 144 e Tupi IAC 1669-33) e quatro de porte alto (Icatu Vermelho IAC 3888-6, Mundo Novo IAC 376-4, Acaiá IAC 474-16 e Icatu Vermelho IAC 4045). Cada subparcela foi composta por duas linhas com doze plantas cada uma (24 plantas no total). Foram avaliadas as seguintes características: altura, diâmetros da copa e do caule das doze melhores plantas da subparcela; nas seis melhores plantas da subparcela foram marcados dois ramos laterais, na parte mediana da planta, a fim de determinar o comprimento do ramo primário, nº de nós no ramo todo e no ramo do ano, comprimento médio dos internódios do ramo todo, comprimento do 3 e 4º internódios, área foliar e o nº de flores. Colheram-se as doze melhores plantas e determinaram-se a produção de café coco, o rendimento de grãos, tipo de grão, peneira média e o peso de 100 sementes. Os dados foram submetidos a ANAVA, pelo teste F ao nível de 5%, considerando o efeito da calagem (independentemente das cultivares) e o efeito da calagem em cada uma das cultivares. Para comparação de médias, utilizou-se o teste de Tukey a 5%. De maneira geral a correção da saturação de bases proporcionou, tanto nas cultivares de porte baixo quanto nas de porte alto, melhores condições de desenvolvimento e crescimento vegetativo e reprodutivo na maioria das característi-cas avaliadas. As cultivares Tupi IAC 1669-33 (porte baixo) e Acaiá IAC 474-16 (porte alto) mostraram tendências de serem menos afetadas por uma condição de solo ácido e pobre em nutrientes, enquanto que as cultivares Obatã IAC 1669-20 (porte baixo) e Icatu Vermelho IAC 3888-6 (porte alto) mostraram ser mais sensíveis a esta condição.
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    Viabilidade de sementes de Coffea arabica e Coffea canephora
    (2003) Soares, Fábio Quezado; Reis, Raimunda B.; Eira, Mírian T. S.; Fazuoli, Luiz Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    As sementes de café mantêm a viabilidade por um período de tempo relativamente curto em condições ambientes, o que dificulta o planejamento das atividades de quem as utiliza e o uso em épocas mais vantajosas. Fatores como procedência das espécies, grau de maturidade e atributos genéticos podem estar relacionados com o comportamento de cada espécie, carecendo de melhores estudos. O objetivo deste trabalho foi monitorar a longevidade das sementes de Coffea arabica e C. canephora, armazenadas sob temperaturas de +25º C, +5º C e -20º C por até um ano. Os resultados mostraram que após 6 meses de armazenamento a maior parte dos acessos de C. canephora já havia perdido totalmente a viabilidade, principalmente sementes das variedades Kouilou IAC 68-8 e Robusta IAC col. 5, enquanto que a viabilidade das sementes da variedade Apoatã IAC 2258, utilizada como porta enxerto resistente a nematóides, foi mantida a + 5ºC por um período de 12 meses. Apenas sementes da cultivar Apoatã IAC 2258 toleraram o armazenamento sob temperatura subzero, embora também tenha sido observada perda de cerca de 50% da viabilidade inicial. Em C. arabica as sementes das cultivares Mundo Novo IAC 388-17 e Catuaí Vermelho IAC 99 mantiveram a viabilidade inicial por maior período de tempo, particularmente quando armazenadas em +5º C e a -20°C, enquanto que as sementes da cultivar Iapar 59 não apresentaram tolerância à temperatura subzero. A manutenção da viabilidade das sementes de C. arabica por períodos de até um ano sob temperatura subzero é um resultado promissor para a definição do protocolo de conservação das sementes de café em Bancos de Germoplasma. O protocolo de conservação de sementes de C. canephora necessita ser melhor estudado.
