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    Crescimento dos botões florais e variações no amido das corolas de café (Coffea arabica L. Mundo Novo ), sob condições naturais
    (Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, 1969) Frederico, Donato; Maestri, Moacyr; Universidade Rural do Estado de Minas Gerais
    O ciclo de crescimento dos botões florais do café, Coffea arabica L. cv. Mundo Novo, foi estudado em Viçosa, Minas Gerais, em condições naturais, no ano de 1967. A iniciação floral verificou-se em fins de maio e princípios de junho, e o estudo começou em julho, prolongando-se até fins de setembro. Nesse período choveu o suficiente para a quebra da dormência dos botões apenas em 14 de setembro, com uma precipitação de 14,3 mm. Trata-se, portanto, de um período nítidamente seco, de ocorrência normal na região. As temperaturas médias semanais variaram de 13 a 20°, com noites frias e dias relativamente quentes. A umidade relativa do ar estêve em média em torno de 80%, e a água disponível no solo, a 25-30 cm de profundidade, foi praticamente nula. O crescimento dos botões foi determinado semanalmente em amostras de 100 botões comumente, com poucas amostras de no mínimo 74 botões.Mediu-se o comprimento do botão, seu pêso fresco e seu peso seco. Os botões não incluíam o ovário da flor. Um estudo químico e histoquímico preliminar do amido na corola foi também realizado. Os botões, em meados de julho, haviam atingido um comprimento de 4-5 mm, não se verificando, posteriormente, nenhum crescimento, até a chuva de 14 de setembro. O período de dormência foi, portanto, no presente caso, de dois meses. Após a chuva, o crescimento reinicia-se, chegando o botão rapidamente a um comprimento médio de 11,5 mm, em onze dias, na véspera da florada. As flôres se abriram no dia 26 de setembro, 12 dias após a chuva que quebrou a dormência. O pêso sêco seguiu um ciclo paralelo ao comprimento do botão, isto é, estabilizou-se de meados de julho até o dia da chuva, somente voltando a aumentar após a quebra da.dormência. Daí até a antese, o aumento de pêso sêco foi rápido. O teor de água, expresso na base de peso fresco caiu ligeiramente de 57,2% no início do estudo a 54,6%, antes da chuva. Após esta, o teor de água passa a aumentar rapidamente, atingindo 77,4% na flor aberta, quando então passa a decrescer até a queda da corola, verificada quatro dias após a antese. O amido acumulou-se no botão durante o crescimento verificado após a quebra da dormência. Seu teor cai abruptamente nas vésperas da antese. Estudo histoquímico mostrou que os grãos de amido, aparentemente aglomerados de grãos de amido, distribuem-se regularmente, em grande quantidade, nas células do mesófilo das pétalas. Na antese, os grãos apresentam-se quase ausentes de pétalas, desaparecendo por completo à medida que a corola fenece. Sugere-se que a quebra da dormência é provocada pela remoção das águas de chuva de um inibidor presente no botão, seguindo-se um processo ativo de crescimento regulado por um hormônio, provavelmente do tipo de giberelina. A antese parece resultar de uma expansão osmótica das células em razão do acúmulo de açúcares solúveis, provenientes da hidrólise do amido. Tendo sido o objetivo do presente trabalho estudar apenas o ciclo de crescimento dos botões florais, reconhece-se que para a elucidação do mecanismo de controle dêsse ciclo requer estudos posteriores, principalmente com relação a variações de açúcares solúveis e de substâncias hormonais, durante a fase de dormência e renovação de crescimento.