Biblioteca do Café

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    O pós-abolição e suas dinâmicas de sociabilidade: lógicas familiares e relações interpessoais no oeste paulista cafeeiro
    (Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 2013) Palma, Rogério da; Truzzi, Oswaldo Mário Serra
    Tomando como foco o município de São Carlos, um dos principais centros da economia cafeeira do oeste paulista durante a virada do século XIX para o XX, o artigo analisa as tensões presentes nas relações interpessoais tecidas entre negros, de um lado, e fazendeiros e pequenos proprietários rurais, de outro. Por meio da leitura de dois inquéritos policiais da época, percebeu-se que essas relações eram mediadas por determinados códigos morais, os quais, por sua vez, delimitavam certas normas de sociabilidade. Quando alguns destes códigos eram quebrados, as situações de conflito se potencializavam. Pode-se afirmar que, se a proximidade com pessoas de posse ainda era, para a população negra do pós-abolição, uma das principais fontes para obtenção de recursos materiais e simbólicos, as relações de poder inscritas nesses vínculos não deixavam de produzir contestações quanto às identificações e hierarquias encerradas no âmbito familiar. De modo geral, acredita-se que as disputas de poder presentes nessas interações podem estar relacionadas à renegociação, trazida pelo fim do escravismo, de determinadas formas de distinção social.
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    Padrões de nupcialidade na economia cafeeira de São Paulo (1860-1930)
    (Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 2012) Truzzi, Oswaldo Mário Serra
    O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir as pautas matrimoniais vigentes em um município típico da economia cafeeira paulista, entre 1860 e 1930, tomando tal variável como indicador do vigor da identidade étnica e do grau de assimilação dos estrangeiros na sociedade local. São Carlos foi fundado em 1857 e conformou-se, a partir da penúltima década do século XIX, como um município bastante representativo da economia cafeeira que se desenvolveu no Estado. De fato, com uma mão de obra inicialmente composta por escravos negros, a partir dos anos 1880 o município passou a receber expressivas levas de imigrantes europeus – italianos, portugueses, espanhóis e outros numericamente menos significativos – para trabalhar nas plantações de café, a ponto de, em 1894, ter recebido o maior contingente de imigrantes de todo o interior paulista. A partir de uma análise dos 15.011 registros paroquiais de casamento observados no período, o trabalho discute a evolução das preferências matrimoniais desses diversos grupos que, ao lado de brasileiros brancos e negros, conformaram uma população estimada em 60 mil indivíduos em 1930. Os dados analisados indicam que a origem nacional atuou como condicionante muito significativo das opções matrimoniais efetivamente concretizadas até pelo menos final dos anos 1920. Assim, as evidências colhidas apontam que pelo menos as primeiras duas gerações de indivíduos de origem imigrante, que viveram em São Carlos até a Grande Depressão do final da década de 1920, mostraram-se bastante resistentes ao processo de assimilação, pelo menos sob o ângulo das pautas matrimoniais.
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    População, grupos étnico-raciais e economia cafeeira: São Carlos, 1907
    (Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 2009) Truzzi, Oswaldo Mário Serra; Bassanezi, Maria Silvia Beozzo
    Em São Carlos, a formação de uma população estabelecida iniciou-se ainda na primeira metade do século XIX, com as primeiras fazendas mantidas a braço escravo. Em 1884, com a chegada da ferrovia, o município inseriu-se definitivamente na vigorosa economia cafeeira paulista. São Carlos acompanhou assim a transição de uma economia tocada por trabalho escravo para outra em que predominavam colonos livres, de origem europeia, sobretudo italiana. Menos de duas décadas após a abolição do cativeiro, a composição racial da população alterou-se significativamente, graças ao grande afluxo de imigrantes e, provavelmente também, ainda que em menor grau, à saída de ex-escravos do município. Esse aporte diversificado traduziu-se no levantamento censitário realizado no município em 1907, que abrangeu a compilação de informações variadas referentes a 38.642 indivíduos que então o habitavam. Este trabalho busca analisar e discutir as características demográficas e a inserção social de diferentes grupos étnico-raciais presentes na população de São Carlos nessa época. Sua relevância deriva também da ausência de levantamentos populacionais no período em questão, dadas as conhecidas deficiências do censo de 1890 e 1900 e o longo período de 34 anos de intermitência entre o levantamento populacional da província de São Paulo de 1886 e o censo nacional de 1920, este mais confiável, porém omisso quanto à cor dos indivíduos.