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    Efeito das estações do ano na calogênese e formação de embriões em oito genótipos de Coffea arabica
    (2003) Almeida, Julieta Andrea Silva; Fazuoli, Luiz Carlos; Ramos, Luís Carlos da Silva; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A clonagem de plantas é um dos processos de alto valor tecnológico para o melhoramento de plantas. Neste processo, a embriogênese somática é essencial para se obter a clonagem, constituindo-se de múltiplos passos para atingir a regeneração. Inicia-se com a formação de massas pró-embriogênicas, seguida pela formação do embrião somático, maturação, dissecação e regeneração das plantas. O embrião somático é uma estrutura bipolar, assemelhando-se a um embrião zigótico, que se desenvolve a partir de uma célula somática sem conexão vascular com o tecido original. Todos os processos metabólicos em árvores são controlados por fatores exógenos (temperatura, precipitação, fotoperíodo) e endógenos (hormonal), que variam conforme a estação do ano. Possivelmente, as diferentes alterações metabólicas sofridas pelas plantas do cafeeiro possam influenciar o processo de embriogênese somática ao longo das diferentes estações do ano, dependendo das condições fisiológicas das plantas doadoras de explantes. Nesse estudo avaliou-se a influência da época do ano na calogênese e formação de embriões de oito genótipos de Coffea arabica [H-4782-10-225 (C. 1076), H-4782- 7-724 (C. 1297), H-4782-7-625 (C. 1056), H-4782-7-785 (C. 1400), H-4782-7-585 (C. 557), H-4782- 7-788 (C. 1977), H-3717-5 (C. 662) e H-3717-9 (C. 1300)]. Estes genótipos pertencem ao germoplasma Icatu, oriundos do Programa de Melhoramento do Cafeeiro, do IAC, que se originou a partir do cruzamento entre Coffea arabica cv Bourbon Vermelho e Coffea canephora cv Robusta, feito em 1950. Coletaram-se mensalmente folhas das plantas dos oito genótipos em campo experimental do IAC, em Campinas, ao longo dos anos de 2000, 2001 e até junho de 2002. Os explantes foram inoculados em meio de indução de calos, sendo transferidos, quando atingiam 20 a 30 mm de diâmetro, para a formação de embriões, que foram postos a germinar. Avaliou-se a intensidade de formação de calos, o seu crescimento (em diâmetro) e a formação de embriões. A intensidade de formação de calos foi medida pela maior ou menor formação dos calos ao redor do explante (nota visual, onde a ausência de formação recebeu nota 0 e a maior formação 4). A intensidade de formação de calos foi maior nas estações de primavera (3,3) e verão (2,8) e menor no outono (1,8) e inverno (1,5). O diâmetro dos calos apresentou resultado similar à intensidade de formação de calos tanto nas estações de primavera (21,7 mm) e verão (17,4 mm) quanto de outono (11,0 mm) e inverno (3,7 mm). Além disto, no outono e inverno, os genótipos 1300, 1400 e 1977 não formaram calo ou, quando o fizeram, o diâmetro foi muito reduzido. O genótipo 662 atingiu em média maior diâmetro de calo (27,8 e 17,3 mm) enquanto o 557 o menor (7,6 e 1,1 mm), nos anos de 2000 e 2001, respectivamente. Por outro lado, a formação de embriões foi maior no verão (508) e outono (1491) e muito reduzida na primavera (89) e inverno (19).
