Biblioteca do Café
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Item Patogenicidade de populações de Meloidogyne incognita, provenientes de Minas Gerais e São Paulo, ao cafeeiro(Universidade Federal de Viçosa, 2006) Oliveira, Dagoberto Saunders de; Oliveira, Rosângela D' Arc de Lima; Universidade Federal de ViçosaAs quatro raças de Meloidogyne incognita apesar de presentes em outras culturas e plantas daninhas em Minas Gerais, não são detectadas em cafeeiros no Estado, diferentemente do que ocorre em outras áreas produtoras de café no Brasil, onde esta espécie de nematóide das galhas é um dos principais fatores limitantes para cafeicultura. Os motivos que explicam este fato ainda são desconhecidos, pois as principais cultivares de cafeeiro (Catuaí e Mundo Novo) plantadas em Minas Gerais são comprovadamente suscetíveis a todas as raças deste nematóide. Assim, o presente trabalho teve como objetivo determinar quais são os fatores responsáveis pelo não estabelecimento de M. incognita em cafezais de Minas Gerais. Inicialmente, as populações de M. incognita de Minas Gerais foram comparadas com as populações de São Paulo que são comprovadamente patogênicas ao cafeeiro. Pela análise conjunta de características morfológicas, fisiológicas, isoenzimáticas e moleculares foi possível confirmar que as populações de nematóides das galhas de ambos Estados pertencem à espécie M. incognita. Portanto, a diferença observada na patogenicidade ao cafeeiro entre as populações de Minas Gerais e de São Paulo não pode ser explicada pela identificação imprecisa do nematóide. Ao ser confirmada a identificação das populações de M. incognita de Minas Gerais, realizaram-se avaliações para comprovar a não-patogenicidade dessas populações ao cafeeiro. Populações das quatro raças de M. incognita coletadas em Minas Gerais foram inoculadas em mudas de cafeeiro sob diferentes temperaturas, diferentes concentrações de inóculo, mudas em diferentes estádios de desenvolvimento e em diferentes genótipos de cafeeiro. As quatro raças de M. incognita de Minas Gerais foram incapazes de se reproduzir nas mudas de cafeeiro, independente da concentração de inóculo, da temperatura, do estádio de desenvolvimento e do genótipo de cafeeiro. Constatada a incapacidade destas populações em infectar o cafeeiro, tentou-se elucidar os mecanismos envolvidos nessa interação incompatível. Para isso foi avaliada a penetração, o desenvolvimento pós-infectivo e as alterações histológicas provocadas por uma dessas populações não-patogênicas em raízes de cafeeiro. Os mecanismos que conferiram incompatibilidade entre a população de M. incognita de Minas Gerais e o cafeeiro atuaram principalmente na fase de penetração da forma infectiva do nematóide, o que ocasionou uma baixa penetração e uma significativa emigração dos J2 das raízes do cafeeiro. Além disso, a ação de mecanismos de resistência pós-penetração impediu que os J2 dessas populações induzissem a formação de células gigantes, o que preveniu o desenvolvimento do nematóide em cafeeiro. Com base nos resultados obtidos conclui-se que as populações de M. incognita de Minas Gerais pertencem a um biótipo diferente daquele encontrado em outras áreas produtoras de café no Brasil.