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    Riqueza e endividamento na economia de plantation açucareira e cafeeira: a família Teixeira Vilela-Teixeira Nogueira, Campinas, São Paulo, século XIX
    (Departamento de Economia, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), 2015) Ribeiro, Maria Alice Rosa
    O objetivo do artigo é comparar as formas de riqueza e de financiamento das economias açucareira e cafeeira em Campinas, Província de São Paulo, em dois momentos – de fins do século XVIII a 1850 e de 1850 a 1870. A família Teixeira Vilela-Teixeira Nogueira é tomada como estudo de caso. A análise centra-se em dois representantes da segunda e da terceira geração da família, que se tornaram importantes personagens daquelas sociedades. Examinam-se a formação e a composição da riqueza e as transformações do crédito associadas às atividades produtivas. A pesquisa apoiou-se em fontes documentais do judiciário e cartoriais, maços de população, registro de hipotecas, almanaques.
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    O Financiamento Hipotecário da Cafeicultura no Vale do Paraíba Paulista (1865-87)
    (Fundação Getúlio Vargas, 2002) Marcondes, Renato Leite
    Este artigo analisa a importância do crédito hipotecário para o desenvolvimento da economia cafeeira no vale do Paraíba paulista, com base em três livros de hipotecas referentes `as localidades de Guaratinguetá e Lorena. O artigo mostra a transformação das formas tradicionais de crédito (usuário) para a bancária a partir da lei hipotecária de 1864/65. Apesar das mudanças, o financiamento manteve-se restrito a uma pequena parcela da população e os mais afortunados conseguiam condições mais facilitadas.
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    De centro a periferia: as transformações sofridas pelo Nordeste Paulista na chegada do café (1873 - 1905)
    (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de São Paulo, 2016-06-30) Costa, Rafael Giorgi; Mori, Klara Kaiser
    Este estudo teve como objetivo avaliar a influência exercida pela agroexportação no desenvolvimento do mercado interno paulista ao final do século XIX. Os dados referentes à composição social e à produção agrícola para os anos de 1836 e 1854, aqui cartografados, revelaram que as áreas mais dinâmicas do mercado interno eram as regiões pecuárias dos caminhos do sul e do Nordeste Paulista, guardando certo afastamento em relação às regiões da agroexportação de cana e café. Esses circuitos do gado eram mais longos e mais lucrativos que o mercado de gêneros alimentícios como o arroz, o feijão e o milho, produzidos no bojo, porém à margem, das fazendas de cana e café do quadrilátero do açúcar e do Vale do Paraíba. O Nordeste Paulista ou Sertão do Rio Pardo, objeto de estudo deste trabalho, foi responsável por articular o Brasil Central Pecuário (Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro) com a faixa litorânea Centro-Sul (Rio de Janeiro e São Paulo), constituindo- se como importante centro de cria e (re)engorda. Tal centralidade foi operada por uma elite de chefes-de-parentela pecuaristas residente nos municípios de Franca e Batatais, e cuja reprodução como classe dominante envolvia a inserção em cargos políticos e militares, a propriedade da terra e, consequentemente, o domínio sobre grande contingente populacional, incluindo agregados, escravos, compadres e parentes. A fim de avaliar se essa centralidade do mercado interno resistiu ao avanço cafeeiro que atingiu a região na década de 1880, questão ainda em aberto na historiografia, procurou-se pela presença das parentelas e suas linhagens nas listas dos maiores fazendeiros do período de transição. Revelou-se que a elite não só se inseriu como foi protagonista da economia cafeeira na região nas décadas de 1880 e 1890. No entanto, já na virada do século, todo o Estado de São Paulo sofreria com uma forte crise na economia cafeeira, demonstrando a fragilidade e suscetibilidade do mercado externo. Os dados da produção cafeeira do ano de 1905 apontam para a baixa relevância de Franca e Batatais no universo da agroexportação, enquanto os números da produção de gado desse mesmo ano indicam o deslocamento do eixo principal de articulação pecuária para oeste, mais precisamente para os municípios de Jaboticabal e Barretos, que assumiram a primazia no setor. Conclui-se que a aproximação da agroexportação foi um fator importante que levou à reestruturação do mercado interno para áreas contíguas, devido ao grande desvio de investimentos por parte daquela elite pecuária para a economia cafeeira, o que revelou, em última instância, a dificuldade de ancoragem da produção endógena no espaço quando seu território se mostra atrativo para o estabelecimento da agroexportação.