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    Metodologia para transferência e difusão de tecnologia para a cafeicultura paulista
    (2003) Thomaziello, Roberto Antonio; Fazuoli, Luiz Carlos; Guerreiro, Oliveiro; Toledo, João Alves de; Bliska, Flávia Maria de Mello; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A introdução da extensão rural no Brasil está completando um século. Nesse período as ações extensionistas precederam os aspectos científicos relacionados à atuação racional e sistemática dessa atividade e se constituíram no principal veículo de transferência e difusão de tecnologia no País. A extensão rural tem suas raízes nos Estados Unidos da América, onde, a partir de 1914, foi formalizada como Serviço Cooperativo de Extensão Rural. No Brasil, as primeiras preocupações de destaque com a sistematização da extensão rural datam da década de 1930. Mas é após a 2 a - Guerra Mundial que essa atividade ganha impulso, com base na extensão rural norte-americana, podendo ser concebida como serviço de acesso aos agricultores, suas famílias, grupos e organizações, no campo da tecnologia de produção agropecuária, administração rural, educação alimentar, educação sanitária, educação ecológica, associativismo e ação comunitária. Com base nessa concepção, as empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural, por meio de redes estaduais de informação e comunicação, têm oferecido serviços nas áreas de agropecuária, bem estar social, recursos naturais, meio ambiente, abastecimento e mercado. Desde sua sistematização do País, diversos autores têm se preocupado tanto em analisar a evolução da extensão rural como em medir sua eficiência como difusora de tecnologia. Embora o primeiro Manual de Metodologia de Pesquisa em Extensão Rural date de 1989, a preocupação científica com a extensão tem sido bastante debatida em eventos científicos, teses e dissertações, especialmente no Estado de São Paulo. Nos últimos anos, diante da redução na competitividade da cafeicultura paulista e da diversidade dos sistemas de produção e das dificuldades predominantes nas principais regiões produtoras de café do Estado de São Paulo - Alta e Média Mogiana, Marília e Nova Alta Paulista, Avaré, Araraquarense e Noroeste - o Centro de Café ‘Alcides Carvalho’, do Instituto Agronômico de Campinas, IAC, com a participação efetiva da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI - passou a intensificar as atividades de difusão de tecnologia para a cultura do café nesse Estado. Assim, com o objetivo de discutir os problemas regionais e, consequentemente levantar as demandas tecnológicas e não-tecnológicas de cada uma das principais regiões produtoras do Estado, além de transferir tecnologias específicas a cada uma dessas regiões produtoras, o IAC propôs a realização de Encontros Regionais. Nesses Encontros sobre a cultura do café no Estado de São Paulo, engenheiros agrônomos dos setores público e privado, cooperativas e outros agentes e empresas relacionados com a cadeia produtiva do café das respectivas regiões, têm a oportunidade de trocar informações com técnicos especializados em diversas áreas do conhecimento, tais como fertilidade do solo, fisiologia, genética e melhoramento, manejo da cultura, irrigação, fitopatologia, nematologia, beneficiamento pós-colheita, economia e mercado. Em 2001 e 2002 essa metodologia foi utilizada em três das regiões produtoras de café do Estado de São Paulo - Araraquarense, Alta e Média Mogiana - tendo sido realizados cinco Encontros, respectivamente em Votuporanga, Franca e Mococa em 2001 e em Garça e Adamantina em 2002. Alguns resultados desses Encontros que merecem destaque são: elevado índice de presença e de participação efetiva dos agentes relacionados aos diversos elos da cadeia produtiva do café, da assistência técnica e extensão rural regionais, aumento do grau de integração entre os especialistas convidados a participar das atividades. Diante desses resultados auspiciosos, esses Encontros Regionais, que constituem eficiente metodologia de transferência e difusão de tecnologia, deverão ter continuidade em 2003.
