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    Evidências da latência e associação endofítica de Colletotrichum sp. em tecidos de Coffea arabica L.
    (2003) Paresqui, Leonardo; Zambolim, Laércio; Costa, Helcio; Sakiyama, Cássia Camargo Harger; Batista, Ulisses Gomes; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Estudos têm relatado a freqüente interação de espécies de Colletotrichum spp. com diferentes hospedeiros, apresentando-se em estágio de latência ou ainda em associação endofítica. A comprovação da patogenicidade de Colletotrichum sp. em cafeeiro ainda é objeto de estudo, visto que os sintomas associados ao fungo são constantemente atribuídos a causas fisiológicas, desnutrição do cafeeiro em ramos de alta carga e condições climáticas. Entretanto, os relatos de ataques do fungo parecem ser constantes em condições de campo. Há uma falta de informações sobre em quais condições Colletotrichum sp. pode se manifestar e causar prejuízos, além da falta de conhecimento sobre os sintomas que podem estar associados ao patógeno, que muitas vezes levam a diagnósticos errados. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma metodologia eficiente para a sanitização de material vindo de campo, visando testes de patogenicidade deste fungo ao cafeeiro. Foram coletados no campo, ramos em desenvolvimento e frutos de plantas de Catuaí Vermelho. A esterilização superficial dos ramos foi feita de acordo com o método descrito por SAKIYAMA et al. (2001), com algumas modificações. Visando a detecção de infecção latente de Colletotrichum sp. em cafeeiro, foram coletados no campo ramos em desenvolvimento e frutos de plantas Catuaí Vermelho. As amostras foram esterilizadas superficialmente e submersas em concentrações crescentes de Paraquat (1-1’- dimetil 4-4’ - bipiridilio dicloreto) por 1 minuto e então incubadas. Como controle foram utilizados ramos e frutos coletados no campo e incubados sem nenhum tratamento. Pode-se observar que, mesmo superficialmente esterilizados, os tecidos apresentavam abundante esporulação de Colletotrichum sp. após seis dias de incubação em condições assépticas. Todos os tratamentos submetidos a concentrações crescentes de Paraquat também apresentaram sintomas e abundante esporulação de Colletotrichum sp. seis dias após a incubação. O controle permaneceu sadio até 15 dias após incubação. Há evidências de que este fungo é um oportunista que se manifesta externamente nos tecidos quando este sofre algum tipo de estresse. Neste trabalho foram obtidos indícios de que Colletotrichum sp., provavelmente C. gloeosporioides, apresenta relação endofítica nos tecidos de Coffea arabica.
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    Efeito de diferentes porta-enxertos na eficiência nutricional de mudas de café em cultivo hidropônico
    (2003) Tomaz, Marcelo Antonio; Sakiyama, Ney Sussumu; Martinez, Hermínia Emília Prieto; Zambolim, Laércio; Cruz, Cosme Damião; Pereira, Antônio Alves; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A eficiência nutricional de mudas enxertadas de Coffea arabica L. foi avaliada em cultivo hidropônico, no estudo do efeito de diferentes porta-enxertos, utilizando-se o cultivo em areia, fornecendo os nutrientes com solução nutritiva circulante. Foram utilizados como enxertos e também como pés-francos os seguintes genótipos de C. arabica: Catuaí Vermelho IAC 15, Oeiras MG 6851, H 419-10-3-1-5 e H 514-5-5-3. Como porta-enxertos foram empregados três genótipos de Coffea canephora: Apoatã LC 2258, Conillon (M-1), Robustão Capixaba (Emcapa 8141) e um genótipo de Coffea arabica: Mundo Novo IAC LCMP 376-4-32. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 20 tratamentos e quatro repetições, sendo quatro pés-francos e 16 combinações de enxertia. Utilizou-se o teste " t " de Student, a 5% de probabilidade para comparação entre médias. De acordo com os contrastes entre médias para a avaliação da eficiência de uso de nitrogênio (EFUN), observa-se que as combinações de enxertias Catuaí 15/Apoatã, H 514-5-5-3/Apoatã e H 514-5-5-3/M.Novo tiveram aumentos significativos na eficiência de uso do nitrogênio, quando comparadas com os pés-francos do Catuaí 15 e H 514-5-5- 3. As combinações de enxertias Oeiras/Apoatã, Oeiras/Conillon M.1, Oeiras/Emcapa 8141, H 419-10-3-1-5/ Conillon M.1, H 419-10-3-1-5/Emcapa 8141 e H 514-5-5-3/Conillon, tiveram redução significativa no uso de nitrogênio, quando comparadas com os respectivos pés-francos. Com relação à eficiência de absorção de nitrogênio (EFAN), a enxertia Oeiras/Emcapa teve aumento de 28%. E para a característica eficiência de translocação de nitrogênio (EFTN), o porta-enxerto Conillon mostrou-se eficiente em translocar o nutriente para a parte aérea, em todas as combinações de enxertias; já os porta-enxertos Apoatã e Mundo Novo não tiveram resultados significativos. Avaliando a eficiência de uso de fósforo (EFUP), verificou-se que o genótipo Apoatã, utilizado como porta-enxerto, proporcionou melhoria no uso do nutriente, nas combinações com Catuaí 15 e H 514-5-5-3 em 82,8% e 58,5% respectivamente, as demais combinações de enxertias não tiveram diferenças significativas. Com relação à característica eficiência de absorção de fósforo (EFAP), nenhuma enxertia superou significativamente os respectivos pés-francos na absorção deste nutriente. No entanto, as combinações Catuaí 15/Emcapa 8141, Oeiras/Conillon M.1, Oeiras/Emcapa 8141, H 419-10-3-1-5/Apoatã, H 419-10-3-1-5/Conillon M.1, H 419-10-3-1-5/Emcapa 8141, H 514-5-5-3/Conillon M.1, H 514-5-5-3/Emcapa 8141 reduziram a absorção do nutriente quando comparadas às plantas não enxertadas. Para a característica eficiência de translocação de fósforo (EFTP), nenhuma enxertia teve aumento satisfatório na translocação do nutriente para a parte aérea da planta. Considerando a eficiência de uso de potássio (EFUK), observa-se que apenas a combinação de enxertia H 514-5-5-3/M.Novo foi superior no uso do nutriente quando comparado com o pé-franco. As combinações Catuaí 15/Conillon M.1, Catuaí 15/Emcapa 8141, Oeiras/Apoatã, Oeiras/ Conillon M.1, Oeiras/Emcapa 8141, H 419-10-3-1-5/Apoatã, H 419-10-3-1-5/Conillon M.1, H 419-10-3-1-5/ Emcapa 8141, H 514-5-5-3/Conillon M.1, H 514-5-5-3/Emcapa 8141 tiveram eficiência de uso de potássio inferior aos pés-francos. Com relação à variável eficiência de absorção de potássio (EFAK), os resultados mostraram que apenas as combinações Catuaí 15/Apoatã e Catuaí 15/Conillon M.1 tiveram aumentos na absorção do nutriente quando comparadas com os pés-francos. Para as características eficiência de translocação, a enxertia Oeiras/Emcapa 8141 foi a única com aumento significativo.
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    Seletividade de inseticidas e fungicidas ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill.
    (2003) Mourão, Sheila Abreu; Vilela, Evaldo Ferreira; Guedes, Raul Narciso Carvalho; Zambolim, Laércio; Tuelher, Edmar de Souza; Cooperativa dos Cafeicultores do Triângulo Mineiro
    Estudos de toxidade relativa dos inseticidas pertencentes aos grupos: fosforados (clorpirifós-metílico, dissulfoton, etiom, paratiom-metílico); clorado (endosulfam), da mistura do fungicida/inseticida triadimenol (15g/kg)/ dissulfotom (75g/kg) e dos fungicidas inibidores da demetilação de esteróis (triadimenol e tebuconazole) ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Bals.) Vuill foram realizados em condições de laboratório. As concentrações dos pesticidas que inibiram 99% do crescimento micelial do fungo em miligramas do ingrediente ativo/ml foram: 0,42; 1,69; 6,53; 14,42; 31,75; 7.028,96; 10.326,76 e 763.959,86 para tebuconazole, paration-metílico, triadimenol, triadimenol 15g/kg + dissulfotom 75g/kg, clorpirifós-metílico, ethiom, endossulfam e dissulfotom, respectivamente. As equações de regressão da inibição do crescimento micelial (%) em função da dose, obtidas através de ensaios in vitro em meio batata-ágar-destrose (BDA) impregnado com os ingredientes ativos destes compostos, foram usadas para avaliar a seletividade das doses prescritas para cafezais, pelos seus respectivos fabricantes. Tebuconazole, paratiom-metílico e clorpirifós-metílico foram altamente tóxicos a esse fungo entomopatogêno; endossulfam e triadimenol 15g/kg + dissulfotom 75g/kg apresentaram seletividade moderada; enquanto triadimenol, ethiom e dissulfotom mostraram-se seletivos em favor do fungo.
