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    Modelo de gestão e estratégias: o caso de duas cooperativas mistas de leite e café de Minas Gerais
    (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - Universidade de São Paulo, 2000) Antonialli, Luiz Marcelo; Fischmann, Adalberto Américo
    A presente pesquisa teve por objetivo analisar as influências do modelo de gestão nas estratégias de duas cooperativas mistas de leite e café da região sul de Minas Gerais. Especificamente, fez-se a análise externa do ambiente (ameaças e oportunidades) ao qual as cooperativas estão expostas e também a análise interna (pontos fortes e fracos) dessas organizações; investigou-se as articulações políticas entre as chapas envolvidas no último processo eleitoral; analisou-se o grau da influência da mudança de gestão na formulação e implementação das estratégias nas cooperativas, comparando-as com indicadores de eficiência financeira, econômica e social. Finalmente, foram levantadas as opiniões dos cooperados a respeito da validade dos princípios doutrinários que regem o cooperativismo e do modelo de gestão de suas cooperativas. Quanto à metodologia, a pesquisa classifica-se como descritiva conclusiva e, também na tipologia de estudos de casos. Adotou-se, para a coleta de dados, a triangulação de técnicas: entrevista pessoal, análise documental (parte qualitativa da pesquisa) e questionário estruturado (parte quantitativa) ao qual aplicou-se a análise discriminante para verificar as divergências nas opiniões dos cooperados considerando-se o porte de produtor rural. Optou-se por omitir os nomes das cooperativas para manter o sigilo tanto das organizações quanto dos entrevistados. Os resultados demonstraram que as principais ameaças do ambiente às cooperativas são: concorrência de produtos lácteos (principalmente com as multinacionais e o mercado informal de leite); concorrência com os distribuidores de insumos agropecuários; dependência das cooperativas em relação à Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo (Central Paulista), a qual estão filiadas e adaptação do modelo de gestão cooperativista ao regime capitalista. As principais oportunidades detectadas são: possibilidade de ampliação do mercado regional de produtos lácteos a ser explorado com as marcas próprias; boa localização geográfica das cooperativas no país (região sudeste); duplicação da rodovia Fernão Dias, o que deve ampliar o desenvolvimento do mercado regional e, finalmente, diversificação vertical na industrialização de café. Os entrevistados têm consciência de que as cooperativas estão expostas às influências ambientais, entretanto, há consenso que a resposta dessas organizações ao ambiente tem sido lenta e burocrática devido, principalmente, ao fato das decisões estratégicas serem tomadas de forma colegiada em esporádicas assembléias que, no geral, têm apresentado baixa participação dos associados. As articulações políticas que ocorreram na última eleição em ambas cooperativas, podem ser consideradas como um momento crítico nessas organizações, provocando reflexos traumáticos em todos os envolvidos no processo (membros das chapas vencedora e perdedora, cooperados e funcionários). Após a eleição na Cooperativa MINAS-1, verificou- se que metade dos membros da nova Diretoria Executiva e Conselho de Administração havia participado em cargos diretivos nas duas gestões anteriores, o que contribuiu para a continuidade de todas as estratégias formuladas na gestão anterior que tiveram influências consideradas positivas, negativas e nulas. Na Cooperativa MINAS-2, após a eleição a chapa de oposição assumiu o poder. Nenhum dos membros da nova Diretoria Executiva e Conselho de Administração havia participado de cargos administrativos nas duas gestões anteriores. Devido a divergências ideológicas nessa transição, houve descontinuidade em algumas estratégias traçadas na gestão anterior, fato que julgou-se como influência negativa. Nas demais estratégias, as influências foram consideradas como positivas, negativas e nulas. Nesse sentido, verificou-se que houve relação entre a estabilidade dos dirigentes nos cargos administrativos com a continuidade das estratégias das cooperativas. A comparação das estratégias com índices de eficiência financeira, econômica e social demonstrou que a Cooperativa MINAS-1 