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    Efeito de indutores de resistência na eclosão e mortalidade de juvenis de segundo estádio (J2) de Meloidogyne exigua
    (2003) Salgado, Sônia M. Lima; Resende, Mário Lúcio Vilela de; Campos, Vicente Paulo; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O parasitismo do cafeeiro por Meloidogyne exigua Goeldi constitui um fator importante para a cafeicultura brasileira, em função da larga disseminação desse nematóide principalmente nas lavouras de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia. A relação parasítica de M. exigua com o cafeeiro pode provocar uma série de modificações no desenvolvimento normal da planta hospedeira, principalmente devido a alterações no estado nutricional do cafeeiro, decorrente da deficiente absorção e translocação de água e nutrientes, alterando assim o vigor das plantas. A indução de resistência e/ou resistência adquirida que envolve a ativação de mecanismos de defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes bióticos ou abióticos, representa uma alternativa potencialmente útil no manejo de fitodoenças. Embora tenha sido amplamente pesquisada como medida potencialmente útil no manejo de patógenos foliares do cafeeiro, a ativação da resposta de defesa do cafeeiro contra fitonematóides não tem sido relatada. Sabe-se que um produto ativador da resposta de defesa nas plantas, para atuar como indutor de resistência, deve sensibilizar a planta para a ativação dos seus mecanismos de defesa estruturais e bioquímicos em reposta à presença do patógeno e não como um agente antimicrobiano direto. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo avaliar a eclosão e mortalidade de juvenis de segundo estádio (J2) de M. exigua na presença dos indutores acibenzolar-S- metil (Bion), ácido salicílico (AS), fosfito de potássio e silicato de potássio. A partir de raízes de cafeeiro infectadas por M. exigua foram extraídos ovos pela técnica de Hussey e Barker (1973). A eclosão de M. exigua nos indutores foi avaliada pela incubação de aproximadamente 800 ovos em 5 mL de cada indutor, distribuídos em placas de Petri (4,5 cm de diâmetro). Os indutores Bion e AS foram testados nas dosagens de 0,2; 0,35 e 0,5 g i.a./L, fosfito de potássio e silicato de potássio nas dosagens de 5,0; 7,5; e 10,0 mL/L). O ensaio foi instalado em blocos casualizados com 4 repetições empregando-se água como testemunha. Aos 15 dias de incubação dos ovos nos indutores, em temperatura de 20-25°C avaliou-se a porcentagem de J2 eclodidos. A mortalidade dos J2 na presença dos indutores nas dosagens citadas anteriormente foi avaliada empregando-se lâminas escavadas com 120 mL dos indutores adicionados de aproximadamente 15 indivíduos J2 recém-eclodidos. Esse ensaio foi instalado em blocos casualizados com 4 indutores em 3 dosagens e teve como testemunhas o Aldicarbe (500 ppm) e água. Empregaram-se 3 repetições representadas pela média de 3 unidades amostrais. Mantiveram-se as lâminas em câmara úmida preparada com placa de Petri (9 cm) forrada com papel umedecido e, após 24 horas da imersão dos J2 nos indutores, avaliou-se a porcentagem de juvenis eclodidos pela técnica de Chen e Dickson (2000). As dosagens dos indutores não influenciaram (P£0,05) a eclosão de M. exigua. Menor eclosão de M. exigua ocorreu igualmente (P£0,05) no silicato de potássio e ácido salicílico (AS), indicando que esses indutores possivelmente apresentam efeito nematicida. Diferença significativa não foi detectada na eclosão dos J2 em água comparando-se com o Bion, mas, por outro lado, a eclosão de M. exigua em fosfito de potássio foi superior à eclosão na testemunha (água). O fosfito de potássio provavelmente estimulou o desenvolvimento embrionário dos ovos e, por conseguinte, a eclosão dos J2 demonstrada pela maior eclosão dos J2 no fosfito comparado com a água. No ácido salicílico (AS), a mortalidade dos J2 foi a mesma observada no Aldicarbe (P£0,05), indicando um efeito altamente tóxico do AS sobre M. exigua. Os demais tratamentos causaram a mesma mortalidade a J2 de M. exígua, porém superior à mortalidade observada em água. Diante disso, observou-se que nas dosagens empregadas, o Bion, não foi tóxico à M. exigua, entretanto o ácido salicílico (AS) apresentou efeito tóxico a M. exigua demonstrado pela inibição da eclosão e alta mortalidade dos J2.