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    Recuperação assistida por marcadores RAPD do genótipo recorrente em população de retrocruzamento
    (2003) Oliveira, Antonio Carlos Baião de; Sakiyama, Ney Sussumu; Rufino, R.J.N.; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O melhoramento genético do cafeeiro pelos métodos tradicionais é, via de regra, lento, devido ao longo período de geração da cultura e à necessidade de vários anos para a realização dos testes de campo, para avaliações fenotípicas. Por isso, é de suma importância a implementação de técnicas que facilitem e acelerem a seleção e a avaliação de materiais superiores dentro do programa de melhoramento dessa espécie. A implementação da tecnologia de marcadores moleculares para assistir os programas de melhoramento pode, potencialmente, acelerar o progresso genético pelo aumento na eficiência de seleção, redução no intervalo de gerações e identificação de quebras indesejáveis. Uma população segregante RC 1 de 59 plantas, oriunda do cruzamento entre uma linhagem do Híbrido de Timor CIFC 2570 (resistente à ferrugem) e o cultivar Catuaí Amarelo IAC 30 (susceptível), este usado como recorrente, foi utilizada para construir um mapa de ligação para Coffea arabica L, com base em 134 marcadores RAPD. Este trabalho se propôs a utilizar as informações geradas por estes marcadores para identificar, na população segregante, as plantas com a maior proporção do genitor recorrente, visando a seleção de plantas resistentes ao agente da ferrugem e com a recuperação mais rápida das características desejáveis do genitor recorrente (Catuaí). Os 134 marcadores investigados foram obtidos pela análise de 1.200 primers decâmeros dos Kits OPA-OPZ, OPAA-OPAZ e OPBA-OPBH da Operon Technologies e de várias combinações aleatórias de pares de primers. Das 59 plantas RC 1 analisadas, pode-se constatar que 15 plantas apresentaram acima de 81,0% de recuperação do genoma do Catuaí (genitor recorrente), sendo que dessas plantas, duas exibiram 92,0% de recuperação desse genitor. Em razão da grande similaridade fenotípica observada entre as plantas da população RC 1 avaliada neste trabalho, seria praticamente impossível identificar nesta população, sem o suporte das informações de um grande número de marcadores neutros do ponto de vista fisiológico, como os marcadores de DNA, as plantas com maior proporção do genoma do cultivar comercial. Considerando que a média de recuperação do genoma de genitor recorrente no primeiro retrocruzamento é de 75,0%, pode-se atentar para a grande utilidade desse tipo de informação, como forma de acelerar a introgressão de genes de interesse, como no caso de genes condicionadores da resistência ao agente da ferrugem (Hemileia vastatrix), para cafeeiros arábicos. Em conclusão, pode-se inferir que as informações geradas pelos marcadores que deram origem ao mapa de ligação podem ser utilizadas eficientemente para identificar as plantas da população segregante com maior porcentagem de recuperação do genitor recorrente, visando a seleção.
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    Progressos no mapa de ligação gênica de Coffea arabica L. obtido com base em marcadores RAPD
    (2003) Oliveira, Antonio Carlos Baião de; Sakiyama, Ney Sussumu; Diniz, Leandro Eugenio Cardamone; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O desenvolvimento de mapas de ligação genética é uma das aplicações de maior importância da tecnologia dos marcadores moleculares no melhoramento de plantas, pois estes mapas permitem a geração de informações básicas a respeito da estrutura, organização e evolução do genoma, a localização das regiões genômicas que controlam características de importância agronômica, a quantificação do efeito destas regiões nos caracteres estudados, a decomposição de características complexas nos seus componentes mendelianos e a utilização de todas estas informações nos programas de melhoramento. O desenvolvimento de mapas de ligação saturados possibilita o teste de marcadores distribuídos por todo o genoma, aumentando a chance de se obter associações significativas com características de interesse. No caso de Coffea arabica L. (2n=4X=44), a construção de mapas de ligação tem sido dificultada em razão do baixo polimorfismo e de complicações advindas da poliploidia. Este trabalho se propôs a construir um mapa parcial de ligação gênica para Coffea arabica L., com base em marcadores RAPD, a partir de uma população segregante RC 1 de 59 plantas oriunda do cruzamento entre uma linhagem do Híbrido de Timor CIFC 2570 (UFV 445-46) e o cultivar