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Item Casca de café ou casca de soja em substituição ao milho em dietas à base de cana-de-açúcar para vacas leiteiras.(Universidade Federal de Viçosa, 2005) Oliveira, André Soares de; Campos, José Maurício de Souza; Universidade Federal de ViçosaDesenvolveu-se este trabalho, com objetivo de avaliar o efeito da substituição do milho grão pela casca de café ou casca de soja em dietas à base de cana-de-açúcar com 60% de concentrado para vacas de leite, sobre os consumos e as digestibilidades aparentes dos nutrientes, a produção e composição do leite, a variação de peso corporal dos animais, a mobilização de reserva corporal, o comportamento ingestivo e o desempenho econômico da atividade leiteira, o pH e concentração de amônia do líquido ruminal, a excreção de uréia na urina, a concentração de uréia no plasma e no leite, o balanço de compostos nitrogenados e a síntese de proteína microbiana, comparadas à dieta com silagem de milho. Foram utilizadas 12 vacas da raça Holandesa, puras e mestiças, distribuídas em três quadrados latinos 4X4, balanceados de acordo com o período de lactação. As dietas foram isonitrogenadas, com 14% de proteína bruta, com base na matéria seca (MS). A dieta controle constituiu-se de silagem de milho (AG-1051) e 40% de concentrado, na MS. Três dietas à base de cana-de-açúcar (RB 73-9735) com 60% de concentrado foram utilizadas, onde o milho foi substituído pela inclusão de 0% de casca (sem casca), 10% de casca de café ou 20% de casca de soja, na MS total da dieta. Os consumos de MS, matéria orgânica (MO) e carboidratos totais (CT) não diferiram (P>0,05) entre as dietas, enquanto que o consumo de fibra em detergente neutro (FDN), carboidratos não fibrosos (CNF), extrato etéreo (EE), cafeína e polifenóis totais diferiram (P<0,05). Apesar dos consumos de proteína bruta (PB) e de nutrientes digestíveis totais observados (NDTobs) diferirem (P<0,05) entre as dietas, esses foram suficientes para atender as exigências nutricionais. Não foram observadas diferenças (P>0,05) para os coeficientes de digestibilidades aparentes da MS, MO, PB, EE, CT e CNF e para os teores de NDT. O coeficiente de digestibilidade aparente da FDN foi maior (P<0,05) para a dieta à base de silagem de milho em relação às dietas com cana-de-açúcar sem casca e com 10 % de casca de café, mas não deferiu (P>0,05) da dieta cana-de-açúcar com 20% de casca de soja. Não houve diferenças (P>0,05) para produção de leite sem e com correção para 3,5% de gordura, variação de peso, teores plasmáticos de ácidos graxos não-esterificados (AGNE), teores no leite de proteína bruta (PB), gordura (GL), extrato seco total (EST), e produções diárias de PB, GL, lactose (LA), EST e extrato seco desengordurado (ESD) entre as dietas. Os tempos médios desprendidos com alimentação e ruminação para a dieta com base de silagem de milho foram maiores (P<0,05) que os obtidos pelas dietas à base de cana-de-açúcar, que não diferiram (P>0,05). As simulações de desempenho econômico do sistema de produção de leite indicaram que a substituição da dieta com silagem de milho no período seco do ano, pelas dietas com cana-de-açúcar, apresentou potencial de aumentar a taxa de retorno do capital investido (em % ao ano), sendo dependente de combinações favoráveis de custos relativos da cana-de-açúcar e de preços relativos dos alimentos concentrados, principalmente do milho. O pH ruminal não diferiu (P>0,05) nos tempos de coleta zero e três horas após a alimentação matinal. Imediatamente antes da alimentação não houve diferença (P>0,05) para a concentração de amônia ruminal. Entretanto, três horas após alimentação, a dieta à base de cana-de-açúcar com 10% de casca de café apresentou menor (P<0,05) concentração de amônia ruminal em relação às dietas contendo silagem de milho e cana-de-açúcar com 20% de casca de soja, não diferindo (P>0,05) da dieta com cana-de-açúcar sem casca. Não foram observadas diferenças (P>0,05) na excreção de uréia na urina (EU-urina) e na concentração de nitrogênio uréico no leite, apresentando valores médios de 179,31 mg/kg de PV e 12,59 mg/dl, respectivamente. O teor de nitrogênio uréico no plasma (NUP) foi menor (P<0,05) na dieta com silagem de milho em relação às dietas com cana-de-açúcar sem casca e com 20% de casca de soja. Entre as dietas à base de cana-de-açúcar, a que incluiu 10% de casca de café apresentou menor (P<0,05) teor de NUP. O balanço de compostos nitrogenados (BN) da dieta contendo cana-de-açúcar com 10% de casca de café foi menor (P<0,05) em relação às dietas com silagem de milho e cana-de-açúcar sem casca, mas não diferiu (P>0,05) da dieta com 20% de casca de soja; entretanto, em todas as dietas o BN foi positivo. A síntese de compostos nitrogenados microbianos e a eficiência microbiana não foram influenciadas (P>0,05) pelas dietas, apresentando valores médios de 273 g/dia e 130,08 gPBmic/kg de NDT, respectivamente. Níveis de inclusão em dietas à base de cana-de-açúcar, de 10% de casca de café ou 20% de casca de soja, em substituição ao milho, para vacas com produção de 20 kg/dia de leite, podem ser utilizados de acordo com a disponibilidade e conveniência econômica.