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    Efeito de micronutrientes e cultivares sobre a população fúngica em grãos de café
    (Universidade Federal de Lavras, 2000) Pasin, Liliana Auxiliadora Avelar Pereira; Abreu, Mário Sobral de; Universidade Federal de Lavras
    Foram realizados três ensaios objetivando estudar aspectos relacionados à microflora fúngica dos grãos de café na qualidade do produto final e produção de ocratoxina A. No primeiro ensaio objetivou-se verificar o efeito de micronutrientes aplicados sobre os frutos na população fúngica associada aos grãos, produção de OTA e qualidade do produto. No segundo, verificar a ocorrência fúngica em diferentes cultivares, processadas pelas vias seca e úmida e detecção de OTA nas diferentes cultivares. O terceiro ensaio objetivou relacionar cada espécie fúngica presente nas amostras de diferentes cultivares com as características químicas dos grãos. A avaliação da incidência fúngica foi realizada quando os grãos atingiram teor de umidade em tomo de 12%, antes e após a desinfecção superficial com NaOCl 1%. A exteriorização dos fungos foi realizada através do método Blotter Test. A determinação de OTA foi realizada nos dois primeiros ensaios através de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Foram determinados os valores médios de lixiviação de potássio, condutividade elétrica, atividade enzimática da polifenoloxidase, fenólicos totais, açúcares totais redutores e não redutores, cafeína e acidez titulável e ácido clorogênico. O efeito dos micronutrientes foi verificado em grãos crus beneficiados, pulverizados com cobre, zinco, manganês e boro, aplicados isoladamente e em associação, diretamente sobre os grãos, desde a fase de chumbinho até a colheita. Para o segundo ensaio, frutos das cultivares Catuaí Amarelo, Mundo Novo, Acaiá, Rubi e Icatú, provenientes da safra 1998/1999, foram colhidos na Fazenda Experimental da EPAMIG, no município de Lavras/MG, constituindo as diferentes amostras analisadas. Parte dos frutos despolpados de cada cultivar foi imediatamente despolpados para posterior secagem no terreiro, a outra parte foi conduzida ao terreiro, onde permaneceu até atingir teor de umidade em torno de 12%. Os resultados obtidos no primeiro ensaio permitiram verificar que todos os nutrientes aplicados isoladamente reduziram significativamente a ocorrência dos fungos Aspergillus ochraceus, Fusarium semitectum e Cladosporium cladosporioides. Entretanto a ocorrência do fungo Penicillium variable não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos realizados. Apesar da ocorrência interna do fungo A.ochraceus ter sido em tomo de 50% na testemunha, não se detectou a ocorrência de OTA nestas amostras. Verificaram-se valores médios mais elevados de lixiviação de potássio, condutividade elétrica e fenólicos totais e menor atividade enzimática da polifenoloxidase nas amostras de café com maior incidência dos fungos Aspergillus ochraceus, Fusarium semitectum e Cladosporium cladosponoides. Para o segundo e terceiro ensaio, verificou-se a ocorrência dos fungos P. variable, Penicillium rugulosum, Penicillium funiculosum, F. semitectum, Fusarium equiseti, A. ochraceus, Aspergillus niger e C. cladosporioides nas diferentes cultivares. Através dos resultados obtidos verificou-se que o fungo F. semitectum foi identificado apenas na cultivar Mundo Novo e F. equiseti foi identificado nas demais, não havendo diferenças significativas entre elas. Foram isolados, dos grãos das amostras, três espécies do gênero Penicillium, sendo: P. rugulosum na cultivar Rubi, P. funiculosum na cultivar Icatu e P. variable nas demais. A cultivar Acaiá apresentou maior incidência do fungo P. variable, seguida por Mundo Novo e Catuaí. A ocorrência de A. ochraceus não diferiu entre as cultivares processadas pela via seca. Nas amostras de café despolpado, houve maior incidência deste fungo na cultivar Icatu, não havendo diferença entre as demais. A ocorrência de A. niger não apresentou diferenças entre as cultivares. As cultivares processadas pela via seca não apresentaram diferenças para o fungo C. cladosporioides. A cultivar Icatu, quando processada via úmida, apresentou menor ocorrência, diferindo estatisticamente das demais. A contaminação interna para todas as espécies fúngicas detectadas foi significativamente inferior à contaminação externa. A ocorrência de OTA foi verificada apenas em uma cultivar processada pela via úmida, em nível bem abaixo do limite proposto pela União Européia. Pela análise dos resultados obtidos no terceiro ensaio, observou-se que a presença do fungo A. ochraceus reduz a atividade da enzima polifenoloxidase e aumenta os valores de lixiviação de potássio, condutividade elétrica e fenólicos totais. A incidência do fungo C. cladosporioides influenciou nos valores médios de lixiviação de potássio e condutividade elétrica.