Catuaí Amarelo IAC 30 (UFV 2143-235), este utilizado como genitor recorrente. Na identificação dos marcadores polimórficos, foram testados 1.200 primers da Operon Technologies (Kits OPA-OPZ, OPAA-OPAZ e OPBA-OPBH) e várias combinações aleatórias de pares de primers. A população segregante (RC 1 ) foi analisada pelos marcadores polimórficos consistentes, em que a banda polimórfica estava presente no genitor não-recorrente (Híbrido de Timor) e no F 1 e ausente no genitor recorrente (Catuaí). Os marcadores obtidos foram analisados pelo aplicativo GQMOL, utilizando, na construção do mapa, os marcadores que segregaram na proporção esperada de 1:1. Grupos de ligação foram estabelecidos pela análise de dois pontos, considerando-se a freqüência de recombinação máxima de 0,35 e o LOD escore mínimo de 3.0. Análises de três pontos e multipontos foram então utilizadas para encontrar a mais provável ordem dos marcadores dentro dos grupos de ligação e a função de Kosambi foi usada para conversão das taxas de recombinação em distâncias de mapa (cM – centiMorgan). Dos 1.200 primers de RAPD testados para a identificação de marcadores polimórficos entre os genitores e F 1 , 127 (10,6%) produziram fragmentos consistentes, presentes no Híbrido de Timor e no F 1 , mas ausentes no ‘Catuaí Amarelo’. Esses 127 primers informativos deram origem a 165 marcadores RAPD polimórficos (1,3 marcador por primer), dos quais 124 (75,15%) segregaram na proporção esperada de 1:1 e 41 (24,85%) exibiram desvio nesta segregação pelo teste Ç 2 (P>0,05). O nível de polimorfismo revelado pelas combinações de primers foi bem inferior (1,43%), pois das 698 combinações testadas, apenas dez foram polimórficas, em que sete destas apresentaram um único fragmento polimórfico e três, duas bandas polimórficas. Destes 13 marcadores, dez (76,9%) apresentaram segregação esperada de 1:1 e três (23,1%) mostraram desvio nessa proporção. Os 134 marcadores RAPD que segregaram na proporção esperada de 1:1, foram utilizados para a construção do mapa parcial de ligação. Dezessete destes marcadores não se mostraram ligados a nenhum dos grupos de ligação, enquanto os 117 marcadores restantes formaram 11 grupos de ligação, cobrindo 794,3 cM do genoma. O mapa apresentou boa distribuição dos marcadores nos grupos de ligação, nos quais a distância máxima entre dois marcadores foi de 26,93 cM no grupo 11, e apenas sete intervalos entre marcadores apresentaram distâncias acima de 20 cM. O número de grupos de ligação obtido foi bastante inferior ao correspondente número haplóide de cromossomos de Coffea arabica (n=22). Por essa razão, o genoma da espécie foi parcialmente explorado e muitas regiões ainda não foram identificadas. Outros tipos de marcadores moleculares, principalmente AFLP e SSR, devem ser incluídos, para melhorar a cobertura do genoma do cafeeiro, com a formação de novos grupos de ligação, inclusão dos marcadores não ligados e saturação dos intervalos nos grupos obtidos.
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    Segregação de marcadores RAPD em uma população de Coffea derivada do híbrido de Timor
    (2003) Oliveira, Antonio Carlos Baião de; Sakiyama, Ney Sussumu; Caixeta, Eveline Teixeira; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O gênero Coffea é composto por cerca de 80 espécies, que são diplóides (2n=2X=22) e, geralmente auto-incompatíveis, com exceção da espécie mais importante, Coffea arabica L., que é tetraplóide (2n=4X=44) e autofértil. Evidências de análises moleculares e de hibridização in situ têm demonstrado a origem anfidiplóide de C. arabica, indicando que esta espécie é portadora de dois genomas com n=11. No entanto, existe controvérsia quanto aos genomas diplóides que originaram esta espécie, podendo ser C. eugenioides e C. congensis ou C. eugenioides e C. canephora. Estudos revelam que a estrutura citogenética mais provável de C. arabica é aquela de um alotetraplóide segmental, ou seja, formado pela justaposição de dois genomas de n=11, dos quais certos cromossomos conservam uma grande similaridade. Esta similaridade morfológica, contrastando com o baixo nível de anormalidade de pareamento, torna possível a hipótese de que exista, nesta espécie, um sistema genético em que o pareamento entre cromossomos homeólogos seja evitado pela ação de genes específicos. O efeito dessa classe de sistema gênico é comum em alopoliplóides segmentais, em que há restrição de pareamento entre cromossomos homeólogos. Assim, a maioria das características morfo-agronômicas investigadas apresentam herança dissômica. O Híbrido de Timor (HT), uma importante