Biblioteca do Café

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    Caracterização da notoriedade do café do planalto de Vitória da Conquista – BA, para a indicação geográfica de procedência
    (Embrapa Café, 2013) Silva, Giuliana Ribeiro da; Dutra Neto, Claudionor; Santos, Antonio César Neri de Sousa; Novaes, José Carlos
    Estado da Bahia possui três regiões distintas produtoras de café, o Cerrado e o Planalto, produtores de café arábica, e o Atlântico produtor de café Conilon. O Planalto de Vitória da Conquista tem destaque como o maior produtor de Coffea arabica do Estado da Bahia. A região possui doze municípios, onde o café é cultivado com altitude de 700 a 1.100 m e com temperatura média anual de 21°C. Os cafés desta região possuem tecnologias próprias da colheita e do preparo, diferenciando o produto no mercado. Uma das estratégias de valorizar cada vez mais o café produzido no Planalto de Vitória da Conquista é fazê-lo conhecido de acordo com o seu modo de produção, qualidade e procedência do produto. Diante disto, as Indicações Geográficas (IGs), são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. O objetivo deste trabalho é caracterizar o potencial para a Indicação Geográfica de Procedência, dos cafés do Planalto de Vitória da Conquista – BA, a partir da notoriedade dos cafés produzidos na região. A caracterização da notoriedade dos Cafés do Planalto de Vitória da Conquista – BA, foi realizada a partir do levantamento da história do desenvolvimento do café na região, documentos científicos, literários e jornalísticos, entrevistas com produtores de café e pesquisadores que descrevem o potencial histórico e notório dos cafés produzidos. As características geográficas e climáticas da região atribuem qualidade aos cafés especiais produzidos. O tratamento pós-colheita também é um dos fatores que proporcionam resultados na qualidade excepcional da bebida. Os municípios da região são produtores de cafés finos, conhecidos como o “Washed Coffee Bahia”, que são os cafés lavados da Bahia, “Fully- Washed”, cafés despolpado degomado e “Semi-Washed”, despolpado desmucilado, com características próprias da região. A notoriedade do café produzido é comprovada pelos resultados dos concursos de qualidade de café em nível estadual e nacional. A cultura do café no Planalto de Vitória da Conquista possui notoriedade comprovada, pelas características próprias do lugar, do modo de saber fazer, pela qualidade e reputação do produto, portanto, a região possui potencial para obter a Indicação Geográfica de Procedência para o café.
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    Caracterização da qualidade dos cafés da Bahia através da análise sensorial
    (2003) Leite, Sílvio Luís; Souza, Sandra Elizabeth de; Salles, Eduardo Seixas de; Novaes, José Carlos; Nascimento, Ednaldo; Oliveira, Zilda Angélica Brito; Oliveira, Jordalton Silva; Sampaio, Luís Cláudio P. Vaz; Ramos, Hélio; Rios, Valéria; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A Bahia vem alcançando o quarto lugar na produção nacional do café, e pretende em breve ser o primeiro Estado produtor de cafés especiais do Brasil, para que possa atender às exigências do mercado externo. Com esta linha de trabalho, a Associação de Produtores de Café da Bahia - Assocafé, vem incentivando a produção de cafés de qualidade nas regiões produtoras do Estado. Desde 1917, a qualidade do café pode ser determinada oficialmente pela análise sensorial conhecida como "prova de xícara", esta análise é feita por degustadores, baseada nos sentidos de gosto e olfato. O objetivo deste trabalho foi caracte-rizar e premiar através da análise sensorial, os melhores grãos de café do Estado, bem como oferecer um selo de qualidade, para que o produtor possa ter o respeito e o reconhecimento do seu café no mercado. Para alcançar estes objetivos a Assocafé promoveu durante os meses de setembro a novembro de 2002 o primeiro Concurso de Qualidade Cafés da Bahia. Este concurso envolveu as seguintes etapas: divulga-ção do regulamento nas regiões produtoras de café arábica, inserção dos lotes mínimo de 20 sacas, envio de amostras de 2 kg ao Núcleo de Apoio à Cafeicultura da UESB, realização da primeira fase, liberação da lista dos 41 finalistas da 1ª fase, conferência no local dos lotes inscritos e coleta de novas amostras, realização da 2ª, 3ª e 4ª fase e divulgação dos vinte finalistas em cerimônia realizada no Hotel Catussaba em Salvador. Inscreveram-se no concurso 60 produtores de café, sendo, 33,3% da Chapada Diamantina, 33,3% do Planalto da Conquista, 13,4% da região de Itiruçú/Brejões e 20% do Oeste da Bahia. Quanto a forma de preparo dos lotes inscritos, 45% eram cafés despolpados, 35% descascados e 20% de café natural. A primeira fase do concurso foi realizada no Laboratório de Classificação e Degustação da Fazenda do Morro/Agribahia em Brejões. As amostras foram codificadas pela equipe do Núcleo de Apoio à Cafeicultura da UESB, e a análise sensorial foi realizada por um grupo de degustadores da Bahia. Seguiu-se a metodologia adotada no concurso nacional da BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais, onde os degustadores observavam e sentiam as seguintes variáveis: variação de cor da torra; aroma do café seco, da crosta e da infusão; defeitos; atribuíam notas de 0 a 8 na bebida para limpidez, doçura, acidez, corpo, sabor e gosto remanescente. E assim chegava-se a uma nota geral destas variáveis em cada amostra analisada. Os cafés que obtiveram notas superior a 79,0 foram clas-sificados nesta primeira fase. Os resultados por região, daquelas com 79,0 de nota, foram. 26,8% da Chapada Diamantina, 20 % do Oeste da Bahia, 12,2% de Itiruçú/Brejões e 39% do Planalto da Conquis-ta. Quanto a forma de preparo destes cafés classificados verificou-se que 48,8% foi despolpado, 48,8% descascado e do preparo natural somente 2,4% dos lotes foram classificados. Para a realização da 2ª, 3ª e 4ª fases do concurso seguiu-se a mesma metodologia da primeira fase e teve a participação dos melhores degustadores do Brasil: Antônio Sérgio de Jesus, Carlos Rittscher, Ednaldo Nascimento, Ednaldo S. da Silva, Evair V. Melo, José Carlos Novaes, Manuela G. Araújo, Orlando L. Schmitd, Patrícia Nasser, Paulo S. Milani, Sílvio Leite e Wagner Wakayama. Os 20 finalistas obtiveram notas acima de 80,0 pontos, e a amostra pontuada em primeiro lugar, um café do município da Barra do Choça, obteve nota dez de dois degustadores totalizando uma nota máxima neste concurso de 99,8 pontos, sendo muito elogiado pelos degustadores que caracterizaram como uma das maravilhas da natureza. Desta forma, obteve-se características sensoriais dos melhores cafés da Bahia que ficaram assim distribuídos: 10% no Oeste da Bahia, no município de São Desidério; 10% na região de Itiruçú/Brejões; 35% na Chapada Diamantina, muni-cípio de Mucugê, Bonito e Andaraí; e 45% na região do Planalto da Conquista com os municípios da Barra do Choça, Planalto, Poções, Ribeirão do Largo e Encruzilhada. Os finalistas realizaram bons negócios com as empresas Tristão e UCC (Ueshimma Coffee Company). Este evento foi relevante para os cafés da Bahia por se constituir num reconhecimento aos cafeicultores que no passado já se destacaram, inclusive internacionalmente, na produção dos famosos "lavados da Bahia".