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    Criopreservação de sementes de Coffea racemosa
    (2003) Ribeiro, Francisca Neide S.; Eira, Mírian T. S.; Reis, Raimunda B.; Guerreiro, Oliveiro; Fazuoli, Luiz Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O Banco de Germoplasma de Coffea do Instituto Agronômico de Campinas conta com vinte, das cerca de 80 espécies atualmente descritas, além de inúmeras introduções, formas botânicas e cultivares exóticas de Coffea arabica e C. canephora, as principais espécies cultivadas do gênero. Trata-se de uma grande reserva gênica constituída por genótipos resistentes a estresses bióticos e abióticos, com ciclo de maturação precoce dos frutos, atributos especiais relacionados à qualidade de bebida e inúmeras outras características de interesse para o melhoramento do cafeeiro. Coffea racemosa é uma das mais importantes espécies em coleção. Originária das Savanas de Moçambique e sul da Tanzânia, a espécie apresenta resistência à seca e temperaturas mais elevadas e é extremamente precoce em relação ao desenvolvimento e maturação dos frutos, que em Campinas é de cerca de 90 dias. Além disso, apresenta nível reduzido de cafeína e resistência ao bicho mineiro do cafeeiro, principal praga de C. arabica no Brasil. Tradicionalmente, a conservação ex situ desse valioso germoplasma é realizada mediante a manutenção de plantas vivas em coleções de campo, uma vez que as sementes de Coffea não sobrevivem por longos períodos sob as condições convencionais - grau de umidade de 5±2% e temperatura de -18°C - recomendadas para Bancos de Germoplasma. No campo, tais condições constituem riscos efetivos de erosão genética devido a baixa adaptação às condições ambientais, à incidência de pragas e doenças, além de envolverem um grande custo financeiro e de mão de obra. Assim, o desenvolvimento de técnicas alternativas de conservação a longo prazo dos recursos genéticos de Coffea spp. vem a ser uma importante prioridade. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo o estudo de protocolos de conservação de sementes de Coffea racemosa a médio e longo prazo. Foram avaliados dois acessos - H6593 e H6608 - procedentes do IAC, que foram armazenados sob temperaturas de 5ºC, -20ºC e -196ºC por até 12 meses. Resultados distintos foram observados: sementes do acesso H6608 perderam vigor, sendo a viabilidade inicial igual a 55%, enquanto o poder germinativo inicial de sementes do acesso H6593 foi de 98%. A viabilidade inicial das sementes de ambos os acessos foi mantida em criopreservação (-196°C). Já sob temperaturas de 5°C e -20°C, houve perda de viabilidade durante o período de armazenamento, que foi mais acentuada no acesso de menor vigor.
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    Estratégias de pesquisa e desenvolvimento para aumento da competitividade da cafeicultura paulista
    (2003) Bliska, Flávia Maria de Mello; Fazuoli, Luiz Carlos; Guerreiro, Oliveiro; Silvarolla, Maria Bernadete; Thomaziello, Roberto Antonio; Salva, Terezinha de Jesus Garcia; Gonçalves, Wallace; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A redução na representatividade da cafeicultura paulista no cenário agrícola nacional, em relação a outras regiões brasileiras produtoras de café, tem gerado grande apreensão, tanto entre os agentes que compõem os diferentes segmentos dessa cadeia produtiva, como entre os agentes dos ambientes organizacional e institucional que oferecem suporte à cadeia do café, principalmente pesquisadores, extensionistas rurais e autoridades responsáveis pela formulação e implementação de políticas públicas no Estado de São Paulo. Este estudo teve por objetivo direcionar as atividades do setor de pesquisa e desenvolvimento - P&D - da cafeicultura paulista, para estudos que possam subsidiar decisões dos formuladores de políticas públicas e dos componentes dos diferentes segmentos da cadeia produtiva do café no Estado de São Paulo, buscando o aumento da participa-ção dessa cadeia produtiva no agronegócio brasileiro. Procurou-se localizar regionalmente o esforço de P&D da cafeicultura paulista, no contexto de alavancagem de vantagens de origem, e elaborar propostas de áreas estratégicas a serem enfocadas nos próximos anos por esse setor, que permitam aprimorar as vantagens competitivas tecnológicas e não-tecnológicas da cadeia produtiva do café no