fonte de resistência a pragas e doenças para os programas de melhoramento do cafeeiro, teve sua origem genética como resultado de um cruzamento natural entre C arabica e C. canephora, em que, provavelmente, um gameta não-reduzido de robusta tenha combinado com outro normal de arábica. De fato, encontra-se cafeeiros do HT autoférteis e em condição tetraplóide (2n=44), ao lado de plantas aneuplóides, com número variável de cromossomos. Um alto grau de similaridade nos padrões de marcadores RAPD foi observado entre C. arabica e o HT ( CIFC 832/1), sugerindo que uma hibridação interespecífica inicial deve ter ocorrido, seguida por diversos retrocruzamentos espontâneos com C. arabica para gerar o HT. O cafeeiro arábica tem diversos fatores que dificultam os estudos genéticos, tais como o baixo nível de polimorfismo e complicações inerentes à poliploidia. O propósito deste estudo foi determinar o modo de herança em C. arabica de locos RAPD, pela análise de segregação desses marcadores em uma população de 59 plantas RC 1 proveniente do cruzamento entre o HT CIFC 2570 e o 'Catuaí Amarelo-IAC 30', este utilizado como recorrente. A análise do modo de herança pode fornecer indicação do grau de pareamento cromossômico intergenômico e, assim, uma avaliação do potencial de recombinação entre os diferentes genomas. Foram analisados 178 marcadores RAPD, sendo 165 gerados por 127 primers decâmeros (1,3 marcador/primer) individuais da Operon Technologies e 13, oriundos de dez combinações aleatórias de pares de primers (1,3 marcador/combinação). Marcadores presentes no Híbrido de Timor e ausentes no 'Catuaí' foram analisados pelo teste qui-quadrado (Ç 2 ) para taxas de segregações 1:1, 5:1, 3:1 e 2:1, na população RC 1 , com auxílio dos aplicativos computacionais GQMOL e GENES, adotando-se probabilidades mínimas de 5%. Dos 178 marcadores avaliados, 134 (75,3%) segregaram na proporção esperada 1:1 e 44 (24,7%) apresentaram desvio nesta proporção. Destes 44 marcadores, 30 (68,2%) exibiram segregação 5:1, nove (20,4%) na razão 3:1 e cinco mostraram segregação 2:1 (P>0,05). Em populações RC 1 , a proporção 1:1 é esperada para o caso de herança dissômica e tetrassômica, em que a planta F 1 tenha apenas um alelo dominante (Aa e Aaaa), a razão 5:1 para o caso de herança tetrassômica, em que a planta F 1 tenha dois alelos dominantes (AAaa), a proporção 3:1 é justificada pela segregação cromatídica ao acaso na formação dos gametas, resultante da presença de permuta entre o loco em questão e o centrômero. A segregação 3:1 em tetraplóides pode ser atribuída, também, ao pareamento seletivo dos quadrivalentes, resultante de homologia desigual entre os cromossomos homeólogos, os quais apresentam afinidades diferentes. A proporção de segregação 2:1 pode ser considerada como um desvio da proporção 3:1, resultante de seleção gametofítica ou da ocorrência de zigotos letais. A possibilidade de recombinação intergenômica, detectada neste estudo por meio dos desvios de segregação observados, pode oferecer a chance de troca de genes entre genomas homeólogos e construir uma fonte importante de variabilidade genética para o melhoramento de C. arabica.
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    Manose como fonte de carboidrato na calogênese induzida em explantes foliares de Coffea arabica e de C. canephora
    (2003) Barbosa, Wellington Marota; Cordeiro, Antônio Teixeira; Cruz, Ana Claudia Ferreira da; Otoni, Wagner Campos; Zambolim, Laércio; Sakiyama, Ney Sussumu; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Na cultura de tecidos, o carboidrato mais comumente utilizado como fonte de energia e carbono é sacarose. Outros carboidratos podem promover diferentes variações de crescimento, a exemplo de manose, que pode inviabilizar o crescimento celular em espécies como Bixa orellana e Zea mays. Este resultado origina-se da ausência da enzima isomerase da manose-fosfato, que impedindo a metabolização da manose-fosfato, causa efeitos negativos no processo glicolítico e na disponibilidade de ortofosfato. Esta característica pode, entretanto, ser útil para a seleção de regenerantes de tecidos desprovidos da enzima transformados com o gene manose-fosfo- isomerase. Assim, objetivou-se avaliar o efeito de manose na calogênese induzida em explantes foliares de Coffea arabica cv. Catuaí Vermelho IAC H2077-2-5-15 e C. canephora cv. Apoatã IAC LC 2258, que reagem favoravelmente à produção de calos friáveis embriogênicos (CFE) quando o carboidrato utilizado é sacarose. Explantes foliares desinfestados foram cultivados em placas de Petri contendo meios