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    Caracterização da resistência genética do híbrido de Timor UFV 427-15 à ferrugem do cafeeiro
    (2003) Caixeta, Eveline Teixeira; Rufino, R.J.N.; Oliveira, Antonio Carlos Baião de; Sakiyama, Ney Sussumu; Zambolim, Eunize Maciel; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A ferrugem alaranjada do cafeeiro, causada por Hemileia vastatrix, é uma das doenças mais importantes do cafeeiro, podendo causar, em variedades de Coffea arabica, perdas na produção estimada em 30%, principalmente em anos de alta carga de frutos. Apesar de existirem alternativas de controle para essa doença, a principal medida, sobretudo, pela eficiência, pela economicidade e pelo menor prejuízo ao meio ambiente, é o uso de variedades resistentes. Um problema enfrentado pelo produtor no uso dessas variedades, é que quase todas as variedades plantadas no país são suscetíveis à ferrugem. Com o objetivo de desenvolver variedades resistentes, a UFV implantou em 1970/71 um vasto germoplasma portador de genes de resistência a essa doença. Nesse banco de germoplasma destacam-se os Híbridos de Timor (HT), que são híbridos naturais entre C. arabica x C. canephora e têm sido utilizados extensivamente em vários locais do mundo como principais fontes de resistência a pragas e doenças, principalmente a à ferrugem do cafeeiro. A caracterização genética desses genótipos é de interesse para programas de melhoramento que objetivam transferir sua resistência para variedades comerciais. No presente trabalho, determinou-se o padrão de herança da resistência do HT UFV427-15 à raça II de H. vastatrix, raça predominante no Brasil. Foram utilizados indivíduos F 1 e população segregante F 2 derivada de cruzamentos entre UFV427-15 e ‘Catuaí’, variedade comercial suscetível ao patógeno. As plantas foram inoculadas utilizando-se o teste em discos de folhas. Doze discos de folhas de cada planta foram retirados e acondicionados em gerbox, previamente desinfetado e com o fundo revestido por esponja saturada em água destilada e coberta por tela de nylon. Aproximadamente 1mg de uredosporos foi espalhado em cada disco, utilizando-se um pincel. Após permanecerem por 48 horas no escuro e à temperatura de 20 a 22°C, os discos de folhas foram transferidos para ambiente controlado a 22°C, com manutenção de umidade elevada no interior do gerbox. A avaliação foi realizada aos 49 dias após a data da inoculação. A resistência do HT UFV427-15 à raça II do patógeno foi comprovada. Folhas da variedade Catuaí foram severamente infectadas, apresentando manchas cloróticas grandes e uredosporos abundantes. As plantas F 1 não apresentaram nenhum sintoma da doença. A segregação das plantas F 2 para resistência, testada pelo c 2 (P> 0,05), indicou que um único gene dominante é responsável pela resistência desse HT à raça II de H. vastatrix. A existência de apenas um loco controlando a resistência do HT UFV 427-15 irá facilitar a identificação de marcadores moleculares ligados a esse gene e conseqüentemente auxiliar no estudo da relação patógeno-hospedeiro da resistência à ferrugem do cafeeiro.