Estado de São Paulo. Realizou-se uma análise diagnóstica, de acordo com a metodologia proposta por CASTRO et al. (1995 e 1998). A coleta de informações baseou-se no levantamento de dados secundários e na realização de entrevistas com pessoas chave da cadeia produtiva, tais como dirigentes de agroindústrias, técnicos e produtores rurais e consumido-res, de acordo com o Método Rápido (Rapid Rural Appraisal - RRA, TOWNSLEY, 1996). Foram identificados os fatores críticos ao desempenho da cadeia produtiva, ou seja, as variáveis que podem afetar positiva ou negativamente seu desempenho, resultando em impactos que podem limitar as vantagens comparativas de atuação da cadeia produtiva em análise. A seguir foram identificadas e classificadas as demandas por conhe-cimentos e tecnologias capazes de reduzirem o impacto provocado pelas respectivas limitações: D1 - demandas cujas soluções encontram-se disponíveis nas Instituições de Pesquisa; D2 - demandas não-disponíveis, exigindo atividades de geração de tecnologia; D3 - demandas de soluções dificultadas por problemas conjunturais ou estruturais, que fogem à ação direta das Instituições de Pesquisa. A análise dos resultados mostrou que as soluções para parte significativa das demandas da cafeicultura paulistas encontram-se disponíveis nos Institu-tos de P&D relacionados a essa cadeia produtiva, enquanto as soluções para outra parte dos fatores limitantes à competitividade da cafeicultura fogem à ação direta das Instituições. Embora muitas demandas da cadeia do café em São Paulo ainda não tenham soluções disponíveis, cabendo ao segmento de P&D a busca das soluções e ao governo e ao setor privado o seu financiamento, grande parte das demandas poderá ser atendida via difusão de tecnologia, especialmente por meio da assistência técnica e da extensão rural, na busca de maiores produtividade e qualidade, via investimentos em infra-estrutura, especialmente apoio logístico, e via reavaliação dos sistemas tributário e de financiamento à cultura. As estratégias não tecnológicas deverão beneficiar todas as regiões produtoras paulistas, enquanto as estratégias tecnológicas deverão trazer benefícios específicos a cada uma das regiões produtoras do Estado.
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    Avaliação da economicidade da cafeicultura do estado da Bahia em relação ao tamanho dos estabelecimentos produtores de café
    (2003) Igreja, Abel Ciro Minniti Igreja; Bliska, Flávia Maria de Mello; Fazuoli, Luiz Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O Estado da Bahia tem-se tornado um espaço privilegiado para a expansão da cafeicultura. O fenômeno da expansão cafeeira na Bahia não é, entretanto, um fenômeno uniforme, havendo peculiaridades da expansão decorrente da substituição da cacauicultura, no sul do estado, com a predominância da variedade Conilon de Coffea canephora, e uma acentuada expansão associada a escalas crescentes de operação nas regiões de cerrado, onde predomina a cultivar Catuaí Vermelho IAC 144, de Coffea arabica, que responde por cafés mais finos. Este trabalho tem por objetivo avaliar a economicidade da cafeicultura, de acordo com o tamanho do estabelecimento, ou seja, verificar se um maior adensamento econômico nos estratos maiores está associado à maior economicidade decorrente de escalas maiores de operação, maiores níveis de produtividade, e se é também associado à melhor qualidade dos cafés, que passam a receber prêmios por esse quesito. No presente trabalho, há uma proposta metodológica que interconecta a substituição física de áreas com as respectivas densidades econômicas, por tamanho de propriedade. Assim procedendo, embora os dados sejam para o Estado, há uma distinção possível de ser feita entre regiões, graças às diferenças estruturais da cafeicultura entre as mesmas. Assim, uma associação mais forte dos fenômenos de crescimento de escalas com as regiões de cerrados é responsável por impactos de substituição mais pronunciados nas propriedades grandes e a densidade-valor tende a se situar acima dos valores obtidos para o efeito-substituição. Quanto aos impactos nos estabelecimentos pequenos a médios, sua ocorrência é provavelmente mais associada a regiões cacaueiras ou outras regiões de maior predominância de pequenos estabelecimentos. Sua densidade-valor tem maior aderência à curva de impactos físicos de substituição.