autoclavados constituídos de açúcar 30 Kg.m -3 , vitaminas de Gamborg combinados com macro e micronutrientes MS, cisteína 0,272 mol.m -3 , Gelriteä 0,3%, 2,4-D 4,6 mmol.m -3 e KIN 18,6 mmol.m -3 (NS), com macro e micronutrientes MS, cisteína 0,272 mol.m -3 , ágar 0,8% e BAP 20 mmol.m -3 (A) ou com macro e micronutrientes Yasuda, cisteína 0,165 mol.m -3 e BAP 5 mmol.m -3 (B). O componente açúcar foi suprido nas seguintes combinações sacarose:manose 3:0, 2:1, 1:1, 1:2 e 0:3. O pH foi ajustado para 5,6. As placas foram mantidas no escuro a 25 ± 2ºC. Quatro semanas após o início da indução, todos os explantes foram subculturados para os mesmos meios indutores, à exceção daqueles cultivados no meio NS, que foi modificado nas concentrações de macro e micronutrientes e de KIN, reduzidas à metade e para 4,6 mmol.m -3 , respectivamente, e na substituição da auxina, 2,4-D por ANA 0,54 mmol.m -3 . As renovações posteriores ocorreram a intervalos de quatro ou oito semanas. Após 24 semanas de pós-indução, os explantes de ambos os genótipos cultivados na seqüência NS produziram praticamente calos mistos, independentemente do tipo de açúcar no meio semi-sólido. Calos mistos são formações globulares compactas associadas a formações amorfas de células alongadas e moles ao tato, que se caracterizam por crescimento visivelmente mais rápido. Todavia, quando explantes foliares do arábica Catuaí Vermelho foram cultivados em meio A, a reação calogênica mais freqüente foi a cicatricial em resposta a todas as combinações de sacarose:manose, à exceção de quando a fonte de açúcar foi 100% manose, que induziu também calos embriogênicos em 7% dos explantes, aproximadamente. Relativamente aos explantes foliares do canéfora Apoatã cultivados em meio B, todas as razões sacarose:manose induziram CFE’s. Todavia, as maiores freqüências desta reação calogênica foram induzidas quando ambas as fontes foram utilizadas nos meios indutivos. A combinação das duas fontes duplicou, de maneira geral, as freqüências de CFE’s (60 a 72%) relativamente a apenas sacarose (32%). Os CFE’s obtidos foram utilizados para estabelecer culturas líquidas com vistas a estudos futuros relacionados à influência da razão sacarose:manose na cinética de crescimento e diferenciação embriogênica das cepas.
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    Embriogênese somática em híbridos de Coffea arabica para a propagação clonal
    (2003) Barbosa, Wellington Marota; Cordeiro, Antônio Teixeira; Cruz, Ana Claudia Ferreira da; Zambolim, Laércio; Sakiyama, Ney Sussumu; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A propagação clonal de cafeeiros, em grande escala, requer a indução de calos friáveis embriogênicos (CFE) para o estabelecimento de culturas líquidas e sua diferenciação embriogênica posterior. Considerando-se que as condições indutoras para a produção de CFE’s possuem, aparentemente, um caráter de genótipo-especificidade, testaram-se diferentes meios de cultura para a indução desta reação calogênica em explantes foliares de três genótipos híbridos segregantes oriundos do programa de melhoramento genético da UFV-EPAMIG. Os genótipos escolhidos foram o híbrido Catimor F 3 UFV 395-141, o híbrido F 1 337- 610, entre Catuaí Vermelho x Híbrido de Timor CIFC 832-1, e o híbrido F 1 447-12, entre Mundo Novo x Híbrido de Timor UFV 337-1. Explantes foliares destes cafeeiros, após desinfeção em solução de hipoclorito de cálcio 5% contendo Tween 20 0,04%, foram distribuídos com o lado adaxial em contato com o meio semi-sólido contido em placas de Petri estéreis. Cada placa recebeu, inicialmente, cinco explantes, sendo o conjunto repetido vinte vezes e mantidos em condições de obscuridade a 25ºC. Os meios de cultura continham sacarose 30 Kg.m -3 , Gelriteä 0,3%, vitaminas de Gamborg combinados com macro e micronutrientes MS ½ força, cisteína 0,272 mol.m -3 e os reguladores de crescimento BAP (B = 0; 0,1; 1; 5; 10 e 20 mmol.m -3 ) e 2,4-D (D = 0; 1 e 10 mmol.m -3 ), que originaram os seguintes tratamentos: B0,1 (BAP 0,1 mmol.m -3 e 2,4-D 0 mmol.m -3 ); B0,1D1; B1; B1D1; B1D10; B5; B5D10; B10; B10D1; B10D10; B20; B20D10 e D10. A barra indica sucessão de dois meios de cultivo, primário e secundário, com o segundo introduzido na primeira repicagem, que ocorreu aos trinta dias do início da indução. As subculturas subseqüentes ocorreram a intervalos variando de 30 a 60 dias entre si. Aos oito meses de pós-indução, calos embriogênicos (CE) foram induzidos em explantes dos três genótipos experimentados. Todavia, as suas condições indutoras confirmaram o caráter de genótipo-especificidade. Assim, as