Biblioteca do Café

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    Caracterização da qualidade dos cafés da Bahia através da análise sensorial
    (2003) Leite, Sílvio Luís; Souza, Sandra Elizabeth de; Salles, Eduardo Seixas de; Novaes, José Carlos; Nascimento, Ednaldo; Oliveira, Zilda Angélica Brito; Oliveira, Jordalton Silva; Sampaio, Luís Cláudio P. Vaz; Ramos, Hélio; Rios, Valéria; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A Bahia vem alcançando o quarto lugar na produção nacional do café, e pretende em breve ser o primeiro Estado produtor de cafés especiais do Brasil, para que possa atender às exigências do mercado externo. Com esta linha de trabalho, a Associação de Produtores de Café da Bahia - Assocafé, vem incentivando a produção de cafés de qualidade nas regiões produtoras do Estado. Desde 1917, a qualidade do café pode ser determinada oficialmente pela análise sensorial conhecida como "prova de xícara", esta análise é feita por degustadores, baseada nos sentidos de gosto e olfato. O objetivo deste trabalho foi caracte-rizar e premiar através da análise sensorial, os melhores grãos de café do Estado, bem como oferecer um selo de qualidade, para que o produtor possa ter o respeito e o reconhecimento do seu café no mercado. Para alcançar estes objetivos a Assocafé promoveu durante os meses de setembro a novembro de 2002 o primeiro Concurso de Qualidade Cafés da Bahia. Este concurso envolveu as seguintes etapas: divulga-ção do regulamento nas regiões produtoras de café arábica, inserção dos lotes mínimo de 20 sacas, envio de amostras de 2 kg ao Núcleo de Apoio à Cafeicultura da UESB, realização da primeira fase, liberação da lista dos 41 finalistas da 1ª fase, conferência no local dos lotes inscritos e coleta de novas amostras, realização da 2ª, 3ª e 4ª fase e divulgação dos vinte finalistas em cerimônia realizada no Hotel Catussaba em Salvador. Inscreveram-se no concurso 60 produtores de café, sendo, 33,3% da Chapada Diamantina, 33,3% do Planalto da Conquista, 13,4% da região de Itiruçú/Brejões e 20% do Oeste da Bahia. Quanto a forma de preparo dos lotes inscritos, 45% eram cafés despolpados, 35% descascados e 20% de café natural. A primeira fase do concurso foi realizada no Laboratório de Classificação e Degustação da Fazenda do Morro/Agribahia em Brejões. As amostras foram codificadas pela equipe do Núcleo de Apoio à Cafeicultura da UESB, e a análise sensorial foi realizada por um grupo de degustadores da Bahia. Seguiu-se a metodologia adotada no concurso nacional da BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais, onde os degustadores observavam e sentiam as seguintes variáveis: variação de cor da torra; aroma do café seco, da crosta e da infusão; defeitos; atribuíam notas de 0 a 8 na bebida para limpidez, doçura, acidez, corpo, sabor e gosto remanescente. E assim chegava-se a uma nota geral destas variáveis em cada amostra analisada. Os cafés que obtiveram notas superior a 79,0 foram clas-sificados nesta primeira fase. Os resultados por região, daquelas com 79,0 de nota, foram. 26,8% da Chapada Diamantina, 20 % do Oeste da Bahia, 12,2% de Itiruçú/Brejões e 39% do Planalto da Conquis-ta. Quanto a forma de preparo destes cafés classificados verificou-se que 48,8% foi despolpado, 48,8% descascado e do preparo natural somente 2,4% dos lotes foram classificados. Para a realização da 2ª, 3ª e 4ª fases do concurso seguiu-se a mesma metodologia da primeira fase e teve a participação dos melhores degustadores do Brasil: Antônio Sérgio de Jesus, Carlos Rittscher, Ednaldo Nascimento, Ednaldo S. da Silva, Evair V. Melo, José Carlos Novaes, Manuela G. Araújo, Orlando L. Schmitd, Patrícia Nasser, Paulo S. Milani, Sílvio Leite e Wagner Wakayama. Os 20 finalistas obtiveram notas acima de 80,0 pontos, e a amostra pontuada em primeiro lugar, um café do município da Barra do Choça, obteve nota dez de dois degustadores totalizando uma nota máxima neste concurso de 99,8 pontos, sendo muito elogiado pelos degustadores que caracterizaram como uma das maravilhas da natureza. Desta forma, obteve-se características sensoriais dos melhores cafés da Bahia que ficaram assim distribuídos: 10% no Oeste da Bahia, no município de São Desidério; 10% na região de Itiruçú/Brejões; 35% na Chapada Diamantina, muni-cípio de Mucugê, Bonito e Andaraí; e 45% na região do Planalto da Conquista com os municípios da Barra do Choça, Planalto, Poções, Ribeirão do Largo e Encruzilhada. Os finalistas realizaram bons negócios com as empresas Tristão e UCC (Ueshimma Coffee Company). Este evento foi relevante para os cafés da Bahia por se constituir num reconhecimento aos cafeicultores que no passado já se destacaram, inclusive internacionalmente, na produção dos famosos "lavados da Bahia".