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    Obatã Amarelo IAC4739, uma nova seleção de café de frutos amarelos derivada de Obatã
    (2003) Fazuoli, Luiz Carlos; Medina, Herculano Penna; Gonçalves, Wallace; Guerreiro, Oliveiro; Silvarolla, Maria Bernadete; Braghini, Masako Toma; Gallo, Paulo Boller; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A progênie Obatã Amarelo IAC 4739 é proveniente de um provável cruzamento natural da cultivar Obatã IAC 1669-20 com ‘Catuaí Amarelo’ ocorrido em um experimento estabelecido em Garça na área experimental Dr. Alcides Carvalho da Garcafé. A cultivar Obatã IAC 1669-20 que lhe deu origem foi desenvolvida no IAC de Campinas e é resultante de uma hibridação inicial de Villa Sarchi com o Híbrido de Timor (CIFC 832/2) efetuada no Centro Internacional das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC), em Oeiras, Portugal. Posteriormente, em Campinas ocorreu um provável cruzamento natural entre um cafeeiro de uma progênie F 2 do híbrido inicial e outro da cultivar Catuaí Vermelho de Coffea arabica e que após várias gerações de seleção resultou na cultivar Obatã, que apresenta elevada resistência à ferrugem, ótima produtividade, porte baixo, frutos vermelhos maiores que as da cultivar Catuaí e com maturação tardia. No processo de seleção, um experimento foi estabelecido em Garça na área experimental Dr. Alcides Carvalho, que contava também com progênies de cafeeiros Catuaí Amarelo utilizadas como testemunha. Sementes da planta original IAC 1669-20, cova 16 B desse experimento foram retiradas por diversos anos. Neste processo foram identificadas nas gerações seguintes plantas de frutos amarelos com as mesmas características da cultivar Obatã IAC 1669-20, resultantes provavelmente de cruzamentos naturais entre cafeeiros Obatã e Catuaí Amarelo. As primeiras seleções de plantas amarelas de Obatã foram efetuadas em 1992 na Estação Experimental de Mococa em um campo de seleção e posteriormente em 1999 em outra plantação de cafeeiros Obatã em Campinas. Outras seleções foram efetuadas em Alfenas-MG na fazenda Capoeirinha, em Garça na fazenda da Mata, em Franca e em outros locais. Sementes das melhores plantas de frutos amarelos foram retiradas por várias vezes e os cafeeiros obtidos foram plantados com a finalidade de avaliar o seu potencial produtivo. A progênie derivada da cultivar Obatã que apresenta boa produção, frutos amarelos e resistência à ferrugem foi designada por Obatã Amarelo e recebeu a sigla IAC 4739.
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    Desempenho de genótipos de Coffea arabica em baixa altitude
    (2003) Ferrão, Maria Amélia Gava; Ferrão, Romário Gava; Fonseca, Aymbiré Francisco Almeida da; Pereira, Antônio Alves; Fazuoli, Luiz Carlos; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O presente trabalho objetivou avaliar genótipos de Coffea arabica na região baixa e quente do Estado do Espírito Santo, visando oferecer mais uma opção de cultivo e, ou, identificar genótipos promissores para que, juntamente com clones de interesse de café Conilon, subsidie futuros programas de melhoramento genético interespecífico. Trinta e dois materiais genéticos de café arábica estão sendo avaliados na Fazenda Experimental de Sooretama (Incaper), município de Sooretama- ES, em solo de tabuleiro do tipo Latossolo Vermelho Amarelo distrófico arenoso (LVd11), topografia plana, latitude de 19° 25´, longitude de 40° 23´, altitude de 40 m, com temperatura média anual de 23,5°C e precipitação pluviométrica média anual de 1100 mm, mal distribuída. O experimento foi instalado em março de 1998, no delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições, parcelas de 8 plantas e espaçamento de 2,5 x 0,80 m. Foram realizadas três colheitas, nos anos de 2000, 2001 e 2002. A produtividade média das cultivares na primeira colheita, 24 meses após o plantio, foi de 17,81 sc.benef./ha, com