maiores produtividades embriogênicas ocorreram para os genótipos Catimor 395 (45 embriões.explante -1 ) e os híbridos 337 (38 embriões.explante -1 ) e 447 (45 embriões.explante -1 ) quando 2,4-D foi suprido no meio primário e BAP no meio secundário, ambos os reguladores associados apenas no meio secundário e ambos os reguladores associados apenas no meio primário, respectivamente. CFE’s foram induzidos em explantes foliares dos três genótipos. Embora para os híbridos 337 (10%) e 447 (12%) o único tratamento eficaz tenha sido B5/B5D10, explantes de Catimor induziram CFE’s em resposta aos tratamentos B5/ B5D10 e B20D10, nas freqüências de 12 e 7% dos explantes, respectivamente. Estes calos foram utilizados para o estabelecimento de culturas líquidas. Todavia, aqueles CFE’s obtidos em explantes Catimor em resposta ao meio B20D10 oxidaram-se rapidamente em meio líquido com perda do potencial embriogênico. Para todos os genótipos experimentados, os agregados celulares induzidos com B5/B5D10 foram distribuídos e transferidos para meios líquidos contendo B5D10, B5D5 e B5D1. Depois de estabelecidas tais cepas, avaliaram-se seus potenciais embriogênicos em meios contendo sais MS força total (MD 1 ) ou ½ força (MD 2 ). Após oito semanas, a produtividade embriogênica do Catimor foi de 145.000, 140.000, 148.000, 140.000, 120.000 e 80.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares para as cepas B5D10-MD 1 , B5D10-MD 2 , B5D5-MD 1 , B5D5-MD 2 , B5D1-MD 1 e B5D1-MD 2 , respectivamente. Relativamente ao híbrido 337, as produtividades embriogênicas foram 78.000, 80.000, 160.000, 90.000, 168.000 e 100.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares para as cepas B5D10-MD 1 , B5D10- MD 2 , B5D5-MD 1 , B5D5-MD 2 , B5D1-MD 1 e B5D1-MD 2 , respectivamente. Já para o híbrido 447, tais produtividades embriogênicas foram de 90.000, 92.000, 16.000 e 40.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares para as cepas B5D10-MD 1 , B5D10-MD 2 , B5D5-MD 1 e B5D5-MD 2 , respectivamente. A cepa B5D1, independentemente da concentração de macro e microelementos MS, não diferenciou embriões. Amostras de embriões somáticos tipo torpedo dos três genótipos foram tomadas para avaliação do desenvolvimento embriogênico, em curso no momento. Uma segunda avaliação de diferenciação embriogênica das cepas encontra-se em curso, no momento, para verificação do efeito da idade da cepa sobre o seu potencial embriogênico.
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    Embriogênese somática em explantes foliares de Catuaí Vermelho e de Robusta 201 via cultura líquida
    (2003) Fontes, Marcelo A.; Cordeiro, Antônio Teixeira; Frederico, Antônio H.; Zanetti, Rômulo S.; Camargo, Francelino P.; Cruz, Ana Claudia Ferreira da; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A embriogênese somática indireta pode promover uma desejável multiplicação clonal de genótipos de Coffea desde que sejam estabelecidas as condições indutoras para a produção de calos friáveis embriogênicos (CFE), para o estabelecimento de culturas líquidas e para a sua diferenciação embriogênica. Estas condições indutoras têm sido verificadas variar intra e interespecificamente. Assim, submeteram-se explantes foliares obtidos de sistemas caulinares de Coffea arabica cv. Catuaí Vermelho IAC H2077-2-5-15 e de C. canephora cv. Robustão clone 201, cultivados in vitro, a diferentes meios de cultura para a produção de CFE’s com vistas ao estabelecimento de culturas líquidas potencialmente embriogênicas. Todos os explantes foram cultivados em dois meios indutivos, primário e secundário. O meio primário foi utilizado nas quatro semanas iniciais de indução, quando se fizeram, então, subculturas para meios secundários. Para o genótipo Catuaí Vermelho, os meios de cultura primários experimentados foram constituídos dos sais de Murashige e Skoog (MS) ½ força, complexo vitamínico Gamborg, glicina 1 g.m -3 , caseína hidrolisada 100 g.m -3 , extrato de malte 100 g.m -3 , sacarose 3% e GelriteTM 0,3% acrescido dos reguladores de crescimento 2,4-D (1,13 ou 2,26 mmol.m -3 ), AIB (2,45 ou 4,9 mmol.m -3 ) e 2-iP (9,84 ou 19,68 mmol.m -3 ), que originaram os seguintes tratamentos: BM 1 (2,4- D 1,13 mmol.m -3 + AIB 2,45 mmol.m -3 + 2-iP 9,84 mmol.m -3 ); BM 2 (2,4-D 2,26 mmol.m -3 + AIB.4,90 mmol.m -3 + 2-iP 9,84 mmol.m -3 ) e BM 3 (2,4-D 2,26 mmol.m -3 + AIB 4,90 mmol.m -3 + 2-iP 19,68 mmol.m -3 ). Para o clone 201, os meios de cultura primários experimentados foram o meio BM 2, A e B. Os meios A e B foram constituídos dos sais MS, complexo vitamínico Morel, sacarose 3% e