apresentou-se mais eficiente em relação a Cooperativa MINAS-2 devido, principalmente, a estrutura organizacional mais enxuta e menores custos administrativos. Por outro lado, a Cooperativa MINAS-2 mostrou-se mais eficiente na prestação de serviços. Os resultados da análise discriminante, considerando-se o porte de produtor rural, demonstrou que as opiniões do grupo dos mini e pequenos produtores divergiram do grupo dos médios e grandes produtores nas seguintes variáveis da pesquisa: o princípio da adesão livre deve ser eliminado; a cooperativa deve desenvolver novos critérios para pagamento dos cooperados por volume e qualidade; a cooperação entre cooperativas deve ser feita com base na eficiência e interesses estratégicos dos parceiros, seja outra cooperativa ou até mesmo uma empresa não cooperativa; o capital social deve ser corrigido com base nos juros de mercado e não em no máximo 12% ao ano; não é bom para a cooperativa quando grupos se apropriam do poder e ficam muito tempo na diretoria e, finalmente, o cooperado que não cumpre seu papel deveria ser excluído da cooperativa. Contudo, considerando o modelo de gestão das cooperativas, verificou-se que os fatores que mais influenciaram nas estratégias das cooperativas estudadas foram: o amadorismo gerencial dos dirigentes, a ausência de planejamento estratégico e, principalmente, as divergências políticas entre os grupos de interesse envolvidos na disputa pelo poder.
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    Modelo de gestão e estratégias: o caso de duas cooperativas mistas de leite e café de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Lavras, 2000) Antonialli, Luiz Marcelo; Fischmann, Adalberto Américo
    A presente pesquisa teve por objetivo analisar as influências do modelo de gestão nas estratégias de duas cooperativas mistas de leite e café da região sul de Minas Gerais. Especificamente, fez-se a análise externa do ambiente (ameaças e oportunidades) ao qual as cooperativas estão expostas e também a análise interna (pontos fortes e fracos) dessas organizações; investigou-se as articulações políticas entre as chapas envolvidas no último processo eleitoral; analisou-se o grau da influência da mudança de gestão na formulação e implementação das estratégias nas cooperativas, comparando-as com indicadores de eficiência financeira, econômica e social. Finalmente, foram levantadas as opiniões dos cooperados a respeito da validade dos princípios doutrinários que regem o cooperativismo e do modelo de gestão de suas cooperativas. Quanto à metodologia, a pesquisa classifica-se como descritiva conclusiva e, também na tipologia de estudos de casos. Adotou-se, para a coleta de dados, a triangulação de técnicas: entrevista pessoal, análise documental (parte qualitativa da pesquisa) e questionário estruturado (parte quantitativa) ao qual aplicou-se a análise discriminante para verificar as divergências nas opiniões dos cooperados considerando-se o porte de produtor rural. Optou-se por omitir os nomes das cooperativas para manter o sigilo tanto das organizações quanto dos entrevistados. Os resultados demonstraram que as principais ameaças do ambiente às cooperativas são: concorrência de produtos lácteos (principalmente com as multinacionais e o mercado informal de leite); concorrência com os distribuidores de insumos agropecuários; dependência das cooperativas em relação à Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo (Central Paulista), a qual estão filiadas e adaptação do modelo de gestão cooperativista ao regime capitalista. As principais oportunidades detectadas são: possibilidade de ampliação do mercado regional de produtos lácteos a ser explorado com as marcas próprias; boa localização geográfica das cooperativas no país (região sudeste); duplicação da rodovia Fernão Dias, o que deve ampliar o desenvolvimento do mercado regional e, finalmente, diversificação vertical na industrialização de café. Os entrevistados têm consciência de que as cooperativas estão expostas às influências ambientais, entretanto, há consenso que a resposta dessas organizações ao ambiente tem sido lenta e burocrática devido, principalmente, ao fato das decisões estratégicas serem tomadas de forma colegiada em esporádicas assembléias que, no geral, têm apresentado baixa participação dos associados. As articulações políticas que ocorreram na última eleição em ambas cooperativas, podemser consideradas como um momento crítico nessas organizações, provocando reflexos traumáticos em todos os envolvidos no processo (membros das chapas vencedora e perdedora, cooperados e funcionários). Após a eleição na Cooperativa MINAS-1, verificou- se que metade dos membros da nova Diretoria Executiva e Conselho de Administração havia participado em cargos diretivos nas duas gestões anteriores, o que contribuiu para a continuidade de todas as estratégias formuladas na gestão anterior que tiveram influências consideradas positivas, negativas e nulas. Na Cooperativa MINAS-2, após a eleição a chapa de oposição assumiu o poder. Nenhum dos membros da nova Diretoria Executiva e Conselho de Administração havia participado de cargos administrativos nas duas gestões anteriores. Devido a divergências ideológicas nessa transição, houve descontinuidade em algumas estratégias traçadas na gestão anterior, fato que julgou-se como influência negativa. Nas demais estratégias, as influências foram consideradas como positivas, negativas e nulas. Nesse sentido, verificou-se que houve relação entre a estabilidade dos dirigentes nos cargos administrativos com a continuidade das estratégias das cooperativas. A comparação das estratégias com índices de eficiência financeira, econômica e social demonstrou que a Cooperativa MINAS-1 apresentou-se mais eficiente em relação a Cooperativa MINAS-2 devido, principalmente, a estrutura organizacional mais enxuta e menores custos administrativos. Por outro lado, a Cooperativa MINAS-2 mostrou-se mais eficiente na prestação de serviços. Os resultados da análise discriminante, considerando-se o porte de produtor rural, demonstrou que as opiniões do grupo dos mini e pequenos produtores divergiram do grupo dos médios e grandes produtores nas seguintes variáveis da pesquisa: o princípio da adesão livre deve ser eliminado; a cooperativa deve desenvolver novos critérios para pagamento dos cooperados por volume e qualidade; a cooperação entre cooperativas deve ser feita com base na eficiência e interesses estratégicos dos parceiros, seja outra cooperativa ou até mesmo uma empresa não cooperativa; o capital social deve ser corrigido com base nos juros de mercado e não em no máximo 12% ao ano; não é bom para a cooperativa quando grupos se apropriam do poder e ficam muito tempo na diretoria e, finalmente, o cooperado que não cumpre seu papel deveria ser excluído da cooperativa. Contudo, considerando o modelo de gestão das cooperativas, verificou-se que os fatores que mais influenciaram nas estratégias das cooperativas estudadas foram: o amadorismo gerencial dos dirigentes, a ausência de planejamento estratégico e, principalmente, as divergências políticas entre os grupos de interesse envolvidos na disputa pelo poder.
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    Modelo de gestão e estratégias : o caso de duas cooperativas mistas de leite e café de Minas Gerais
    (Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia e Administração, 2000) Antonialli, Luiz Marcelo; Fischmann, Adalberto Américo; Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia e Administração
    A presente pesquisa teve por objetivo analisar as influências do modelo de gestão nas estratégias de duas cooperativas mistas de leite e café da região sul de Minas Gerais. Especificamente, fez-se a análise externa do ambiente (ameaças e oportunidades) ao qual as cooperativas estão expostas e também a análise interna (pontos fortes e fracos) dessas organizações; investigou-se as articulações políticas entre as chapas envolvidas no último processo eleitoral; analisou-se o grau da influência da mudança de gestão na formulação e implementação das estratégias nas cooperativas, comparando-as com indicadores de eficiência financeira, econômica e social. Finalmente, foram levantadas as opiniões dos cooperados a respeito da validade dos princípios doutrinários que regem o cooperativismo e do modelo de gestão de suas cooperativas. Quanto à metodologia, a pesquisa classifica-se como descritiva conclusiva e, também na tipologia de estudos de casos. Adotou-se, para a coleta de dados, a triangulação de técnicas: entrevista pessoal, análise documental (parte qualitativa da pesquisa) e questionário estruturado (parte quantitativa) ao qual aplicou-se a análise discriminante para verificar as divergências nas opiniões dos cooperados considerando-se o porte de produtor rural. Optou-se por omitir os nomes das cooperativas para manter o sigilo tanto das organizações quanto dos entrevistados. Os resultados demonstraram que as principais ameaças do ambiente às cooperativas são: concorrência de produtos lácteos (principalmente com as multinacionais e o mercado informal de leite); concorrência com os distribuidores de insumos agropecuários; dependência das cooperativas em relação à Cooperativa Central de Laticínios do Estado de São Paulo (Central Paulista), a qual estão filiadas e adaptação do modelo de gestão cooperativista ao regime capitalista As principais oportunidades detectadas são: possibilidade de ampliação do mercado regional de produtos lácteos a ser explorado com as marcas próprias; boa localização geográfica das cooperativas no país (região sudeste); duplicação da rodovia Fernão Dias, o que deve ampliar o desenvolvimento do mercado regional e, finalmente, diversificação vertical na industrialização de café. Os entrevistados têm consciência de que as cooperativas estão expostas ás influências ambientais, entretanto, há consenso que a resposta dessas organizações ao ambiente tem sido lenta e burocrática devido, principalmente, ao fato das decisões estratégicas serem tomadas de forma colegiada em esporádicas assembléias que, no geral, têm apresentado baixa participação dos associados. As articulações políticas que ocorreram na última eleição em ambas cooperativas, podem ser consideradas como um momento critico nessas organizações, provocando reflexos traumáticos em todos os envolvidos no processo (membros das chapas vencedora e perdedora, cooperados e funcionários). Após a eleição na Cooperativa MINAS-1, verificou-se que metade dos membros da nova Diretoria Executiva e Conselho de Administração havia participado em cargos diretivos nas duas gestões anteriores, o que contribuiu para a continuidade de todas as estratégias formuladas na gestão anterior que tiveram influências consideradas positivas, negativas e nulas. Na Cooperativa MINAS-2, após a eleição a chapa de oposição assumiu o poder. Nenhum dos membros da nova Diretoria Executiva e Conselho de Administração havia participado de cargos administrativos nas duas gestões anteriores. Devido a divergências ideológicas nessa transição, houve descontinuidade em algumas estratégias traçadas M gestão anterior, fato que julgou-se como influência negativa Nas demais estratégias, as influências foram consideradas como positivas, negativas e nulas. Nesse sentido, verificou-se que houve relação entre a estabilidade dos dirigentes nos cargos administrativos com a continuidade das estratégias das cooperativas. A comparação das estratégias com índices de eficiência financeira, econômica e social demonstrou que a Cooperativa MINAS-1 apresentou-se mais eficiente em relação à Cooperativa MINAS-2 devido, principalmente, a estrutura organizacional mais enxuta e menores custos.administrativos. Por outro lado, a Cooperativa MINAS-2 mostrou-se mais eficiente na prestação de serviços. Os resultados da análise discriminante, considerando-se o porte de produtor rural demonstrou que as opiniões do grupo dos mini e pequenos produtores divergiram do grupo dos médios e grandes produtores nas seguintes variáveis da pesquisa: o princípio da adesão livre deve ser eliminado; a cooperativa deve desenvolver novos critérios para pagamento dos cooperados por volume e qualidade; a cooperação entre cooperativas deve ser feita com base na eficiência e interesses estratégicos dos parceiros, seja outra cooperativa ou até mesmo uma empresa não cooperativa; o capital social deve ser corrigido com base nos juros de mercado e não em no máximo 12% ao ano; não é bom para a cooperativa quando grupos se apropriam do poder e ficam muito tempo na diretoria e, finalmente, o cooperado que não cumpre seu papel deveria ser excluído da cooperativa. Contudo, considerando o modelo de gestão das cooperativas, verificou-se que os fatores que mais influenciaram nas estratégias das cooperativas estudadas foram: o amadorismo gerencial dos dirigentes, a ausência de planejamento estratégico e, principalmente, as divergências políticas entre os grupos de interesse envolvidos na disputa pelo poder.