amplitude de 7,9 a 27,56 sc.benef./ha. As cultivares Tupi, Perobal, Sarchimor Amarelo, Catucaí Amarelo, Obatã, Katipó, Catucaí Vermelho, Catuaí Vermelho IAC 81 e Catuaí Vermelho IAC 51 foram os genótipos de destaque, com produtividades superiores a 20 sc.benef./ha. Na segunda colheita, as produtividades foram menores e apresentaram médias superiores a 18 sc.benef./ha, as cultivares Obatã, Catucaí Vermelho, Catuaí Vermelho IAC 144, Katipó, Sarchimor Amarelo e IAPAR 59. Na terceira colheita, as produtividades foram elevadas e destacaram-se, com médias acima de 60 sc.benef./ha, as cultivares Topázio, Tupi, Catuaí Vermelho IAC 51, Rubi MG 1192, Catuaí Amarelo IAC 86 e Perobal L 21. Na média dos três anos, sobressaíram-se, com rendimentos superiores a 30 sc.benef./ha, as cultivares Tupi, Perobal, Sarchimor Amarelo, Obatã, Rubi MG 1192, Katipó, Topázio, Catucaí Vermelho e Catuaí Vermelho IAC 51. Em todos as colheitas, verificou-se alta porcentagem de grãos chochos. Observa-se, em nível de campo, variabilidade genética entre os genótipos para adaptação, doenças e pragas, e baseado no índice de avaliação visual, os materiais genéticos com maior adaptação foram "IAPAR 59, Catucaí Vermelho, Catimor UFV 7715, Obatã, Tupi e Topázio". Os dados conjuntos evidenciam que as cultivares provenientes do "Híbrido de Timor" (cruzamento natural entre C. arabica x C. canephora), como IAPAR 59, Tupi e Obatã, apresentaram melhor performance nas condições em que o experimento foi estabelecido.
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    Características morfológicas e agronômicas de espécies de café
    (2003) Aguiar, Adriano Tosoni da Eira; Fazuoli, Luiz Carlos; Guerreiro, Oliveiro; Silvarolla, Maria Bernadete; Favarin, Jose Laercio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    As espécies de café distribuem-se, geograficamente, em uma ampla região do continente Africano, em Madagascar e regiões circunvizinhas. Apresentam enorme variabilidade em relação às características morfológicas de folhas, flores, frutos e sementes, caracteres agronômicos e bioquímicos. Além disso, constituem importantes fontes de resistência a agentes bióticos e abióticos as quais vêm sendo aproveitadas em programas de melhoramento. No entanto, para que a utilização de características de interesse possa ser potencializada pelos melhoristas torna-se necessário a prévia caracterização e avaliação desse germoplasma. O presente trabalho teve por objetivo a caracterização morfológica e agronômica de cafeeiros do Banco de Germoplasma do Instituto Agronômico de Campinas pertencentes às espécies Coffea canephora, C. congensis e híbridos interespecíficos entre elas. As plantas foram avaliadas quanto às características das folhas (comprimento, largura, cor do broto, cor das folhas adultas, forma, ondulação das bordas, intensidade da ondulação das bordas, domácia e pubescência) e de sementes (comprimento, largura, espessura, cor do endosperma, tonalidade e grau de aderência da película prateada), assim como agronômicas (ciclo de maturação, índice de avaliação visual e resistência a Hemileia vastatrix). Os resultados demonstraram a existência de variações significativas para as características foliares e ao índice de avaliação visual entre as cultivares de C. canephora e híbridos interespecíficos quando comparadas com C. congensis. Com relação às características de sementes, ciclo de maturação e resistência à H. vastatrix, estas variaram entre e dentro das cultivares e espécies analisadas. Outras características, como por exemplo resistência ao bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), a nematóides e químicas estão também sendo investigadas. Estes resultados foram documentados e incorporados ao acervo científico do Banco de Germoplasma de Coffea do IAC, possibilitando, de forma segura e confiável, a utilização das plantas de interesse em futuros programas de melhoramento.