GelriteTM 0,3%. Com relação aos reguladores de crescimento, testaram-se 2,4-D 1,5 mmol.m -3 + BAP 7,5 mmol.m -3 e 2,4-D 4,52 mmol.m -3 + cinetina 4 mmol.m -3 para os meios A e B, respectivamente. O meio secundário para explantes Catuaí continha sais MS ½ força, tiamina 20 g.m -3 , glicina 20 g.m -3 , cisteína 40 g.m -3 , mio-inositol 200 g.m -3 , sulfato de adenina 60 g.m -3 , caseína hidrolisada 200 g.m -3 , extrato de malte 800 g.m -3 , sacarose 3% e GelriteTM 0,3% e 2,4-D 4,52 mmol.m -3 + BAP 17,6 mmol.m -3 (BME). Os meios secundários para explantes Robustão foram BME e E, esse de composição semelhante àquela do meio primário A ou B, à exceção dos reguladores de crescimento, que foi BAP 5 mmol.m -3 (E). O pH de todos os meios foi ajustado para 5,6. CFE’s foram induzidos em explantes de ambos os genótipos em resposta a todas as condições indutoras experimentadas. Para explantes Catuaí, estas reações calogênicas ocorreram em freqüências de 6, 32 e 27% para as condições indutoras BM 1 /BME, BM 2 /BME e BM 3 /BME, respectivamente. Para explantes Robustão, as freqüências de CFE’s foram de 88, 22 e 7% para as condições indutoras BM1/BME, A/E e B/E, respectivamente. Estes CFE’ s foram utilizados para estabelecer culturas líquidas. Uma vez estabelecidas, o estudo de suas cinéticas de crescimento revelou, imediatamente após subcultura, uma fase exponencial de crescimento celular até um ponto de inflexão, a partir do qual as taxas de crescimento reduziram-se progressivamente para atingir um peso de matéria fresca de agregados celulares assintótico. As diferenciações embriogênicas das cepas de Catuaí BM 1 /BME, BM 2 /BME e BM 3 /BME produziram 6.600, 17.500 e 11.900 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares, respectivamente. Para as cepas do canéfora 201 BM1/BME, A/E e B/E obtiveram-se 161.000, 134.000 e 121.000 embriões.g -1 de matéria fresca de agregados celulares, respectivamente. Amostras destes embriões somáticos foram tomadas para avaliação de seus índices de conversão à planta. Encontram-se, também, em curso, avaliações de diferenciação embriogênica das cepas para verificação do efeito da idade da cepa sobre o seu potencial embriogênico.
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    Penetração da broca (Hypothenemus hampei) em frutos de café em diferentes fases de crescimento
    (2003) Mourão, Sheila Abreu; Vilela, Evaldo Ferreira; Zanúncio, José Cola; Zambolim, Laércio; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O ensaio foi realizado em um cafezal com três anos de idade, com duas variedades de café Coffea arabica (Catuaí Vermelho e Mundo Novo) e uma de Coffea canephora (Conilon), na área experimental do aeroporto, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em Viçosa, Minas Gerais. Determinou-se os tempos fisiológicos (graus-dia), em que os frutos da florada principal de cada uma das variedades atingiu estágio fenológico adequado para a penetração da broca-do-café Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytidae). Além disso, o período de maior trânsito dessa praga, quando suas fêmeas adultas saem à procura de novos frutos e têm capacidade de penetrá-los para se reproduzir e, consequentemente, aumentar sua população, foi avaliado. Foram feitas considerações para a utilização dos tempos fisiológicos (graus-dia) para a tomada de decisão de manejo integrado da broca do café. O inseto penetrou no mesocarpo de 50% dos frutos brocados com percentuais de umidade de 78,5; 77,4 e 75,6 % e peso da matéria seca acumulada de 18,1; 28,5 e 4,8 mg equivalentes ao tempo fisiológico em unidade de graus-dia acumulado de 1825, 1943 e 1176 graus-dia para o Catuaí Vermelho, Mundo Novo e Conilon, respectivamente. Isto constitui o período de maior trânsito da broca nas variedades testadas, sendo, portanto, o momento ideal para amostragens e eventuais intervenções com inseticidas. A broca tem capacidade de penetrar em grãos mais jovens da variedade Conilon, provavelmente devido aos menores percentuais de umidade de seus frutos durante os primeiros estágios de desenvolvimento. Isto determina maior número de ciclos de vida da broca e, conseqüentemente, maiores percentuais de infestação nessa variedade. Por isto, recomenda-se a utilização de faixas com vegetação nativa entre variedades de café, para o manejo de H. hampei, pois aquelas com floradas tardias ficam expostas a maiores populações dessa broca, que se reproduz nos frutos de variedades precoces. Além disto, faixas de vegetação nativa podem aumentar as populações de inimigos naturais e reduzir o movimento da broca entre talhões de café.