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    Levantamento do nematóide das galhas Meloidogyne sp. em cafeeiros irrigados no oeste da Bahia
    (2003) Souza, Sandra Elizabeth de; Amaral, Ramiro Neto Souza do; Santos, Jumara Fernandes dos; Oliveira, Antônia Aiglay S. de; Oliveira, Jordalton Silva; Rocha, Agnaldo Santos; Oliveira, Zilda Angélica Brito; Silva, Erivan Borges da; Santos, Domingos José dos; Araújo, Paulo César M. de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A Bahia surge como um importante pólo cafeeiro, ocupando o 5º lugar no cenário nacional. A atividade cafeeira no Estado é desenvolvida por aproximadamente dez mil cafeicultores sediados em aproximadamente cem municípios baianos distribuídos em três regiões que possuem características particulares próprias. Assim a região do Atlântico agrega produção de robusta no Sul e Extremo Sul do Estado; a região do Planalto que representa o arábica produzido na Chapada Diamantina, Vitória da Conquista e Brejões, e o Oeste da Bahia que também representa a produção de arábica, onde é cultivado em uma altitude de 750 a 850 metros e temperatura média de 22°C com luminosidade de 3000 bares/ano e a distribuição de chuvas é de 1800 mm, sendo uma região privilegiada quanto aos recursos hídricos. Neste ambiente o café cresce durante todo o ano e já ocupa uma área de 10.532 ha em plena produção, garantindo alta produtividade, a expectativa para a safra 2002/03 de 60 sacas/ha. Esta produtividade é decorrente ao manejo da lavoura que emprega um alto nível tecnológico e caracteriza-se essencialmente pela obrigatória irrigação das lavouras. Cerca de 94% dos cafés são irrigados por aspersão (pivot central). Neste sistema o plantio é feito de forma circular para que o jato de água e os insumos possam ser direcionados e concentrados sobre o planta de café, o que aumenta o aproveitamento da água e a eficiência dos insumos aplicados. Entretanto, 6% dos cafés são irrigados pelo sistema de gotejamento. Neste sistema de produção os solos de textura arenosa e irrigação constante, proporciona um ambiente favorável a ocorrência de fitonematóides, que causam danos ao sistema radicular e, principalmente, agravam qualquer forma de estresse que a planta possa sofrer, seja estresse hídrico, nutricional, fitossanitário, ventos frios, etc., resultando em perdas na produtividade. Entre os nematóides que causam danos ao café, o nematóide das galhas Meloidogyne sp. por sua ampla disseminação no Brasil e alta capacidade destrutiva das raízes do café, o mesmo, tem sido considerado o nematóide mais importante desta cultura. Assim, buscou-se identificar neste estudo a presença de nematóide das galhas Meloidogyne sp. em cafés irrigados do Oeste da Bahia. Cafeeiros irrigados sob pivot central foram inspecionados por Técnicos da UESB e da EBDA, ao visitarem cada pivot de café, observaram o vigor das plantas e retiraram quatro amostras compostas de solo e raízes de café em cada quadrante do pivot. O que totalizou 65 amostras de solo e 65 amostras de raízes de cafés dos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério. Estas amostras foram encaminhadas ao Laboratório de Nematologia da UESB para a extração e identificação de nematóides. De cada amostra, 10 g de raízes foram trituradas em liquidificador com solução de hipoclorito de sódio a 0,5%. Para as amostras de solo foi adotado o método da flutuação centrífuga em solução de sacarose. A detecção dos nematóides foi realizada através da leitura de cada amostra em microscopia óptica, onde procurou-se observar a presença de ovos, larvas e machos do nematóide das galhas Meloidogyne sp. Verificou-se que, as raízes não apresentaram o sintoma típico do patógeno "presença de galhas", e em todas as amostras de cafés irrigados do Oeste Bahia, não foram detectados nenhuma forma de vida de Meloidogyne sp., portanto, negativas para este patógeno. Contudo, em 29,2% das amostras foi detectado o nematóide das lesões Pratylenchus sp. associado com o nematóide espiralado Helicotylenchus sp. Observou-se também a presenças do nematóide Hemicycliophora em 4,6% das amostras. Como não foi constatado a presença do nematóide das galhas nos cafés do Oeste da Bahia, pode-se sugerir aos consultores, extensionistas e cafeicultores o cuidado com as técnicas de prevenção para áreas com novos plantios de café, sempre observando os cultivos anteriores da área e dando preferência para a aquisição de mudas certificadas e fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura.