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    Rentabilidade de sistemas de produção de café no Brasil
    (2003) Xavier, Lázaro Eurípedes; Noronha, José Ferreira de; Teixeira, Sônia Milagres; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O estudo baseou-se em informações colhidas por técnicos e economistas em instituições estaduais de pesquisa que compõem o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado na Área de Sócio Economia da Embrapa Café. Dados detalhados de Custos de Produção e preços foram coletados em três safras cafeeiras, sendo as duas primeiras objeto desta análise, em 99 talhões, com diferenciados sistemas de cultivo, nas regiões de produção. Para a análise dos custos de produção utilizou-se o método do custo anualizado equivalente, para as mesmas sub-amostras, em horizonte de tempo que variou de 16 anos para o sistema adensado, 20 anos para o estado de Minas Gerais e de 24 anos para o Brasil e para o sistema tradicional. O sistema adensado possui o maior custo de produção. O estado de Minas Gerais produz o café com custo mais elevado do que o café produzido no Brasil como um todo. O custo de produção mais baixo é para o café no sistema tradicional. Analisando-se a margem bruta, conclui-se que ela foi maior para o café cultivado no sistema tradicional, enquanto que a menor margem bruta foi para o café do sistema adensado. A margem em Minas Gerais é menor que a margem quando computados os dados para o Brasil. O índice de lucratividade ficou em torno de 50%, mas foi melhor para o café tradicional, seguido do café produzido no Brasil, Minas Gerais e sistema adensado. Para a análise de viabilidade do investimento na produção de café utilizou-se o método da taxa interna de retorno. Esta se apresentou bastante alta se comparada com as taxas de juros praticadas no mercado financeiro. O café tradicional apresentou a maior TIR (109%), seguido do café produzido no Brasil (84%), adensado (66%) e Minas Gerais (54%). Quando se utiliza a produtividade da fazenda em substituição à produtividade do talhão, a TIR em Minas Gerais cai para cerca de 28% e para cerca de 50% nos demais sistemas. A TIR apresentou-se mais sensível a variações no preço do café e nas reduções da produtividade do que na redução de despesas, sejam elas de formação ou de exploração. Conclui-se não ser economicamente recomendável a prática usual de abandonar o cafezal quando os preços do produto estão baixos. Esta prática reduz a TIR em proporções maiores que as reduções nas despesas de uma ou algumas safras, o que reflete na rentabilidade, no longo prazo. Interessa o lucro no longo prazo e não o prejuízo que possa estar ocorrendo em um determinado ano.
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    Variação dos preços recebidos pelos produtores de café e preços pagos pelos consumidores no mercado do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba - 1999/2002
    (2003) Rabelo, Paulo Veloso; Fernandes, André Luís Teixeira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Nos últimos anos, a cafeicultura brasileira atravessou uma grave crise em função do excesso de oferta de café nos mercados externos e internos. Como resultado disso, observou-se no mercado interno uma forte queda nos preços recebidos pelos produtores e, curiosamente, não ocorreu um aumento do consumo de café pelos consumidores nacionais, como era esperado que acontecesse, conforme previsões da ABIC. Procurando detectar o porquê dessa contradição, foi feita uma pesquisa no mercado regional do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, uma das principais áreas cafeeiras do Brasil e cuja população possui um poder aquisitivo relativamente bom em comparação a outras áreas do país. A pesquisa foi baseada nos preços recebidos a nível de atacado pelos cafeicultores associados da GARCAFÉ de Patrocínio-M.G., no período de outubro de 1999 a setembro de 2002, preços esses fornecidos em dólares e convertidos em reais, usando-se a cotação oficial do dólar. No estudo da variação dos preços do café a nível de consumidor (varejo), foram utilizados os preços médios coletados mensalmente, no mesmo período, nas