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    Características das lavouras e infraestrutura empregada na pós colheita do café amostradas no programa de regionalização da qualidade do café da região sul de Minas Gerais - BIOEX/CNPq/EPAMIG
    (2000) Freitas, Renil Franklin de; Chalfoun, Sára Maria; Mourão, Moisés; Pereira, Marcelo Cláudio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O cultivo dos cafezais de forma adequada por si não garante a obtenção de um produto de boa qualidade, cuidados na colheita e processamento devem ser incluídos como por exemplo colher o café evitando o contato com o solo, lavar os frutos colhidos e separar as impurezas, realizar a secagem sem expor o café às chuvas entre outras práticas Este trabalho como parte do programa de regionalização da qualidade do café no Sul de Minas Gerais BIOEX/CNPq/EPAMIG teve como objetivo estudar 170 propriedades de café amostradas na região Sul de Minas Gerais quanto a estrutura e tecnologia empregadas para preservar a qualidade do café. Um questionário foi utilizado para coletar as informações a respeito das propriedades e das lavouras de café. As propriedades foram agrupadas de acordo com o tamanho da lavoura em hectares, pequena menos que 10, média de 10-50 e grande maior 50. A colheita do café foi realizada entre os meses março e novembro sendo este período subdividido em três fases a depender da quantidade de chuvas. A primeira fase (C/S) caracterizada pela diminuição das chuvas, a segunda fase (S) com índices pluviométricos muito baixos e constantes e a terceira fase (C/S) caracterizadas pelo início da estação chuvosa. A maioria dos cafezais amostrados (93,7%) ocupavam áreas maiores que 10 hectares. A cultivar mais utilizada foi a Mundo Novo com 94,48% de freqüência, seguida pela Catuaí com 85,9%, sendo que 66,26% das propriedades utilizaram as cultivares Mundo Novo e Catuaí em combinação. A cultivar Catuaí tem amadurecimento dos frutos mais uniforme e é mais precoce que a Mundo Novo, como conseqüência disto tem-se período de colheita mais extenso em 71,3% das grandes e em 42,2% das médias propriedades O controle da ferrugem e do bicho-mineiro foram realizados pela maioria das propriedades, já o controle da broca foi realizado pela maioria das grandes e pequenas propriedades e por somente 22,2% das médias propriedades. Com os dados obtidos neste trabalho não foi possível detectar o motivo porque poucas propriedades de tamanho médio realizaram o controle da broca. A colheita por derriça no pano ocorre em 66,3% do total de propriedades amostradas, porém 16,9% ainda colhem por derriça no chão. Este resultado reflete o cuidado dos produtores no sentido de evitar o contato dos frutos com o chão reduzindo a da qualidade do produto, mas que ainda pode ser melhorado. O uso de terreiro revestido cimento para a secagem dos frutos de café ocorre em 89,8% das propriedades, apenas 3,6% usam terreiro de chão sem nenhum revestimento. A secagem em terreiros sem revestimento é considerado um ponto crítico de contaminação por fungos que praticamente está resolvido no Sul de Minas Gerais. O uso de secador mecânico e do lavador-separador aparece em mais de 80% das propriedades grandes e médias, porém apenas 25% dos pequenos proprietários adotam essas duas práticas.