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    Efeito da idade fenológica de tecidos foliares de Coffea arabica na resistência contra Phoma costarricencis
    (2003) Nojosa, Gutemberg Barone de A.; Resende, Mário Lúcio Vilela de; Moraes, Sylvia Raquel G.; Lopes, Fernanda C. A.; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O patógeno P. costarricensis foi descrito por Echandi (1957). Em sua descrição já foi feita referência à diferença de suscetibilidade das folhas encontradas entre o primeiro e quinto par no cafeeiro. Contudo, as características morfológicas ou fisiológicas, dos diferentes tipos de folhas, nunca foram caracterizadas em profundidade. Até o momento, não há relatos na literatura de caracterização morfo-fisiológica das folhas de C. arabica e da suscetibilidade a P. costarricensis durante o desenvolvimento foliar. Entre as folhas do primeiro ao quinto par, descritas por Echandi (1957), podem ocorrer diversos estádios de suscetibilidade ou resistência a P. costarricensis, já que as folhas estão em desenvolvimento. Fisiologicamente, o primeiro par de folhas pode ter características do segundo ou mesmo do quinto par, caso já estejam completamente desenvolvidas. No presente experimento, foram coletados oito tipos de folhas em diferentes idades fisiológicas, das mais novas às mais velhas, que apresentavam as seguintes características de textura, e de coloração de acordo com a escala de Munsell: FT01=2GY-3/6, textura tenra e cor brilhante; FT02=5GY-4/6, textura tenra e cor brilhante; FT03=5GY-4/8, textura macia e cor brilhante; FT04=5GY-3/6, textura macia e cor brilhante; FT05=7,5GY-3/ 4, 6 textura coriácea e cor brilhante; FT06=7,5GY-3/6 textura coriácea e cor opaca; FT07=7,5GY-2/4, textura coriácea e cor opaca; e FT08=10GY-2/4, textura coriácea e cor opaca. As quantidades de lignina, clorofila a, b e carotenóides foram medidas nos diferentes tipos de folhas. Além disso, os diferentes tipos de folhas foram inoculados com discos de micélio de P. costarricencis e seis dias após a inoculação, a área lesionada foi medida e avaliada. As folhas FT01, as mais novas, tiveram a maior área lesionada, diferindo de todos os outros tipos de folhas. Já as folhas FT02, FT03 e FT04 não apresentaram diferenças entre as suas áreas lesionadas, porém diferiram das demais folhas com uma área lesionada maior que FT05, FT06, FT07 e FT08. As folhas FT05 tiveram área lesionada maior que a encontrada em FT06, FT07 e FT08. No caso de P. costarricensis, observou-se que nas folhas expandidas, FT05 e FT06, formaram-se lesões menores que nas folhas FT01 a FT04, ainda em expansão. Dessa forma, verificou-se que ocorreu a formação de quatro grupos de folhas em função do tamanho da área lesionada. O primeiro formado por FT01, o segundo por FT02, 03 e 04, o terceiro por FT05, o quarto e último formado por FT06, FT07 e FT08. De uma forma geral, as folhas mais jovens apresentaram quantidades de clorofila a menores que as folhas em estádios mais avançados de desenvolvimento. Porém, ocorreu a formação de quatro grupos quanto ao teor de clorofila a. O primeiro e segundo grupo com os mais baixos teores de clorofila a, foi formado pelas folhas FT01 e FT02, respectivamente. Esses dois grupos diferiram entre si e de todos os outros tipos de folhas. O terceiro grupo, com teores intermediários de clorofila a, foi formado por FT03, FT04 e FT05. O último grupo foi formado por FT06, FT07 e FT08, apresentando os mais elevados valores de clorofila a. A quantidade de clorofila a apresentou uma forte correlação negativa e significativa com a área lesionada das folhas (Tabela 01). Quanto ao teor de clorofila b (figura 06) ocorreu a formação de três grupos com um padrão de composição diferente daquele encontrado para clorofila a. No primeiro grupo, as folhas mais novas FT01, FT02 e as folhas FT03, FT04 e FT05 não apresentaram diferenças na quantidade de clorofila b. O segundo grupo foi formado pelas folhas FT06 e FT07 com valores intermediários de clorofila b. O último grupo foi formado por FT08 isoladamente com os maiores níveis de clorofila b, diferindo de todos os outros tipos de folhas. Também ocorreu uma correlação significativa e negativa entre clorofila b e a área lesionada, contudo menor que aquela encontrada para clorofila a. As folhas FT01, FT02 e FT04 apresentaram teor de lignina menor que todos os outros tipos de folhas, enquanto que as folhas FT07 e FT08 também diferiram dos demais tipos de folhas com os maiores valores de lignina encontrados. FT03, FT05 e FT06 tiveram valores intermediários de lignina. O teor de lignina nos diferentes tipos de folhas também apresentou uma correlação negativa altamente significativa com a área lesionada. As correlações encontradas entre as folhas de diferentes idades fisiológicas são um forte indicativo da participação, principalmente de lignina, nos mecanismos de defesa de C. arabica contra P. costarricencis. Esses resultados são importantes para direcionar os programas de melhoramento, indicando como fazer, e de que forma fazer as inoculações e avaliações para identificar fontes de resistência nos tecidos de cafeeiro contra P. costarricencis.