cidades de Uberaba e Uberlândia, respectivamente pelo CEPES da Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro de Uberaba e Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia. Após tratamento dos dados, observou-se que entre outubro de 1999 e setembro de 2002, os preços recebidos pelos cafeicultores alcançaram os valores médios de R$ 175,95 no 1º ano, R$ 124,41 no 2º ano e R$ 104,39/saca de 60Kg no 3º ano. Nesse período, verificou-se que a queda nos preços médios do 1º ano para o 3º ano estudado foi de 40,67%, reduzindo drasticamente a renda dos cafeicultores mineiros. Ao analisarmos os preços pagos pelos consumidores no mesmo período, observamos que em Uberaba o preço médio do kg do café variou de R$ 7,17 no 1º ano para R$ 6,77 no 2º ano, caindo para R$ 5,93 com uma redução total de 17,20%. Já em Uberlândia, os consumidores locais pagaram pelo kg do café R$ 6,46 no 1º ano, R$ 5,95 no 2º ano e R$ 5,33 no 3º ano, observando-se nessa praça uma redução de 17,49% no preço do café nesse período de outubro de 1999 a setembro de 2002. A pesquisa apurou também, que nestes três anos, os preços médios praticados em Uberaba foram 10% mais caros do que aqueles observados em Uberlândia. Observamos também nesse período, que enquanto os preços no atacado, recebidos pelos produtores recuaram 40,67%, os preços no varejo recuaram 17,20%, gerando uma diferença de 23,47% que foi abocanhada pelo setor torrefador. Mesmo descontando-se os custos de industrialização e os impostos pagos para o exercício da atividade industrial, foi possível observar que os torrefadores foram os maiores beneficiários dessa queda de preços ocorrida no café nos últimos três anos analisados. Para que a cadeia do agronegócio do café torne-se forte, faz-se necessário que os torrefadores mudem de atitude nas relações com o mercado interno, ou seja, remunerando melhor os cafeicultores e melhorando a qualidade do produto industrializado. Caso contrário, fica difícil manter ou aumentar o consumo do café no país como deseja a ABIC e os produtores.
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    Séries temporais de volumes, preços e demanda no mercado exportador de café do Brasil
    (2003) Pacheco, Áurea Vaz; Teixeira, Sônia Milagres; Sachsida, Adolfo; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O estudo visa explicar variações de Demanda e Preço de Café no Brasil. Faz referência a variáveis de volumes de exportações, preços médios de exportação, renda dos consumidores, taxa de cambio e variáveis de clima (temperaturas mínimas e quantidades de chuvas em m.m). Estima um modelo de séries temporais em que cada série é analisada independentemente e selecionada a combinação de variáveis que melhor se ajusta às defasa-gens e variações no período, com informações mensais de 1964 a 2000. A hipótese testada é que a demanda por exportações de café brasileiro é afetada por preços médios das exportações, por taxa de cambio, Produto Nacional Bruto (GDP) do Estados Unidos e por variações climáticas, em séries temporais, defasadas, dada a característica perene da cultura, consequentemente da sua produção e exportações do produto. A experiên-cia na pesquisa constitui contribuição ao entendimento dos fluxos de preços nos mercados de commodities, para um setor importante do agronegócio brasileiro. Entre os resultados, o estudo mostrou a importância de inserir variável de clima (temperatura média mínima e pluviometria média mensal no período, em região impor-tante produtora), além das variáveis de preço médio, taxa cambio e a renda dos importadores ao explicar variações em volumes de exportações de café. A metodologia de estimação do modelo inclui determinação da estacionariedade das séries estudadas. O modelo estimado através do Mínimos Quadrados Ordinários, enri-quecido por uma análise de estacionariedade das séries, mostrando alta aderência aos dados, explicando 99,3% da variação global, ao prever valores próximos futuros de exportação, em função das variáveis men-cionadas. Dentre as elasticidades calculadas, estima-se que a cada dólar de acréscimo em preço, no mês t-5 corresponde declínio de 400 sacas exportadas no mês t.
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    Relações de longo prazo entre mercados futuros e spot de café
    (2003) Pinto, Wildson Justiniano; Silva, Orlando Monteiro da; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O Brasil ainda é o maior produtor mundial de café, porém não ocupa mais a posição de semimonopolista no mercado internacional. Por conta de uma política de sustentação de preços no mercado mundial, o Brasil incentivou concorrentes e, conseqüentemente, perdeu a hegemonia que até então possuía. O País teve sua participação reduzida, ao longo dos anos, no mercado internacional de café. A partir da década dos 50 do século XX, as exportações brasileiras declinaram para menos de 50% do total mundialmente exportado, chegando a menos de 24% na década de 80. A produção de café dos países africanos e da Colômbia e do Vietnã elevou-se consideravelmente nos últimos anos, fazendo com que os mesmos ampliassem sobremaneira suas participações no comércio global. Almeida, Mesquita (1995) realizaram teste de causalidade entre preços externos e quantidades exportadas de café do Brasil no mercado mundial. Segundo os autores, os preços externos determinaram as quantidades de café exportadas pelo Brasil, porém, as quantidades exportadas não determinaram os preços, ou seja, o Brasil foi tomador de preços no mercado mundial de café, durante o período 1965/1989. Entretanto, o Brasil nem sempre esteve na posição de tomador de preços no mercando mundial de café, aparecendo como formador de preços no trabalho desenvolvido por Lemos (1983), que analisou o período 1821/1980. Dois fatores podem ter contribuído para essa mudança: a participação relativa do Brasil no mercado internacional do café durante os períodos estudados; o condicionamento das exportações brasileiras de café ao sistema de preços e quotas do Acordo Internacional do Café. Este trabalho teve como objetivo definir as relações de equilíbrio de longo e de curto prazo entre o preço do contrato futuro de café, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros e na Coffee, Sugar & Cocoa Exchange, (NYBOT) e os Preços Spot Santos de café cotados no porto de Santos no período 1996-2002, através de uma análise de cointegração. Os resultados obtidos até o momento nesse trabalho permitem concluir que existe uma relação de equilíbrio de longo prazo entre os preços futuros e à vista do café interno e externo. Em outras palavras, indica que o comportamento dos preços à vista e futuros internos e externos estão intimamente relacionados. Tal constatação pode ser justificada tanto pelo fato do café ser uma commodity transacionada no mundo inteiro, por isso, sujeita a fatores de oferta e demanda internacionais, como também pelas possibilidades de arbitragem entre os mercados de café brasileiro e norte-americano.
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    Razão ótima de hedge em diversas localidades cafeicultoras de MG e SP
    (2003) Fontes, Renato Elias; Castro, Luiz Gonzaga de; Azevedo, Adriano Freitas de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Devido às características e as dificuldades que o setor rural brasileiro vem enfrentando, a utilização dos mercados derivativos vem ganhando importância e se tornando uma importante ferramenta de auxílio para os agentes econômicos envolvidos no complexo agroindustrial. A composição de portfolios de investimento consiste em uma formação de grupos de ativos, os quais exercem impactos no risco e retorno do portfolio. Assim o objetivo de administrar carteiras de maneira eficiente esta na maximização do retorno para um dado nível de risco ou a minimização do risco para determinado nível de retorno. A formação de portfolios permite que sejam diluídos os risco inerentes de cada ativo na composição total da carteira, fazendo com que o investidor tenha uma menor probabilidade de risco de perda do seus investimentos. O hedge esta associado diretamente a estratégia de administração de risco de ativos ou no caso o produto café já disponível no presente ou que ainda estarão disponível no futuro, factíveis de serem negociados nos mercados futuros. Portanto o agente que esta fazendo um hedge busca uma posição no mercado futuro contrária a posição no mercado físico, como forma de proteção contra as variações adversas de preços minimizando os riscos de prejuízos financeiros. Sendo assim este trabalho tem por objetivo identificar a razão ótima de hedge, ou seja, a quantidade de café físico que deverá ser negociada no mercado futuro, através da interação entre o preço de café negociado no mercado físico e futuro em diversas localidades produtoras de café, para que se possa subsidiar de informações específicas os cafeicultores locais e as corretoras que trabalham nessas localidades. A área de estudo compreende os municípios mineiro de Boa Esperança, Caratinga, Machado, Patrocínio Três Pontas e Varginha e o município paulista de Garça. O levantamento dos dados primários, ou seja, os preços de café físico negociados na praça foram realizados através de coletas direta nas instituições participantes e para o levantamento dos dados secundários, no caso do preço futuro, foi cotado o preço de ajuste diário do contrato de café arábica que foram obtidos através do site da BM&F (www.bmf.com.br). A série de dados de preços futuros utilizados, compreende o período de setembro de 1994 a julho de 2001. No caso dos preços no mercado físico, cada praça apresentou uma série própria de dados, com característica bastante heterogênea, pois houve dia de negociação no futuro, em que não houve negociação no mercado físico local e também por falta de dados arquivados não foi possível a mensuração homogênea para todas as localidades. Quando no mesmo dia apresentava mais de um preço de negociação utilizava-se o de maior valor ou aquele que preço de café que se encaixava nas características de qualidade semelhante ao determinado pelo contrato de café BM&F. Os valores utilizados foram o preço faturado, sem os descontos posteriores. Os preços futuro em dólares foram transformados para valores em reais, sendo que a cotação utilizada foi a do dólar comercial do dia, igualando assim ao mesmo padrão monetário dos preços cotados no mercado físico. O modelo proposto esta baseado na teoria do portfolio que irá determinar o coeficiente de correlação da regressão entre os preços no mercado físico e o preço no mercado futuro de café, o que esta diretamente relacionado à razão ótima de hedge. Para a avaliação dos valores, foi utilizado série histórica com defasagens de 1, 2, 3, 4, 5 e 6 meses dos vencimentos dos contratos futuros. De uma maneira geral todas as localidades pesquisadas apresentaram altos valores, exceto Machado/MG, sinalizando a viabilidade de se hedgear uma grande parcela da safra, o que traz constantes críticas, pois na realidade prática o produtor raramente realiza o hedge de sua produção física total em mais de 20%. A medida que se aumenta o período de defasagem, ocorre a diminuição da razão ótima de hedge. De uma maneira geral os resultados deste estudo demonstram que a correlação entre os preços físicos e futuros variam em conseqüência das diferentes localizações e períodos analisados.
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    Impactos da adoção de novas tecnologias na distribuição geográfica e na estrutura da cafeicultura paulista
    (2003) Igreja, Abel Ciro Minniti Igreja; Bliska, Flávia Maria de Mello; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Alguns estudos têm apontado a redução da representatividade da cafeicultura paulista frente aos demais Estados produtores, ao mesmo tempo que algumas regiões do Estado têm apresentado aumentos de produtividade e têm produzido cafés de excelente qualidade. Este trabalho teve por objetivo analisar se no Estado de São Paulo tem ocorrido um aumento da produtividade em detrimento da área plantada total, provavelmente via produção em larga escala e utilização de tecnologias modernas, como irrigação e colheita mecânica, fatores que contribuem para elevados níveis de produtividade. Este estudo utiliza metodologia proposta para estudar os componentes do crescimento da agricultura brasileira, com ênfase sobre a área, rendimento, composição da produção e localização geográfica. Uma vez que este estudo trata de uma só atividade agrícola - a cafeicultura - optou-se pela especificação de um modelo shift-share, como é comumente denominado, em sua versão física, ou seja, excluindo a utilização de valores monetários. As variáveis utilizadas para análise foram a área colhida de café, a produção e o rendimento aparente (quantidade produzida dividida pela área total). Tomou-se como base para os cálculos as 63 microrregiões geográficas do Estado de São Paulo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e analisou-se o período 1990-2000. Verificou-se que o rendimento foi o efeito que mais sobressaiu como fator de crescimento da produção no período analisado, mas sua magnitude não foi suficiente para contrabalançar o efeito área, o qual causou um forte decréscimo na produção. No que diz respeito ao efeito localização geográfica, embora o valor para o período como um todo tenha sido positivo, seu valor foi bastante pequeno frente aos demais. A simulação desses efeitos mostrou que se a produção paulista de café tivesse evoluído somente a partir do efeito rendimento - não se considerando os efeitos área e localização geográfica, a produção teria partido de um patamar próximo das 600,0 mil toneladas, no início do período, e teria atingido a casa das 800,0 mil toneladas, maior patamar dentre as simulações feitas. Quanto à simulação com o efeito área, verificou-se um movimento oposto, um fator de desaceleração do crescimento, uma vez que, com apenas ele operando, a produção teria apresentado um decréscimo para cerca de 250,0 mil toneladas. Quanto ao efeito localização geográfica, notou-se que a série se manteria estável se somente esse fator tivesse agido na evolução da produção. Verificou-se, portanto, que a cafeicultura paulista apresentou nos anos 90 um quadro evolutivo que sugere uma forte seleção de produtores. Ou seja, saíram da atividade os produtores menos eficientes e produtivos, e nela permaneceram os mais propensos a absorverem a tecnologia moderna, como indica o efeito-rendimento mais pronunciado. A provável adoção de práticas culturais voltadas para a melhoria da qualidade da bebida deve ser um fator associado ao aumento da produtividade, tendo em vista as oportunidades de ganhos adicionais que o mercado se dispõe a pagar por um produto superior. Além da vantagem de um mercado consumidor de grande porte, e de contar com uma parcela importante da indústria de torrefação em seu território, o Estado de São Paulo oferece ainda infra-estrutura adequada para a exportação do produto de qualidade e com maior valor adicionado. Daí deriva a importância da continuidade de se consolidar um programa de pesquisas para a cadeia produtiva do café, ainda que o elo agrícola aparentemente venha perdendo espaço no conjunto das atividades agropecuárias do Estado.
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    Processamento na indústria de café torrado e moído: análise técnico-econômica
    (2003) Moricochi, Luiz; Nogueira, Sebastião; Alves, Humberto Sebastião; Ângelo, José Alberto; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Discute-se muito hoje a oportunidade de se exportar café com maior valor agregado, tais como cafés especiais, solúvel e café torrado e moído (T&M). No caso do T&M, o volume do comércio mundial é da ordem de 5-6 milhões de sacas equivalentes de café, sendo que o Brasil exportou apenas 41 mil de sacas em 2001. Em 2002, houve expressivo aumento, tendo alcançado 69 mil de sacas, volume, entretanto, insignificante quando comparado com as exportações de café verde que atingiram quase 26 milhões no período. Esse desempenho está relacionado com questões relativas à políticas de exportação, iniciativas empresariais, preservação de empregos nos próprios países importadores etc, ou seja, fortes fatores de natureza exógena ao setor. No entanto, existem também as varáveis endógenas que condicionam tal performance, como, por exemplo, a estruturação da cadeia produtiva e o nível tecnológico das empresas industriais. O presente estudo teve como objetivo estudar o estado da arte e competitividade da indústria de café T&M. Foram consultadas mais de 500 empresas distribuídas por todo território nacional, sendo que desse total 126 indústrias se dispuseram efetivamente a colaborar, respondendo aos questionários. A pesquisa concluiu que existe um grupo de empresas que do ponto de vista tecnológico está em condições tanto de enfrentar a concorrência de empresas multinacionais que aportam no Brasil, segundo consumidor mundial, e até de exportar café T&M.
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    Preferência do consumidor no processo de compra de café: pesquisa de marketing no mercado paulista
    (2003) Luna, Rosemar Martins; Sette, Ricardo de Souza; Mario, Talestre Maria do Carmo; Boas, Luiz Henrique de Barros Vilas; Antonialli, Luiz Marcelo; Campos, Cláudia Aparecida de; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    O estudo de marketing buscou identificar as principais características do processo de compra de café em supermercados de São Paulo (SP), objetivando caracterizar o comportamento do consumidor de café no momento da compra, verificando o atual comportamento, a influência da marca, da origem do café e a percepção do consumidor em relação aos cafés de Minas Gerais e de outros estados. As referências teóricas focaram o marketing, o ambiente do café e o comportamento do consumidor. Utilizaram-se procedimentos metodológicos quantitativos e qualitativos, combinando métodos de observação do processo de compra e comunicação com os compradores por meio de entrevistas semi-estruturadas. Identificou-se um mercado restrito, formado por uma maioria feminina, casadas, das classes B e C, que compram preferencialmente o café em pó (torrado e moído). O conhecimento relativo às marcas foi alto, caracterizado por uma fidelidade de marca relativa, enquanto a marca suprir suas exigências em relação aos atributos físicos do café. Os atributos mais valorizados foram: o sabor, o aroma e a marca do café, coincidindo com pesquisas realizadas em outros mercados brasileiros. A marca mais lembrada pelos compradores foi uma das marcas mais compradas. Foi identificada uma concorrência mais acirrada entre as marcas mais vendida, pela preferência do consumidor, em relação a pesquisas feitas em outros mercados. O interesse relativo à certificação de origem foi alto no que se refere ao aumento da garantia de qualidade do café a ser consumido. Observou-se também uma grande valorização do café do Paraná como sendo o melhor café do Brasil, seguido do café de São Paulo e sul de Minas Gerais. Observou-se finalmente desinteresse e dificuldade no que se refere à comparação dos cafés ofertados no mercado da cidade de São Paulo com cafés de outras cidades e estados.
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    Qualidade de café expresso em condições de campo
    (2003) Pino, Francisco Alberto; Vegro, Celso Luis Rodrigues; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    Um modelo logit é utilizado para calcular a probabilidade de obtenção de uma xícara satisfatória de café expresso na cidade de São Paulo. Os critérios utilizados para definir uma bebida satisfatória devem ser aqueles facilmente reconhecíveis por consumidores sem conhecimento especializado, como o tempo de percolação, a presença e a persistência do creme, bem como a marca do café. Para estimar os parâmetros do modelo, uma amostra probabilística estratificada de estabelecimentos que servem café foi especialmente delineada. Em cada estabelecimento amostrado, um questionário foi aplicado para obter informação a respeito do operador da máquina de expresso e outras condições. Também, uma xícara da bebida foi adquir4ida para medir os critérios de qualidade. Finalmente, três consumidores de cada estabelecimento foram selecionados aleatoriamente para se conhecer seus próprios critérios para avaliar a bebida. Mostra-se que, ainda que um café de boa qualidade seja essencial para conseguir uma bebida de boa qualidade, o fator crítico mostrou ser o capital humano, a saber, aquele que opera a máquina e prepara o expresso. Máquinas automáticas também se mostraram capazes de produzir uma bebida satisfatória. Entretanto, mostra-se que os consumidores usualmente não consideram esses indicadores de qualidade ao escolher o local onde vão beber café.
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    Preços relativos e a substituição dos cafés em grão no mercado internacional
    (2003) Viana, José Jair Soares; Silva, Orlando Monteiro da; Leite, Carlos Antônio Moreira; Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café
    A maioria dos estudos desenvolvidos no âmbito do mercado mundial do café tem considerado que os cafés provenientes de diferentes países ou regiões exportadoras, em um dado mercado importador, são substitutos perfeitos. Assim, por pressuposição, independentemente da origem e do mercado importador, tais estudos consideram que os cafés apresentam, implicitamente, elasticidade de substituição que são infinitamente elásticas; isto é, quando ocorre uma alteração nos preços relativos de cafés de origens diferentes, em um dado mercado, os países importadores tenderiam a deixar de importar os cafés de preços relativos maiores e passariam a importar daqueles países cujos preços relativos tornaram-se menores. Em tais circunstâncias, a estimação das elasticidades de substituição, tornam-se irrelevantes. O presente estudo, ao contrário, levou em consideração a diferenciação do café conforme o país ou região de origem e, portanto, pressupõe que os países importadores fazem distinção entre os diversos cafés, que deixam de ser substitutos perfeitos, apresentando elasticidades de substituição que não são infinitamente elásticas. Entre as causas de diferenciação dos cafés à vista dos importadores, estão aquelas relacionadas à qualidade (Cafés robustas ou Arábicas, suaves ou naturais, por exemplo), ou aquelas relacionadas à "fatores nacionais", como a escolha de diferentes origens para minimizar restrições na oferta, ou mesmo fatores ligados à imperfeição dos mercados. Nesses casos, quando há uma alteração nos preços relativos, os países ou regiões importadoras tenderiam a reduzir as importações originárias dos exportadores com preços mais elevados, sem, contudo, deixarem de importar daqueles países. Foram estimadas as elasticidades de substituição para os cafés importados pelos principais países importadores, com procedência dos principais países exportadores. Pelo lado do mercado importador selecionou-se os Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Espanha, Canadá, Inglaterra, Holanda e uma região denominada Resto do Mundo, a qual englobou os demais países importadores não considerados explicitamente no estudo; No que se refere ao mercado exportador, selecionou-se como principais países ou regiões: Brasil, Colômbia, México, América Central, África, Ásia e também, uma região chamada Resto do Mundo, agregando os demais países exportadores que não os anteriormente citados. A divisão do mercado internacional de café dessa forma, resultou na estimação de um total de 210 equações de regressão, uma vez que se estimou três modelos distintos, para dez países e regiões importadoras, com origem em sete países ou regiões exportadoras. Para a grande maioria das equações estimadas (184 de 210) o sinal encontrado para a elasticidade de substituição foi conforme o esperado (positivo); e, a maior parte dos coeficientes encontrados foi estatisticamente significativa, ao nível de 10% ou menores. Os valores das elasticidades de substituição obtidos no trabalho não apresentaram grandes variações, tendo oscilado entre 0,54 nos Estados Unidos e 1,24 na Holanda. Os valores médios para as elasticidades de substituição, calculados em cada mercado importador, indicam os mercados do Japão, Canadá e Inglaterra, como sendo os de maior rigidez quanto a substituição entre os diferentes cafés e os da Holanda, Itália e França, como os de menor rigidez. De maneira geral, as elasticidades de substituição obtidas mostraram-se com pequenos valores, sugerindo uma baixa substitubilidade do café em todos os mercados importadores, no curto prazo. Desse modo, pode-se concluir que, quando da importação de café, os países levam em consideração, as características intrínsecas ou não, próprias de cada produto, com origem em cada país exportador. Portanto, nas análises das demandas dos cafés por origem, deveria ser considerado tal comportamento do mercado importador, o que certamente melhoraria as previsões quanto a preços e consumo do produto.